'Moratória da soja' no Cerrado evitaria desmatamentocasino de slotsárea maior que a Bélgica, diz estudo:casino de slots
No entendimentocasino de slotspesquisadores e ambientalistas, acordos como a moratória da soja têm mais eficácia do que leis justamente por serem pactos firmados entre os setores envolvidos - e não regras verticais que precisamcasino de slotsfiscalizaçãocasino de slotsórgãos públicos.
Mas a propostacasino de slotsexpandir a moratória da soja para proteger o Cerrado enfrenta resistênciacasino de slotsgrandes empresas e da chamada bancada ruralista, influente grupocasino de slotsparlamentares com ligação ao agronegócio. Em nota divulgada no mêscasino de slotsjunho, a Associação Brasileira dos Produtorescasino de slotsSoja (Aposoja) se posicionou "totalmente contrária" a qualquer pacto do gênero para o bioma. A entidade ressaltou que "o agro é sustentável".
A Cargill, uma das maiores multinacionais do setor, também se manifestou. Em carta aberta aos produtores rurais brasileiros, a companhia americana afirmou que entende que esta não seria a solução mais adequada para os problemas ambientais. "A moratória não endereça os desafios sociais, econômicos e,casino de slotsúltima análise, ambientais", diz trecho do documento. "E é muito provável que cause consequências, mesmo que não intencionais, para agricultores e comunidades que dependem da agricultura para subsistência."
A origem da moratória da soja
Em 2006, um pacto foi firmado entre governos, agroindústria e organizaçõescasino de slotsdefesa ambiental: ninguém compraria soja produzidacasino de slotsregiãocasino de slotsdesmatamento da Amazônia. No ano passado, balanço divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente mostrou que a política deu resultados: a média anualcasino de slotsdesmatamento nos 89 municípios participantes caiu 85% depois do acordo.
Nos últimos anos, ativistas e organismos ambientais têm sugerido uma medida semelhante para proteger o Cerrado. "A principal causacasino de slotsdesmatamento no cerrado é a expansão do agronegócio sobre a vegetação nativa. Entre 2007 e 2014, 26% da expansão agrícola ocorreu diretamente sobre vegetaçãocasino de slotsCerrado. Quando considerada somente a região do Matopiba - porçõescasino de slotsCerrado dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia -, que é a principal fronteira do desmatamento, 62% da expansão agrícola ocorreu sobre vegetação nativa. Em relação às pastagens, análises recentes apontam que, entre 2000 e 2016, 49% da expansão no Matopiba ocorreu sobre o cerrado. Note-se que, muitas vezes, a área desmatada para pastagem torna-se, posteriormente, áreacasino de slotsuso agrícola", ressalta manifesto da organização World Wide Fund for Nature (WWF).
"O setor privado aprendeu que é possível produzir sem provocar novos desmatamentos diretamente associados àcasino de slotscadeia produtiva, como é o casocasino de slotssucesso da moratória da soja na Amazônia", prossegue o posicionamento da ONG.
De acordo com o estudocasino de slotsAline Soterroni, a moratória da soja no Cerrado não impediria o avanço da produção da mercadoria. "A área da soja projetada para 2050 ficaria reduzidacasino de slotsapenas 1 milhãocasino de slotshectares, se a moratória começar a funcionarcasino de slots2020", explica ela. "Isso corresponde a uma reduçãocasino de slots2% da áreacasino de slotssoja no Brasil projetada para 2050." Para efeitoscasino de slotscomparação, se o atual Código Florestal fosse cumprido rigorosamente na região, ele evitaria, no mesmo período, o desmatamentocasino de slotsum quarto desse total (0,9 milhãocasino de slotshectares).
Soterroni lembra que as proteções ambientais para o cerrado são baixas. "No cerrado, além dos níveiscasino de slotsproteção da vegetação nativa, definidos pelo Código Florestalcasino de slots2012, serem baixos, não há cumprimento dessa lei", aponta.
Um outro efeito benéfico da medida, segundo o mesmo estudo, é que nos mesmos 30 anos ela significaria uma reduçãocasino de slots8% do totalcasino de slotsemissõescasino de slotscarbono do País.
China e Europa
O estudo recém-publicado também comparou quais os riscos representam os dois principais clientes do Brasil - China e União Europeia - para esse cenáriocasino de slotsdesmatamento. "Surpreendentemente os riscos são semelhantes. Apesarcasino de slotso volumecasino de slotssoja produzido no Cerrado para o mercado chinês ser 2,5 vezes maior do que aquele que vai para a União Europeia. Isso acontece porque a Europa compracasino de slotstraders com atividades próximas das áreascasino de slotsremanescentescasino de slotsvegetação nativa no Cerrado."
A pesquisadora espera que o estudo possa ser utilizadocasino de slotsfuturas tratativas comerciais internacionais, como nas negociações atuais entre União Europeia e Mercosul, que pode condicionar a compra da produção brasileira à preservação ambiental.
De acordo com o levantamento, 25,4 milhõescasino de slotshectarescasino de slotsterras na regiãocasino de slotsCerrado, desmatadas anteriormente, já são adequadas para o uso agrícola - duas vezes o tamanho da Inglaterra. "Com a extensão da moratória da soja para o Cerrado, os resultados da modelagem indicam que a soja irá expandir, sobretudo,casino de slotsáreascasino de slotspastagens e áreas não produtivas que podem ser consideradas,casino de slotsgrande parte, pastagens degradadas. Uma pequena intensificação das pastagens libera terra suficiente para a soja expandir no Cerrado sem a necessidade da conversãocasino de slotsvegetação nativa", explica ela.
Cerradocasino de slotsrisco
Soterroni ecasino de slotsequipe quantificaram o impacto da medida na fauna e na flora nativas. Entre plantas e animais - tanto vertebrados quanto invertebrados - 4.800 espécies autóctones são potencialmente ameaçadas pelo desmatamento da região. De acordo com o Instituto Chico Mendescasino de slotsConservação da Biodiversidade (ICMBio), hoje são 624 espéciescasino de slotsflora ameaçadascasino de slotsextinção no bioma e 138casino de slotsfauna - sendo 95 vertebrados. "Alguns exemplos da fauna são o lobo-guará e o tamanduá-bandeira", cita a cientista brasileira.
A pesquisa levanta a necessidadecasino de slotsum olhar mais cauteloso para o Cerrado brasileiro, bioma com gradientecasino de slotsvegetação que vai desde formações campestres a formações florestais e que é menos "pop" do que a Amazônia e a Mata Atlântica, por exemplo. "Estima-se que metade do Cerrado já foi convertida, e que existam menoscasino de slots20%casino de slotsvegetação nativa remanescente, ou seja, que não foi antropizada", afirma Soterroni.
A pesquisadora afirma que acompanha atentamente o cenário. De um lado, "a faltacasino de slotsfiscalização e o não cumprimento das leis ambientais". De outro, "a demanda crescente por commodities como soja e carne". Segundo ela, um estudo mostrou que das fazendascasino de slotssoja avaliadas na porção Amazônia do estado do Mato Grosso, 65% não cumprem o Código Florestal, mas cumprem a moratória da soja.
Na modelagem científica utilizada pelos pesquisadores eles procuraram saber também quanto se perde com o atraso da implementação da moratória do cerrado na soja, considerando a demoracasino de slotso projeto sair do papel. Para tanto, avaliaram três cenários: se a medida estivessecasino de slotsvigor desde 2015, se ela for iniciadacasino de slots2020 ou se apenas começarcasino de slots2025.
"Os resultados indicam que esse atraso na implementação da moratória da soja no cerrado pode causar uma perda médiacasino de slots140 mil hectares por ano no bioma", diz a cientista. Isso equivale à área do municípiocasino de slotsSão Paulo.
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