Desmatamento: Amazônia perdeu 20% e Cerrado, 50%, desde 1970, aponta relatório do WWF:esportenetsp com br
A WWF divulga o relatório a cada dois anos. Nesta edição, o levantamento cita animais brasileiros entre os ameaçadosesportenetsp com brfunção dessa perdaesportenetsp com brambiente natural. Na lista estão a jandaia-amarela (Aratinga solstitialis), o tatu-bola (Tolipeutes tricinctus), o uacari (Cacajao hosomi), o boto (Inia geoffrensis) e o muriqui-do sul (Brachyteles aracnoides).
No caso dos botos, a exploração é tida como involuntária: os animais acabam sendo presosesportenetsp com brredesesportenetsp com brpesca, mesmo não sendo alvoesportenetsp com brpesca predatória.
De acordo com a WWF, que monitora, desde 1970, 16.704 populações animais, declínioesportenetsp com brpopulaçõesesportenetsp com brvertebrados no períodoesportenetsp com brtodo o mundo éesportenetsp com br60% - mamíferos, peixes, aves, répteis e anfíbios. De lá para cá, houve um declínioesportenetsp com br83% das populaçõesesportenetsp com brágua doce. No caso dos mamíferos, a redução total foiesportenetsp com br22%.
Para efeitos comparativos, entre 1970 e 2010, esse declínio foiesportenetsp com br52%. Ou seja: não estamos conseguindo conter o estrago, quanto menos recuperá-lo. Um dos exemplos mais críticos trazidos pelo relatório é a populaçãoesportenetsp com brelefantes na Tanzânia, que reduziuesportenetsp com br86% desde os anos 1970.
Para se recuperar sozinha do estrago causado pela humanidade, a natureza precisariaesportenetsp com br6 milhõesesportenetsp com branos, diz o documento.
Nos trópicos, principalmente nas Américas Central e do Sul, a deterioração do ecossistema é ainda mais grave - com reduçãoesportenetsp com br89% dessas populações.
A região entre os trópicos é onde está a maior parte da vida do planeta, justamente por conta da questão climática. Ao mesmo tempo, é nesta faixa onde estão também as maiores áreasesportenetsp com brusoesportenetsp com brsolo e dos recursos naturais - as áreas cultivadas para a produçãoesportenetsp com bralimentos.
O desmatamento para o uso intenso da terra tem afetado drasticamente os ecossistemas do planeta.
Segundo a WWF, a taxaesportenetsp com brextinção das espécies hoje - número que indica o riscoesportenetsp com brdesaparecimento das mesmas - éesportenetsp com br100 a 1.000 vezes maior do que era antesesportenetsp com bras atividades humanas começarem a alterar a biologia e a química do planeta.
Isso significa que a Terra vive seu sexto processoesportenetsp com brextinçãoesportenetsp com brmassa nos últimos 500 milhõesesportenetsp com branos. Desta vez, o culpado é uma espécie que habita o planeta - nós, os humanos.
"Preservar a natureza não é apenas proteger os tigres, pandas, baleias e animais que apreciamos. É muito mais: não pode haver um futuro saudável e próspero para os homensesportenetsp com brum planeta com o clima desestabilizado, os oceanos sujos, os solos degradados e as matas vazias, um planeta despojadoesportenetsp com brsua biodiversidade", declarou o diretor-geral da WWF, Marco Lambertini.
Ambientes brasileiros
Em junho, dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente indicavam que a devastação do Cerrado, a savana brasileira, era 60% a mais do que a perda na Amazônia nos últimos sete anos.
No total, foram 80 mil km²esportenetsp com brterras devastadas, contra 50 mil km² da Amazônia.
A região do Cerrado é onde mais se expande o agronegócio brasileiro. Em coletivaesportenetsp com brimprensa realizadaesportenetsp com brjunho, o pesquisador Claudio Almeida, responsável por divulgar os dados, ressaltou que na parte mais ao norte do bioma,esportenetsp com brespecial nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, foi observada a maior incidência do desmatamento nos últimos anos - os Estados respondem por 62% do total perdido.
E é justamente essa região apontada como a nova fronteira do agronegócio brasileiro - dedicada sobretudo à produçãoesportenetsp com brsoja, óleoesportenetsp com brpalma e criaçãoesportenetsp com brgado.
Os números são do monitoramento chamado Prodes do Cerrado, feito por satélite pelo Instituto Nacionalesportenetsp com brPesquisas Espaciais (Inpe). Quando os dados foram divulgados, o Institutoesportenetsp com brPesquisas Ambientais da Amazônia divulgou nota afirmando que a "savana consolida-se como o bioma mais ameaçado do Brasil atualmente".
O desmatamento ocorrido no Brasil tem afetado,esportenetsp com bracordo com o WWF, não só a vida dos animais. Mas também a ofertaesportenetsp com brágua doce - o que ajuda a explicar as recorrentes crises hídricas que têm ocorrido, como a que deixouesportenetsp com brrisco o abastecimento da região Sudeste nos últimos anos.
Isto porque as regiões mais afetadas, onde estão Cerrado e Amazônia, são justamente as que abrigam os principais mananciais da malha hidrográfica brasileira.
De acordo com as metas da convenção da Organização das Nações Unidas para a biodiversidade, pelo menos 17% dos ecossistemasesportenetsp com brcada país precisariam estaresportenetsp com bráreas protegidas para a conservação.
O Brasil, país que tem a maior biodiversidade do planeta, está distante desse número. Apenas 8% do cerrado está protegido. No Pantanal, apenas 2% das áreas estão protegidas.
Planeta
O relatório mostra que três quartos do planeta já foi impactado pela ação humana. Há uma projeção que,esportenetsp com br2050, apenas 10% da Terra esteja livre da interferência humana.
O WWF aponta que os seres humanos já ultrapassaram os limitesesportenetsp com brsegurança quanto às mudanças climáticas e níveisesportenetsp com brinterferência no sistema terrestre. Integridade da biosfera e fluxos biogeoquímicosesportenetsp com brfósforo e nitrogênio também já sofreram interferências humanas tidas como irreversíveis - sobretudo por conta do usoesportenetsp com brfertilizantes na agricultura e do manejo da pecuária intensiva.
Segundo o texto, isto representa um declínio acentuado da "saúde da planetária", da "natureza" e da "biodiversidade". "Prejudicando a saúde o bem-estar das pessoas, espécies, sociedades e economiasesportenetsp com brtodos os lugares", ressalta.
A organização emitiu um alerta vermelho para a degradação do solo e ressaltou que está pertoesportenetsp com brfazer o mesmoesportenetsp com brrelação à acidificação das reservasesportenetsp com brágua doce e dos oceanos.
Uma possível solução apontada para tentar reduzir esses estragos seria o emprego mais eficienteesportenetsp com brtecnologias já disponíveis para a produçãoesportenetsp com bralimentos. Embora tenha havido avanços por conta dos equipamentos e técnicas mais modernas, a WWF acredita que as melhorias cresceramesportenetsp com brforma menor do que o potencialesportenetsp com brdano.
A pegada ecológica do homem, conclui o relatório, está hoje três vezes mais degradante do que eraesportenetsp com br1970.
Um exemplo está no desperdício. Atualmente, cercaesportenetsp com br40% do que é produzido acaba sendo descartado por contaesportenetsp com brfalhas no processoesportenetsp com brprodução, transporte e mesmo dentro das residências.
O relatório frisa que é preciso "elevar o nívelesportenetsp com bralerta" para provocar um amplo e consciente movimento, chamando a atenção "suficiente dos líderes mundiais".
Segundo a ONG, é preciso uma ação consistente antesesportenetsp com br2020, porque, ao contrário, "uma porta sem precedentes se fechará rapidamente".
"Somos a primeira geração que tem uma visão clara do valor da natureza e do nosso impacto nela. Poderemos também ser a última capazesportenetsp com brinverter esta tendência", adverte o relatório.