12 perguntas ainda sem resposta sobre o assassinatoarbety doubleMarielle e Anderson:arbety double

Anderson Gomes e Marielle Franco

Crédito, Arquivo Pessoal/Câmara Municipal do RJ

Legenda da foto, Assassinatoarbety doubleAnderson Gomes e Marielle Franco completa um ano nesta quinta-feira

1. Houve mandante do crime?

Essa é a principal pergunta não respondida até agora, assim como as outras questões ligadas a ela: quem seria esse mandante e qual seriaarbety doublemotivação. A polícia deixou claro na coletivaarbety doubleterça-feira que não tem respostas a elas porque serão objeto da segunda fase das investigações.

Mas entre as informações dadas na terça-feira há indíciosarbety doubleque o assassinato da vereadora foi encomendado, como o fato dele ter sido "meticulosamente planejado", depoimentosarbety doublesuspeitosarbety doubleligação com milíciasarbety doubleque o crime teria custado "R$ 200 mil", e o próprio perfil dos acusados, suspeitosarbety doubleterem realizados outros homicídios earbety doubleenvolvimento com milícias.

2. Havia um terceiro ocupantearbety doubleum dos carros envolvidos no crime?

Marielle, Anderson e uma assessora da vereadora viajavamarbety doubleum carro pelo bairro do Estácio, quando um Cobalt prata emparelhou com o veículo. Os disparos foram dadosarbety doubledentro do Cobalt. A princípio, a polícia afirmou que havia dois ocupantes no carro, que havia aguardado por duas horas a saídaarbety doubleMariellearbety doubleum evento e depois a perseguiu.

Foi divulgado posteriormente que a análisearbety doubleimagensarbety doublecâmerasarbety doublesegurança por meioarbety doubleum programaarbety doublecomputador indicou haver três pessoas no interior do Cobalt prata e que isso teria sido difícilarbety doubleidentificar por conta da película escura usada nos vidros do veículo.

Na terça-feira, no entanto, Giniton Lages, chefe da Delegaciaarbety doubleHomicídios da Capital, responsável pela investigação, disse que a hipótese mais provável éarbety doubleque apenas Lessa e Queiroz estavam no Cobalt prata usado no crime.

"Análisearbety doubleimagem é bastante delicado, precisaarbety doubleferramentas. Numa primeira leitura, tínhamos o desenhoarbety doubletrês pessoas no carro. Em análise mais recente, porém, estamos caminhando para confirmaçãoarbety doubleum motorista e uma pessoa no bancoarbety doubletrás, sem carona", disse Lages.

Esse aspecto da investigação ainda será aprofundado na próxima fase da investigação,arbety doubleacordo com o delegado. Porarbety doublevez, o MP-RJ diz categoricamente que não havia uma terceira pessoa no veículo.

3. Por que Marielle entrou na mira dos criminosos pouco tempo depoisarbety doubleassumir o cargoarbety doublevereadora?

O crime teria sido "meticulosamente planejado" nos três meses anteriores ao crime, segundo o Grupoarbety doubleAtuação Especialarbety doubleCombate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ). Isso significa que Marielle passou a ser um alvo antes mesmoarbety doublecompletar um ano como vereadora.

Segundo a denúncia, "é inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executadaarbety doublerazão da atuação política na defesa das causas que defendia".

"É surpreendente que a Marielle tenha incomodado tantoarbety doubletão pouco tempo", disse a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) à BBC News Brasil. "Por que logo a Marielle? Qual foi o ponto crítico? O que ela fez especificamente para ser morta?"

Marielle foi a quinta candidata mais votada nas eleições municipaisarbety double2016, com 46.502 votos, emarbety doubleprimeira disputa eleitoral.

Na Câmara, era um dos quatro relatoresarbety doubleuma comissão criadaarbety doublefevereiro para monitorar a intervenção federalarbety doublesegurança pública no Estado do Rio. Também presidia a Comissãoarbety doubleDefesa da Mulher e havia proposto projetosarbety doublelei voltados à defesaarbety doubledireitosarbety doubleminorias e a assistência social.

Entre eles estavam a criaçãoarbety doubleespaçoarbety doubleacolhidaarbety doublecrianças durante a noite, enquanto seus pais estudam ou trabalham, uma campanha permanentearbety doubleconscientização sobre assédio e violência sexual, um estudo periódicoarbety doubleestatísticas sobre mulher atendidas por serviços públicos da cidade, a ofertaarbety doubleassistência técnica gratuitaarbety doublehabitação para famíliasarbety doublebaixa renda e um diaarbety doublecombate à LGBTfobia.

Em entrevista coletiva na manhãarbety doubleterça-feira, Lages disse que um dos acusados, Lessa, tem "obsessão por personalidades que militam à esquerda".

Giniton Lages, chefe da Delegaciaarbety doubleHomicídios do Rio,arbety doublecoletivaarbety doubleimprensa

Crédito, AFP

Legenda da foto, Segundo o delegado Giniton Lages, um dos acusados, Lessa, tem "obsessão por personalidades que militam à esquerda"

"Numa análise do perfil dele, você percebe ódio e desejoarbety doublemorte, você percebe alguém capazarbety doubleresolver diferenças dessa forma (matando)", afirmou o delegado.

Essa interpretação foi corroborada pelo MP-RJarbety doubleentrevista coletiva na tarde desta terça-feira. A promotora Simone Sibilio, coordenadora do Gaeco, disse que os acusados agiram por "motivo torpe" e que Lessa teria matado a vereadora por "repulsa" aarbety doubleatuação política. Anderson teria sido incluído como alvo para dificultar a solução do crime.

O MP-RJ não exclui, no entanto, que tenha havido outras motivações, nem que o crime tenha sido encomendado por outras razões.

4. Os acusados têm relação com a milícia Escritório do Crime, que atuaarbety doubleRio das Pedras?

Durante a maior parte das investigações, era apurado se o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial Orlando Oliveiraarbety doubleAraújo, conhecido como Orlandoarbety doubleCuricica, atualmente preso por chefiar uma milícia, foram os mandantes do crime. Os dois sempre negaram ter envolvimento no caso.

Em setembro do ano passado, Orlandoarbety doubleCuricica denunciou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que estaria sendo coagido pela Delegaciaarbety doubleHomicídios do Rio a assumir a autoria do crime.

Na época, segundo o jornal O Globo, ele também afirmou que Marielle e Anderson foram mortos pela milícia Escritório do Crime, que atuaarbety doubleRio das Pedras, na zona oeste da cidade. A execução do crime teria custado R$ 200 mil. Curicica afirmou ainda que, embora soubesse quem havia matado a vereadora, desconhecia a motivação.

Porém, segundo o MP-RJ, não há provas contundentes do envolvimentoarbety doubleLessa com milícias. Mas isso ainda está sendo investigado, porque há indíciosarbety doublesua "participaçãoarbety doubleatividade paramilitar", ainda que nãoarbety doubleRio das Pedras, masarbety doubleoutras áreas da cidade.

O órgão afirma que ele é suspeitoarbety doubleter cometido homicídios ligados à contravenção (jogo do bicho). O mesmo motivo levou à instauração do processo que culminou com a expulsãoarbety doubleQueiroz da PM. De acordo com o MP, os dois são amigos.

À BBC News Brasil, Marinete Silva, mãearbety doubleMarielle, questionou por que milicianos teriam encomendado a mortearbety doublesua filha: "Marielle não atuava nessas áreas. As cobranças que ela fazia eramarbety doublecimaarbety doublevárias questões nas quais ela acreditava. Não era direcionada a milícia. As pautas que ela defendia eram as da mulher negra, dos direitos humanos,arbety doubledefender o outro".

5. Há algum laço entre os suspeitos e o vereador Marcello Siciliano e o ex-PM Orlandoarbety doubleCuricica, apontados como suspeitosarbety doubletramar o crime?

A linhaarbety doubleinvestigação que apurava se Siciliano e Orlandoarbety doubleCuricica seriam os mandantes do crime perdeu força, segundo uma reportagem do Globo, a partirarbety doubleapurações paralelas realizadas pela Polícia Federal.

Isso ocorreu após uma testemunha, o PM Rodrigo Ferreira, voltar atrás nas declarações que implicavam os dois suspeitos. Segundo o delegado Giniton Lages, esta pessoa pode ser responsabilizada por falso testemunho caso isso seja provado. As autoridades não souberam informar o que teria motivado estas declarações.

No entanto, Lages disse que a hipótese do envolvimentoarbety doubleSiciliano e Curicica não está totalmente descartada, mas não esclareceu se existe algum indício que ligue os dois acusados presos nesta terça àqueles que eram tratados na maior parte do último ano como os principais suspeitos pelo crime.

6. Como as armas e munições usadas no crime foram extraviadas das polícias civil e federal?

A polícia identificou que uma submetralhadora HK MP5,arbety doubleorigem alemã e calibre 9mm, foi empregada no crime. Trata-searbety doubleuma armaarbety doubleuso restrito no Brasil, utilizadas por forças especiais.

Cinco unidadesarbety doublesubmetralhadoras deste modelo teriam desaparecido do arsenal da Polícia Civil, algo que foi identificadoarbety doubleum recadastramento feitoarbety double2011.

Porarbety doublevez, as balas usadas eram do lote UZZ18, vendido à Polícia Federalarbety double2006 e ligado a outros crimes. Raul Jungmann, então ministroarbety doubleSegurança Pública, disse logo após o assassinatoarbety doubleMarielle e Anderson que a munição foi roubada "anos atrás" na sede dos Correios na Paraíba. Os Correios afirmaram não ter registro disso.

As investigações não revelaram até o momento quem estaria por trás destes desviosarbety doublemunição e armas nem como elas teriam chegado aos acusados.

Retratoarbety doubleMarinete Silva, mãearbety doubleMarielle

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Mãearbety doubleMarielle, Marinete Silva diz que a vereadora não atuavaarbety doublequestões relacionadas a milícias

7. De quem são as digitais encontradas nas cápsulas achadas na cena do crime?

Durante as investigações, a polícia encontrou fragmentosarbety doubledigitaisarbety doublenove cápsulasarbety doublemunição achadas na cena do crime. Os fragmentos seriam insuficientes para identificar os autores dos disparos, mas poderiam ser confrontadas com as digitaisarbety doublepossíveis suspeitos.

No entanto, nas duas coletivasarbety doubleimprensa realizadas nesta terça-feira, nada foi divulgado neste sentido.

8. De onde veio o Cobalt prata usado no crime?

A origem do Cobalt prata usado pelos dois acusados ainda é um mistério. O número daarbety doubleplaca foi clonado, e o veículo registrado sob a numeração foi encontrado na Zona Sul do Rio, estacionado na garagemarbety doubleuma cuidadoraarbety doubleidosos.

De acordo com o MP-RJ, a investigação mostrou que o Cobalt já circulava pelo Rioarbety doubleJaneiro desde 2016 e que ele foi comprado especialmente para a execução do crime.

Imagensarbety doublecâmeraarbety doublesegurança mostraram que o carro estava na Barra da Tijuca horas antes do crime. Sua identificação foi possível por características do veículo, como um "defeito traseiro inconfundível".

Mas ainda não se sabearbety doubleonde o Cobalt veio nem o percurso que realizou após o assassinato.

365 DIAS DE INVESTIGAÇÃO

A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes (foto) são executados a tirosarbety doubletorno das 21h30 no bairro do Estácio, na região central do Rio, após deixarem um evento no local. Uma assessoraarbety doubleMarielle que estava no mesmo carro fica ferida por estilhaços, mas escapa com vida.

Imagens obtidas pela polícia mostram um Cobalt prata com placa clonada paradoarbety doublefrente ao local do evento. Os três homens no interior do carro aguardaram por duas horas a saída da vereadora.

TV Globo divulga que uma pistola 9mm, calibrearbety doubleuso restrito no Brasil, foi usada no crime. As balas são do lote UZZ18, vendido à Polícia Federal (PF)arbety double2006 e ligado a outros crimes. Raul Jungmann, então ministroarbety doubleSegurança Pública, diz que balas foram roubadas "anos atrás" na sede dos Correios na Paraíba. Os Correios dizem não ter registro disso.

O portal G1 apura que cinco das 11 câmeras da Secretariaarbety doubleSegurança no trajeto da vereadora estavam apagadas no momento do crime. O jornal Extra diz que elas foram desligadas entre 24 e 48 horas antes.

Após duas semanasarbety doublemanifestações pedindo a solução do crime (na foto, manifestação ocorrida no dia 18 na favela da Maré), o General Richard Nunes, então secretárioarbety doubleSegurança Pública do Rio, diz à Globonews que assassinato foi "crime político", motivado pela atuaçãoarbety doubleMarielle.

O líder comunitário Carlos Alexandre Pereira Maria, o Cabeça, é morto a tiros na Taquara, na Zona Oeste do Rio. Ele era colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS), posteriormente apontado por uma testemunha como mandante do crime, e teria envolvimento com uma milícia.

Laudo mostra que Marielle morreu com quatro tiros no lado direito da cabeça. Anderson foi atingido nas costas por três balas. Fragmentosarbety doubledigitaisarbety doublenove cápsulas achadas na cena do crime são insuficientes para identificar os autores dos disparos.

A TV Record apura que a arma usada no crime foi uma submetralhadora HK MP5 usada por forças especiais do Rio. A reconstituição do crime (foto) confirma o uso da arma. A Record diz ainda que o carroarbety doubleque estavam Marielle e Anderson foi deixado no pátio da delegacia sem cuidados especiais e que seus corpos não passaram por raio-x porque o Estado estaria sem equipamento.

O policial militar Rodrigo Ferreira aponta o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial Orlando Oliveiraarbety doubleAraújo, o Orlandoarbety doubleCuricica (foto), preso por chefiar a milíciaarbety doubleBoiúna, como mandantes do crime. Ações comunitáriasarbety doubleMarielle teriam interferidoarbety doubleinteressesarbety doublemilicianos. Ambos negam as acusações.

Thiago Bruno Mendonça, o Thiago Macaco, é preso, acusadoarbety doublematar Cabeça. Ele foi apontado por uma testemunha como um ex-miliciano ligado a Orlandoarbety doubleCuricica e acusadoarbety doubleser o responsável por clonar a placa do Cobalt prata usado na execuçãoarbety doubleMarielle.

Manifestações continuam marcando aniversários da mortearbety doubleMarielle e Anderson e pedindo respostas (na foto, manifestaçãoarbety double12arbety doublejulho no centro do Rio).

O policial militar reformado Alanarbety doubleMorais Nogueira, o Cachorro Louco, é preso suspeito sob a acusaçãoarbety doubleparticipar da milíciaarbety doubleOrlandoarbety doubleCuricica. Ele é suspeitoarbety doubleser um dos ocupantes do carro dos atiradores.

A TV Globo apura que os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi (fotos), todos do MDB, passam a ser investigados. Os três estão presos, acusadosarbety doubleterem recebido propinasarbety doubleempresasarbety doubleônibus. Eles teriam se envolvido na mortearbety doubleMarielle como retaliação ao hoje deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que liderou uma ação para barrar a possearbety doubleAlbertassi no Tribunalarbety doubleContas do Rioarbety doubleJaneiro. Eles negam as acusações.

Raul Jungmann sugere que a PF assuma a investigação, mas sugestão é rejeitada pelo Gabinetearbety doubleIntervenção e pelo MP-RJ. Quatro dias depois, a promotoria estadual volta atrás e aceita a colaboração.

Orlandoarbety doubleCuricica denuncia à PGR que estaria sendo coagido pela Delegaciaarbety doubleHomicídios do Rio a assumir a execução do crime. Segundo o jornal O Globo, ele diz que Marielle e Anderson foram mortos pela milícia Escritório do Crime, que a execução teria custado R$ 200 mil e que, embora saiba quem matou a vereadora, desconhece a motivação dos criminosos.

O MP-RJ diz ter identificado características físicas do atirador e novos locais por onde circulou o carro usado pelos executores. Não são divulgados detalhes.

A Polícia Civil cumpre mandadosarbety doubleprisãoarbety double15 endereços no Rio earbety doubleMinas Gerais contra integrantesarbety doublemilícias, alguns deles suspeitosarbety doubleparticipar do crime. É a primeira operaçãoarbety doubleprisão ligada à mortearbety doubleMarielle e Anderson.

Cinco suspeitos são presos, entre eles o major da PM Ronald Pereira Alves, o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, ambos apontados como chefes da milícia Escritório do Crime, e o tenente reformado Maurício Silva da Costa, que seria chefe da milíciaarbety doubleRio das Pedras. Todos negam envolvimento no crime.

A principal linhaarbety doubleinvestigação,arbety doubleque Orlandoarbety doubleCuricica e Marcelo Siciliano (foto) seriam os mandantes do crime, perde força após apuração feita por uma força-tarefa da PF, segundo o jornal O Globo. A PF apura possíveis ações para dificultar as investigações.

Polícia civil e promotores do MP-RJ prendem dois suspeitos da mortearbety doubleMarielle e Anderson. Ronnie Lessa (foto à esq.), policial militar reformado, teria sido o autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista. Élcio Vieiraarbety doubleQueiroz (foto à dir.), ex-policial militar, estaria dirigindo o Cobalt prata.

9. Quem clonou a placa do Cobalt prata e quando?

Em maio do ano passado, Thiago Bruno Mendonça foi preso acusadoarbety doublematar o líder comunitário Carlos Alexandre Pereira Maria, o Cabeça. Mendonça era colaboradorarbety doubleSiciliano e foi apontado por uma testemunha como um ex-miliciano ligado a Orlandoarbety doubleCuricica.

Thiago era suspeitoarbety doubleter envolvimento na execução da vereadora earbety doubleseu motorista. Seria o responsável por clonar a placa do Cobalt prata.

Depois,arbety doubledezembro, a Polícia Civil cumpriu mandadosarbety doubleprisãoarbety double15 endereços no Rio earbety doubleMinas Gerais contra integrantesarbety doublemilícias, alguns deles suspeitosarbety doubleparticipar do crime. Segundo o jornal O Globo, o alvo seria uma quadrilha especializada na clonagemarbety doubleveículos.

Porém, nada foi revelado por autoridades até agora sobre quem teria colaborado com esta fraude.

10. Quem desligou as câmerasarbety doublesegurança no trajetoarbety doubleMarielle e Anderson?

Cinco das onze câmeras que ficam no trajeto percorrido pelos assassinosarbety doubleMarielle e Anderson estavam apagadas naquela noite. Elas teriam sido desligadasarbety double24 a 48 horas antes do crime, segundo apurou o site G1.

Apesararbety doubleter sido um dos principais desdobramentos do início da investigação, a Polícia Civil descarta agora que este fato tenha relação com o homicídio.

O delegado Giniton Lages afirmou na terça não haver qualquer prova que indique que agentes públicos teriam desligado os aparelhos propositalmente, para proteger os criminosos.

Retrato do policial militar reformado Ronnie Lessa e do ex-policial militar Elcio Vieiraarbety doubleQueiroz

Crédito, AFP

Legenda da foto, Ronnie Lessa teria feito os disparos contra Marielle e Anderson e Elcio Vieiraarbety doubleQueiroz teria dirigido o veículo usado no crime

11. Houve um desfecho para a segunda linhaarbety doubleinvestigação que apurava o envolvimentoarbety doubledeputados do MDB?

Em agosto, abriu-se uma nova linhaarbety doubleinvestigação. Três deputados estaduais do MDB, Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani, passaram a ser investigados,arbety doubleacordo com a TV Globo

Atualmente presos, acusadosarbety doubleterem recebido propinasarbety doubleempresasarbety doubleônibus, eles teriam se envolvido no crime como uma retaliação ao deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) quando ele ainda atuava como deputado estadual.

Freixo liderou uma ação para impedir a possearbety doubleAlbertassi como conselheiro do Tribunalarbety doubleContas do Rioarbety doubleJaneiro, que seria uma forma do trio escapar da investigação do braço da operação Lava Jato no Estado. Eles negam todas as acusações.

Nas coletivasarbety doubleterça-feira, não foi divulgado se esta apuração deu frutos ou se o trioarbety doublepolíticos ainda é suspeitoarbety doublealgum envolvimento no caso.

Em entrevista à BBC News Brasilarbety doublejaneiro, Freixo disse ter falado sobre essa possibilidade com autoridades, mas afirmou er estranhando que isso não tenha recebido muita atenção à época.

Questionado na terça-feira sobre o assunto, o deputado afirmou no entanto que "não cabe a ele fazer ilações sobre quem seria o grupo político por trás do assassinato".

"Cabe aos investigadores identificar, e isso não pode demorar mais um ano. A partir do momento que se identifica quem apertou o gatilho, se facilita saber quem mandou matar", declarou.

12. Houve negligência ou tentativaarbety doublefraude nas investigações?

A pedido da PGR, a Polícia Federal instaurou,arbety doublenovembroarbety double2018, uma "investigação da investigação" do caso Marielle. Havia a suspeitaarbety doubleque agentes do Estado estariam atuando para obstruir a elucidação do crime.

Segundo disse à época o então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, essa segunda apuração foi criada após depoimentos ao Ministério Público Federal darem contaarbety doubleque havia "uma organização criminosa envolvendo agentes públicosarbety doublediversos órgãos, organização criminosa e a contravenção para impedir, para obstruir, para desviar a elucidação dos homicídiosarbety doubleMarielle e do Anderson Gomes".

O ex-ministro já havia afirmadoarbety doubleagosto que o envolvimentoarbety doubleagentes do Estado earbety doublepolíticos no crime dificultava seu esclarecimento. A investigação da PF seguearbety doublesigilo.

Antes,arbety doublemaio, uma reportagem da TV Record apontou que o carroarbety doubleque estavam Marielle e Anderson havia sido deixado no pátio da delegacia sem cuidados especiais para a preservaçãoarbety doubleprovas e que os corpos das vítimas não passaram por raio-x porque o Estado estaria sem equipamento.

Existe ainda outro indício da participação do poder público para acobertar os responsáveis, que ainda não foi confirmado.

Segundo a promotora Simone Sibilo, do Gaeco, a operaçãoarbety doubleterça-feira foi adiantada, porque os investigadores receberam a informaçãoarbety doubleque os acusados teriam sido alertadosarbety doubleque seriam presos. De acordo com Sibilo, Lessa disse no momento da operação que sabia quando a polícia agiria.

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