Maioria entre indecisos, mulheres365bet bonusmenor renda podem definir eleição presidencial:365bet bonus
Cruzamentos das respostas365bet bonusintenção voto disponibilizados pelo Datafolha a pedido da BBC News Brasil mostram que o percentual365bet bonusindecisão das eleitoras é ainda maior entre as365bet bonusmenor renda (45% das que ganham até dois salários mínimos) e supera metade do eleitorado feminino no Nordeste (52% das moradoras daquele região estão sem candidato).
Em meio a essa indefinição, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) desponta como líder nas pesquisas com até 19%365bet bonusintenção365bet bonusvoto, apoiado principalmente pelo eleitorado masculino, seguido dos outros pré-candidatos Marina Silva (Rede, com até 15%), Ciro Gomes (PDT, até 11%) e Geraldo Alckmin (PSDB, máximo365bet bonus7%).
Se considerado apenas o eleitorado feminino, a líder é Marina, com 17%, contra 12%365bet bonusBolsonaro, aponta o Datafolha – entre os homens, a situação se inverte, com os dois recebendo 12% e 26%, respectivamente. Quando analisada a renda, a ex-senadora é líder apenas entre as pessoas com até dois salários mínimos, enquanto o deputado aparece na ponta365bet bonustodas as outras faixas. O mesmo acontece regionalmente: ela està à frente no Nordeste, e ele,365bet bonustodas as outras regiões.
Diante do alto número365bet bonusindecisas, o candidato que conseguir atrair o eleitorado feminino365bet bonusmenor renda,365bet bonusboa parte órfão365bet bonusLula, terá mais chances365bet bonuspassar ao segundo turno, afirma Rafael Cortez, cientista político da consultoria Tendências.
"A definição do cenário deve vir mais da redução dos indecisos do que da mudança365bet bonusquem já escolheu um candidato. Nesse sentido, a mulher da baixa renda do Nordeste é o primeiro eleitor que pode mudar a cara da campanha", avalia Cortez.
"Difícil saber como o eleitorado feminino vai se comportar, mas sem dúvida elas vão ser importantes para definir (a eleição) porque os votos brancos e nulos vão ser disputados a tapa", acredita também a cientista social e antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, professora na Universidade Federal365bet bonusSanta Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, que estuda o eleitor365bet bonusBolsonaro ao lado da antropóloga Lúcia Scalco.
Por que muitas delas não têm candidato?
O cientista político Antonio Lavareda, professor da Universidade Federal365bet bonusPernambuco (UFPE), ressalta que programas sociais importantes criados no governo Lula são focados nas mulheres chefes365bet bonusfamília – elas que365bet bonusgeral recebem o benefício do Bolsa Família ou ficam com a escritura do imóvel no Minha Casa, Minha Vida.
Na365bet bonusopinião, isso ajuda a explicar porque muitas gostariam365bet bonusvotar nele e ficam indecisas com365bet bonusretirada da disputa.
"Quanto a Bolsonaro, posturas francamente misóginas do candidato colidem com a aspiração das mulheres365bet bonusreconhecimento e, ainda mais,365bet bonusempoderamento. Vai ser difícil para ele diminuir o gap (buraco)365bet bonusgênero revelado nas suas intenções365bet bonusvoto", opina ele.
Mas embora o índice365bet bonusmulheres sem candidato recue para 26% no cenário do Datafolha365bet bonusque Lula é apresentado na disputa, a taxa continua superior à dos homens (15%).
Para analistas ouvidas pela BBC News Brasil, a indefinição maior das eleitoras nos diversos cenários se explica pela exclusão das mulheres da política. Hoje elas somam apenas um décimo dos parlamentares no Congresso Nacional, e são só duas dos 27 governadores do país – Cida Boghetti (PP), no Paraná, e Suely Campos (PP),365bet bonusRoraima.
Pinheiro-Machado, que pesquisa há um década a relação dos jovens com a política, conta que, ao fazer entrevistas no último ano365bet bonusescolas365bet bonusperiferia no Paraná, tem observado um desinteresse das garotas365bet bonusdiscutir os candidatos, enquanto os rapazes costumam mostrar um conhecimento sobre Lula e uma simpatia por Bolsonaro – atraídos por365bet bonusimagem365bet bonusmasculinidade, associada a temas como a defesa da posse365bet bonusarmas.
"É bastante natural que as mulheres tenham um ressentimento porque a política brasileira é muito patriarcal. O brasileiro médio não se vê representado pelas estruturas365bet bonuspoder político, e a mulher menos ainda", concorda a cientista política Esther Solano, professora da Universidade Federal365bet bonusSão Paulo (Unifesp).
Para Malu Gatto, professora365bet bonuspolítica latino-americana na Universidade College London, na Inglaterra, o contexto político conturbado do país hoje ajuda a explicar porque a indefinição neste ano é ainda maior do que na eleição passada.
Como as candidaturas ainda não estão fechadas e os presidenciáveis ainda não estão365bet bonuscampanha, o eleitorado não tem informação suficiente para definir o voto, observa.
Além disso, é evidente uma alta da desconfiança na política após sucessivos escândalos365bet bonuscorrupção e uma troca365bet bonusgoverno – a entrada365bet bonusMichel Temer (PMDB) no lugar365bet bonusDilma – que não devolveu o otimismo aos brasileiros.
A pesquisa do Datafolha mostra que o aumento365bet bonuseleitoras sem candidato agora365bet bonuscomparação com junho365bet bonus2014 se deve ao forte crescimento das que pensam365bet bonusvotar nulo ou branco (de 18% para 33%). O índice das que respondem não saber365bet bonusquem votar, por365bet bonusvez, caiu no período (de 16% para 8%).
"Estudos da psicologia comportamental mostram que mulheres tendem a correr menos riscos. Então essa falta365bet bonusinformação sobre os candidatos, combinada a um contexto365bet bonusgrande desconfiança na classe política, pode estar levando as mulheres a estarem menos dispostas a declarar voto a um candidato especifico tão cedo", ressalta Gatto.
Clareza nas propostas
A BBC News Brasil conversou com três mulheres nordestinas sobre365bet bonusindecisão para o pleito presidencial – todas afirmaram que ainda esperam o quadro365bet bonuscandidatos se definir melhor para pesquisar sobre eles e decidir seu voto.
Além da indefinição, outro fator que une as três é uma rejeição a Bolsonaro. Os números do Datafolha mostram que o deputado tem apenas 4%365bet bonusintenção365bet bonusvoto entre as nordestinas, enquanto entre os homens da região o índice chega a 19%.
"Tenho um grupo365bet bonusWhatsApp com parte da família apenas para discussão365bet bonuspolítica. São quatro mulheres e cerca365bet bonusquinze homens, a maioria deles vota no Bolsonaro", diz Priscila365bet bonusAraújo Barbosa,365bet bonus34 anos, assistente administrativa no Recife.
Antiga eleitora365bet bonusLula, ela diz, por outro lado, que também não teria intenção365bet bonusvotar nele dessa vez porque acredita ser momento365bet bonusrenovação. Para definir seu voto, está365bet bonusbusca365bet bonushonestidade sobre a realidade do país e clareza nas propostas.
"O principal é ser extremamente honesto, que diga: 'a situação real da economia é essa, da política é essa, vamos trabalhar365bet bonuscima disso'. Acho que acaba sendo uma utopia", afirma, desanimada, mas ressaltando que não quer "desperdiçar o direito ao voto" optando pelo branco ou nulo.
Já Elaine Cristina Gurgel,365bet bonus39 anos, professora e gestora365bet bonusuma escola municipal365bet bonusJanduís, no oeste do Rio Grande do Norte, faz parte da maioria365bet bonusnordestinas que gostaria365bet bonusvotar365bet bonusLula – o petista aparece com 52%365bet bonusintenção365bet bonusvoto entre as mulheres da região.
Ela acredita que a condenação do ex-presidente é fruto365bet bonusperseguição política e atribui a ele a melhoria nas condições365bet bonusvida dos mais pobres.
Ainda assim, decepcionada com Dilma, Gurgel diz que não sabe se votará365bet bonusnovo365bet bonusum candidato apoiado por Lula e cogita anular seu voto pela primeira vez.
"Dilma não atingiu as expectativas que esperávamos. Eu tenho medo que aconteça a mesma coisa ou até pior com esse nome que ele venha a apresentar. Poderei votar, mas vou ter que fazer uma análise", afirmou.
Mas não são apenas as eleitoras mais fiéis ao PT que estão indecisas. A baiana Juliana Muniz Gonçalves,365bet bonus26 anos, que atualmente trabalha como vendedora365bet bonusbrigadeiros365bet bonusIrecê, no interior do estado, foi favorável ao impeachment365bet bonusDilma.
Agora, porém, diz que prefere anular o voto a dá-lo a algum candidato apoiado pelo presidente Temer. Ela rechaça Bolsonaro, que classifica365bet bonus"homofóbico" – algo que o pré-candidato nega ser.
Dos principais nomes que hoje se apresentam para a disputa, ela diz que Ciro e Marina são nomes que está disposta a avaliar. Na última eleição, ela queria votar365bet bonusEduardo Campos (PSB), que acabou morto365bet bonusum acidente365bet bonusavião. Sem essa opção, não lembra qual número escolheu na urna.
Desconfiada dos políticos365bet bonusgeral, ela reconhece ter pouca "consciência política".
"Esse ano eu não consigo ver um candidato, até porque não foram lançados mesmo os candidatos a presidente. E eu tento fugir365bet bonusqualquer discussão política no Facebook, ou qualquer outra coisa", disse.