Recordeestratégia apostas esportivashomicídios e estuprosestratégia apostas esportivascrianças: 9 dados que você precisa saber sobre a violência no Brasil:estratégia apostas esportivas

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Polícia faz investigação criminal na área do homicídioestratégia apostas esportivasMarielle Franco, assassinados no Rioestratégia apostas esportivasJaneiroestratégia apostas esportivasmarçoestratégia apostas esportivas2018.

1) Número recorde

As 62.517 vítimasestratégia apostas esportivashomicídio no Brasil,estratégia apostas esportivas2016, representam um recorde. É 5% mais do que no ano anterior e 14% mais do que o registrado dez anos antes. Ao longo da décadaestratégia apostas esportivas2006 a 2016, o aumento do númeroestratégia apostas esportivasmortes foi praticamente contínuo, saindo do patamarestratégia apostas esportivas49,7 mil mortes até chegar aos números mais recentes.

A taxaestratégia apostas esportivashomicídiosestratégia apostas esportivas30,3 por 100 mil habitantes, também recorde, coloca o Brasil entre os países mais violentos do mundo. A taxa mundial é menor que 10 entre 100 mil habitantes. A taxa média do continente americano, o mais violento do mundo, é metade da taxa brasileira.

Os números do Brasil podem ser ainda maiores. Alguns estudos já demonstraram que grande parte das mortes registradas como "causa indeterminada" no Brasil, especialmente as provocadas por armaestratégia apostas esportivasfogo, seriam na verdade homicídios.

Se o cálculoestratégia apostas esportivasvítimas incluísse as mortes indeterminadas por armaestratégia apostas esportivasfogo, por exemplo, o númeroestratégia apostas esportivasvítimas chegaria a 63.569.

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Legenda da foto, Forçasestratégia apostas esportivassegurançaestratégia apostas esportivasoperação no Rioestratégia apostas esportivasJaneiro

2) 1estratégia apostas esportivascada 10 mortes no país foi homicídio

De acordo com o Atlas da Violência, 9,7%estratégia apostas esportivastodos os óbitos do Brasilestratégia apostas esportivas2016 foram homicídios. Isso significa que,estratégia apostas esportivascada 10 mortes, uma foi assassinato.

Entre os jovens, essa proporção é ainda mais expressiva. Assassinatos foram as causasestratégia apostas esportivasmetade das mortes na faixa etáriaestratégia apostas esportivas15 a 19 anosestratégia apostas esportivas2016 no Brasil.

3) Norte é a região mais violenta do Brasil

Esqueça Rioestratégia apostas esportivasJaneiro e São Paulo. Há maisestratégia apostas esportivasuma década, o Sudeste não está entre as regiões mais violentas do país. A região Norte fica no topo do ranking.

Até 2006, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte tinham taxasestratégia apostas esportivashomicídio parecidas,estratégia apostas esportivastornoestratégia apostas esportivas25 por 100 mil habitantes. A partir daí, os números começaram a se distanciar. Enquanto a violência no Sudeste começou a cair, se aproximando dos níveis do Sul do país, passou a aumentar continuamente nas outras três regiões.

Uma das razões por trás dessa migração da violência do Sudeste para o Norte-Nordeste é a mudança das dinâmicas do crime organizado. O Primeiro Comando da Capital (PCC),estratégia apostas esportivasSão Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rioestratégia apostas esportivasJaneiro, passaram a disputar territóriosestratégia apostas esportivasoutras regiões do país. Ao longo desse processo, diversas facções criminosas surgiram ou se fortaleceram no Norte-Nordeste, como a Família do Norte (FDN).

De 2011 a 2015, o Nordeste foi a região mais violenta do país. Mas,estratégia apostas esportivas2016, o Norte assumiu a liderança, com um aumentoestratégia apostas esportivasmaisestratégia apostas esportivas10%estratégia apostas esportivasum ano para outro.

Veja na tabela abaixo as taxasestratégia apostas esportivashomicídio para cada região do país:

4) São Paulo tem queda contínua nos números

A taxaestratégia apostas esportivashomicídiosestratégia apostas esportivasSão Paulo tem apresentado queda desde 2006. Naquele ano, o número eraestratégia apostas esportivas20,4 por 100 mil habitantes. Esse foi o ano dos maiores ataques do PCC, que paralisaram a capital e parte do Estado. Como reação, dezenasestratégia apostas esportivaspessoas foram mortas pela polícia nos meses posteriores.

No ano seguinte, subitamente, a taxa caiuestratégia apostas esportivas24%, para cercaestratégia apostas esportivas15 por 100 mil. Em 2016, chegou ao menor patamar já registrado,estratégia apostas esportivas10,9 por 100 mil.

"São Paulo continua numa trajetória consistenteestratégia apostas esportivasdiminuição das taxasestratégia apostas esportivashomicídios, iniciadaestratégia apostas esportivas2000, cujas razões ainda hoje não são inteiramente compreendidas pela academia", afirma o Atlas da Violência 2018.

Entre os fatores para a queda da violênciaestratégia apostas esportivasSão Paulo, o estudo cita políticasestratégia apostas esportivascontroleestratégia apostas esportivasarmasestratégia apostas esportivasfogo, melhorias no sistemaestratégia apostas esportivasinformações criminais e na organização policial, envelhecimento da população, alémestratégia apostas esportivasum aspecto controvertido: a hipótese da "pax (paz) monopolista do PCC, quando o tribunal da facção criminosa passou a controlar o uso da violência letal, o que teria diminuído homicídiosestratégia apostas esportivasalgumas comunidades".

O governoestratégia apostas esportivasSão Paulo sempre repeliu a hipóteseestratégia apostas esportivasque o fortalecimento e o monopólio do PCC no Estado poderiam estar por trás da redução da violência.

Crédito, Amanda Rossi

Legenda da foto, Variação das taxasestratégia apostas esportivashomicídio por Estado, entre 2006 e 2016. Quanto mais escura a região, maior o aumento. Fonte: Atlas da Violência 2018

5) Acre é o Estado onde a violência mais aumenta

Na outra ponta, está o Acre, na Amazônia, o Estado brasileiro onde os homicídios mais aumentaramestratégia apostas esportivas2015 para 2016. O crescimento foiestratégia apostas esportivas65%, contra 5%estratégia apostas esportivasacréscimo no Brasil como um todo.

O principal motivo por trás do aumento da violência no Acre é uma guerraestratégia apostas esportivasfacções criminosas pelo controle do tráficoestratégia apostas esportivasdrogas na região. O Estado faz fronteira com a Bolívia e o Peru, importantes produtoresestratégia apostas esportivascocaína. Por voltaestratégia apostas esportivas2013, uma nova facção surgiu no Acre, o Bonde dos 13, aliado do PCC e rival do CV.

A violência no Acre tem requintesestratégia apostas esportivascrueldade. Uma formaestratégia apostas esportivasmorte frequente são as decapitaçõesestratégia apostas esportivasrivais, muitas vezes filmadas e distribuídas por WhatsApp. Leia mais sobre a situação do Acre nessa reportagem da BBC Brasil.

6) Risco para homens jovens é maior

A maior parte das pessoas assassinadas no Brasil é jovem. Das 62 mil vítimasestratégia apostas esportivashomicídio, 33,6 mil tinham entre 15 e 29 anos - na grande maioria, homens.

Enquanto a taxaestratégia apostas esportivashomicídio na populaçãoestratégia apostas esportivasgeral éestratégia apostas esportivas30,3 por 100 mil, entre os jovens éestratégia apostas esportivas65,5 por 100 mil. Em outras palavras, entre os jovens, o riscoestratégia apostas esportivasmorrer assassinado é mais do que o dobro da média da população.

Já entre os homens jovens, a situação é pior ainda: 123 homicídios a cada grupoestratégia apostas esportivas100 mil. É quatro vezes a média do Brasil.

Além disso, entre os jovens, o riscoestratégia apostas esportivashomicídio está crescendo mais que o do conjunto da população. Houve um aumentoestratégia apostas esportivas7,4% entre 2015 e 2016, contra 5% no paísestratégia apostas esportivasgeral. Novamente, o Acre teve a maior piora - aumentoestratégia apostas esportivas85% no assassinatoestratégia apostas esportivasjovensestratégia apostas esportivasum ano para o outro.

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Legenda da foto, Protesto contra homicídioestratégia apostas esportivasjovens negros no Brasil; entre negros, o riscoestratégia apostas esportivasmorrer assassinado é muito maior que entre brancos.

7) Númeroestratégia apostas esportivasvítimas negras aumentou, enquanto oestratégia apostas esportivasbrancas, caiu

Entre os negros, o riscoestratégia apostas esportivasmorrer assassinado é muito maior que entre os brancos. E essa diferença,estratégia apostas esportivasvezestratégia apostas esportivasdiminuir, está aumentando.

Vamos lembrar que a taxaestratégia apostas esportivashomicídios no Brasil foiestratégia apostas esportivas30,3 por 100 mil pessoasestratégia apostas esportivas2016. Entre os negros, foi maior,estratégia apostas esportivas40,2 por 100 mil. Já entre os não negros, foi menor,estratégia apostas esportivas16 por 100 mil. Isso significa que os números para a população negra equivalem a duas vezes e meia o da população branca.

Em uma década, entre 2006 e 2016, a taxa dos negros cresceuestratégia apostas esportivas23%. Já a dos não negros caiuestratégia apostas esportivascercaestratégia apostas esportivas7%.

"Os negros são também as principais vítimas da ação letal das polícias e o perfil predominante da população prisional do Brasil. Para que possamos reduzir a violência no país, é necessário que esses dados sejam levadosestratégia apostas esportivasconsideração e alvoestratégia apostas esportivasprofunda reflexão", afirma o Atlas da Violência 2018.

8) Seteestratégia apostas esportivascada 10 homicídios são provocados por armaestratégia apostas esportivasfogo

As armas são a principal formaestratégia apostas esportivasassassinato. De cada 10 vítimas, sete foram mortas por armaestratégia apostas esportivasfogo,estratégia apostas esportivas2016.

"A maior difusãoestratégia apostas esportivasarmasestratégia apostas esportivasfogo jogou mais lenha na fogueira da violência. O crescimento dos homicídios no país desde os anos 1980 foi basicamente devido às mortes com o uso das armasestratégia apostas esportivasfogo, ao passo que as mortes por outros meios permaneceram constantes desde o início dos anos 1990", afirma o Atlas da Violência.

Em 2003, entrouestratégia apostas esportivasvigor no Brasil o Estatuto do Desarmamento, que dispõe sobre registro, posse e comercializaçãoestratégia apostas esportivasarmasestratégia apostas esportivasfogo e munição. Se não fosse essa lei, os homicídios teriam crescido 12% a mais, segundo o estudo.

"O enfoque no controle responsável e na retiradaestratégia apostas esportivasarmasestratégia apostas esportivasfogoestratégia apostas esportivascirculação nas cidades deve, portanto, ser objetivo prioritário das políticasestratégia apostas esportivassegurança pública", completa a publicação.

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Legenda da foto, Denúncias podem chegar por diversos canais – mas raramente são as próprias crianças que denunciam

9) 51% das vítimasestratégia apostas esportivasestupro são crianças

Os dados sobre estupro no Brasil não são precisos. É um crime com uma elevada subnotificação, ou seja, muitos casos não são registrados oficialmente e não entram nas estatísticas.

Existem duas fontes principaisestratégia apostas esportivasdadosestratégia apostas esportivasestupro no Brasil: os registrados nas polícias, quando é apresentada queixa, e os notificados pelo sistemaestratégia apostas esportivassaúde, quando a vítima vai buscar atendimento médico. Enquanto a polícia registrou 49,5 mil estuprosestratégia apostas esportivas2016, a saúde contabilizou 22,9 mil.

Apesarestratégia apostas esportivasnotificar menos que a polícia, a saúde tem dados muito mais completos. É possível saber, por exemplo, a idade da vítima, o grauestratégia apostas esportivasrelação com o abusador e se foi um estupro coletivo ou não.

Um dos dados mais chocantes é que maisestratégia apostas esportivasmetade das vítimasestratégia apostas esportivasestupro são crianças até 13 anos (51%). Foram abusadas, naestratégia apostas esportivasmaior parte, por amigos ou conhecidos (30%) e pai ou padrasto (24%). Apenas 9% são abusadores desconhecidos. Leia mais sobre o estuproestratégia apostas esportivascrianças nessa reportagem da BBC Brasil.

Adolescentesestratégia apostas esportivas14 a 17 anos são 17% das vítimas. Nessa faixa etária, os desconhecidos passam a ser os principais abusadores (32%), seguidosestratégia apostas esportivasamigos e conhecidos (26%).

Entre as mulheres maioresestratégia apostas esportivasidade, que são 32% das vítimasestratégia apostas esportivasestupro, metade dos agressores são desconhecidos.

Os dados também revelam que duasestratégia apostas esportivascada 13 vítimas sofreu estupro coletivo (por maisestratégia apostas esportivasum abusador). Além disso, muitas mulheres são vítimasestratégia apostas esportivasestupro maisestratégia apostas esportivasuma vez na vida. De cada 10 vítimas atendidas pela redeestratégia apostas esportivassaúdeestratégia apostas esportivas2016, quatro já tinham sido estupradasestratégia apostas esportivasoutra ocasião.