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Os animais que estão invadindo cidades atrásbetano portolixo:betano porto
É claro que os babuínos não são a única espécie silvestre atraída pela expansão urbana.
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Em todo o planeta, os habitantes originais das áreas que hoje formam as cidades reocuparam seu território e aprenderam a sobreviver ao ladobetano portomilhõesbetano portopessoas.
A seguir, conheça algumas das espécies que vêm causando extraordinárias transformações nas cidades humanas.
Raposas
Uma toneladabetano portococaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
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Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa
Todas as noites, assim que escurecebetano portocidadesbetano portotoda a Europa, raposas-vermelhas saem dos seus esconderijos e começam a andar pelas ruas.
Às vezes, elas passeiam confiantes pela cidade e se misturam com os pedestres humanos. E,betano portovezbetano portoquando, é possível distinguir uma cauda felpuda saindobetano portoum cestobetano portolixo.
As raposas são animais onívoros adaptáveis. Elas suplementambetano portoalimentação silvestre, compostabetano portopequenas frutas e insetos, com pombos recém-caçados e restos encontrados no lixo.
Existem pelo menos 10 tipos diferentesbetano portoraposas "verdadeiras" espalhados pelo planeta. Elas variam desde a estranha raposa-do-deserto, com suas orelhasbetano portomorcego, até a carismática raposa-tibetana.
Esses animais vivem entre as pessoas há milênios. Em 1991, foram encontrados ossos antigosbetano portoum indivíduo na Argentina – e pesquisas recentes revelaram que ele pode ter sido um animalbetano portoestimação.
Hojebetano portodia, as raposas estão se proliferando nas áreas urbanas. Sóbetano portoLondres, são 18 animais por quilômetro quadrado. Elas também são encontradasbetano portocidades americanas, principalmente no norte e no leste do país.
Coiotes
Os coiotes se tornaram onipresentesbetano portocidades americanas nas últimas décadas.
Esses caninos são animais oportunistas – eles comem o que estiver disponível, como ratos, coelhos, sapos, lagartos e restosbetano portoalimentos dos cestosbetano portolixo das pessoas.
Em 2022, um estudo analisou a alimentação dos coiotesbetano portoNova York e concluiu que eles consomem grandes mamíferos, como cervos e guaxinins, alémbetano portoalimentos humanos como carnebetano portofrango, vaca e porco.
Sua alimentação flexível fez com que eles se adaptassem a viver nas cidades. Mas os cientistas alertam que o consumobetano portoalimentos encontrados no lixo pelos coiotes pode representar risco para os seres humanos.
Os coiotes urbanos costumam ser portadoresbetano portomais parasitas e seus microbiomas podem não ser saudáveis – uma característica que já foi relacionada ao seu comportamento agressivo.
Gaivotas
Muitos passeiosbetano portocidades do litoral já foram marcados por ousadas gaivotas arrancando alimentos das nossas mãos.
Nas cidades costeiras, pode parecer que essas aves são oportunistas implacáveis, que invadem as zonas urbanas para pilhar os ricos alimentos disponíveis nos piqueniques, churrascos e até lanchesbetano portorua firmemente presos.
Mas, na verdade, fomos nós que invadimos o habitat das gaivotas. Acredita-se que a redução da quantidadebetano portopeixes e a perda do seu habitat natural fizeram com que as gaivotas urbanas procurassem alimentobetano portooutros lugares, como as cidades e os aterros sanitários.
"Ao longo do tempo, elas acumulam um repertóriobetano portocomportamentos muito habilidosos que as permitem retirar alimentos dos cestosbetano portolixo ou diretamente dos próprios seres humanos, declarou à BBC News Paul Graham, da Universidadebetano portoSussex, no Reino Unido. "Acho que precisamos aprender a conviver com elas."
Por isso, na próxima vez que uma gaivota voraz roubar o seu lanche, lembre-sebetano portoque nós roubamos os peixes dela primeiro.
Javalis
Embora sejam animais reclusos por natureza, os atrativos da vida suburbana estão trazendo os porcos-selvagens para as cidades.
Dos morrosbetano portoHong Kong até as praias mediterrâneasbetano portoMarbella, na Espanha – onde, certa vez, javalis se enterraram entre o solo e as folhas –, os porcos-selvagens podem agora ser observados inspecionando o lixo.
Em Berlim, na Alemanha, eles dormembetano portopiscinas infantis. Na Espanha, dois javalis arrancaram a bolsa da pop star colombiana Shakira. E, onde quer que eles apareçam, logo surgem conflitos com as autoridades locais ou equipesbetano portoabate.
Nos Estados Unidos, os javalis são considerados pragas invasoras, já que não são nativos da região. Sua população é avaliadabetano portocercabetano portoseis milhõesbetano portoindivíduos e estábetano portocrescimento, com grandes númerosbetano portopelo menos 35 Estados.
O resultado é um prejuízo anual estimadobetano portoUS$ 2,5 bilhões (cercabetano portoR$ 12,8 bilhões)betano portoprodutos agrícolas nos Estados Unidos, como milho e amendoim.
Mas, apenas porque os animais são invasivos, isso não significa necessariamente que eles só causem impactos ruins.
Na verdade, pesquisas recentes estão investigando como seus narizes compridos e os cascos das suas patas podem trazer benefícios para os ecossistemas locais, controlando o avanço das plantas dominantes e talvez imitando os efeitos da antiga megafauna do planeta.
Hienas
As hienas são infames vilões do mundo animal. Mas elas não são tão ruins assim.
Esses mamíferos fornecem benefícios significativos para a saúde e a economia das cidades africanas onde vivem, segundo um estudo da Universidadebetano portoMichigan, nos Estados Unidos,betano porto2021.
Coletivamente, as hienas removem 207 toneladasbetano portocarcaçasbetano portoanimais todos os anosbetano portoMekelle, no norte da Etiópia.
Com isso, elas evitam cercabetano portocinco infecções por antraz e tuberculose bovina entre os moradores humanos e 140 infecçõesbetano portovacas, ovelhas e cabras, todos os anos.
Na cidadebetano portoHarar, no leste da Etiópia, esses animais chegam a se aventurar à noite dentro das muralhas da cidade.
Lá, as hienas se alimentambetano portorestos e víscerasbetano portoanimais deixados pelos açougueiros da cidade.
Pequenas aberturas nas muralhasbetano portoHarar, construídas no século 13, permitem que os animais passem livremente – são os chamados portões das hienas.
Comunidades próximas às cidades etíopes valorizam as hienas porque "compreendem os serviços sanitários que elas oferecem", declarou à BBC o biólogo Chinmay Sonawane, da Universidadebetano portoStanford, na Califórnia (Estados Unidos).
Elefantes
Existem animais que podem ser frequentemente observados conferindo o mau cheirobetano portopilhasbetano portolixo nos arredores da cidadebetano portoKotdwar, no distritobetano portoUttarakhand (norte da Índia).
Eles examinam o lixo com o nariz, parandobetano portovezbetano portoquando para engolir algum bocado saboroso que encontraram.
Mas estas criaturas não são ratos, nem cães selvagens se banqueteando entre os resíduos descartados pelas habitações humanas. Na verdade, trata-sebetano portoum dos maiores animais terrestres do planeta: o elefante-asiático.
Kotdwar passa por rápido crescimento ebetano portopopulação estimada ébetano porto45 mil pessoas. Ela fica às margens dos habitats florestais onde os elefantes são normalmente encontrados.
À medida que a população urbana se aproximou da floresta, ela trouxe consigo novas e surpreendentes fontesbetano portoalimentos para os elefantes.
Um estudo das fezesbetano portoelefantes encontradas nas florestasbetano portoUttarakhand e regiões próximas encontrou sinais evidentesbetano portoque os animais buscam alimento entre os resíduos descartados pelo ser humano. Aparentemente, os elefantes que vivem pertobetano portoKotdwar foram particularmente atraídos por essa vida mergulhada no lixo.
Mas, infelizmente, todas as amostras das suas fezes encontradas pertobetano portoKotdwar continham embalagens plásticas, sacos, recipientesbetano portoalimentos e até talheres descartáveis que eles haviam comido enquanto procuravam por restosbetano portocomida, segundo os pesquisadores da Universidade Jawaharlal Nehru, na capital indiana, Nova Déli.
Estes hábitos também foram observados entre os elefantes-asiáticos no Sri Lanka. Lá, os aterros sanitários fornecem uma fontebetano portoalimento acessível para os animais.
Um estudo dos elefantes que se alimentam do lixobetano portoum aterro no sul do Sri Lanka concluiu que os animais estavambetano porto"melhores condições corporais" do que os que não se alimentavam do lixo humano. Mas também existem relatosbetano portomortesbetano portoelefantes depoisbetano portocomerem grandes quantidadesbetano portolixo plástico nos aterros.
Existe também o temorbetano portoque o riscobetano portoencontros perigosos entre as duas espécies aumente, à medida que as populações urbanas crescembetano portoregiões normalmente ocupadas por elefantes selvagens. E os conflitos entre seres humanos e elefantes costumam trazer consequências fatais para ambos os lados.
Abutres
Desde os tempos antigos, os abutres são considerados símbolosbetano portoazar e prenúncios da morte.
Mas essas aves necrófagas, que se alimentam exclusivamente da carcaçabetano portoanimais mortos, desempenham papel fundamental na prevenção da difusãobetano portopatógenos para os seres humanos e animais selvagens, alémbetano portoevitarem que os contaminantes se espalhem para o meio ambiente.
Os abutres estão desaparecendobetano portovelocidade alarmante no sul da Ásia e na África. O envenenamento generalizado pelo analgésico veterinário diclofenaco nos anos 1990 e 2000 levou a uma reduçãobetano porto99% da população das três espéciesbetano portoabutres mais comuns da Índia. Esta mortandade só foi interrompida com a proibição do uso do medicamento.
Mas, na África, muitos abutres são mortos devido a crenças religiosas. Suas cabeças são vendidas como amuletosbetano portoboa sorte ou moídas e usadasbetano portoremédios tradicionais.
Ursos
Nos Estados Unidos, é mais fácil ser morto por uma abelha do que por um urso. Mas os incidentes com ursos invadindo áreas habitadas por seres humanos são cada vez mais comuns.
Mas os ursos são os invasores ou será o contrário?
O urso-pardo costumava habitar a maior parte do oeste dos Estados Unidos. Já o urso-negro era comum nas áreas florestaisbetano portotodo o país.
Mas, atualmente, 2 mil ursos-pardos ocupam apenas 6% do seu habitat histórico, enquanto 300 mil ursos-negros vivembetano porto50% da região que eles ocupavam anteriormente.
Os ursos são criaturas curiosas e muito inteligentes. Seu poderoso olfato e apetite voraz os levam a viajar por grandes distânciasbetano portobuscabetano portoalimento.
A maioria dos conflitos com ursos acontece quando o alimentobetano portoorigem humana – como lixo, raçãobetano portocachorro ou árvores frutíferas – está disponível facilmente. Imagensbetano portoursos invadindo residências para roubar comida já foram capturadas por câmerasbetano portovigilância.
Um dos animais pesava 226 kg e ganhou o apelidobetano porto"Hank, o Tanque".
A caça ao urso ainda é permitidabetano portoalguns Estados americanos, mas as agências governamentais responsáveis pela vida selvagem estão educando o público a coexistir pacificamente com esses animais.
Íbis
Com seu enorme corpo branco, longas patas e grosso pescoço, o íbis-branco-australiano, às vezes, é descrito como gracioso e elegante – pelo menos, no seu habitat natural nos pântanos. Mas, nas cidades australianas, seu comportamento é diferente.
A "galinha do lixo" ou "perubetano portopatas compridas" – como a ave costuma ser chamada,betano portoforma não muito afetuosa – pode ser frequentemente encontrada perambulando pelas estaçõesbetano portotratamentobetano portoesgoto ou ciscando no lixo.
As comunidades urbanas dessas aves costumam ser consideradas mais como pragas do que como tesouros nacionais. Mas pesquisas indicam que elas podem oferecer um reservatório vitalbetano portodiversidade genética, que pode ajudar a reabastecer populações selvagensbetano portooutros lugares.
Vespas
As vespas são conhecidas como os eternos estraga-prazeres dos piqueniques. Elas chegam voando para devorar sanduíchesbetano portogeleia, saladasbetano portofrutas e outras guloseimas.
Mas o seu gosto pelos doces talvez seja superestimado. Em ambientes selvagens, elas se alimentambetano portocarniça com o mesmo prazer com que consomem frutas maduras demais.
Há relativamente pouco tempo, a vespa-europeia chegou a algumas regiões que ela não ocupava, como a Austrália e a Nova Zelândia. E os cientistas conseguiram observar seu profundo impacto sobre outras espécies necrófagas.
Um estudo realizado na Austráliabetano porto2020 demonstrou que as vespas chegam rapidamente às carcaças frescas para se alimentar e atacam suas concorrentes, as moscas-varejeiras.
Os ataques das vespas são tão agressivos que as moscas não conseguem depositar ovos. E espécies necrófagas vertebradas maiores também sofrem ataques, como os dingos.
Existem ainda evidênciasbetano portoque as vespas estão se adaptando à vida na cidadebetano portonível genético, à medida que as mudanças climáticas causam aumento das temperaturas.
Um estudo recente concluiu que as áreas urbanas mais quentes e com menos vegetação costumam abrigar vespas menores. Esse fato pode fornecer uma vantagem evolutiva, pois seus corpos mais leves consomem menos energia para permanecer voando.
* Com colaboraçãobetano portoZaria Gorvett, Isabelle Gerretsen, Richard Gray, Lucy Sherriff, Stephen Dowling, India Bourke e Martha Henriques.
betano porto Leia a betano porto versão original desta reportagem betano porto (em inglês) no site betano porto BBC Earth betano porto .
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