'Faça o público gritar': os segredos do sucesso dos filmesx bet mobiAlfred Hitchcock, segundo o próprio diretor:x bet mobi
Nas cenas dos seus filmes, ele construía pouco a pouco uma escalada crescentex bet mobiameaça, prolongando a expectativa do públicox bet mobique algo terrível pudesse acontecer a qualquer momento.
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Fim do Matérias recomendadas
Até que, quando finalmente acontece, os espectadores são inundados por uma imensa sensaçãox bet mobialívio.
Em uma sequência assustadorax bet mobiOs Pássaros,x bet mobi1963,x bet mobique as criaturas começamx bet mobirepente a realizar ataques violentos bizarros e inexplicáveis contra as pessoas, Hitchcock demonstrou esta arte.
Na cena, Melanie, interpretada pela atriz Tippi Hedren, aparece fumandox bet mobium parquinho ao somx bet mobicrianças cantando. A câmera oscila constantemente entre Melanie e o número cada vez maiorx bet mobicorvos pousandox bet mobium brinquedo do parquinho atrás dela.
Cada tomadax bet mobiMelanie é um enquadramento mais próximo do seu rosto, aumentando a percepção do público sobrex bet mobiingenuidadex bet mobirelação ao perigo crescente que o bandox bet mobipássaros representa para ela.
Hitchcock se comparou a um operadorx bet mobimontanha-russa: sabendo até onde levar seu público para emocioná-lo, mas não tão longe a pontox bet mobitornar desagradável.
"Eu sou,x bet mobialguns aspectos, o homem que diz, na hora da construção, 'quão íngreme podemos fazer a primeira descida?', e 'isso vai fazer eles gritarem'", explicou.
"Se você fizer uma queda profunda demais, os gritos vão continuar conforme o vagão inteiro vai para o precipício, e isso destrói todo mundo. Por isso, você não pode ir muito longe, porque você quer que eles saiam da montanha-russa rindox bet mobiprazer, como a mulher que sai do filme, um filme muito sentimental, e diz, 'nossa, chorei muito'."
O diretor chamou esta sensaçãox bet mobi"a satisfação da dor temporária".
As pessoas vão "suportar as agoniasx bet mobium filmex bet mobisuspense" desde que você dê a elas alguma formax bet mobiliberação catártica da tensão.
Ele aprendeu o preçox bet mobiir longe demais quando fez seu thriller de espionagemx bet mobi1936, O marido era o culpado.
O filme conta a históriax bet mobiuma mulher que aos poucos descobre que o marido está planejando um ataque terrorista. Quando lançada, a obra foi recebida com uma resposta morna do público e da crítica.
Hitchcock colocou a culpax bet mobiuma cena específica do filme. Nela, a tensão aumenta constantemente à medida que um garoto viaja por Londres para entregar um pacote, sem saber que ele está realmente carregando uma bomba-relógio.
O público já viu a bomba, aumentandox bet mobiexpectativax bet mobium desastre iminente.
A sequência oscila então entre cenas do garoto, do pacote da bomba ex bet mobivários relógios pelos quais ele passa, mostrando que o tempo está se esgotando.
"A hora está passando, a hora da bomba explodirx bet mobital e tal ocasião, e eu desenhei essa coisa, atenuei todo o negócio", disse Hitchcock à BBC.
"Então alguém deveria ter dito 'meu Deus, tem uma bomba', pegado e jogado pela janela. Bum! Mas todo mundo fica aliviado."
"Só que eu cometi um erro, deixei a bomba explodir e matar alguém. Uma técnica ruim. Nunca repeti isso."
Ação sem palavras
Hitchcock sabia que, para o suspense funcionar, ele precisava estar enraizado na antecipação do perigo pelo público.
Então, os espectadores precisavam estar cientesx bet mobicoisas que eram desconhecidas para os personagens do filme. Desta forma, eles poderiam descobrir com antecedência o que poderia acontecer, e se preocupar com o resultado.
O diretor planejava meticulosamente suas cenas para oferecer esses fatos necessários ao espectador, permitindo que situaçõesx bet mobisuspense fossem criadas.
Em seu clássicox bet mobi1959, Intriga Internacional, na famosa cenax bet mobique Roger Thornhill, interpretado pelo ator Cary Grant, é aterrorizado por um pilotox bet mobipulverização agrícola, as tomadasx bet mobiplano aberto passam um tempo mostrando o quão plana e descampada é a paisagem.
Então, quando Grant é atacado pelo avião, e seu provável assassino começa a atirar, o público já sabe que não há um lugar para ele se proteger.
Às vezes, Hitchcock dava zoomx bet mobipequenos detalhes reveladores, forçando o espectador a vê-los.
Em uma cena crucialx bet mobiJanela Indiscreta,x bet mobi1954, a câmera dá um zoom para mostrar as mãosx bet mobiLisa Fremont (Grace Kelly) sinalizando para LB Jeffries (James Stewart), que está assistindo do prédio da frente,x bet mobidescoberta do anel da Sra. Thorwald, que foi assassinada.
A câmera saix bet mobiuma panorâmica para se aproximar do rosto do marido assassino Lars Thorwald (Raymond Burr), que percebe que Lisa está sinalizando.
Ele então levanta a cabeça para ver para quem ela está sinalizando, ex bet mobirepente se dá contax bet mobique Jeffries está observando.
Sem nenhum diálogo, o público agora sabe que Lisa e Jeffries estãox bet mobiperigo.
Embora Hitchcock fosse extremamente hábilx bet mobiusar o som ou o silêncio para intensificar o impacto cinematográfico, como os violinos estridentes icônicosx bet mobiBernard Herrmannx bet mobiPsicose,x bet mobi1960, ele se considerava principalmente um contador visualx bet mobihistórias.
Ele começoux bet mobicarreira dirigindo filmes mudos na décadax bet mobi1920 e aprendeu a ultrapassar os limites do que a câmera normalmente poderia fazer.
Ele experimentava constantemente movimentosx bet mobicâmera ousados e edições inovadoras para transmitir detalhes essenciais da trama, motivações dos personagens ou seu estado emocional.
Muitas vezes, ele usava tomadasx bet mobiplano subjetivo (que mostram a perspectivax bet mobium personagem) para envolver intimamente o público na história, levando-os a ter empatia com a situação do personagem principal.
Podemos ver issox bet mobiseu thriller de 1958 sobre obsessão, Um Corpo que Cai.
Nele, ele usou o agora famoso zoom dolly — uma técnica desconcertantex bet mobique a câmera se aproxima, enquanto é simultaneamente afastada — para permitir que os espectadores vivenciem a sensaçãox bet mobimedo, choque e desorientação ao mesmo tempox bet mobique seu protagonista é tomado pela vertigem, ajudando a criar essa conexão emocional.
Em Janela Indiscreta, o público assiste a grande parte do filme do pontox bet mobivistax bet mobiStewart,x bet mobiuma cadeirax bet mobirodas, enquanto ele espia seus vizinhos.
Os espectadores veem os eventos se desenrolarem pelos olhosx bet mobiStewart, descobrindo pistas sobre o assassinato da vizinha ao mesmo tempo que ele, aumentando assim a tensão voyeurística inquietante do filme.
Jogos mentais
Fazer com que seu público tivesse esse envolvimento emocional foi essencial para Hitchcock conseguir manipular como os espectadores se sentiam.
Isso, ele pensava, era muito mais importante do que a temática do filme.
Foi Hitchcock quem popularizou o termo "MacGuffin", um recurso narrativo que impulsiona a trama e a motivação dos personagens sem significado intrínseco.
"Não me importo com o conteúdo", disse ele ao apresentador Huw Wheldon, da BBC.
"O filme pode ser sobre qualquer coisa, desde que eu faça o público reagirx bet mobiuma certa maneira a tudo o que eu coloco na tela. Se você começar a se preocupar com os detalhes sobre o que são os papéis que os espiões estão tentando roubar, isso é um montex bet mobibobagem. Não posso me preocupar com o que são os papéis que os espiões estão atrás."
E Hitchcock sabia que não era necessário mostrar tudo ao público para provocar esse tipox bet mobisentimento intenso e que aquilo que o público imagina é com frequência mais assustador do que realmente vê.
Em Psicose, há uma cena famosa que revelax bet mobimaestria na composição e edição para extrair o máximox bet mobireação emocional dos espectadores.
Como disse o jornalista Tom Brook, do programa Talking Movies, da BBC,x bet mobi2020: "Nenhuma descrição verbalx bet mobiPsicose pode transmitir seu verdadeiro impacto visceral".
Na sequência, a personagem Marion Crane (Janet Leigh) é esfaqueada no chuveiro. A cena é apresentada com uma montagem rápida, que oscila entre imagens do agressor com a facax bet mobimovimento, justapostas com aproximaçõesx bet mobiseu rosto aterrorizado, acompanhada por uma trilha sonora dissonante e estridente.
O ritmo intenso da edição, impecavelmente sincronizado com os sons estridentes, gera uma sensação profundax bet mobiviolência, vulnerabilidade e pânico no espectador, sem realmente mostrar imagens explícitasx bet mobisangue ou da faca entrando na vítima.
"Eu fiz isso deliberadamente bem bruto", disse Hitchcock.
"Mas conforme o filme se desenvolvia, eu colocava cada vez menos horror físico nele, porque eu estava deixando isso na mente do público. Conforme o filme avançava, havia cada vez menos violência; mas a tensão, na mente do espectador, aumentava consideravelmente. Eu estava transferindo isso do filme para suas mentes."
"Então, perto do final, não tinha violência nenhuma. Mas o público a essa altura estava gritandox bet mobiagonia. Ainda bem!"
x bet mobi Leia a x bet mobi íntegra desta reportagem x bet mobi (em inglês) no site x bet mobi BBC Culture x bet mobi .