Por que os críticos não respeitam os filmespix bet365 siteterror:pix bet365 site

Alguns exemplos emblemáticos são: O Babadook (2014), dirigido por Jennifer Kent, que mostra uma versão sombria da maternidade; a históriapix bet365 siteterror colonial A Bruxa (2015),pix bet365 siteRobert Eggers; A Corrente do Mal (2015),pix bet365 siteDavid Robert Mitchell, compix bet365 sitepremissa simples, mas engenhosa; Grave (2016), da francesa Julia DuCournau, que faz um paralelo entre o canibalismo e o despertar da sexualidade; a explosão antirracista Corra! (2017), que rendeu a Jordan Peele o Oscarpix bet365 sitemelhor roteiro original; e o recém-lançado Hereditário, estrelado por Toni Colette.

Mais reflexivas e experimentais que os filmes convencionais do gênero, essas produções levaram os jornalistas a rotulá-las não apenas como "terror sofisticado", mas também como "pós-terror", "terror inteligente", "terror sério"... - tudo, menos "terror".

No entanto, os entusiastas do terror não estão felizes com o que consideram um desprezo paternalista e reducionista do gênero que veneram. Anne Billson, romancista e críticapix bet365 sitecinema britânica, resumiu o sentimento desses fãspix bet365 siteum tuíte: "Sempre que um filmepix bet365 siteterror faz sucesso, há invariavelmente um artigo classificando-opix bet365 sitehorror 'inteligente', 'sofisticado' ou 'cult'. Eles odeiam tanto o terror que rotulam seus hits como outra coisa."

A escritora e cineasta April Wolfe foi além: "Vou surtar se as pessoas não pararempix bet365 siteusar a expressão 'terror sofisticado'! É apenas terror. Não há problemapix bet365 sitedizer que é terror! Eu não digo 'dramas sofisticados' para diferenciar os dramas que eu gosto dos que não gosto", escreveu no Twitter.

Talvez elas estejam certas. Talvez as produçõespix bet365 site"terror sofisticado" sejam simplesmente filmespix bet365 siteterror que foram bem recebidos pela crítica. Mas basta uma pesquisa rápida na internet para constatar que a expressão não foi criadapix bet365 siteresposta a títulos como O Babadook ou A Bruxa.

O termo aparecepix bet365 siteum fórumpix bet365 sitediscussãopix bet365 site2010. E,pix bet365 site2012, alguém se referiu a ele como "uma nova expressão da moda usada por executivospix bet365 siteHollywood". O rótulo remete à eterna ambivalência da indústria cinematográficapix bet365 siterelação ao terror - o gênero com o qual não consegue viver, mas também não pode viver sem.

Fórmulapix bet365 sitesustos baratos

"Não há fórmulas claras para ganhar dinheiro na indústria do cinema", diz Simon Rumley, diretorpix bet365 siteDistúrbio Fatal (2006), Vermelho, Branco e Azul (2010) e Fashionista (2016).

"Mas uma coisa é certa: o terror ainda tem a capacidadepix bet365 siteser o gênero mais lucrativo do setor quando você põe na balança o dinheiro investido (que não é muito) e o retorno (que, às vezes, é grande). Não é necessária nenhuma celebridade. Uma campanha popularpix bet365 siteuma comunidade efervescente e engajada pode dar início à presença onlinepix bet365 siteum filme. Por que gastar US$ 150 milhões quando você pode desembolsar US$ 3 milhões?"

Os filmespix bet365 siteterror são, portanto, uma das formas mais seguraspix bet365 siteos patrocinadores conseguirem retorno sobre o investimento. Mas o custo muito baixo e, vamos falar a verdade, todo o sangue que jorra, também fazem com que sejam vistos como uma alternativa barata e embaraçosapix bet365 siterelação ao consagrado drama.

A imagem incômoda do gênero tampouco melhoroupix bet365 sitemeados dos anos 2000, quando as franquiaspix bet365 siteterrorpix bet365 sitemaior sucesso - Jogos Mortais e O Albergue - estrearam com suas cenas macabras. Sim, elas ganharam dinheiro - US$ 975 milhões, no caso da série Jogos Mortais - mas também deixaram as pessoas nauseadas. É fácil entender por que podem não ter apelo para um produtor à esperapix bet365 siteum Oscar ou Bafta (prêmio do cinema britânico).

Simon Rumley lembra bem dessa época. "Eu sugeri um filme para uma executiva do Reino Unido e ela praticamente gargalhou, foi algo entre ser pedante e sentir penapix bet365 sitemim: 'Não fazemos terror!'" Desde então, ele descreve suas obras como "drama extremo".

Ao mesmo tempo, Dan Berlinka, roteiristapix bet365 sitetelevisão, ganhador do Bafta e aficionado pelo gênero, admite que, quando lançou recentemente uma sériepix bet365 siteterror na TV, optou pelo termo "thriller-chiller" ("suspensepix bet365 sitecalafrios",pix bet365 sitetradução livre).

O constrangimento cultural gerado pelo terror não é novo, como lembra Tim Snelson, historiador cinematográfico. "Ciclospix bet365 sitefilmespix bet365 siteterror inteligentes e sofisticados foram surgindo ao longo da história do cinema, especialmente quando sucessos comerciais epix bet365 sitecrítica simultâneos, como Rebecca (1940) ou O Exorcista (1973), chamaram a atenção da indústria e do público para seu apelo duradouro", conta Snelson.

"Mas Hollywood usou historicamente expressões como 'chillers' (que remete a calafrios), 'chocantes', 'mistérios', 'filmes psicológicos' ... todos os tipospix bet365 sitetermos para distinguir suas produçõespix bet365 siteprestígio das conotações negativas do terror."

Exorcizando o estigma

Se essa conotação se tornou menos negativa ultimamente, é por conta basicamentepix bet365 siteduas empresas independentes: Blumhouse (de Corra!, Fragmentado, Uma Noitepix bet365 siteCrime) e A24 (Hereditário, A Bruxa). Ambas patrocinam históriaspix bet365 siteterror baseadaspix bet365 siteideias,pix bet365 sitevezpix bet365 sitederramamentopix bet365 sitesangue. Mas nem todo mundo é fã desses filmes.

Em fevereiropix bet365 site2016, Bret Easton Ellis, autorpix bet365 sitePsicopata Americano (2000), tuitou: "Terror Indie Independente está se tornando o gênero novopix bet365 siteque menos gosto: Corrente do Mal, Boa Noite, Mamãe, O Babadook, A Bruxa". Tudo bem. No entanto, ao agrupar esses filmes sob um único rótulo, Ellis parece reconhecer que não são apenas filmespix bet365 siteterror que fizeram sucesso, como afirma a críticapix bet365 sitecinema Anne Billson. São produções distintas o suficiente para merecer um gênero próprio.

O problema é que adjetivos como "sofisticado" e "inteligente" sugerem que os outros filmespix bet365 siteterror são intrinsecamente inferiores - e é possível compreender por que os fãs do gênero estão irritados.

"Quando O Exorcista foi lançado, todos sabiam que era sofisticado, mas ninguém questionava se era ou não um filmepix bet365 siteterror. Era claramente um filmepix bet365 siteterror. Naquela época, você podia elogiar um filmepix bet365 siteterror sem sentir a necessidadepix bet365 siteesculhambar todos os outros ao mesmo tempo", diz Berlinka.

Em contrapartida, Berlinka admite que seu desconforto com o "terror sofisticado" - não só com a expressão presunçosa, mas com os filmes - não se resume à irritação com os críticos "esnobes". Por um lado, ele simplesmente não quer que seu nicho underground se torne respeitável.

"Os fãspix bet365 sitefilmepix bet365 siteterror são como os fãspix bet365 sitemúsica que reclamam quepix bet365 sitebanda indie favorita não é popular, mas ficam chateados quando isso acontece. Gostamos da natureza um pouco proibida do horror. Gostamos do fatopix bet365 siteque muitas vezes ele é imperfeito e apela para nossos piores instintos. No fundo, é por isso que ficamos tão suscetíveis com o 'terror sofisticado'. Não queremos que nosso horror seja sofisticado. Parempix bet365 sitesofisticá-lo!"

Ao que parece, esses filmes novos não estão apenas obrigando os novatos do terror a rever seus preconceitospix bet365 siterelação ao gênero, como estão forçando os fãspix bet365 siteterror a fazer o mesmo. Mas, independentemente do lado que você estiver, o fatopix bet365 siteestarem sendo produzidos tantos filmespix bet365 siteterrorpix bet365 sitealta qualidade não pode ser ruim.

No longo prazo, é provável que o rótulo "terror sofisticado" desapareça - e títulos afamados, como Corra! e Um Lugar Silencioso, apareçam ao ladopix bet365 siteO Massacre do Micro-ondas e Sexta-Feira 13pix bet365 sitetodas as enciclopédiaspix bet365 siteterror.

"O rótulopix bet365 siteterror funciona não apenas para as produções sanguináriaspix bet365 sitebaixo orçamento, mas também para os filmes inteligentes, transgressores e impossíveispix bet365 sitecategorizar", diz Rumley.

"Eu poderia argumentar que Monstros,pix bet365 site1932, é um drama extremo, que Eraserhead,pix bet365 siteDavid Lynch, é um filmepix bet365 siteterror cult, ou que Santa Sangre,pix bet365 siteAlejandro Jodorowsky, é uma produção estrangeirapix bet365 sitehorror cult."

"O Iluminado? Definitivamente, um filmepix bet365 sitevanguarda. O Bebêpix bet365 siteRosemary? Sem dúvida, terror sofisticado. Tetsuo - o Homempix bet365 siteFerro,pix bet365 siteShin'ya Tsukamoto? Que tal terror-independente-estrangeiro-sofisticado?"

"Mas a realidade é que os filmes acima podem ser reunidos sob uma única bandeira. Eles são perturbadores e desafiam o público a pensar. De um jeito oupix bet365 siteoutro, são todospix bet365 siteterror", conclui Rumley.