Al Pacino sobre ser paibebê aos 84 anos: 'Quero que ele saiba quem sou':
"Quero estar por perto para essa criança. E espero que esteja", ele afirma, sentado na suíteum hotelBeverly Hills,Los Angeles, nos EUA.
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Fim do Matérias recomendadas
"Espero continuar saudável, e que ele saiba quem é seu pai, claro."
Al Pacino, que nunca se casou, não está mais com a mãeRoman, a produtoracinema Noor Alfallah, mas eles compartilham a criação do menino.
No entanto, pelo que ele conta, a maior parteseu envolvimento diário se limita ao contato online.
"Ele me manda mensagenstextovezquando", é o que o ator diz sobre Roman.
"Tudo o que ele faz é real. Tudo o que ele faz é interessante para mim. Então, nós conversamos. Eu toco gaita com ele no outro vídeo, e nós estabelecemos esse tipocontato. Então, é divertido."
Amigos têm entradocontato com o ator perguntando por que ele escreveu um livromemórias, e ele admite que "meio que se arrependeu".
Ao longo dos anos, ele recusou várias ofertas, mas decidiu que agora "aconteceu o suficiente na minha vida que poderia ser interessante o suficiente para alguém ler".
O que ele achou particularmente agradável foi relembrarinfância — ele cresceu no South Bronx,Nova York.
E está claro que ele não tem problemarevisitar seus maiores filmes.
O Poderoso Chefão
Já faz mais50 anos que O Poderoso Chefão,Francis Ford Coppola, tornou Pacino famoso.
A sequência, O Poderoso Chefão 2, completa 50 anosdezembro. Ambos os longas ganharam o Oscarmelhor filme. (Também teve O Poderoso Chefão 31990, que o ator diz ter tido "problemas").
A verdade é que Al Pacino quase não fez parte deles.
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Sorridente, Al Pacino conta com prazer a históriaquão perto ele chegouser demitido durante as duas primeiras semanasfilmagem: "Quando seu diretor fala com você e diz: 'Sabe, eu tinha muita févocê. O que está acontecendo? Você não está cumprindo o prometido'."
"E você ouve aquele burburinho por toda parte. Você começa a sentir: acho que não sou bem-vindo aqui."
O estúdio estava pressionando Coppola para substituir Al Pacino, cuja atuação eles consideravam fraca.
Tudo mudaria com a gravaçãouma das cenas mais famosasO Poderoso Chefão,que seu personagem Michael Corleone usa uma arma escondida no banheiroum restaurante para matar um chefe da máfia e um policial corrupto — uma sequência que permitiu a Al Pacino liberar todapotência,uma atuação que hoje é considerada a melhortodos os tempos.
Ele acredita que Coppola adiantou a cena no cronogramafilmagem para "ir direto ao ponto, porque era isso que o estúdio queria ver".
"Ele agora alega que não fez isso", Al Pacino ri.
De qualquer forma, isso mudouvida.
Ele compartilha uma teoria fascinante sobre quem o teria substituído se ele tivesse sido demitido.
Ele faz uma pausa: "Bob De Niro me vem à mente".
Isso certamente teria mudado a história do cinema — Robert De Niro entrando na série O Poderoso Chefão um filme antes, e interpretando Michael,vez do jovem Vito.
"Sim, claro. Por que não?", Al Pacino ri. "Bem, você sabe, eu não sou insubstituível."
No entanto, é Scarface, de 1983, que parece ter um lugar especialseu coração.
"Ele tem algo. Foi poderoso", Al Pacino sorri, quando o filmegângster ultraviolento movido a cocaína é mencionado, descrevendoascensãofracassobilheteria e indicado ao FramboesaOuro para clássico cult, como "uma história feliz".
"Foi a comunidade do hip-hop que o abraçou e conseguiu ver a história ali", diz ele, lembrando que o filme bateu recordevendasVHS.
Quando pergunto se,teoria, talvez este seja o filme pelo qual ele gostariater ganhado o Oscar —vez de, uma década depois, por interpretar um veterano cegoPerfumeMulher —, ele responde com um "sim, isso é interessante", reforçando que "sim, eu gostariater sido indicado", antesvoltar um pouco atrás com um "não que eu esteja dando as costas para PerfumeMulher".
Mas a sugestão é clara.
O futuroHollywood
O que também transparece na entrevista é o quanto Al Pacino ainda ama as grandes telas.
Apesar das vendasingressos nas bilheterias terem caído 40%uma década, ele não consegue imaginar uma Los Angeles sem cinemas. "Isso não pode acontecer."
Ele faz uma pausa antesrepetir que "isso não pode acontecer" — e,seguida, apresenta uma listadiretores (um na faixa dos 60 anos, e dois na casa dos 80) que ele acredita que vão manter o cinema seguro.
"É isso que Scorsese está fazendo. É isso que Tarantino está fazendo. E Francis Coppola está fazendo."
O último é uma escolha particularmente ousadamencionar, no momentoque o atual filme autofinanciadoCoppola, Megalópolis, está sendo considerado um dos maiores fracassosbilheteriatodos os tempos.
Seria bom Al Pacino recordar a clássica fraseO Poderoso Chefão: "Um amigo deve sempre subestimar suas virtudes".
Há, no entanto, algo profundamente reconfortante quando ele resume o motivo pelo qual acredita que vai dar tudo certo para o cinema, dizendo: "Talvez seja a minha idade falando. As coisas acontecem e depois mudam, porque é assim que somos."
Ele também é muito tranquilo quando se trata da possibilidadea inteligência artificial (IA) ser usada para reproduzirimagem apósmorte: "Meus filhos vão assumir o controle quando eu morrer, e eles vão cuidar disso. Eu confio neles".
Ele não vai deixar nenhuma determinação sobre onde ele pode ou não aparecer, dandoombros enquanto diz: "Não me importo com isso".
Nossos 45 minutos previstosentrevista se transformaramquase 1 hora e 20 minutos. Fica claro o quanto ele gostacontar histórias.
Entre os destaques, está a longa históriacomo ele acredita que pode ter morrido durante a pandemia de covid-19, após desmaiarcasa.
"As pessoas agora acham que eu não acredito na vida após a morte porque eu disse que não vi nada. Nenhum túnel branco. Talvez não haja vida após a morte para mim, mas talvez outra pessoa esteja indo para outro lugar, porque fez o que eu não fiz."
Ele também fica felizcontardetalhes sobre a descoberta,2011,que suas contas bancárias estavam vazias.
"Eu estava sem dinheiro. (O dinheiro) havia sumido, e meu contador estava na prisão. Eu estava gastando US$ 400 mil por mês, e não sabia que isso estava acontecendo. Você tem que ser burro."
Ao ser perguntado sobre o que está assistindo no momento, Al Pacino conta que acaboumaratonar a segunda temporadaMonster, da Netflix, sobre os irmãos Menendez. Naquela manhã, ele escreveu uma carta à mão para Javier Bardem, dando os parabéns pela atuação.
Leonardo DiCaprio e Adam Driver são outros dois atores mais jovens que ele realmente admira, enquanto resumeprópria carreira com a citação emprestada: "Geralmente me colocam com uma arma. Eles dizem: Dê uma arma ao Al Pacino. Você tem um sucesso."
Ah, e ele revela que Jamie Foxx é o melhor jogadorxadrezHollywood. Al Pacino costumava jogar muito, e ri quando pergunto se ele já enfrentou Robert De Niro. "Eu nem sei se ele conhece as regras", ele responde.
Uma informação bastante inesperada surge quando ele coloca o celularcima da mesa. A capa do seu telefone é uma montagemfotosShrek.
Ele explica que, há alguns anos,filha mais nova, Olivia, colocou a capa, e ele a manteve para agradá-la.
Mas, apesarcarregar Shrek por aí, uma coisa que ele não quer fazer é fornecervoz para filmesanimação: "Não consigo fazer isso. Já tentei."
Pergunto a ele se ele está realmente dizendo que um dos grandes atores do chamado MétodoInterpretação não consegue fazer vozesdesenho animado. Nem sequer, digamos, um panda?
"Tudo bem, acho que consigo", ele cede, antesrir e acrescentar: "Eu realmente não quero."
Por fim, há uma omissão gritante na listaprêmiosAl Pacino: a Calçada da FamaHollywood.
Assim que puxo o assunto, ele interrompe: "Ah, eu não tenho uma estrela".
Isso é algo que ele sabe há algum tempo, e se vira e pergunta ao seu assistente Mike: "Existe um processo para tudo isso? Para ser uma estrela?"
"Você tem sido um homem ocupado?", grita Mike como uma formaexplicação.
E será que ele quer uma?
"Ah, sim. Claro."
Aos 84 anos, Al Pacino ainda é um homem com sonhos hollywoodianos.