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A Igreja Sinagogabet nacional 365Todas as Nações não respondeu aos pedidosbet nacional 365comentário da BBC, mas refutou alegações anteriores.
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Fim do Matérias recomendadas
A investigaçãobet nacional 365dois anos da BBC colheu relatosbet nacional 365testemunhas ocularesbet nacional 365violência física ou tortura perpetradas por Joshua, incluindo casosbet nacional 365abuso infantil e pessoas sendo chicoteadas e acorrentadas.
Aviso: esta reportagem contém detalhes que alguns leitores podem achar perturbadores.
'Estávamos no inferno'
Uma das vítimas, uma mulher britânica chamada Rae, tinha 21 anos quando abandonou os estudos na Universidadebet nacional 365Brighton, na Inglaterra,bet nacional 3652002 e foi recrutada pela igreja.
Ela passou os 12 anos seguintes como parte dos "discípulos"bet nacional 365Joshua dentrobet nacional 365seu complexo labirínticobet nacional 365Lagos.
"Todos pensávamos que estávamos no céu, mas estávamos no inferno, e no inferno acontecem coisas terríveis", diz ela à BBC.
Rae diz ter sido abusada sexualmente por Joshua e submetida a uma formabet nacional 365confinamento solitário por dois anos.
O abuso foi tão grave que ela diz que tentou o suicídio várias vezes dentro do complexo.
A Igreja Sinagogabet nacional 365Todas as Nações tem seguidoresbet nacional 365todo o mundo e opera um canalbet nacional 365TV chamado Emmanuel TV, alémbet nacional 365redes sociais com milhõesbet nacional 365seguidores.
Ao longo da décadabet nacional 3651990 e início dos anos 2000, dezenasbet nacional 365milharesbet nacional 365peregrinos da Europa, da América, do Sudeste Asiático e da África viajaram para a Nigéria para testemunhar TB Joshua realizando "milagresbet nacional 365cura".
Pelo menos 150 visitantes viveram com ele como discípulos dentro do seu complexobet nacional 365Lagos, às vezes durante décadas.
O pastor cristão,bet nacional 365barba preta e vestes brancas, era chamadobet nacional 365"O Profeta" por seus seguidores.
Hoje Rae estábet nacional 365volta à Inglaterra e morabet nacional 365um vilarejo no interior. Ela é uma pessoa sorridente, mas há uma inquietação que nunca desaparece.
"Por fora pareço normal, mas não sou", diz ela.
A investigação da BBC,bet nacional 365colaboração com a plataforma internacionalbet nacional 365comunicação social Open Democracy, envolveu maisbet nacional 36515 jornalistasbet nacional 365três continentes.
Foram consultadas gravaçõesbet nacional 365vídeo, documentos e centenasbet nacional 365horasbet nacional 365entrevistas para corroborar o testemunhobet nacional 365Rae e descobrir outras histórias.
Maisbet nacional 36525 testemunhas oculares e alegadas vítimas, do Reino Unido, Nigéria, Gana, EUA, África do Sul e Alemanha, forneceram relatosbet nacional 365como era a vida dentro do complexobet nacional 365Joshua. As experiências mais recentes datambet nacional 3652019.
Ex-seguidores tentaram denunciar os abusos no passado, mas dizem ter sido silenciados ou desacreditados pela Scoan — dois alegam, inclusive, terem sido agredidos fisicamente.
Quando o programa Africa Eye da BBC tentou fazer uma filmagem do ladobet nacional 365fora da igreja, um segurança atirou para o alto depois que a equipe se recusou a entregar o material gravado.
Milagres e fortuna
O homem no centro da Scoan é considerado um dos pastores mais influentes da história africana. Ele morreu inesperadamentebet nacional 365junhobet nacional 3652021, poucos dias depoisbet nacional 365muitas das primeiras entrevistas que compõe esta reportagem terem sido gravadas.
No dia do funeralbet nacional 365TB Joshua, a cidadebet nacional 365Lagos parou, enquanto multidões enlutadas tomaram as ruas.
Cercabet nacional 36550 mil pessoas assistiam aos cultosbet nacional 365Joshua todas as semanas, e a igreja tornou-se um local importante para visitantes estrangeiros na Nigéria.
A Igreja Sinagogabet nacional 365Todas as Nações ainda é popular hoje, liderada pela viúvabet nacional 365Joshua, Evelyn, e uma nova equipebet nacional 365discípulos.
Muitos dos seus seguidores foram atraídos pela filantropia, mas a maioria procurou a igreja por conta dos alegados milagresbet nacional 365Joshua.
Em vídeos, indivíduos testemunham diante das câmeras terem sido curadosbet nacional 365doenças que vão desde câncer e HIV/Aids até enxaquecas crônicas e cegueira depois que Joshua orou por eles.
Várias gravações mostram homens com órgãos genitais gravemente infectados, que se curam milagrosamente quando ele levanta o braçobet nacional 365oração.
Em outras, mulheres aparecem lutando para dar à luz até que Joshua se aproxima, e o bebê nasce com facilidade.
Rae, que cresceu com valores cristãos conservadores, diz que decidiu viajar para Lagos após ver os vídeos.
"Eu era gay e não queria ser", diz ela. "Pensei: 'Bem, talvez esta seja a resposta para os meus problemas. Talvez este homem possa me endireitar. Se ele orasse por mim, eu não seria mais gay.'"
Outra britânica, Anneka, afirma que também ficou fascinada pelos vídeos.
"Toda a sala ficou completamente imóvel", diz ela, descrevendo o momentobet nacional 365que a congregação dabet nacional 365igreja encontrou as fitas pela primeira vez, quando ela tinha 16 anos.
"Isso é o que Jesus teria feito", relembra ela sobre o que pensou no momentobet nacional 365que assistiu aos vídeos pela primeira vez. Ela também viajou para a Nigéria.
Nem Rae, nem Anneka pagaram pelas suas passagens. Assim como muitos dos jovens que deixaram os seus paísesbet nacional 365origem para se encontrarem com Joshua no início dos anos 2000, elas receberam fundos angariados por grupos religiososbet nacional 365toda a Inglaterra para enviar peregrinos a Lagos.
Bisola, uma nigeriana que passou 14 anos dentro do complexo, diz que cortejar visitantes ocidentais foi uma tática fundamental para a igreja.
"Ele usou os brancos para divulgarbet nacional 365marca", diz ela.
Fontes estimam que Joshua arrecadou dezenasbet nacional 365milharesbet nacional 365dólares com peregrinos e outras fontes (arrecadaçãobet nacional 365fundos, vendasbet nacional 365vídeos e apresentaçõesbet nacional 365estádios no exterior).
Ele deixou a pobreza para se tornar um dos pastores mais ricos da África.
'Ele me pediu para recrutar virgens'
"TB Joshua me pediu para recrutar virgens para ele… Para que ele pudesse trazê-las para o grupobet nacional 365discípulos e desvirginá-las", diz Bisola à BBC.
Ela afirmou ter colaborado com a igreja por conta da "doutrinação" e após sofrer ameaçasbet nacional 365violência.
Bisola alega que foi repetidamente estuprada por Joshua.
Várias mulheres afirmam que não tinham idade legal para consentimento — que ébet nacional 36518 anosbet nacional 365Lagos — quando foram abusadas sexualmente ou violadas.
O crimebet nacional 365estupro pode levar à penabet nacional 365morte na Nigéria.
Jessica Kaimu, hojebet nacional 365dia jornalista na Namíbia, diz que tinha apenas 17 anos e era virgem quando Joshua a violou no banheirobet nacional 365sua cobertura, poucas semanas depoisbet nacional 365ela se tornarbet nacional 365discípula.
"Eu gritava e ele sussurravabet nacional 365meu ouvido que eu deveria pararbet nacional 365agir como um bebê… Fiquei tão traumatizada que não conseguia chorar", diz ela.
Segundo Kaimu, esse encontro se repetiu inúmeras vezes ao longo dos cinco anos que passou como discípula.
O seu relato é semelhante aobet nacional 365outras mulheres que conversaram com a BBC, assim como obet nacional 365quatro funcionários pessoaisbet nacional 365Joshua que receberam a tarefabet nacional 365apagar as provas físicas do abuso cometido por ele.
Muitos dos detalhes dos depoimentos dados pelos entrevistados são gráficos demais para serem publicados.
Eles incluem vários relatosbet nacional 365primeira mãobet nacional 365mulheres que disseram terem sido despidas e estupradas com objetos — incluindo uma que alega ter sido vítima dos abusos por duas vezes antesbet nacional 365completar 15 anos.
"Foi tão doloroso", diz a mulher, que pediu para terbet nacional 365identidade preservada.
"Não consigo expressar o que passeibet nacional 365palavras. Isso me marcou para o resto da vida."
Várias entrevistadas que afirmam ter sido estupradas e engravidadas por Joshua contaram como foram submetidas a abortos forçados dentro do complexo da igreja —bet nacional 365uma área conhecida como "departamento médico" ou "clínica".
"Tudo era feitobet nacional 365segredo", diz Sihle, uma antiga discípula da África do Sul, que afirma ter feito três abortos forçados na igreja.
"Você recebia uma mistura para beber e começava a vomitar. Ou eles colocavam pedaçosbet nacional 365metal nabet nacional 365vagina e extraiam o que quer que fosse. E não dava para saber se eles estavam [acidentalmente] arrancando seu útero."
Sihle chorou durante a entrevista, assim como Jessica, que diz ter feito cinco abortos forçados.
Bisola afirma ter testemunhado "dezenas"bet nacional 365abortos durante seus 14 anos dentro da igreja.
Segundo ela,bet nacional 365vários momentos subia até o andar mais alto do complexo e chorava, implorando a Deus que a salvasse.
Os discípulos atendiam a todas as necessidadesbet nacional 365Joshua, segundo os testemunhos.
Eles faziam massagens, o ajudavam a se vestir e borrifavam perfume quando Joshua entrava nos cômodos.
Também colocavam luvasbet nacional 365plástico nas mãos dele para que pudesse comer sem tocarbet nacional 365nada.
Em vezbet nacional 365chamá-lo pelo nome, todas eram incentivadas a se referir a Joshua como "daddy", ou "papai"bet nacional 365tradução literal para o português.
Não é incomum que pastores nigerianos da tradição pentecostal sejam tratados desta forma, mas os discípulos alegam que ele insistia nesse termo.
"Minha mente parecia ter sido perturbada", diz Anneka.
"Não havia nenhuma clareza cognitiva... A realidade estava completamente distorcida", acrescenta.
"Prisão psicológica"
A planta do complexo aprofundava esse sentimentobet nacional 365confusão.
"Era um labirintobet nacional 365escadas", diz Rae.
Em 2014, uma casabet nacional 365seis andares construída para hóspedes internacionais no complexo desmoronou, matando pelo menos 116 pessoas.
Um relatório posterior do governo local concluiu que falhas estruturais e obrasbet nacional 365má qualidade foram a causa do colapso.
Ninguém jamais foi processado pelo incidente.
Alguns dos entrevistados ouvidos pela BBC dizem acreditar que o númerobet nacional 365mortos foi significativamente maior do que o que foi notificado — segundo eles, vários cidadãos nigerianos que trabalhavam na casabet nacional 365hóspedes não foram listados como vítimas e membros da igreja esconderam seus corpos durante a noite.
As fontes afirmam ainda que Joshua impediu que os serviçosbet nacional 365emergência ajudassem nos esforçosbet nacional 365resgate imediatamente após o desabamento, preocupado com abet nacional 365imagem pública.
O controle do pastor sobre o acesso dos discípulos ao mundo exterior também era muito rígido.
Ele restringia o acesso a telefones e contasbet nacional 365e-mail, segundo as entrevistadas.
Segundo Rae, só após deixar o culto, percebeu que e-mailsbet nacional 365sua família e amigos foram enviados para ela, que nunca os recebeu.
"Ele queria controlar tudo, todo mundo", diz Agomoh Paul, um homem que já foi considerado o número doisbet nacional 365Joshua na igreja.
"O que ele realmente buscava era o controle da mente das pessoas."
Os discípulos disseram ainda que foram obrigados a trabalhar, sem remuneração, durante longas horas todos os dias — administrando todos os aspectos da megaigreja.
Todos afirmaram que a privaçãobet nacional 365sono era rotina, com as luzes acesas nos dormitórios à noite.
Anneka disse que eles nunca dormiam mais do que quatro horas seguidas.
Se alguém fosse pego cochilando sem permissão ou violando qualquer outra regra, seria punido.
Dezenove ex-discípulos descreveram ter testemunhado ataques violentos ou tortura dentro do complexo, realizados por Joshua ou sob suas ordens.
Outros descreveram terem sido despidos e chicoteados, com cabos elétricos e um chicotebet nacional 365cavalo conhecido como koboko.
Entre os alegadamente agredidos estavam menoresbet nacional 365idade, como um discípulobet nacional 3657 anos.
O complexobet nacional 365Lagos tinha murosbet nacional 365quase 4 metrosbet nacional 365altura e guardas armados.
Mas o que realmente mantinha os discípulos presos era a lealdade fanática e o medo enraizados cultivados pelo pastor.
"Era uma prisão psicológica", resume Rae.
"É extremamente difícil entender como alguém pode passar por abuso psicológico a pontobet nacional 365perder o pensamento crítico", acrescenta.
A BBC entroubet nacional 365contato com a Scoan e apresentou as alegações obtidas por meio da investigação. A igreja não respondeu, mas negou denúncias anteriores contra TB Joshua.
"Fazer alegações infundadas contra o Profeta TB Joshua não é uma ocorrência nova… Nenhuma das alegações foi fundamentada", disse a igreja por meiobet nacional 365um comunicado.
Colaboraram Maggie Andresen, Yemisi Adegoke e Ines Ward