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A mãe que virou referência para famíliasbr betano foguetejovens infratores: 'Se eu não apoiar meu filho, quem vai?':br betano foguete
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O adolescente está há nove meses cumprindo medida socioeducativabr betano fogueteuma das 97 unidades da Fundação Casa do Estadobr betano fogueteSão Paulo. "Mas parece que já se passaram dez anos", diz a mãe.
A internação do filho mudou completamente a vidabr betano fogueteThais, que também é mãebr betano fogueteuma meninabr betano foguete2 anos. Mas, hoje, o vazio deixado pela ausênciabr betano fogueteFlávio dentrobr betano foguetecasa transformou-sebr betano fogueteação.
Assim como Flávio, a maior parte dos adolescentes atendidos pela Fundação Casa tem apenas a figura da mãe como representante da família.
Segundo dados da própria instituição, 11% dos adolescentes e jovens atendidos sequer têm o nome do pai na certidãobr betano foguetenascimento.
Foi conhecendo outras mães na mesma realidade que Thaís percebeu que, além da dor, existia também um vácuobr betano fogueteinformação e assistência.
Por isso, hoje, ela coordena um grupo com maisbr betano foguetecem mães da Fundação Casa que se ajudam com orientação jurídica, apoio psicológico e até financeiro.
“Muitas mães sequer têm o dinheiro da condução para visitar seus filhos”.
Sua atuação foi importante para a aberturabr betano fogueteum canalbr betano foguetediálogo direto com Claudia Carletto, que assumiu a presidência da instituição há cercabr betano fogueteum mês.
“Esse contato com as mães é fundamental para a gente”, afirmou a presidente à BBC News Brasil.
'Meu filho vai pagar pelo que fez'
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Mas o início não foi fácil. O choquebr betano fogueteentrar pela primeira vezbr betano fogueteuma das unidades da Fundação Casa para visitar o filho é inesquecível, conta Thais.
“Eu chorava e tremia tanto, que acharam que eu ia passar mal. Mas eu só precisava ver meu filho”, lembra.
“Eu dizia que, se um dia ele fosse preso, eu o abandonaria. Mas eu falava assim porque achava que isso nunca ia acontecer. Quando aconteceu, meu maior medo foi ele achar que eubr betano foguetefato o deixaria sozinho”.
Em setembro do ano passado, quando ouviram a decisão do juiz, mãe e filho começaram a chorar.
Ainda assim, Thais foi firme. “Eu disse ao juiz: 'Meu filho vai pagar pelo que fez. A medida que vocês decidirem que ele deve cumprir, ele vai cumprir'.”
Os adolescentes que cometem algum atobr betano fogueteinfração podem ter que cumprir medidas que vão desde uma advertência até a privaçãobr betano fogueteliberdade. A Flávio, coube essa última.
“Foi por adrenalina”, revelaria ele mais tarde à mãe, tentando justificar o delito realizado. A divulgação da infração cometida por Flávio é vedada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Criadobr betano foguete1990, o ECA estabelece os direitos e normas que protegem crianças e adolescentes no Brasil. E foi um dos objetosbr betano fogueteestudobr betano fogueteThais ao ver o filho na Fundação Casa.
Carentebr betano fogueteinformação, ela foi atrás dos seus direitos. Descobriu assim, por exemplo, que podia fazer uma chamadabr betano foguetevídeo no dia do aniversário do filho.
'Por que você não me ouviu?'
Ao deixar Flávio no Centrobr betano fogueteAtendimento Inicial e Provisório (CAI), primeiro local para onde o jovem infrator é levado, Thais pediu para ficar ao menos com o tênis do filho. “Eu tinha acabadobr betano foguetecomprar”, conta. Mas seu pedido foi negado.
“Então perguntei se poderia dar um abraço nele”. Autorizada a despedida, Thais abraçou o filho e, enquanto chorava, perguntou: “Por que você não me ouviu?”.
Temendo que Flávio se revoltasse por achar que a mãe cumpriria a promessabr betano fogueteabandoná-lo, Thaís esperou ansiosamente pelo primeiro diabr betano foguetevisita.
“Saíbr betano foguetecasa às 8h da manhã. A visita é a partir das 13h, mas eu não sabia se teria fila e queria entrar logo.”
Ao chegar, já havia uma mãe ali. “Foi ela quem me orientou, quem disse quais roupas eu poderia usar, quais eram as regras. Quem ajuda ali dentro são as próprias famílias”
A presidente da Fundação Casa, Claudia Carletto, afirma que, viabr betano fogueteregra, as famílias são acolhidas por assistentes sociais e psicólogos e orientadas.
“O atendimento ao adolescente tem que acontecer concomitantemente com o atendimento à família. Senão, o cumprimento da medida socioeducativa fica pela metade”, diz Carletto à BBC News Brasil.
Ela explica que, além disso, há um canal online e uma ouvidoria para prestar auxílio e esclarecimentos às famílias.
Mas foi ali, com pouca informação até então, que Thais começou a perceber que o contato com outras mães poderia ser um trunfo.
Da tremedeira e do choro do primeiro dia, Thais foi estudar o ECA, legislação brasileira que estabelece os direitos e deveresbr betano foguetemenoresbr betano fogueteidade, para conhecer exatamente quais eram seus direitos ali dentro.
“Eu sabia que podíamos fazer uma ligaçãobr betano foguetevídeo no dia do aniversário dele. É nosso direito, mas nem todo mundo sabe disso”, exemplifica ela.
Da Febem à Fundação Casa
No ano passado, Flávio era um dos 11.556 adolescentes que cumpriam medidas socioeducativasbr betano foguetetodo o país — sendo 4,2% meninas —br betano fogueteacordo com o levantamento anual do Sistema Nacionalbr betano fogueteAtendimento Socioeducativo, do Ministériobr betano fogueteDireitos Humanos e Cidadania.
O número representa 0,04% da população na faixa etária entre 12 e 21 anos, que é a faixa atendida pelo sistema socioeducativo brasileiro.
São quase 12 mil históriasbr betano foguetevida. Algumas, variações do mesmo tema.
O paibr betano fogueteFlávio foi interno da Fundação Estadual para o Bem Estar do Menorbr betano fogueteSão Paulo, a Febem, hoje transformadabr betano fogueteFundação Casa.
Ele e Thais eram namorados na época, e foibr betano fogueteuma das visitas íntimas — permitidas na Febem e proibidas na Fundação Casa — que Thais engravidoubr betano fogueteFlávio.
“Na cabeça da meninabr betano foguete19 anos que eu era na época, se eu engravidasse, ele mudaria”, conta ela. Mas isso não aconteceu.
O paibr betano fogueteFlávio foi assassinado um ano depoisbr betano foguetedeixar a Febem, quando Flávio tinha 2 anos. “Criei ele sozinha”, conta a mãe.
Instituídabr betano foguete1964, a Febem surgiu muito antes da criação do ECA,br betano foguete1990. Maus tratos, assassinatos e rebeliões marcaram a história da instituição, cuja nomenclatura foi alterada para Fundação Casabr betano foguete2006, e, junto com ela, houve uma reformulação do sistema.
“Na Febem, o pai do Flávio apanhava demais, e meu medo era que o mesmo acontecesse com o meu filho”, conta Thaís.
“Mas, com o Flávio, tem sido diferente. Graças a Deus não tem acontecido nenhuma agressão.”
Na última década, o númerobr betano fogueteadolescentes atendidos vem caindo, anualmente,br betano foguetetodo o país.
No Estadobr betano fogueteSão Paulo, onde há o maior númerobr betano fogueteatendimentos, o pico foibr betano foguete2014, com 9.460 adolescentes. Hoje, esse número estábr betano foguete4.533br betano foguetetodo o Estado. Por isso, maisbr betano foguete40 unidades já foram desativadas.
Depois vêm Minas Gerais (770), Riobr betano fogueteJaneiro (641) e Pernambuco (555) na listabr betano fogueteEstados com a maior quantidadebr betano fogueteadolescentes atendidos.
Em todos os casos, os números vêm caindo. Em novembrobr betano foguete2017, segundo o relatório dos Direitos Humanos, 24.803 adolescentes estavam privadosbr betano fogueteliberdadebr betano foguetealguma instituição por todo o país.
Em junho do ano passado, databr betano fogueteque o último levantamento nacional foi realizado, eram 11.556 adolescentesbr betano foguetetodo o país.
“Não conseguimos ainda entender a razão para essa diminuição”, afirma Claudia Carletto.
“Existem especulações, mas não existe uma justificativa formal com dados e estudos”.
O próprio relatório do Ministério dos Direitos Humanos afirma que não há dados ainda que expliquem, com segurança, essa redução. Mas levanta algumas hipóteses que "devem ser investigadas".
Dentre elas, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)br betano fogueteagostobr betano foguete2020, que limitoubr betano foguete100% a lotação das unidades socioeducativasbr betano foguetetodo o país.
A decisão concedeu habeas corpus para que muitos jovens e adolescentesbr betano foguetetodo o país fossem liberados para cumprir outras medidas além da privaçãobr betano fogueteliberdade.
Além disso, a partirbr betano fogueteentão, um adolescente só pode ir para uma unidadebr betano foguetemedida socioeducativa se o local não estiver com a lotação máxima.
Não havendo uma unidade com vagas próxima à casa da família, outras medidas, além da privaçãobr betano fogueteliberdade, devem ser estabelecidas.
Os impactos da pandemiabr betano foguetecovid-19 também estão no rolbr betano foguetehipóteses levantadas a reduçãobr betano fogueteadolescentesbr betano fogueteinstituições como a Fundação Casa.
Embora os dados ainda sejam incipientes, houve reduçãobr betano fogueteautuações policiais, por exemplo, no Rio Janeiro, depois que o STF proibiu operações nas favelas da cidade durante a pandemia.
Também houve redução nos registrosbr betano fogueteroubosbr betano foguetegeralbr betano foguetetodo o país,br betano fogueteacordo com o Anuário Brasileirobr betano fogueteSegurança Públicabr betano foguete2020, o que poderia ter sido causado pelas medidasbr betano fogueterestrição tomadas naquela época.
O sonhobr betano fogueteter uma moto
Nove meses se passaram desde que Flávio entroubr betano foguetecamburão na Fundação Casa.
Dentre os pedidos feitos pela mãe naquele dia, além do abraço, os policiais que acompanharam o procedimento também concordarambr betano foguetenão algemá-lo. O tênis foi devolvido para a mãe dias depois.
Hoje, além do grupo no WhatsApp, Thais mantém uma conta no Instagram para falar sobre a realidade das famílias da Fundação.
Com isso, algumas pessoas começaram a procurá-la para dar suporte jurídico e até financeiro às mães que precisam.
Seu sonho, diz, é criar cursos profissionalizantes para os meninos que saem da instituição. De acordo com Claudia Carletto, essa reintegração é um dos maiores desafios.
“Lá dentro, ele não teve opção. Ele teve que assistir às aulas, teve que fazer exercícios, ficou limpo”, diz Claudia.
“Só que, quando ele sai, ele volta exatamente para o lugar que o levou a entrar para a fundação. Então, nosso desafio girabr betano foguetetornobr betano foguetecomo dar oportunidades para que ele possa ter outras perspectivasbr betano foguetefuturo.”
De acordo com a presidente da instituição, a taxabr betano foguetereincidência girabr betano foguetetornobr betano foguete22%.
“Isso é algo que queremos enfrentar, assim como a taxabr betano fogueteadolescentes que saem da fundação e logo entram no sistema prisional, que girabr betano foguetetornobr betano foguete20%.”
O tempobr betano foguetepermanênciabr betano fogueteuma instituição socioeducativa nunca é predeterminado. Depende do cumprimento das medidas preestabelecidas ao ingressar, que, porbr betano foguetevez, são revisadas a cada seis meses. No entanto, a permanência do adolescente ali não pode ultrapassar o períodobr betano foguetetrês anos.
Enquanto o filho não sai, Thais prepara a casa para abr betano foguetechegada. Com orgulho, ela mostra à reportagem o quarto do filho, um pequeno cômodo sobre uma laje, no fundo da pequena casa que ela tem no Campo Limpo, região periféricabr betano fogueteSão Paulo.
“Na semanabr betano fogueteque ele foi preso, a gente tinha acabadobr betano foguetefazer o forro”, conta ela.
O guarda-roupa, assim como a prateleira e a mesinhabr betano foguetecabeceira são novos, nunca foram usados.
“Aqui vai ser o banheiro dele”, diz ela, apontando para um pequeno espaço ao lado do quarto. “Já está bem diferentebr betano foguetequando ele saiu daqui”.
Além do quarto pronto, Thais comprou uma moto para o filho, depois dele contar que esse era o seu sonho.
“A moto chega no mês que vem. Eu digo para ele que está tudo pronto aqui para quando ele sair", afirma a mãe. "Se eu não apoiar meu filho, quem vai apoiá-lo?”.
*O nome do adolescente foi trocado para preservarbr betano fogueteidentidade.
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