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Os reais motivos por que tubarões atacam humanos:roleta apostas
"Elas são muito viscosas, odiava tocar nelas", explica.
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Mas, então, algo se apoderou daroleta apostasperna.
"A princípio, não senti dor, era como se algo tivesse me pegado gentilmente e, quando vi, estava na água."
Para aqueles que testemunharam a cena, no entanto, não teve nadaroleta apostas"gentil".
A água ao redorroleta apostasMighall se agitou violentamente quando um tubarão-brancoroleta apostascinco metrosroleta apostascomprimento enganchou naroleta apostasperna direita, a levantou da prancharoleta apostassurfe e a sacudiu no ar antesroleta apostasdesaparecer debaixo d'água.
"Demorei alguns segundos para perceber que era um tubarão", conta.
'Pesadelo'
"Quando voltei para a superfície, estavaroleta apostascostas, mas minha perna estava na boca dele. Só conseguia ver minha perna com a rouparoleta apostasmergulho preta, seus dentes, as gengivas rosadas e a parte escura debaixo do nariz. Pensei que estava tendo um pesadelo e continuei tentando abrir os olhos."
O primoroleta apostasMighall, Syb Mundy,roleta apostas33 anos, estava sentado emroleta apostasprópria prancha a poucos metrosroleta apostasdistância. Ele nadouroleta apostasdireção a ela e começou a bater na lateral da cabeça do tubarão.
O animal se afastou e, quando submergiu, soltou Mighall, avançando na prancharoleta apostassurfe, que ainda estava amarrada por uma corda à perna dela.
Com a prancha na boca, o tubarão arrastou Mighall debaixo d'água pela segunda vez. Momentos depois, apareceu novamente na superfície com a prancha mordida.
Mundy colocou a prima nas costas e remou freneticamente até a praia.
"O tubarão ficava nos rodeando debaixo d'água", conta Mighall.
"Então, veio uma onda e Syb disse: 'Temos que pegar essa onda, vai salvar nossas vidas.' Eu só conseguia bater na água porque estava aterrorizada, mas ele remou, e a onda nos levou para a praia."
"O tubarão fez o trajeto todo com a gente até a praia. Podíamos verroleta apostasbarbatana enquanto surfávamos a mesma onda."
Para sorteroleta apostasMighall, entre as poucas pessoas na praia que testemunharam o ocorrido, estavam um médico e uma enfermeira. Ela recebeu os primeiros socorros no local, enquanto aguardava a chegadaroleta apostasuma ambulância.
Maisroleta apostas10 anos depois, ele ainda tem cicatrizes profundas na perna que mostram o contorno da boca do tubarão, eroleta apostasperna direita é mais fraca que a esquerda.
Mighall foi uma das 83 pessoasroleta apostastodo o mundo, no anoroleta apostas2009, atacadas por tubarões sem que os tivessem provocado. Uma estatística que tem se mantido estável na última década.
O número médioroleta apostasataquesroleta apostastubarão sem provocação entre 2013-2017, por exemplo, foiroleta apostas84. Mas pesquisas recentes indicam que os ataquesroleta apostasalgumas partes do mundo parecem estar aumentando.
No leste dos Estados Unidos e no sul da Austrália, os númerosroleta apostasataqueroleta apostastubarões quase dobraram nos últimos 20 anos, enquanto o Havaí também registrou um aumento acentuado. Mas por quê?
Grandes populações
"As mordidasroleta apostastubarão estão fortemente correlacionadas com o númeroroleta apostaspessoas e a quantidaderoleta apostastubarões na água ao mesmo tempo", diz Gavin Naylor, diretor do Programaroleta apostasPesquisaroleta apostasTubarões da Flórida, que mantém o Arquivo Internacionalroleta apostasAtaquesroleta apostasTubarões.
"Quanto mais tubarões e pessoas estiverem no mesmo lugar, maiores são as chancesroleta apostasse encontrarem."
Parece óbvio, mas os lugares onde os ataques estão ocorrendo podem dar algumas pistas sobre os motivos.
A alta densidade demográfica ao longo da costa sul da Austrália e na costa leste dos EUA indica que há um grande númeroroleta apostaspessoas que gostamroleta apostastomar banhoroleta apostasmar nesses lugares.
No sul da Austrália, no entanto, o númeroroleta apostasleões marinhos na área costeira também aumentou, e eles são a presa favorita dos tubarões-brancos na região.
Da mesma forma, as populaçõesroleta apostasfocasroleta apostasCape Cod, na costaroleta apostasMassachusetts, nos EUA, se restabeleceram nos últimos anos,roleta apostasgrande parte graças à proteção da Leiroleta apostasMamíferos Marinhos, criadaroleta apostas1972.
Isso também levou a um aumento no númeroroleta apostastubarões-brancos na região, durante os meses quentesroleta apostasverão, que chegam para se alimentar das focas que chegam às praias.
No ano passado, Massachusetts registrou seu primeiro ataque mortíferoroleta apostas82 anos - enquanto a frequênciaroleta apostasfechamentoroleta apostaspraias por apariçõesroleta apostastubarões tem crescido.
Não há evidências, no entanto,roleta apostasque os tubarões estejam ativamente caçando humanos,roleta apostasacordo com os cientistas.
Os tubarões-brancos no Atlântico Norte, por exemplo, apresentam padrões sazonaisroleta apostasdeslocamento, migrando milharesroleta apostasquilômetros até águas mais quentes ao sul durante o inverno.
Alguns tubarões adultos se aventuram no mar aberto ao longoroleta apostasmeses, percorrendo milharesroleta apostasquilômetros e mergulhando a profundidadesroleta apostasaté mil metrosroleta apostasbuscaroleta apostaspresas.
"Somos como pequenas salsichas indefesas flutuando na água", diz Naylor.
Mas apesarroleta apostassermos uma refeição fácil, os tubarões não estãoroleta apostasfato interessadosroleta apostascaçar humanos.
"Eles geralmente ignoram as pessoas. Acho que se as pessoas soubessem a frequência com que estão na água com tubarões, provavelmente ficariam surpresas."
No entanto, Naylor acredita que as estatísticas oficiais sobre ataquesroleta apostastubarão são provavelmente subestimadas.
A maioria das notificações vemroleta apostaspaíses desenvolvidos com populações grandes e meiosroleta apostascomunicação bastante ativos.
Os ataquesroleta apostasilhas remotas ou comunidades menos desenvolvidas provavelmente não são reportados.
Ataques
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Episódios
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Uma análise mais aprofundada das estatísticas sobre ataquesroleta apostastubarões pode revelar algumas tendências fascinantes. Em 2022, ocorreram 57 ataques não provocados confirmados, abaixo da média recenteroleta apostascinco anos, que éroleta apostas70 incidentes anuais, sendo esse o nível mais baixoroleta apostas10 anos.
Cinco desses ataquesroleta apostas2022 foram fatais,roleta apostasacordo com o Arquivo Internacionalroleta apostasAtaquesroleta apostasTubarões. Outro bancoroleta apostasdados, o Global Shark Attack File, registrou 10 mortes no mesmo ano. Em 2023, o Global Shark Attack File registrou 13 mortes por ataques não provocados, comparado com as 10 mortes registradas pelo Arquivo Internacionalroleta apostasAtaquesroleta apostasTubarões. Nos primeiros três mesesroleta apostas2024, o Arquivo Globalroleta apostasAtaquesroleta apostasTubarões registrou oito ataques não provocados, incluindo dois no Havaí.
Em 24roleta apostasjunhoroleta apostas2024, foi confirmado que o surfista profissional e ator Tamayo Perry, que atuouroleta apostas"Piratas do Caribe: Navegandoroleta apostasÁguas Misteriosas", "Lost" e "Hawaii Five-0", morreu após ser atacado por um tubarão no Havaí. Perry também era salva-vidas na ilharoleta apostasNorth Shore,roleta apostasOahu, e estava surfando na costa pertoroleta apostasLaie quando o ataque aconteceu.
Embora as mordidasroleta apostastubarão no Havaí variemroleta apostasano para ano, houve um pequeno aumento no número médioroleta apostasataquesroleta apostas2023, com oito incidentes, incluindo um fatal. O Arquivo Internacionalroleta apostasAtaquesroleta apostasTubarões afirmou que monitorarároleta apostasperto as estatísticas no Havaíroleta apostasbuscaroleta apostassinais que possam indicar mudanças nos encontros humanos com tubarões.
Há dezenasroleta apostasespécies diferentes responsáveis pelos ataques, cada uma com seu próprio comportamento, estratégiasroleta apostascaça, presas e habitat preferido, masroleta apostasmuitos casos, as espécies podem ser erroneamente identificadas ou simplesmente não-identificadas.
A maioria dos ataques a humanosroleta apostasque a espécie é identificada inclui três autores principais: os tubarões-brancos, tigre e touro (também conhecido como tubarão-de-cabeça-chata).
No entanto, os tubarões-brancos, espécie demonizada após o lançamento do filme Tubarão, não são apenas uma espécie diferente, mas pertencem a uma categoria taxonômica completamente distinta das outras duas.
Em 2023, foram observados 16 casosroleta apostasmordidasroleta apostastubarão nos Estados Unidos, representando 44% do totalroleta apostascasos no país e 23%roleta apostastodas as mordidas não provocadas no mundo. A tendência global, quando analisada por década, mostra um número crescenteroleta apostasataques, segundo dados do International Shark Attack File. De acordo com Naylor, esse aumento pode refletir o crescimento da populaçãoroleta apostasáreas costeiras habitadas por tubarões e o maior númeroroleta apostasrelatos devido às redes sociais e às notícias online.
Nos últimos anos, o númeroroleta apostasmordidas não provocadasroleta apostastubarões variou consideravelmente e, até recentemente, parecia estarroleta apostasdeclínio. Em 2020, foram registrados 57 ataques não provocadosroleta apostastodo o mundo e,roleta apostas2021, 73. Em 2015, esse número eraroleta apostas98.
O recente aumento nos ataques contraria a tendência geral dos últimos 10 anos, atribuída a um declínio acentuado no númeroroleta apostastubarõesroleta apostaspontas pretas. Esses tubarões, responsáveis por muitas das mordidas no sudeste dos EUA, migram pela costa da Flórida devido ao aumento da temperatura do mar, que dispersou suas presas.
Essas estatísticas destacam um dos principais desafios para compreender por que os tubarões mordem os humanos. Existem dezenasroleta apostasespécies diferentes responsáveis pelas mordidas, cada uma com seu comportamento único, estratégiasroleta apostascaça, presas e habitat preferido – embora,roleta apostasmuitos casos, as espécies possam ser mal identificadas ou nem sequer identificadas.
A maioria dos ataques não provocados a humanos onde uma espécie é identificada envolve três grandes culpados: os grandes tubarões-brancos, tubarões-tigre e tubarões-touro.
No entanto, os grandes tubarões-brancos – a espécie retratada no filme "Tubarão" e demonizada por Hollywood desde então – não são apenas uma espécie distinta, mas pertencem a uma ordem taxonômica completamente diferente das outras duas.
"Há 350 espéciesroleta apostastubarões diferentes e muita diversidade. Você não pode simplesmente agrupá-las", diz Blake Chapman, biólogo marinho que estudou sistemas sensoriaisroleta apostastubarões e escreveu recentemente um livro sobre ataquesroleta apostastubarão a humanos.
Os tubarões-touro, por exemplo, tendem a caçarroleta apostaságuas rasas e turvas, onde dependem menos da visão e mais do olfato e da eletrorrecepção, que permite detectar minúsculos campos elétricos produzidos por suas presas.
"Os tubarões-brancos, que costumam caçarroleta apostaságuas muito claras, usam a visão muito mais, eroleta apostasvisão é muito melhor", diz Chapman.
Ele acredita que pode haver um conjunto complexoroleta apostasrazões pelas quais os ataques a humanos parecem ter aumentado nas últimas décadas.
Além do aumento da densidade demográfica ao longo das costas, a destruição do habitat natural das espécies, a alteração na qualidade da água, a mudança climática e as variações na distribuição das presas estão levando os tubarões a se concentrarem maisroleta apostascertos pontos críticos ao redor do planeta.
Em 1992, por exemplo, houve uma série repentinaroleta apostasataquesroleta apostastubarão na costa da capitalroleta apostasPernambuco, Recife, região que não havia registrado ataques sem provocação prévia ao longo da década anterior.
Chapman acredita que a construçãoroleta apostasum porto comercial na região danificou grandes áreasroleta apostasarrecifes e manguezais, deslocando possivelmente espécies como os tubarões-touro, que se mudaram para novas áreas, como Recife,roleta apostasbuscaroleta apostaspresas.
Métodos forenses
Skomal e seus colegas estão usando agora novos dispositivos identificadoresroleta apostasalta resolução que podem fornecer aos pesquisadores dados minuto a minuto e segundo a segundo sobre o que os tubarões estão fazendo.
A expectativa é que isso ajude a responder questões sobre o comportamento desses animais, assim como onde e como eles se reproduzem.
Em última análise, também poderiam ajudar a dizer algo sobre as razões dos ataques a humanos.
Alguns pesquisadores estão recorrendo a métodos forenses para tentar desvendar os motivos por trás dos ataques, desenvolvendo técnicas para usar DNA e padrõesroleta apostasmarcasroleta apostasmordida para identificar as espécies.
Outros estão examinando vídeosroleta apostasataques e comparando com as lesões para entender melhor o que aconteceu.
Mas, independentemente das razões para os ataques a humanos, os riscos ainda são muito pequenos.
Na Austrália, a incidênciaroleta apostasataquesroleta apostastubarão é da ordemroleta apostas0,5 por milhãoroleta apostaspessoas, enquanto nos EUA são menosroleta apostas0,2 ataques por milhãoroleta apostaspessoas.
Em 2018, as ocorrências caíram para cercaroleta apostas0,08 ataques por milhãoroleta apostaspessoas nos EUA, enquanto na Austrália aumentaram para 0,8 ataques por milhãoroleta apostaspessoas.
Esses dados não levamroleta apostasconta comparativamente o número muito menorroleta apostaspessoas que realmente mergulham no mar, e o número ainda menorroleta apostaspessoas nadandoroleta apostaságuas habitadas por tubarões perigosos.
Essas estatísticas, por mais ínfimas ou reconfortantes que pareçam, não ajudam muito a diminuir nosso medoroleta apostastubarões.
Mas para aqueles que estão com medo e querem saber como se protegerroleta apostasum tubarão, alguns aconselham golpear os animais nas guelras ou nos olhos quando estiver mordendo alguém.
Nadarroleta apostasgrupos e ficar perto da costa são algumas dicas para reduzir o riscoroleta apostasataques. Usar roupas escuras e evitar joias também pode ajudar a diminuir a chanceroleta apostasatrair a atençãoroleta apostasum tubarão.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
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