Por que bancos centrais estão comprando ouro no maior volume1xbet480 anos:1xbet4
Mas a invasão da Ucrânia pela Rússia vem mudando esse paradigma (entenda abaixo).
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Analistas não acreditam que haverá uma transformação radical. Na visão deles, o dólar ainda tem anos1xbet4hegemonia.
Mas bancos centrais1xbet4grandes economias como China, Índia ou Brasil, entre outros, estão comprando ouro para repor os dólares1xbet4suas reservas no ritmo mais rápido registrado desde o pós-guerra.
Para alguns analistas, essa tendência começou antes mesmo da invasão da Ucrânia, mas a maioria aponta para a rapidez com que os Estados Unidos impuseram sanções à Rússia quando o conflito começou.
"As nações ocidentais congelaram alguns dos ativos remanescentes devido à invasão da Ucrânia1xbet42022, que incentivou os bancos centrais1xbet4todo o mundo a aumentar ainda mais as participações1xbet4ouro fungível", explicam os analistas1xbet4commodities globais do Bank of America.
Reservas congeladas
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Segundo eles, a economia global parece estar caminhando para um mundo multipolar.
Prova disso é que as reservas globais1xbet4dólar caíram1xbet470% para 58%1xbet4duas décadas.
"A Rússia, país mais alvo1xbet4sanções hoje, é um bom exemplo porque está entre os maiores desdolarizadores e compradores1xbet4ouro nos últimos anos", acrescentam.
Quando os Estados Unidos impuseram sanções a Moscou pela invasão à Ucrânia, congelando reservas1xbet4US$ 300 bilhões da Rússia, isso só foi possível porque elas estavam1xbet4dólar.
"Depois das sanções dos EUA após a guerra na Ucrânia, os países tentaram reduzir1xbet4exposição a possíveis sanções no futuro. Isso levou a uma valorização monetária tanto1xbet4ouro quanto1xbet4renminbi chinês", diz Omar Rachedi, professor adjunto do Departamento1xbet4Economia, Finanças e Contabilidade na faculdade1xbet4administração e negócios Esade,1xbet4Barcelona, na Espanha.
Empresas privadas que negociam com a Rússia também são potencialmente vulneráveis a sanções dos EUA.
Desde o início do ano, o ouro tem mostrado um desempenho estelar. Até agora neste ano, o valor1xbet4dólares do metal subiu mais1xbet410%.
Declaração política
"Esperamos que as compras (de ouro) pelos bancos centrais permaneçam robustas1xbet4um mundo cada vez mais multipolar, mas não esperamos que o recorde1xbet42022 se mantenha", escreveu Carsten Menke, chefe1xbet4pesquisa da empresa1xbet4investimentos Julius Baer,1xbet4um relatório recente para investidores.
"Não compartilhamos da visão da desdolarização, embora encaremos a compra1xbet4ouro pelos bancos centrais principalmente como uma declaração política contra o dólar americano", acrescentou ele.
Os bancos centrais gostam do ouro pela expectativa1xbet4que mantenha seu valor1xbet4tempos turbulentos e, ao contrário1xbet4moedas e títulos, não dependa1xbet4nenhum emissor ou governo.
O ouro também permite às autoridades monetárias diversificarem seu portfólio1xbet4ativos.
"Os motivos pelos quais os bancos centrais estão acumulando ouro variam, mas provavelmente o principal é que eles precisam diversificar seus ativos1xbet4reserva", diz o professor Lawrence H. White, do Departamento1xbet4Economia da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, à BBC News Mundo, o serviço1xbet4notícias1xbet4espanhol da BBC.
"A China, por exemplo, tem comprado ouro e, ao mesmo tempo, vendido parte1xbet4sua grande carteira1xbet4títulos do Tesouro americano. Manter ativos1xbet4ouro1xbet4vez1xbet4dólares também é uma forma1xbet4reduzir a exposição ao risco1xbet4desvalorização do dólar”.
Mas "o dólar continua sendo a moeda dominante para pagamentos internacionais, e nem o euro nem o yuan devem tomar seu lugar", acredita White.
Diversificação contra taxas1xbet4juros
O aumento das taxas1xbet4juros por todo o mundo também influenciou a decisão1xbet4muitos países1xbet4se "desdolarizarem".
"As necessidades1xbet4diversificação dos bancos centrais são ainda mais exacerbadas pelo fato1xbet4que seus títulos do Tesouro dos EUA perderam valor devido aos aumentos das taxas1xbet4juros pelo Federal Reserve (banco central americano)", diz Rachedi.
Isso porque o preço do título possui uma relação inversa com a taxa1xbet4juros. Quando os juros sobem, o preço do título cai. Já uma redução nas taxas1xbet4juros tem o efeito contrário.
Portanto, a mudança para ativos que não sejam a moeda americana — e especialmente os títulos do Tesouro dos EUA — tem sido um fator que também tem impulsionado a diversificação, explica o professor.
Para qualquer economia latino-americana com dívida1xbet4dólares, o aumento dos juros também foi um revés.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também falou recentemente sobre o predomínio do dólar.
Em um discurso proferido durante1xbet4recente viagem à China, o petista exortou os países do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — a desenvolver uma nova moeda e se afastar do dólar.
"Por que não podemos negociar nossas próprias moedas?", perguntou ele. "Quem foi que decidiu que o dólar era a moeda após o desaparecimento do padrão-ouro?", acrescentou Lula,1xbet4alusão à substituição do ouro pelo dólar como sistema monetário até a Primeira Guerra Mundial.
Falando no Novo Banco1xbet4Desenvolvimento1xbet4Xangai, comandado pela ex-presidente Dilma Rousseff, Lula pediu aos países do Brics que estabeleçam uma moeda comum com a qual possam fazer transações.
A proposta surgiu poucos meses depois do anúncio1xbet4Brasil e Argentina1xbet4articular uma moeda comum chamada Sol.
"É uma ambição antiga. Ninguém quer depender1xbet4uma moeda que não pode controlar, mas a realidade é que ninguém pode viver sem ela. A ampla hegemonia do dólar estará assegurada enquanto não houver rival1xbet4igual magnitude”, explica Gonzalo Toca, analista do think tank espanhol Esglobal.
Hegemonia esmagadora
“Estamos falando da moeda da principal economia mundial e da moeda do principal fomentador da globalização e do sistema monetário internacional como o conhecemos. Por isso mesmo a arquitetura institucional a favorece”, lembra.
"Dito isso, a hegemonia avassaladora1xbet4que desfrutava o dólar obviamente começou a enfraquecer com a valorização do euro e do yuan. E continuará enfraquecendo, nos próximos anos, à medida que eles ganharem peso como moeda1xbet4reserva e1xbet4pagamento", diz Toca.
Nesse contexto, vale lembrar que as relações entre Washington e Pequim, por outro lado, embora não sejam boas, são agora menos tensas do que durante a "guerra comercial" que o ex-presidente dos EUA Donald Trump travou com a China.
Para o professor Rachedi, o principal desafio ao domínio global do dólar americano pode vir do renminbi (ou yuan) chinês, já que a China começou a fechar contratos1xbet4petróleo com países do Golfo a preços1xbet4renminbi e não1xbet4dólares.
Além disso, o grande esforço da Iniciativa do Cinturão e Rota (ou Nova Rota da Seda) vem com o desembolso1xbet4contratos entre a China e países da Ásia, África e América do Sul, que são cotados1xbet4renminbi e não1xbet4dólares.
"No entanto, enquanto a China não fornecer um ambiente bem protegido para os investidores e permitir que o governo controle diretamente os mercados financeiros e possivelmente se apodere1xbet4quaisquer contas financeiras, o gigante asiático não vai conseguir desafiar a supremacia do dólar", diz ele.
"Enquanto os Estados Unidos conseguirem manter mercados financeiros livres com uma taxa1xbet4inflação estável, seu domínio estará aqui para ficar na próxima década ou mais", acrescenta.