Por que Jesus 'deu certo' e tantos outros aclamados messiasdennys ramos pokerseu tempo ficaram pelo caminho:dennys ramos poker

A leitura acadêmica traça diferenças substanciais entre o "movimentodennys ramos pokerJesus com Jesus", ou seja, enquanto ele ainda era um líder vivo, e o "movimentodennys ramos pokerJesus sem Jesus", ou seja, a maneira como o cristianismo passou a ser organizado pelas primeiras geraçõesdennys ramos pokerseus seguidores.

Seguidores estes que se espalharam e se tornaram disseminadores dos ensinamentos adquiridos junto àquele líder carismático e sólido.

"Esse anúncio proporcionou a aberturadennys ramos pokerum movimento,dennys ramos pokerexclusivamente intrajudaico, para um movimento que ganharia contornos universais", ressalta o historiador André Leonardo Chevitarese, professor do Institutodennys ramos pokerHistória da Universidade Federal do Riodennys ramos pokerJaneiro (UFRJ), e autor do livro Jesusdennys ramos pokerNazaré: Uma Outra História (editora Annablume), entre outros.

Na interpretação do historiador, essa pregação posterior do "movimentodennys ramos pokerJesus" fez com que os ensinamentos daquele homem "ganhassem contornos universais". "Isto é, saíssem do ambiente étnico,dennys ramos pokerum povo, do povo judeu, para se tornar uma questão dos seres humanos, na infinita pluralidadedennys ramos pokerculturas contidas dentro do império romano", salienta. "Há um viés histórico e antropológico que ajuda a entender, que ajuda a explicar como o movimentodennys ramos pokerJesus com Jesus, que foi intrajudaico, se tornou o movimento sem Jesus, algo além das fronteirasdennys ramos pokerIsrael."

Celeirodennys ramos pokerlíderes messiânicos

Mas para entender essa especificidade, primeiramente é preciso compreender por que aquela região, naquela longínqua época, foi um polo efervescente para o surgimentodennys ramos pokerrevoltas popularesdennys ramos pokercunho religioso e político, um caldeirão perfeito para mobilizar discursos messiânicos.

Candidatos a messias

"Historicamente, houve uma quantidade muito grandedennys ramos pokercandidatos a messias, antes, durante e depoisdennys ramos pokerJesus. Este é um ponto central", comenta Chevitarese.

"A Palestina no tempodennys ramos pokerJesus era dominada politicamente pelos romanos. Mas isso não explica tudo", ressalta o teólogo Paulo Nogueira, professor da pós-graduaçãodennys ramos pokerciências da religião da Pontifícia Universidade Católicadennys ramos pokerCampinas (PUC-Campinas) e autor dos livros Narrativa e Cultura Popular no Cristianismo Primitivo (Paulus), Religião e Poder no Cristianismo Primitivo (Paulus) e Breve História do Cristianismo das Origens (Santuário).

"Também havia uma profunda percepção dessa dominação, o que gerava a busca desesperada por alternativas e solução", prossegue ele. "Ainda que a comunidade judaica fosse relativamente marginal no contexto político e econômico do império, eles tinham uma autoconsciência da liberdade edennys ramos pokerum destino grandioso prometido por Deus."

"Mas como alcançar a prometida liberdade? Como serem fiéis ao Deus que lhes daria um futuro grandioso? Isso gerou muitas respostas ao lado da religião sacerdotal e oficial", contextualiza. "Profetas, milagreiros, pretendentes messiânicos, grupos revolucionários, entre outros, prometeram e ofereceram respostas."

Mas a dominação romana não explica tudo, afinal, fosse apenas o único ingrediente, candidatos a messias também teriam surgidodennys ramos pokerdiversas outras partes da Europa, por exemplo.

De acordo com o teólogo, historiador e filósofo Gerson Leitedennys ramos pokerMoraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie, as raízes desse fenômeno estãodennys ramos pokerdois fatores: a ideiadennys ramos pokerque esse povo, os judeus, se sentiam os "escolhidos por Deus", e o passado recente daquele período, quando os judeus foram expulsos daquela área conhecida como Terra Santa.

"O exílio funcionou como uma espéciedennys ramos pokerpunição aos judeus. Quando eles voltam, há uma autocrítica. Eles querem entender por que Deus permitiu que eles passassem por tantas tribulações", pontua.

"Eles se tornam, então, extremamente zelosos. Passam a tomar a leidennys ramos pokerMoisés como sendo uma regradennys ramos pokerfé e prática para conduzir suas vidas, uma regra moral e religiosa. Quanto mais zelosos eles fossem com relação à lei, mais Deus os abençoaria, afinal, entendiam que haviam sido punidos porque tinham agidodennys ramos pokerforma relapsa", acrescenta ele.

Contudo, eles reencontram uma área geográfica alvodennys ramos pokerinteresses políticos. Uma região que sucessivamente era dominada por alguma potência estrangeira. E a bola da vez eram os romanos.

Esse contexto faz surgir algumas condições no seio do judaísmo. "Uma delas é a renovação do profetismo, por meio da chamada literatura apocalíptica", pontua Moraes. "É um movimento literário mas também religioso que procura trabalhardennys ramos pokermaneira cifrada e simbólica as mensagensdennys ramos pokerrenovação e esperança para um povo sofrido. Isto se torna uma maneiradennys ramos pokerresistir à opressão estrangeira."

"Fruto desse processo, se fortalece muito a noção do messianismo", afirma ele. Ou seja: a ideiadennys ramos pokerque alguém viria libertar esse povo das agruras do domínio romano, daquela condição ruim. "E esse alguém seria um enviadodennys ramos pokerDeus", pontua.

Àquela altura, ninguém ousava falar como seria esse enviado oudennys ramos pokerque forma ele viria. Tampouco se seria um herdeiro da dinastiadennys ramos pokerDavi ou um rei político. Ou, ainda, alguém capazdennys ramos pokerconduzir um exército forte o suficiente para banir daquelas terras os inimigos.

"Foram seis séculos gestando essas ideias, a partir do movimento apocalíptico e do messianismo", diz Moraes. "Nesse período, começam a aparecer vários e vários candidatos a cumprirem as profecias apocalípticas, a cumprirem os pré-requisitosdennys ramos pokerserem os libertadores. Os diasdennys ramos pokerJesus são propícios para isso."

Bandidos, profetas e messias

Costuma-se dizer que, naquele períododennys ramos pokerque viveu Jesus, havia três tiposdennys ramos pokeragitadores sociais na região: os bandidos, os profetas e os messias.

Os bandidos eram os classificados como "bandidos sociais", ou seja, aqueles que promoviam uma resistência ao domínio romano por meiodennys ramos pokersaques e outras contravenções. Geralmente viviamdennys ramos pokerforma clandestina,dennys ramos pokercavernas na região.

"Foram vários", diz Moraes. Entre eles, houve um sujeito chamado Ezequias, que agiu entre os anos 47 e 38 antesdennys ramos pokerCristo. Outro insurgente conhecido foi Eleazar Ben Jair, que viveu pouco tempo depoisdennys ramos pokerCristo. Mais ou menos no mesmo período também se destacou o grupo comandado por Tolomau. "E também houve um sujeito chamado Jesus, na décadadennys ramos poker60", afirma.

Na mesma categoria, Moraes também inclui o líder rebelde Joãodennys ramos pokerGiscala.

Segundo essa classificação, profetas eram aqueles que realizavam um trabalho missionário mas deixavam claro que haveria um messias subsequente. Assim, Moraes lembradennys ramos pokerJoão Batista, o religioso que batizou Jesus. "E também um homem conhecido como Samaritano, que atuou ali entre os anos 26 e 36, mais ou menos", diz. "Também houve um sujeito apelidadodennys ramos pokerEgípcio. E outro chamadodennys ramos pokerJesus, filhodennys ramos pokerAnanias. Enfim, a literatura é povoada desses nomes."

Messias eram aqueles que encarnavam a ideiadennys ramos pokerserem os enviados. O teólogo lembradennys ramos poker"Judas, filhodennys ramos pokerEzequias, que surgiu por volta do ano 4", e "no mesmo ano, um sujeito chamado Simão". Também cita Judas, o Galileu, e Simão Bar Giora.

"Isso acontece porque era uma região dominada por potências estrangeiras durante vários séculos", contextualiza.

"E uma região alimentada religiosamente pela mentalidade apocalíptica e por uma mentalidade messiânica. Então os candidatos a messias aparecem aos montes e, naquele tempo, Jesus era mais um entre os candidatos."

De todos os nomes político-religiosos surgidos na época, alémdennys ramos pokerJesus, Chevitarese destaca três: Judas, o Galileu; João Batista; e O Egípcio.

Mas, antes, ele ressalta que não lhe parece correto classificar esses movimentos como seitas. "Porque todas as experiências religiosas, sem exceção, são multifacetadas. Nenhuma das experiências vieram do céu para a terra, mas sim todas da terra para o céu: são os seres humanos quem as fazem, e não a divindade", pontua.

Segundo ele, para entender o surgimento desses grupos é preciso ver que a região e a épocadennys ramos pokerque Jesus viveu foi propícia para o surgimentodennys ramos pokerdiferentes percepções religiosas.

"Eram diferentes, mas o elemento central é que a terra é essadennys ramos pokerque os judeus vivem", diz. "Essa terra, que tem um mito que a sustenta, o mitodennys ramos pokerque Deus tirou os hebreus do Egito e os levou para a terra onde corria o leite e o mel, uma terra que pertence a Deus e onde os primeiros hebreus chegaram e, posteriormente, com as divisões havidas, os judeus ali eram os inquilinosdennys ramos pokerDeus."

Mas o ambiente do século 1 parecia um pouco distante dessa ideia idílica. "A exploração econômica era levada a graus absurdos. Para se ter uma ideia,dennys ramos pokercada quatro ou cinco peixes que o indivíduo pescava, um era para o dízimo da Igreja, um era para pagar o aluguel da terra, do barco e da rede, um era para pagar os impostos a Roma", comenta. Chevitarese. "O que sobrava para o cara era o mínimo da sobrevivência, da subsistência. Isso produziu uma revolta."

Líderes emblemáticos

Chevitarese acredita que, analisando esse cenário, "talvez o grande líder messiânico tenha sido Judas, o Galileu". O personagem, que liderou uma revolta contra o censo romano no ano 6 depoisdennys ramos pokerCristo, é mencionado no livro bíblico dos Atos dos Apóstolos como alguém que "levou muito povo atrásdennys ramos pokersi". Ele também é mencionado nos relatos do historiador romano Flávio Josefo (37-100).

"Esse cara disse, entre outras coisas, que seria considerado afastado da comunidade judaica todo aquele judeu que aceitasse pagar impostos que não fossem para Deus", diz Chevitarese. "Todo aquele que aceitasse como senhor qualquer outra pessoa que não Deus. Então o que o explica é a resistência à presença romana, lembrando suas dimensões politeístas, numa terra da qual Deus seria o dono."

"Esse tipodennys ramos pokertensão explica tanta pluralidadedennys ramos pokerexperiências religiosas na terradennys ramos pokerIsrael no século 1", conclui ele. Judas era uma liderança política galileiadennys ramos pokerbases campesinas, que conseguiu arregimentar um conjunto muito grandedennys ramos pokercamponeses.

"Era alguém que reivindicava princípios caros, como, por exemplo, se era lícito pagar impostos que não fossem a Deus, se só existia um senhor Deus… Foi um movimento que não gerou frutosdennys ramos pokerlonga duração, mas aquela perguntinha que ecoa nos evangelhos, sobre se é lícito ou não pagar impostos a César está se referindo, do pontodennys ramos pokervista ideológico, a uma das pautas do Judas."

Chevitarese situa entre esses líderes político-religiosos o próprio João Batista, na Bíblia situado como primodennys ramos pokerJesus e aquele que o teria batizado. "Foi um movimento, o do Batista. Ele foi contemporâneo a Jesus e não é aquele que nos evangelhos é citado como quem 'não seria digno'dennys ramos pokeratar as sandálias dos sapatosdennys ramos pokerJesus", afirma o historiador.

"Na época dos dois,dennys ramos pokerJesus edennys ramos pokerJoão, ele, João Batista, era infinitamente maior e mais importante do que Jesus. Muito mais conhecido. Ele era o grande candidato messiânico. E Jesus se tornou seu discípulo após o batismo, permaneceu com ele no movimento, aprendeu com ele", relata o historiador da UFRJ.

"O movimentodennys ramos pokerBatista sem o Batista [ou seja, depois da morte dele], tal e qual o movimentodennys ramos pokerJesus sem Jesus, vai tensionar ao longodennys ramos pokertodo o século 1 e primeira metade do século 2", conta.

"A questão era quem é o messias: João Batista ou Jesusdennys ramos pokerNazaré? Quem seria o Cristo? Repare que estamos olhando por um viés sociológico esses movimentos populares, saindo das amarras teológicas tendenciosas", diz.

"Há muitas questões subentendidas naquelas narrativas evangélicas", acredita.

Chevitarese também lembra o papel desempenhado pelo líder conhecido simplesmente como O Egípcio, que aparece nas narrativasdennys ramos pokerJosefo e também nos Atos dos Apóstolos, da Bíblia. "Não és tu porventura aquele egípcio que antes destes dias fez uma sedição e levou ao deserto quatro mil salteadores?", pontua o texto bíblico.

"Ele é outro que se assume como novo líder, mobilizando, levando gente, dizendo que iria fazer os murosdennys ramos pokerJerusalém caírem, que iriam entrar lá e tomar posse", comenta. "Uma posse nãodennys ramos pokermodo pacífico, eram caras dispostos a partirem para a pancadaria, para matar ou morrer. Esse foi um movimento violentamente reprimido."

O historiador deixa claro que, embora esses três casos sejam mais interessantes, foram muitas as figuras religiosas que arrebanharam multidões no período. Ele cita Atronges, Joãodennys ramos pokerGiscala, Simão Bar Giora, Menachem, Teudas… "Todos esses eram candidatos messiânicos antes, durante e depoisdennys ramos pokerJesus", enfatiza.

Pesquisadordennys ramos pokercristianismo antigo, Thiago Maerki, ligado à Universidade Federaldennys ramos pokerSão Paulo (Unifesp) e à Hagiography Society, nos Estados Unidos, lembradennys ramos pokeroutro personagem messiânico desse tempo: Apolôniodennys ramos pokerTiana.

"Há muitos paralelos sobre o que sabemos da vidadennys ramos pokerJesus com esse taldennys ramos pokerApolônio. Parece que havia inclusive uma rivalidade na época entre Jesus e Apolônio", afirma.

"Fala-se sobre Apolônio que, antesdennys ramos pokerele nascer,dennys ramos pokermãe havia tido uma visita do céu e que essa personagem celeste havia revelado a ela que seu filho não seria um mero mortal, mas um ser divino, e que o próprio nascimentodennys ramos pokerApolônio seria acompanhado por sinais divinos."

Maerki ressalta que a figura era vista como alguém que não era "um ser humano comum, mas sim um enviado por Deus". "Quando se fala assim, parece que estamos falando sobre Jesus, mas são informaçõesdennys ramos pokerApolônio", compara.

"Há ainda relatosdennys ramos pokerque ele teria feito vários milagres para que se acreditasse emdennys ramos pokerpregação, que ele teria ressuscitado mortos e que, no fim da vida, ele teria despertado oposição entre autoridadesdennys ramos pokerRoma e levado a julgamento", narra. "Por fim, ele teria subido ao céu, onde moraria até hoje. E para provar isso, teria ele aparecido a, ao menos, umdennys ramos pokerseus seguidores."

Movimentos dentro do judaísmo

Em comum, todos esses movimentos, inclusive o protagonizado por Jesus, tinham o caráter político rebelde. "Eles compartilhavam a ideologiadennys ramos pokerresistência ao império romano", define Chevitarese.

"No viés religioso, a partirdennys ramos pokerdiferentes objetivos, centralizavam a ideiadennys ramos pokerque o Deusdennys ramos pokerIsrael iria intervir na história e restabelecer o poder político na nação."

Mas com tantos líderes politico-religiosos,dennys ramos pokercerta forma semelhantes, por que Jesus se tornou tão grande e os outros desapareceram?

Para os especialistas, a chave é entender que todos esses movimentos ocorreram dentro do judaísmo. Mas o cristianismo, o tal "movimentodennys ramos pokerJesus sem Jesus", foi o único capazdennys ramos pokerultrapassar essa fronteira.

"A história da origem do cristianismo só pode ser compreendida emdennys ramos pokerorigem judaica. O cristianismo surgiu como um movimento profético messiânico na Galileia, que viu seu messias morto pelos romanosdennys ramos pokerJerusalém", diz Nogueira.

"Como movimento judaico ele se disseminou pela diáspora judaica no Mediterrâneo e ali se articulou com outras formas religiosas do mundo greco-romano, mas até o segundo século adentro se sentiam como relacionados à religiosidade judaica e assim eram vistos pelos pagãos."

"Esses candidatos a messias todos existiram, mas seus movimentos não deram certo porque todos eles, incluindo o movimentodennys ramos pokerJesus, eram intrajudaicos. Foram pensados para discutir pontosdennys ramos pokervista políticos, religiosos e econômicos do judaísmo", completa Chevitarese.

"Eram questões específicas internas daquelas culturas judaicas, daquelas multiplicidadesdennys ramos pokerpercepções do judaísmo, tendo sempre como centralidade a figuradennys ramos pokerDeus, qual era o papeldennys ramos pokerDeus nesses embates, nessas lutas, qual era a expectativadennys ramos pokerDeus na justiçadennys ramos pokerIsrael."

No casodennys ramos pokerJesus, havia o anúncio do Reinodennys ramos pokerDeusdennys ramos pokeroposição à realidade. Ou seja: um reino da justiça divinadennys ramos pokeroposição à injustiçadennys ramos pokerCésar, um reinodennys ramos pokerpazdennys ramos pokeroposição àquele período bélico, um reinodennys ramos pokercomensalidadedennys ramos pokeroposição à fome.

"E um reinodennys ramos pokerigualdadedennys ramos pokergêneros, onde homens e mulheres eram chamados à messe,dennys ramos pokeroposição às hierarquizações sociais do reinodennys ramos pokerCésar", pontua Chevitarese.

Mas se todos os outros movimentos semelhantes acabaram restritos ao mundo intrajudaico, o cristianismo acabou ultrapassando as fronteiras justamente por conta do papel desempenhado pelos seguidores das gerações seguintes.

"Após a mortedennys ramos pokerJesus, imbuídos da crença na ressurreição, seus discípulos passaram a atuardennys ramos pokermaneira muito eficaz e competente", comenta o teólogo Moraes. "A mensagem passou a não ser recebida apenas pelos judeus, assumiu um caráter universal. Esse rompimento das fronteiras fez com que,dennys ramos pokeralguma maneira, o movimentodennys ramos pokerJesus se tornasse mais impactante."

Ao mesmo tempo, os outros movimentos messiânicos ficaram presos às fronteiras nacionais e étnicas. "Nunca tiveram pretensões além disso", avalia Chevitarese. "A geração que viu ainda lembrava, mas depois foram derrotadas, ao tempodennys ramos pokerque a memória esquecia."

"Já o movimentodennys ramos pokerJesus sem Jesus, como transcendeu as questões propriamente judaicas, se tornou universalista. Passou a tratar dos problemas dos seres humanos", afirma ele.

Para Nogueira, "é uma questão difícil" explicar porque Jesus sobreviveu aos séculos e seus contemporâneosdennys ramos pokeroutras dissidências, não. "Eu diria que seu carisma, seu poderdennys ramos pokerinteragir com seus seguidores edennys ramos pokerinfluenciá-los, foi seu diferencial. Não há uma liderançadennys ramos pokerimpacto histórico que não tenha competências marcantes, com característicasdennys ramos pokerliderança, poder milagroso, poder retórico, coerência moral, por um lado, e repercussão entre as pessoas que se tornaram suas seguidoras, por outro lado", afirma.

"Não há como dissociar as duas coisas: Jesus foi um profeta e milagreiro poderoso e foi percebido como tal por seus seguidores."

A visão religiosa

Também há a visão pragmática-religiosa, evidentemente. "Aqueles que creem vão dizer que o movimentodennys ramos pokerJesus deu certo porque ele era mesmo o messias esperado, o filhodennys ramos pokerDeus encarnado", afirma o teólogo Moraes. "Ele era aquele que havia sido prometido pelos profetas."

A própria Bíblia trabalha com essa ideia. No livro dos Atos dos Apóstolos, há uma passagemdennys ramos pokerque um fariseu mestre da lei afirma que não seria necessário fazer nada para conter o movimentodennys ramos pokerJesus, porque se ele realmente não fosse obra divina ele se extinguiria naturalmente.

"Essa é uma posição pragmática adotada pela linha crente: Jesus deu certo porque ele era,dennys ramos pokerfato, o filhodennys ramos pokerDeus, o verbo encarnado", aponta Moraes.

Historicamente, contudo, Moraes lembra que houve uma coincidência na expansão do cristianismo com o período conhecido como Pax Romana — do ano 27 a.C. Com o ano 180 d.C. E isso, aliada à decisão dos primeiros seguidoresdennys ramos pokerJesusdennys ramos pokerdisseminarem a história dele, foi um fator fundamental nessa universalidade do legado deixado pelo líder messiânico.

"O mundo criado por Roma impõe uma política violenta, masdennys ramos pokerpacificação, a Pax Romana. Há uma espéciedennys ramos pokerglobalização no mundo antigo, com a administraçãodennys ramos pokerRoma nas possessões, mas uma espéciedennys ramos pokerlivre trânsitodennys ramos pokermercadorias e ideias", pontua.

"Isso,dennys ramos pokermeio a um momentodennys ramos pokerjudaísmo fragmentado, favorece o trabalho dos missionários cristãos na própria estrutura do império. Isso ajuda a explicar por que o cristianismo atingiu esse sucesso todo", acrescenta.

Independênciadennys ramos pokervisões

De acordo com os pesquisadores,dennys ramos pokerlinhas gerais não havia um intercâmbio entre esses movimentos que coexistiram, exceto raras exceções.

Uma delas, aliás, é dignadennys ramos pokernota: Jesus foi batizado e se tornou discípulodennys ramos pokerJoão Batista.

"Ele aprendeu com o Batista", enfatiza Chevitarese. "Houve um intercâmbiodennys ramos pokeraprendizado."

"Jesus também bebeu na tradiçãodennys ramos pokerJudas, o Galileu, no sentidodennys ramos pokernão topar diálogo com romanos", acrescenta ele.

Esta reportagem foi originalmente publicadadennys ramos poker23dennys ramos pokerdezembrodennys ramos poker2022