Como Madonna quebrou tabus ao incluir 'cartilha sobre Aids'betboo tválbumbetboo tv1989:betboo tv
"Muito se via na mídia termos usados incorretamente, como 'peste gay' ou 'câncer gay', que reforçavam o estigma contra essa população e transmitiam para aqueles que não eram gays a ideiabetboo tvque a Aids não os afetaria, que não era um problema deles. Mas ela, como bem sabemos, afetou", continua Pinheiro.
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"Não havia tanto interessebetboo tvcuidar dessa doença como houve, por exemplo, com a covid-19 porque a Aids era vista inicialmente como algo restrito a um grupo que não era bem visto e bem-vindo na sociedade", complementa Renan Quinalha, professorbetboo tvdireito da Unifesp, advogado e ativista no campo dos direitos humanos.
A participaçãobetboo tvartistas na conscientização da doença se tornaria fundamental para ajudar a desestigmatizá-la, e Madonna foi uma das figuras mais ativas nesse movimento.
Uma toneladabetboo tvcocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
Episódios
Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa
Alguns anos antes da epidemia surgir,betboo tv1978, Madonna Louise Ciccone, aos 20 anos, chegavabetboo tvNova Iorque e buscava uma carreira na dança.
Em 1983, o anobetboo tvque Madonna lançou seu álbumbetboo tvestreia autointitulado, dois gruposbetboo tvpesquisa independentes concluíram que um novo retrovírus - o que agora chamamosbetboo tvHIV - poderia estar infectando pessoas com a síndrome mais letal, a Aids.
Envolvida na cena cultural pop da época, a artista mergulhou na culturabetboo tvclubes queer e viubetboo tvperto a epidemia se espalhar.
"A música pop nos anos 80 era para todas as pessoas, mas pessoas LGBTQIA+ e as mulheres se conectaram rapidamente com a Madonnabetboo tvum espaçobetboo tvliberdade. Ela proporcionou esse espaçobetboo tv'os meus desejos, as minhas questões existem e elas fazem sentido', algo especialmente importante para a época, quando questões desses grupos eram diminuídas," avalia o jornalista cultural Renan Guerra, host do podcast ‘Vamos Falar Sobre Música?’
"Era uma épocabetboo tvexperimentação,betboo tvliberação. E é interessante ver que ela estava junto com essas pessoas antes, abraçando a liberdade, e depois, quando as coisas ficam difíceis com a chegada do HIV, ela não abre mãobetboo tvestar com essas mesmas pessoas."
Três anos depois,betboo tvagostobetboo tv1986, o melhor amigobetboo tvMadonna, Martin Burgoyne, 23, começou a ter sintomas da doença. O jovem, que havia se mudado para Nova York para estudar arte e dividia o apartamento com a cantora, achou que estivesse com sarampo. Masbetboo tvpouco tempo foi diagnosticado com Aids e faleceubetboo tvnovembro daquele ano.
Foi Martin quem gerencioubetboo tvprimeira turnêbetboo tvclubes, e desenhou a imagem da capa do álbum "Burning Up",betboo tv1983.
Na avaliação do jornalista cultural Renan Guerra, a perda deste ebetboo tvoutros amigos, como seu primeiro professorbetboo tvdança, Christopher Flynn, impactou profundamente no empenho da cantorabetboo tveducar o público sobre o vírus.
“Quando você tem amigos que são diferentesbetboo tvvocê, você aprende sobre o mundo. E quando você perde um desses amigos, é uma força muito dolorosa. As pessoas que passaram por isso entenderam o horror que estava acontecendo e criaram arte que conseguem impactar muito a nós”, diz Guerra.
Cinco anos depois, ela escreveu ‘In This Life’ como uma homenagem à Burgoyne e Flynn.
"As pessoas passam e eu me pergunto quem será o próximo
Quem determina, quem sabe melhor
Há alguma lição que eu deveria aprender nesse caso
A ignorância não é uma bênção", diz um trecho da música.
Like a Prayer e a ‘cartilha sobre Aids’
Em 1989, com uma mensagem simples e direta, Madonna quebrou tabus ao incluir uma cartilha sobre Aids dentrobetboo tvseu álbum ‘Like a Prayer’.
O folheto dizia,betboo tvtradução para o português:
"A AIDS é uma doença com as mesmas oportunidades. Afeta homens, mulheres e crianças, sem distinçãobetboo tvraça, idade ou orientação sexual. A AIDS é causada por um vírus chamado HIV. Até o momento, não há dados conclusivos para explicar como a AIDS começou oubetboo tvonde veio. Pessoas com AIDS – independentementebetboo tvsua orientação sexual – merecem compaixão e apoio, não violência e intolerância.
- Você pode contrair a AIDS fazendo sexo vaginal ou anal com um parceiro infectado
- Você pode contrair AIDS compartilhando agulhasbetboo tvdrogas com uma pessoa infectada
- Você pode contrair a AIDS se nascerbetboo tvuma mãe infectada
O simples atobetboo tvcolocar uma camisinha pode salvarbetboo tvvida, se ela for usada corretamente e toda vez que fizer sexo.
AIDS não é uma festa."
O álbum também abordou outros assuntosbetboo tvforma progressista para a época. As letras, acompanhadasbetboo tvbatidas melódicas ou dancantes, abordavam temas como perda na infância, abuso infantil, abuso conjugal, direitos das mulheres e espiritualidade.
"Com a mensagem sobre a Aids, Madonna fez o papel que a mídia não fez. O papel que os governos não fizeram. Falar sobre formasbetboo tvtransmissão do HIV, com ênfase na possibilidade da infecção ocorrerbetboo tvqualquer pessoa, inclusivebetboo tvbebês, foi uma das maiores contribuições que uma artista poderia dar à causa. Além disso, frisar que as pessoas que vivem com HIV merecem compaixão e apoio e não violência, marcabetboo tvforma clara seu posicionamento frente ao estigma", avalia Dyemison Pinheiro.
"Isso vindobetboo tvuma artista que à época já tinha grande impacto, masbetboo tvcerta forma, ainda estava se estabelecendo no cenário mundial, poderia pôr tudo a perder do pontobetboo tvvista financeiro ou midiático, já que se tratavabetboo tvum assunto delicado para a época."
Terminar o texto do encarte falando sobre o usobetboo tvpreservativo como métodobetboo tvprevenção, diz Pinheiro, é o ponto alto.
"Chamar o atobetboo tvusar preservativobetboo tv'simples' é interessante porque transmite a ideiabetboo tvque é algo acessível e viável para todas as pessoas que leem o texto. Concluir que a proteção deve ser usadabetboo tvtodas as relações, é, para mim, uma questãobetboo tvsaúde pública."
As informações no começo da décadabetboo tv80 eram muito escassas e desencontradas, diz o infectologista.
"A mídia, porbetboo tvvez, fazia muito mais um papelbetboo tvalarde sobre a doença, sempre com manchetes sensacionalistas, mais preocupada com os númerosbetboo tvvenda do que com a divulgaçãobetboo tvinformação científica sobre a Aids. A comunidade LGBTQIA+ foi a que deu o pontapébetboo tvorientar os seus."
“Isso vindobetboo tvuma artista que já era bem conhecida na época, mas ainda estava se tornando famosa mundialmente, poderia arriscarbetboo tvreputação e popularidade, já que era um assunto delicado naquele tempo. Mesmo assim, ela decidiu contribuir significativamente para o combate à Aids.”
Por ser uma voz ativa no combate ao vírus, Madonna foi alvobetboo tvrumoresbetboo tvque ela própria seria portadora do vírus HIV.
A cantora dissipou esses rumoresbetboo tv1991, quando recebeu o Prêmiobetboo tvCoragem da Fundação para a Pesquisa da AIDS da América (amFAR)betboo tvum evento beneficentebetboo tvLos Angeles.
"Eu não sou HIV positiva, mas e se eu fosse? Eu teria mais medobetboo tvcomo a sociedade me trataria por ter a doença do que da própria doençabetboo tvsi."
"Muitos dos seus bailarinos estavam convivendo com a HIV, essas descobertas foram feitas durante turnês dela nos 80, 90, e ela sempre deu maior apoio", lembra o professor Renan Quinalha.
"Ela visitava pessoas que estavam adoecidasbetboo tvdecorrência da Aids, falava sobre usobetboo tvpreservativos, colocava o sexobetboo tvmaneira desmoralizada nas suas apresentações... Acho que tudo isso ajudou para tirar do armário a sexualidade e também o HIV e a AIDS, e colaborou para a gente debater mais abertamente."
Os anos 90 e o 'conservadorismo sexual'
"Enquanto o mundo ia para uma posição mais conservadora, com medo do sexo por conta do HIV, Madonna lança ‘Erotica’ [1992] e falabetboo tvsexo, fala sobrebetboo tvimportância para a vida. Eu acho que ela tem essa coisabetboo tvliderar e tensionar as questões que são problemáticas para uma sociedade conservadora.
"As pessoas entendem como polêmica, mas para mim, é fundamental. Nesse momento, Madonna diz ‘Não se pode ter medo, essa é uma questão fundamental das nossas vidas", diz Guerra.
Outra consequência da epidemia causada pelo vírus, diz, foi a perdabetboo tvuma identidade específica na moda masculina.
"As roupas mais justas e coloridas, comuns nos anos 80 para homens gays, mas também para héteros, foram abandonadas por medobetboo tvserem vistos como homossexuais."
Na indústria da moda, designers homens perderam a chancebetboo tvvagas por causa do "fator Aids", como mostra uma passagembetboo tvfevereirobetboo tv1990 do jornal The New York Times.
O texto descreve como o designer Carmelo Pomodoro indicou uma listabetboo tvcinco estilistas a uma marca japonesa.
"Quando eles me responderam, disseram que não estavam interessados nos homens, por causa do fator AIDS."
"Isso terá um impacto enorme. Os números reaisbetboo tvAIDS podem não ser muito grandes, mas a indústria não tem tantas empresasbetboo tvdesign. Os anos 90 podem ser a década das designers mulheres."
'Live to Tell': um tributo às vidas perdidas
O atual tourbetboo tvMadonna, ‘The Celebration Tour’, que teve iníciobetboo tvoutubrobetboo tv2023, conta com uma homenagem às vítimas da Aids.
Ao sombetboo tv‘Live To Tell’, um mural no palco exibe os rostosbetboo tvuma pequena parcela das 40 milhõesbetboo tvpessoas que,betboo tvacordo com dados da Organização Mundial da Saúde, morreram da doença.
O projeto parece ter sido inspirado na página do Instagram @TheAidsMemorial, seguida por Madonna. A conta funciona como um memorial que se dedica a contar as histórias e lembrar das pessoas afetadas pela doença.
No show gratuito que acontecerá na praiabetboo tvCopacabana, no Riobetboo tvJaneiro, no próximo sábado (4/5), Madonna deve exibir a performance.
À coluna da Mônica Bergamo, no jornal Folhabetboo tvS.Paulo, Sasha Kasiuha, diretorbetboo tvconteúdo da Celebration Tour, contou que o show no Riobetboo tvJaneiro deve incluir rostosbetboo tvbrasileiros que faleceram por Aids e, possivelmente, uma homenagem ao cantor Cazuza, que também morreubetboo tvdecorrência da doença.
"A quantidadebetboo tvcientistas, criadores e pensadores que foram assassinados e destruídos por essa epidemia [de Aids] é absurda. Acho fundamental o atobetboo tvresgatar a memória dessas pessoas, porque a gente pensa que essas pessoas, que antes da Aids, estavam criando coisas, construindo contribuições. E se a gente pode falar sobre o assunto hoje, também é por causa dessas pessoas", afirma Guerra.