Por que jovens estão praticando menos sexo seguro:betano e

Camisinhasbetano evárias cores

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Legenda da foto, O preservativo não teve uma grande mudançabetano edesign desde os anos 1950

Durante o períodobetano eque Hayley estava fazendo sexo casual antesbetano econhecer seu namorado atual, ela tomava pílula, mas não usou camisinha mais do que "algumas vezes",betano eparte porque considera o preservativo desconfortável, mas também porque não se sentia à vontade para tocar no assunto.

"Fui estúpida e pensei: 'Não quero que pensem que sou puritana ou chata'. Realmente me preocupo com ISTs, mas não tinha confiança o suficiente para falar disso - tinha essa coisabetano equerer agradar aos homens."

Proteçãobetano ebaixa, infecçõesbetano ealta

Tubosbetano eteste e recipientebetano eplástico

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Legenda da foto, Menor usobetano epreservativos está correlacionado ao aumentobetano eíndicesbetano einfecções sexualmente transmissíveis, dizem especialistas

Hayley não está sozinha. De acordo com uma pesquisa do instituto YouGov e da Public Health England (PHE), a agênciabetano esaúde e serviço social do governo britânico, quase metade dos jovensbetano e16 a 24 anos entrevistados disseram ter feito sexo com um novo parceiro sem preservativo e umbetano ecada dez jovens sexualmente ativos desta mesma faixa etária disse nunca ter usado proteção.

Entre 2003 e 2013, o índicebetano ehomens britânicos entre 16 e 24 anos que disseram ter feito sexo com camisinha nas quatro semanas anteriores caiubetano e43% para 36%, segundo a Pesquisa Nacional sobre Atitudes Sexuais e Estilosbetano eVida.

Nos Estados Unidos, o usobetano epreservativos entre estudantes do ensino médio sexualmente ativos também caiubetano e62% para 54% entre 2007 e 2017,betano eacordo com o Centro para Controlebetano eDoenças (CDC, na siglabetano einglês).

No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam uma leve queda entre 2004 e 2013 no uso regularbetano ecamisinhas na faixa etáriabetano e15 a 24 anos, tanto com parceiros eventuais -betano e58,4% para 56,6% - como com parceiros fixos -betano e38,8% para 34,2%.

Realizada pelo Instituto Brasileirobetano eGeografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Nacionalbetano eSaúde do Escolar (Pense), feita com adolescentesbetano e13 a 17 anos, aponta na mesma direção: 35,6% não usaram preservativos embetano eprimeira relação sexual.

O mesmo estudo indica que, quanto mais jovem, menos frequente é o uso da camisinha. Enquanto 31,8% dos jovensbetano e16 e 17 anos não usaram preservativos embetano eprimeira relação sexual, o índice foibetano emaisbetano e40% entre jovensbetano e13 a 15 anos.

Ao mesmo tempo, as taxasbetano ealgumas ISTs dispararam. De acordo com a PHE, um jovem na Inglaterra é diagnosticado com IST a cada quatro minutos.

Pesquisas também apontam que aqueles com idade entre 16 e 24 anos correm mais riscobetano econtrair uma IST, e mais da metade dos casosbetano egonorréia e clamídiabetano e2016 ocorrerambetano epacientes desta faixa etária, segundo dados do sistemabetano esaúde pública britânico, o NHS.

Casosbetano e'supergonorreia', uma cepa da doença resistente aos antibióticos mais comuns, foram registrados no Reino Unido neste ano e no ano passado. E a sífilis também estábetano eascensão -betano e2017, houve um aumentobetano e20%betano erelação a 2016, confirmando a tendênciabetano ealta nos últimos dez anos.

Embora os casosbetano eclamídia tenham caído 2%, especialistasbetano esaúde sexual alertam que cortesbetano eorçamento podem estar impedindo os britânicosbetano eacessar os serviçosbetano ediagóstico, embora o governo afirme que mais testes domiciliares são ofertados hojebetano edia.

O Ministério da Saúde aponta que, no Brasil, o hábitobetano enão usar camisinha teve um impacto direto no aumentobetano ecasosbetano eHIV entre jovens. Na faixa etáriabetano e20 a 24 anos, a taxabetano edetecção subiubetano e14,9 casos por 100 mil habitantes,betano e2006, para 22,2 casosbetano e2016. Entre os jovensbetano e15 a 19 anos, passoubetano e3,0 para 5,4 no mesmo período.

Camisinhabetano euma banana

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Legenda da foto, Governos vêm realizando campanhas para incentivar o usobetano epreservativos

O governo tem um programa que oferece camisinhas masculina e feminina, lubrificantes, informação e aconselhamento a jovensbetano eforma gratuita. Então, se os preservativos estão amplamente disponíveis e ainda são a única formabetano econtracepção que protege contra a maioria das ISTs, por que não são usados por todos?

Novas formasbetano econtracepção

Um possível motivo para o declínio da popularidade dos preservativos é que outras formasbetano econtracepção se tornaram mais populares com o tempo. O NHS notou um aumento na busca por contraceptivos reversíveisbetano eação prolongada (LARCs, na siglabetano einglês), como implantes, injeções e dispositivos intrauterinos (DIUs).

O índicebetano emulheres que recorreram ao NHS por razõesbetano econtracepção que utilizavam um LARC subiubetano e23% para 41% na última década. O implante contraceptivo só foi disponibilizadobetano e1999 e tem crescidobetano epopularidade desde então.

Enquanto isso, o preservativo não teve uma grande mudançabetano edesign desde os anos 1950. Não há consenso entre especialistas sobre quando o primeiro modelo foi criado, mas se sabe que, na era medieval, era feitobetano eintestinosbetano eanimais.

Os primeiros preservativosbetano eborracha foram criadosbetano emeados do século 19. Inicialmente, foram projetados para cobrir apenas a cabeça do pênis - só depois passaram a revesti-lo completamente. As primeiras versõesbetano elátex - mais finas do que asbetano eborracha - não foram produzidas até o início do século 20.

Hojebetano edia, os preservativos são oferecidosbetano euma ampla variedade, com diferentes texturas e sabores. Há até mesmo versões que brilham no escuro. E há ainda o preservativo feminino, lançadobetano e1992, mas que nunca realmente fez sucesso.

Mas por que a popularidade deles está aparentemente caindo agora?

Menos medo do HIV

Mão com uma camisinha no dedo ao ladobetano eum gráfico que indica queda

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Legenda da foto, Novos tiposbetano econtraceptivos e menor medobetano econtrair HIV estão ligados ao fenômeno

"Nos primeiros anosbetano eque era sexualmente ativo, o fantasma do HIV era enorme", diz Samuel*, hoje com 27 anos, sobre o medo e o estigma que cercavam o vírus quando ele estava no final da adolescência.

Alémbetano ever a mídia tratar menos dos perigos do HIV nos últimos anos, Samuel, que é gay, também aponta para a disponibilidadebetano ePrEP (profilaxia pré-exposição), uma droga que previne a infecção por HIV, e o desenvolvimentobetano emedicamentos antiretrovirais que tornam o vírus indetectável e intransmissível. Hoje, as taxasbetano ediagnósticobetano eHIV estão no seu nível mais baixo desde a virada do milênio.

Uma pesquisa encontrou uma ligação entre a adoçãobetano ePrEP e o declínio no usobetano epreservativos entre homens australianos com maisbetano e16 anos. O estudo com 17 mil homens que fazem sexo com homens descobriu que índicebetano eusobetano ePrEP entre homens que não têm HIV aumentoubetano e1% para 16% entre 2013 e 2017, enquanto o uso consistentebetano epreservativos caiubetano e46% para 31%.

"Nossas descobertas sugerem que a rápida adoçãobetano ePrEP afetou o uso do preservativo", disse o líder do estudo, Martin Holt, ao jornal britânico The Guardian. "No entanto, é muito cedo para tratar dos efeitos a longo prazo do aumento do usobetano ePrEP."

A PrEP está disponível no NHS na Escócia ebetano ealguns locais no Paísbetano eGales e na Inglaterra como partebetano eum projetobetano eteste, e também pode ser comprada pela internet. No Brasil, pode ser obtida gratuitamente no Sistema Únicobetano eSaúde (SUS) desde o fimbetano e2017.

Problemasbetano eereção

Medicação contra HIV

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Legenda da foto, A profilaxia pré-exposição ao HIV está disponível no Brasil pelo SUS desde o fimbetano e2017

Mas abrir mão da cautela pode realmente ser broxantebetano ealguns casos. Pesquisas americanas sugerem que o riscobetano egravidez indesejada ebetano econtrair ISTs também pode reduzir a excitaçãobetano ealgumas pessoas, especialmente mulheres.

Esse é o casobetano eLaura*,betano e24 anos. Ela sempre usou preservativos, mas esteve com um parceiro recentemente que não tinha uma camisinha à mão. Ela acabou contraindo verrugas genitais. Agora, sempre se protege com um novo parceiro ou com quem não está se relacionando exclusivamente.

Mas há gente para quem o constrangimento e a ansiedade que sentem ao usar preservativos podem resultarbetano eproblemasbetano edesempenho. Nos oito anos desde que Josh*,betano e26 anos, perdeu a virgindade, ele usou preservativo apenas uma vez. Sua antipatia surgiu depoisbetano etentar usar camisinha com a primeira namorada.

"Não consegui ter uma ereção adequada. Acho que foi principalmente por nervosismo. Então, nunca usamos." Ele admite agora que isso se deubetano eparte por suas preocupações com seu desempenho.

Cynthia Graham, professorabetano esaúde sexual e reprodutiva da Universidadebetano eSouthampton, na Inglaterra, explica que problemasbetano eereção enquanto usa preservativos são mais comunsbetano ehomens mais jovens e mais velhos.

Um estudobetano e2015 feito por pesquisadores americanos e britânicos com 479 homens heterossexuais com idades entre 18 e 24 apontou que quase 62% dos participantes relataram algum problemabetano eereção ao usar preservativo.

Uma banna revestida com uma camisinha

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Legenda da foto, Estudos apontam que muitos homens têm problemasbetano eereção ao usar camisinha

Preocupar-se que um preservativo causará perdabetano eereção pode fazer com que a profecia se cumpra, diz Graham. "Este é um dos mitos sobre a sexualidade masculina: que você deve sempre ter uma grande ereção. Se a ereção diminui um pouco quando se está colocando o preservativo, isso não significa que não será recuperada."

Uma maneirabetano elidar com o problema é encontrar uma variedadebetano epreservativos que funcione para você, diz Graham, cuja pesquisa mais recente está focadabetano emaneirasbetano eencorajar homens jovens a usá-los.

Algumas mulheres também relatam sentir dor ao usar preservativo, diz a especialista. "Há mulheres que afirmam sentir um desconforto real e, às vezes, dor." Algumas relatam que os preservativos "ressecam", algo que pode ser evitado com lubrificante extra, diz Graham.

Outra queixa que ela ouve regularmente -betano ehomens e mulheres - é que preservativos reduzem o prazer sexual. "A perdabetano esensibilidade pode refletir o fatobetano eas pessoas não estarem testando diferentes tiposbetano epreservativos", explica ela.

Estigma entre mulheres que fazem sexo casual

Hayley sente que ainda há um estigma associado à comprabetano epreservativos, especialmente entre mulheres jovens. "Trabalheibetano euma loja e notei que a maior parte do tempo que os preservativos eram comprados por homens. Mesmo que as mulheres queiram assumir o controle da situação, é preciso ter confiança para sair e comprá-los por conta própria."

Uma camisinha ao ladobetano euma fita métrica

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Legenda da foto, Mulheres apontam o receiobetano edesagradar o parceiro como um motivo para não falar sobre sexo seguro

Graham diz ainda que algumas mulheres se preocupam que podem "perder um parceiro" se não estiverem dispostas a fazer sexo sem camisinha.

Cicely Marston, professorabetano esaúde pública da Escolabetano eHigiene e Medicina Tropicalbetano eLondres, diz que o declínio do usobetano epreservativos pelos jovens não é necessariamente devido à faltabetano einformação sobre os riscos.

"Há um estereótipo do jovem ignorante, como se não usar se resumisse a ser apenas uma escolha estúpida, mas essa percepção desconsidera o contexto social deles. Talvez eles se preocupembetano enão parecer estar 'preparados demais' para a hora do sexo ou saibam que seu parceiro não tem uma IST."

De acordo com Marston, muitas pessoas temem parecer presunçosas ao ter um preservativo consigo.

Alémbetano efazer suas próprias avaliaçõesbetano eriscobetano etornobetano eISTs com parceiros novos ou casuais, as pessoas também estão cientesbetano eque os preservativos não são a única formabetano eprevenção da gravidez. Na verdade, Graham observa que "resultadosbetano eestudos consistentes" mostram que as pessoas tendem a mudar para outras formasbetano econtracepção uma vez que entrambetano eum relacionamento.

Então, alguma coisa pode ser feita para tornar os preservativos mais atraentes?

Novos tiposbetano epreservativos

Uma pessoa que tenta responder a essa pergunta é a empreendedora americana Stacy Chin. Sua empresa está desenvolvendo um preservativo autolubrificante, uma iniciativa financiada pelo governo americano e pensado para encorajar o sexo seguro. Este preservativo permanecerá lubrificado durante pelo menos mil penetrações. O projeto estábetano efasebetano etestes.

A empresabetano eStacy surgiu a partir do trabalhobetano ecientistas da Universidadebetano eBoston, nos Estados Unidos, que respondeu a um chamado da Fundação Bill e Melinda Gates para projetos voltados para a "próxima geraçãobetano epreservativos"betano e2013. A fundação doou maisbetano eUS$ 1 milhão (R$ 4 milhões) para a pesquisa, mas o desenvolvimento do produto ebetano eaprovação podem custar muito mais e levar anos.

Um novo design já disponível é obetano eum preservativobetano euma empresa sueca usa látex fino formado por meiobetano euma estrutura hexagonal forte. Isso ajuda a evitar o preservativo se rompa ou saia do lugar e permite que o calor do corpo atravesse o material. No entanto, embora possa ser comprado na internet, não está amplamente disponível nas lojas.

Enquanto há projetos que mudam os preservativosbetano esi, a invenção do empreendedor britânico Mike Hore altera a maneira como os colocamos.

Camisinha desenvolvida pelo britânico Mike Hore, que pode ser colocada sem tocar no preservativo ou no pênis

Crédito, Mike Hore

Legenda da foto, Camisinha desenvolvida pelo britânico Mike Hore, que pode ser colocada sem tocar no preservativo ou no pênis

Seus preservativos vêmbetano epacotes com uma aba para facilitar a abertura e um aplicador que permite colocá-lo sem tocar no preservativo ou no pênis. Isso impede, por exemplo, que o preservativo seja posto do lado errado ou rasgue acidentalmente quando alguém tenta abrir a embalagem com os dentes.

De acordo com Hore, preservativos são frequentemente aplicadosbetano emomentosbetano eque as pessoas estão distraídas e sob o efeitobetano e"álcool ou até mesmo drogas". Ele acredita que a melhor solução é ajustar seu design para garantir que sejam fáceisbetano eusar, mesmo que alguém seja inexperiente ou esteja fazendobetano econdições adversas.

Estratégias para incentivar o sexo seguro

No futuro, os preservativos podem ser diferentes e aplicadosbetano enovas formas, mas esses modelos ainda estão longebetano eestar disponíveis. Então, o que pode ampliar por ora o sexo seguro?

A educação sexual deveria nos ajudar a nos comunicarmos melhor sobre sexo e a nos ensinar a cuidarbetano enossa saúde, mas a realidade é muitas vezes diferente.

Camisinhasbetano evárias cores

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Legenda da foto, Especialistas defendem que a educação sexual pode ajudar a combater esse problema

Jovens entrevistados por Mark McCormack, professorbetano esociologia da Universidadebetano eRoehampton, na Inglaterra,betano eum estudo financiado por uma fabricantebetano epreservativos disseram que a educação sexual é básica demais e lhes ensinou pouco alémbetano ecomo colocar um preservativo - e essa aula muitas vezes ocorreu depoisbetano efazerem sexo pela primeira vez.

Na pesquisa realizada com 30 pessoas, foram levantadas questões como o fatobetano ea educação sexual não tratar das emoções ligadas ao ato sexual ou não incluir informações sobre sexo não heterossexual.

McCormack elogia a decisão do governo britânicobetano etornar a educação sexual compulsória nas escolas públicas do país a partirbetano esetembro do próximo ano - os relacionamentos serão debatidos desde o ensino básico, enquanto o sexo estará no currículo do ensino médio.

Ele acrescenta que a educação sexual não deve se concentrar apenasbetano e"reduzir os danos" mas tambémbetano eenvolver discussões sobre prazer, relacionamentos e o impacto da internet. "Se você entrar e disser 'você deve usar preservativos'betano euma forma que não se conecte com a vida dos jovens, perde credibilidade."

*Os nomes dos entrevistados foram alterados para preservarbetano eidentidade.

Línea.

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