Ele foi condenado a 27 anosprisão na Colômbia pela morte e estuproNancy Mestre, que tinha apenas 18 anos quando foi morta1994.
O caso chocou o país sul-americano — e resultouuma busca26 anos do pai da jovem pelo assassino da filha.
Após o assassinato, Jaime fugiu da cidadeBarranquilla para o Brasil, onde se fixou com nome e documentos falsos. Em Belo Horizonte, passou a viver uma vida confortável sob o nomeHenrique dos Santos Abdala. Ele se casou com uma brasileira e teve dois filhos no Brasil.
Mas a busca incansávelMartín Mestre, paiNancy, pelo assassino da filha interrompeu os planosJaime. Após investigar o paradeiro do ex-genro por maisduas décadas, ele o localizou no Brasil e deu as coordenadas à Interpol, que prendeu Jaime Saade2020.
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As licenciamento impede que times da Serie A tenham seus nomes reais no FIFA 22
Pela segunda vez seguida, alguns times da Serie A italiana não poderão aparecer {k0} um novo jogo da FIFA com seus nomes oficiais.<
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Juventus, Atalanta, Roma e Lazio serão renomeados para pseudónimos no FIFA 22
Este acontecimento já tinha ocorrido no passado com a jogabilidade do FIFA 21
O motivo é o atraso na aquisição dos direitos licenciamento das equipas {k0} questão. Desde 2024, a EA Sports, desenvoledora do FIFA, não conseguiu atingir acordos satisfatórios com as equipas acima mencionadas; consequentemente, optaram por
usar nomes fictícios.
A falta acordos afetará os jogadores pouco time, visto que o desempenho e as características cada jogador ainda serão incluídos para cada equipe.
Jogadores com "relações especiais" (ou especiais) ainda fazem parte do jogo
Competições clubes europeus continuam intactas
Assim, é importante lembrar aos Jogadores FIFA que poderão encontrar juventus, como exemplo, sob o nome "Piemonte Calcio".
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Identificar padrões como as equipes se saem na primeira metade pode ajudar a
guiar suas previsões para o placar do 🌜 intervalo.
Naquele mesmo ano, o Supremo soltou o colombiano e negou a extradição com o argumentoque o crimehomicídio havia prescrito no Brasil.
Na ocasião, o placar foiempate — um dos ministros, CelsoMello, estava ausente à sessãolicença médica. Em vezaguardar o votoCelsoMello, os ministros decidiram aplicar uma regra do Direito Penal segundo a qual,casoempate, vale a decisão que beneficia o réu.
Com isso, Jaime Saade pôde ficar no Brasil, sem punição pela morteNancy Mestre. O governo da Colômbia, que havia pedido a extradição, não recorreu, considerando que não haveria mais chancestrazer Jaime para o país. Com isso, a decisão transitoujulgado.
Mas o pai da jovem não desistiu. Entrou ele próprio com uma ação rescisória, apelando para o tribunal rever a decisão.
Havia a possibilidadeo recurso ser inadmitido sem que os ministros analisassem o pedido, porque Martín não era parte no processoextradição, mas sim o governo da Colômbia.
No entanto, numa reviravolta, o relator, ministro AlexandreMoraes, considerou que o pai da jovem tinha, sim, o direitoentrar com a ação rescisória e votou a favorrever a decisão que impediu a extradição.
Para ele, diante do empate, a Corte deveria ter aguardado o voto do ministro que estava ausente à sessão,vezter optado por negar a extradição. Outros seis ministros acompanharam o votoMoraes: André Mendonça, Edson Faquin, Luis Roberto Barroso, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Rosa Weber.
Outros três ministros — Nunes Marques, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski — discordaram e votaram por manter a decisãonegar a extradição.
Em abril2023, a Segunda Turma do STF decidiu por maioriavotos pela extradição do colombiano.
Mas quais os detalhes desse crime que chocou a Colômbia e que foi parar na Justiça brasileira? E como Jaime Saade conseguiu ficar tanto tempo no Brasil sem ser descoberto?
O crime
Nancy, filha mais novaMestre, queria ser diplomata e se mudar da Colômbia para os Estados Unidos para cursar a faculdade. "Era uma menina alegre, muito estudiosa. Vivia lendo. Queria estudar Direito Internacional e diplomacia", conta Martín.
Mas todos os planos da jovem18 anos foram interrompidos na madrugada do dia 1°janeiro1994. Nancy, o pai, a mãe e o irmão brindaram o novo anocasa.
Pouco depois da meia-noite, Martín se despediu da filha, que pediu para continuar a comemoraçãoAno Novo com o namorado, Jaime Saade. O rapaz havia ido buscá-lacasa. "Volte antes das 3h da manhã", pediu Martín à filha. "Cuide bem dela", pediu ele a Jaime.
Às 6h, Martín acordou sobressaltado. "Assim que acordei já pressenti algo", conta. Ele foi procurar Nancy pela casa e encontrou o quarto dela vazio.
Saiu pelas ruas da cidade, entrandodiscotecas para ver se o casaljovens estava lá, mas não os encontrou. A ansiedade foi aumentando e, enquanto perguntava pela filha a quem via pela rua, rezavasilêncio para que ela aparecesse sã e salva.
Por fim, decidiu ir até a casa dos paisJaime, onde o rapaz também morava. Lá, se deparou com a mãe dele limpando o chão. "Estava escuro e não me dei conta, naquele momento, que eu estava pisando no sangue da minha própria filha. E que a mãe do assassino estava violando a cenaum crime."
"Afilha sofreu um acidente e está na Clínica del Caribe", disse a mulher.
Martín correu para o hospital e lá encontrou o paiJaime. "Sua filha tentou se suicidar e está na salacirurgia." Na salaatendimentoemergência, médicos tentavam estabilizar o quadrosaúdeNancy, que estavacoma.
A jovem havia sido levada ao hospital por Jaime, o pai dele e uma mulher que também morava na casa da família. Eles enrolaram Nancy, que estava nua, num lençol e a colocaram na caçambauma caminhonete.
"Foi aos poucos que eu comecei a organizar na minha cabeça o que tinha acontecido. Ela foi violentada, maltratada e foi jogada na caçambauma caminhonete. Eu disse: 'Meu Deus, o que fizeram com a minha filha!'", lembra Martín.
Oito diasagonia no hospital se seguiriam. A jovem nunca mais recobrou a consciência. "Os médicos me avisaram que ela iria partir. Eu, a mãeNancy e nosso outro filho, Martín, nos reunimos no quarto do hospital e ficamos orando e cantando músicas que ela gostavaouvir quando criança", conta.
De repente, o coração dela paroubater.
A fuga
Enquanto os paisNancy sofriam no hospital e a polícia investigava o que havia acontecido com a jovem naquele dia 1°janeiro, o principal suspeito do crime, Jaime Saade, fugia da Colômbia.
"Jaime iniciou a fuga no mesmo dia do assassinato e nunca mais foi visto no país", diz Martín. A polícia descartou a tesesuicídio. Nancy morreu com um tiro na cabeça, que entrou pela têmpora direita.
Resquíciospólvora foram encontrados na mão esquerda dela, um indicativo, segundo as autoridades colombianas,que ela tentou se defender. A jovem era destra e precisaria ter feito um movimento muito improvável, segundo a polícia, para acertar a têmpora direita carregando a arma com a mão esquerda.
A investigação concluiu que Nancy havia sido violentada. Ela tinha ferimentos pelo corpo e, nas unhas quebradas, havia restospele - outro sinalque tentou se defender. Em 1996, dois anos depois da morte da jovem, um tribunal da Colômbia condenou Jaime Saade a 27 anosprisão por homicídio e estupro.
Segundo a decisão da justiça colombiana, após violentar e atirar na cabeçaNancy, Jaime teria se desesperado e pedido ajuda ao pai. Eles enrolaram o corpo nu da jovem num lençol e a levaram para o hospital. O paiJaime ficou na clínica, enquanto o filho se escondia.
Daquele momentodiante, o foco da vidaMartín se tornou encontrar Jaime, uma caçada que duraria 26 anos. "Eu sabia que poderia demorar, mas sempre soube que encontraria o assassino da minha filha."
As investigações
Desde a condenaçãoJaime Saad, Martín passou a cobrar mensalmente das autoridades respostas sobre as investigações e estabeleceu contatos com a Interpol para compartilhar informações que ele próprio encontrava.
A morteNancy mudou para sempre o destino da família. Martín e a esposa se separaram. O único filho vivo do casal se mudou para os Estados Unidos.
E Martín, que é arquiteto e professor, concentrou quase todo o seu tempo e energia na busca por Jaime. Ele ingressoucursosinteligência e resgatou conhecimentos que aprendera quando era oficial da Marinha para usar nos seus esforçosinvestigação.
"Eu criei quatro personagens fictícios, dois homens e duas mulheres, e passei a estabelecer contato nas redes sociais com familiaresJaime para ganhar confiança e obter informações que pudessem me levar a ele", contou à BBC News Brasil.
Martín repassava para a polícia colombiana e a Interpol cada detalhe que conseguia obter. Ao longo dos 26 anosbusca, vários delegados diferentes assumiram o caso. "Cada vez que o responsável pela investigação mudava, eu ia até lá com todos os documentos para colocar a pessoa a partudo."
Das conversas que estabeleceu com familiaresJaime, usando os perfis fictícios, Martin encontrou duas pistas que o levaram a crer que Jaime poderia estarterritório brasileiro.
Primeiro, descobriu que um irmãoJaime mora no Brasil. Depois, desconfiou da menção frequente da família do rapaz à localidadeSanta Marta. Santa Marta é uma cidade costeira da Colômbia, com uma praia chamada Bello Horizonte.
A investigação dele chegou, por fim, à conclusãoque Jaime poderia estar na cidade brasileiraBelo Horizonte, nãoSanta Marta, na Colômbia. De posse dessas informações, a Polícia Federal brasileira e a Interpol localizaram uma pessoa com perfil similar aoJaime Saade.
A prisão
Os policiais seguiram o suspeito até um café e, depois que ele saiu do estabelecimento, coletaram o copo que ele usou para beber. Queriam verificar se as digitais batiam com as do colombiano condenado pelo assassinatoNancy. Eram idênticas.
Ao abordarem Jaime, ele apresentou documentos falsos e disse se chamar Henrique dos Santos Abdala. Vivia uma vida tranquilaBelo Horizonte, com a esposa brasileira e dois filhos crescidos. Foi preso pela PF e passou a responder no Brasil por crimefalsidade ideológica.
Pouco depois, o governo da Colômbia entrou com pedidoextradição para que Jaime pudesse cumprir a pena27 anos no país.
"Quando o diretor da Interpol me ligou para contar da prisão, eu me ajoelhei no chão e comecei a agradecer a Deus. Meu Deus! Depoisquase 27 anos vai haver justiça", conta.
"Telefonei ao meu outro filho, Martín, que vive nos Estados Unidos, e à mãe dele, que hoje mora na Espanha, e todos começamos a chorar." Para Martín, seria questãomeses até Jaime começar a cumprir a pena na Colômbia. Só faltava a autorização do Supremo para a extradição.
Mas algo muito diferente do que ele esperava aconteceu.
No dia 28setembro2020, Martín recebeu um telefonemaum advogado. O Supremo havia decidido não extraditar Jaime porque o crime que ele cometeu havia prescrito no Brasil - o prazo para prescrição da pretensão punitiva naquele caso, um assassinato, era20 anos. Jaime fora encontrado 26 anos depois da morteNancy.
Mas o julgamento no STF não foi por maioria, foi um empate. Duas interpretações dividiram os ministros presentes. A lei brasileira veda a extradição se o crime tiver prescrito no Brasil. Mas a legislação também diz que, se a pessoa cometer outro crime posteriormente, o prazoprescrição do primeiro se interrompe.
Jaime havia cometido crimefalsidade ideológica e falsificaçãodocumentos, já que para viabilizar a fuga, adotou nome e documentos falsos.
Os ministros Gilmar Mendes e Cármen Lúcia entenderam que ele poderia ser extraditado, porque a suspensão da prescrição vale, na visão deles, a partir do cometimento do segundo crime.
Já Edson Fachin e Ricardo Lewandowski votaram por não extraditar Jaime, com o argumentoque a suspensão da prescrição só ocorre após condenação e trânsitojulgado do segundo crime.
"Meu cliente, o Jaime, não tinha nem sido denunciado pelo Ministério Público na época que o Supremo estava julgando o caso. A prescrição (da punição para o crimehomicídio) ocorreu no Brasil2016 e ele só foi denunciado por crimefalsidade2021, portanto seis anos depois da prescrição", disse à BBC News Brasil o advogadoJaime, Fernando GomesOliveira.
O ministro CelsoMello, que poderia desempatar o julgamento, não estava presente no dia. O tribunal, então, decidiu aplicar uma regra do Direito Penal segundo a qual,casoempate, vale a decisão que beneficia o réu. Com isso, Jaime Saade pôde ficar no Brasil, sem qualquer punição pela morteNancy Mestre.
Para Martín, após 26 anosbusca incessante por Jaime Saade, tudo se resolveu "como se fosse uma partidafutebol". "Como é que permitem que uma decisão importante como essa, onde se está discutindo justiça ou impunidade, seja decidida por empate, como se fosse um jogofutebol?", questiona.
A decisão foi revertidaabril2023, quando os ministros brasileiros decidiram que o colombiano seria extraditado.