Por que o detox digital pode ser uma meta impossível:vbet 24

Mulher segurando celular

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A tecnologia está cada vez mais entrelaçada com as nossas vidas. Como podemos nos afastar dela?

Naquela época, as telas já eram importantes, mesmo com as versões ainda incipientes dos aplicativos e das redes sociais. Mas tentar um detox digitalvbet 242012 teria sido muito mais fácil que no momento atual. Mais do que nunca, afastar-se da tecnologia, agora, é impossível.

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Nós pagamos as lojas com nossos celulares, trabalhamosvbet 24computadores e tablets e mantemos relacionamentos com aplicativos. E, desde o início da pandemia, a conexão entre a vida e a tecnologia se intensificou ainda mais.

Um detox digitalvbet 242023... por onde começar?

A menos que nos refugiemos na vida selvagem,vbet 24um lugar remoto, por alguns dias sem celular, os especialistas afirmam que o detox digital não é mais viável para a maioria das pessoas.

"A tecnologia, agora, é partevbet 24nós. Nós fazemos serviços bancários com o aplicativo, lemos menusvbet 24restaurantes no celular e até suamos com instrutoresvbet 24exercícios através da tela", afirma a consultora Emily Cherkin,vbet 24Seattle, nos Estados Unidos. Ela é especializadavbet 24gestãovbet 24tempo nas telas.

"Ela está tão incorporada às nossas vidas que estamos condenados ao fracasso, se dissermos que iremos ficar sem celular por uma semana", afirma Cherkin.

À medida que as pessoas ficam cada vez mais dependentes da tecnologia, o detox digital não parece mais um objetivo razoável. Mas talvez exista uma solução mais realista, que reduza nossa obsessão tecnológica, sem forçar a desconexão total.

Telas, telas e mais telas

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Por mais tempo que as pessoas já passassem nos seus aparelhos antes da covid-19, a pandemia intensificou ainda mais o nosso tempovbet 24frente às telas.

As pessoas usaram mais os seus aparelhos durante os lockdowns, especialmentevbet 24substituição a outras formasvbet 24conexão. Mas esses hábitos não terminaram, mesmo agora que temos alguma liberdade para sairvbet 24casa e nos socializar.

Um estudovbet 242022, realizado pela Universidadevbet 24Leeds, no Reino Unido, demonstrou que 54% dos adultos britânicos usam telas com mais frequência do que faziam antes da pandemia.

A metade das pessoas pesquisadas ficavavbet 24frente às telas por 11 horas ou mais, todos os dias. E 51% passam mais tempo nas telas para diversão do que antes da pandemia, enquanto 27% aumentaram o uso das telas no trabalho.

Este aumento do tempovbet 24uso da tecnologia também alterou a forma como nos conectamos. Os principais relacionamentos ficaram mais digitalizados. Formamos comunidadesvbet 24grupos do WhatsApp e substituímos os almoçosvbet 24família duas vezes por mês por chamadasvbet 24vídeo semanais, por exemplo.

A covid-19 fez com que parte das nossas conexões se mudassem para o mundo digital e muitas delas continuam existindo nesses ambientes oferecidos pela tecnologia, como chatsvbet 24grupo e chamadasvbet 24vídeo.

Por isso, o detox digital não é só questãovbet 24ter um respiro dos bate-papos diários com o seu patrão — ele significaria também cortar os laços com os entes mais queridos e próximos por um períodovbet 24tempo.

O namoro online ficou mais comum e também cresceu durante a pandemia. Com isso, a tecnologia também se tornou fundamental para fazer amigos.

Dados do aplicativovbet 24encontros Bumble indicam quevbet 24função Bumble BFF, criada para as pessoas conhecerem novos amigos, teve um aumentovbet 24tráfego substancial desde 2020.

No finalvbet 242021, quase 15% dos 42 milhõesvbet 24usuários do Bumble já estavam procurando amigos no BFF. Um ano antes, eram menosvbet 2410% e, no finalvbet 242022, os usuários homens aumentaramvbet 24mais 26%.

"Grande parte da tecnologia atual, para o bem ou para o mal, é uma formavbet 24acessibilidade", segundo o escritor Chris Dancy, que monitoravbet 24existência conectada com maisvbet 24700 sensores, aparelhos e aplicativos.

"Para muitas crianças, para muitos pais, para muitos parceiros, para muitos amigos — odeio dizer isso, mas eles esqueceram como se mantém relacionamentos sem ela", afirma Dancy.

Pessoas com celulares na mão

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O detox digital completo pode ser impossível, mas existem formasvbet 24reduzir a obsessão pela tecnologia sem se desconectar totalmente.

Mudançavbet 24perspectiva

A mudança combinada para o trabalho e relacionamentos híbridos deixou a ideia tradicionalvbet 24detox digital não só desatualizada, mas quase impossível.

O detox digital é promovido como uma panaceiavbet 24liberação da ansiedade, que irá afastar as pessoas das telas que as distraem e reconectá-las ao momento presente. Mas, com a vida e as telas das pessoas cada vez mais indissociáveis, a ideia da desconexão pode trazer mais ansiedade se não puder ser alcançada.

"Eu não posso desligar a tecnologia. Ficamos nas telas por muitas razões diferentes", afirma Sina Joneidy, professorvbet 24administração digital da Universidade Teesside, no Reino Unido.

Por isso, a abordagem do professor é diferente. "Para mim, é mais questãovbet 24detox do 'apego e desejo' da tecnologia."

Joneidy explica que "apego e desejo" estão relacionados a um conceito budista, segundo o qual as pessoas querem alguma coisa porque acreditam que aquilo lhes trará felicidade — mas, na verdade, é apenas uma injeçãovbet 24dopamina.

Em vezvbet 24eliminar totalmente a tecnologia, Joneidy pratica a consciência digital. "Eu me assegurovbet 24que meu uso da tecnologia tem um propósito", ele conta.

A consciência digital pode ser algo mais prático para algumas pessoas,vbet 24vezvbet 24um detox total: preocupar-se menos com o corte completo da tecnologia e concentrar-se no seu uso mais intencional.

Em vezvbet 24sermos seduzidos pelo rolarvbet 24telas viciante sem pensar, Joneidy acredita que usuários com consciência digital podem melhorar suas vidas com a tecnologia,vbet 24vezvbet 24se sentirem presos a um aparelho.

Mesmo se as pessoas não conseguirem se afastar das telas totalmente, os especialistas afirmam que prestar atenção nos padrões específicosvbet 24uso da tecnologia pode ajudar a fazer com que essa atividade tenha mais propósito.

"Comecei a usar diversas ferramentasvbet 24rastreamento diferentes no meu celular", afirma a antropóloga Amber Case,vbet 24Oregon, nos Estados Unidos. Ela percebeu que clicava no Instagram 80 vezes por dia,vbet 24forma que baixou o plugin One Sec, que faz com que o usuário respire fundo antesvbet 24abrir e ter acesso aos aplicativos no celular. Ele faz com que o usuário tenha um momento antesvbet 24se logar e faz com que ele saia do piloto automático.

Case também recomenda abandonar o hábitovbet 24rolar a tela do celular nos intervalos da vida diária e sugere que pode ser útil deixar o telefonevbet 24outro lugar quando você não precisar dele.

"As pessoas usam o celular como se fumassem um cigarro", afirma Case. "Elas estão ocupando o que poderia ser um tempo vago e preenchendo com as ideiasvbet 24outras pessoas."

Em vez disso, ela aconselha a descansar olhando para o alto, permitindo-se não fazer nada por um minuto.

Por fim, os especialistas afirmam que o objetivo não deve ser eliminar a tecnologia e ponto final, nem internalizar a pressão neste sentido. As pessoas ainda precisam redigir textos e enviar e-mails, mas podem fazer isso sem a distração dos verdadeiros buracosvbet 24minhoca que se abrem no conteúdo online.

Dancy chama esta abordagemvbet 24"detox cinza" — você não está totalmente imerso, nem totalmente ausente da tecnologia.

E não existe apenas uma forma. Suas técnicas incluem a instalaçãovbet 24aplicativos ou plugins para remover todas as referências das redes sociais ou até trocarvbet 24telefone com entes queridos, que poderão usar suas telas como formavbet 24conexão intencional entre si.

"Todo fimvbet 24semana, eu uso o celular do meu marido e ele usa o meu", ele conta. Eles respondem às mensagens e ouvem música na conta um do outro. "É uma formavbet 24realmente mergulhar na vida do outro", afirma Dancy. Ou melhor, na vida digital, muitas vezes privada.

O detox digitalvbet 242012 pode estar desatualizado se você não for bilionário, mas isso não quer dizer que estamos condenados a rolar telas sem fim pelo restovbet 24nossas vidas.

Em vezvbet 24trazer mais ansiedade para nós, tentando viver sem nossos celulares por uma semana, podemos olhar para o tempovbet 24tela inevitávelvbet 24uma forma que pareça ideal e específica para nossa vida.

Assim, não precisaremos procurar nenhum resort na Polinésia.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Worklife.

Este texto foi publicado originalmente em: http://vesser.net/articles/c97x57zn8jeo