'Nosso relacionamento é um movimento político', diz influenciadora e cadeirante que namora rapaz sem deficiência:instalar pixbet

Victor, vestidoinstalar pixbetHomem-Aranha, beijando Marina

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Marina diz que seu namoro ajuda a quebrar preconceitos

Hoje, a estudante trabalha como influenciadora e criadorainstalar pixbetconteúdo e,instalar pixbetsuas redes sociais, busca combater preconceitos contra pessoas com deficiência.

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Marina publica vídeos principalmente no TikTok e Instagram sobre o seu dia a dia, dicasinstalar pixbetmaquiagem e, claro, sobre seu relacionamento com o estudante Victor Martins Rodrigues,instalar pixbet23 anos.

Para a estudante, isso têm a funçãoinstalar pixbetajudar outras pessoas com deficiência a se aceitarem.

"Eu falei para o Victor que, a partir do momento que a gente tornasse o nosso relacionamento público, ele se tornaria um relacionamento político", afirma Marina.

"Nosso relacionamento é um movimento político, porque prova que pessoas com deficiência podem sim amar e serem amadas."

Victor concorda e diz que espera que outras pessoas vejam neles um exemploinstalar pixbetamor verdadeiro e sem barreiras.

"Quero que olhem para a gente e vejam a possibilidadeinstalar pixbetamar. Não ter vergonhainstalar pixbetamar, não ter vergonhainstalar pixbetgostar da pessoa que você ama mesmo contra o que a sociedade pensa", diz.

'Se tiver apoio, consigo fazer tudo'

Victor, com chapéuinstalar pixbetchefinstalar pixbetcozinha, ao ladoinstalar pixbetmarina, com arquinho com orelinhas

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Marina e Victor se conheceraminstalar pixbetuma aplicativoinstalar pixbetrelacionamentos
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Marina conta que, desde o começo, deixou claro no aplicativoinstalar pixbetpaquera que é uma pessoa com deficiência.

Inclusive, publicouinstalar pixbetseu perfil duas fotosinstalar pixbetque aparece eminstalar pixbetcadeira motorizada.

Victor, que cursa o nono semestreinstalar pixbetfilosofia na Universidade Federal do Rioinstalar pixbetJaneiro (UFRJ), afirma que curtiu o perfil da Marina no Tinder porque se impressionou com a beleza dela e não se importou pelo fato dela estarinstalar pixbetuma cadeirainstalar pixbetrodas.

"Eu estava entediado, abri o aplicativo e comecei a passar para o lado. A primeira coisa que pensei quando bati o olho foi: essa mulher é uma deusa grega! Nunca tinha me relacionado com uma mulher com deficiência", conta Victor.

Chantelle Otten, especialistainstalar pixbetrelacionamento do aplicativoinstalar pixbetencontros Bumble diz que ter uma deficiência não significa que a pessoa precisa se afastar do mundo dos encontros. E ressalta que atitudes como ainstalar pixbetMarina,instalar pixbetdeixar claroinstalar pixbetcondição, é a ideal.

"Ser honesta no início mostra que, embora ter uma deficiência seja parteinstalar pixbetquem a pessoa é, não é a única característica que a define como pessoa. Recomendamos que ela fale sobre todos os hobbies e paixões interessantes que fazem parteinstalar pixbetsuas experiênciasinstalar pixbetvida”, diz Otten.

Ela diz que a pessoa também pode falar sobre as perspectivas exclusivas que acompanhaminstalar pixbetdeficiência, como um profundo entendimentoinstalar pixbetempatia e compaixão ou uma abordagem criativa para a soluçãoinstalar pixbetproblemas.

"Isso permite que os possíveis parceiros entendam que ter uma deficiência não limita a vida, mas a expande", afirma Otten.

Dez dias depois da primeira conversa no aplicativo, Marina e Victor, tiveram o primeiro encontroinstalar pixbetum shopping no Rioinstalar pixbetJaneiro.

O primeiro beijo, no entanto, só aconteceu na segunda vez que eles se viram.

"Fui até criticada pela minha mãe por não beijá-lo no primeiro encontro. Ela disse que estatísticas mostram que beijar faz bem para a saúde", conta Marina dando gargalhadas.

Ela conta que chegou a ter dois relacionamentos curtos, aos 14 e 16 anos, mas só ao ladoinstalar pixbetVictor se sentiu à vontade para ser autêntica.

A estudante conta que hoje sente ter mais autonomia e independência, diz que parouinstalar pixbetse autossabotar e afirma estar muito mais feliz.

"Ele fez eu entender que a minha deficiência é só uma característica, assim como minha mãe já dizia. Fez eu entender que, se eu tiver apoio, eu consigo fazer tudo. Fez eu entender que, se eu tiver apoio, eu consigo fazer tudo", diz Marina.

"Foi com ele que eu peguei metrô pela primeira vez. Eu nunca andei tanto na rua depoisinstalar pixbetconhecer ele. Ele me ensinou que o mundo pode, sim, ser acessível se as pessoas estiverem dispostas a torná-lo, assim como ele.”

Uma nova rotina

Marina e Victor abraçados enquanto sorrieminstalar pixbetfoto dentro da piscina

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Victor conta que precisou se adaptar a necessidadesinstalar pixbetMarina, como planejar passeios com antecedência e ajudá-la a fazer refeições

A atrofia muscular espinhal tipo 2 é uma doença degenerativa que causa graves restriçõesinstalar pixbetmobilidade.

Pessoas com AME 2 podem se sentar sem a necessidadeinstalar pixbetsuporte, mas podem perder essa habilidade com a progressão da doença. Algumas pessoas conseguem ficarinstalar pixbetpé, mas não conseguem andarinstalar pixbetmaneira independente. Muitos apresentam contraturas e deformidades articulares, incluindo escoliose grave.

Pessoas como Marina também têm dificuldades respiratórias e podem necessitarinstalar pixbetsuporte para respirar no período durante o sono e manobras para remoçãoinstalar pixbetsecreção.

Victor também já teve relacionamentos anteriores e diz que a experiência ao ladoinstalar pixbetMarina traz diversas mudanças na rotinainstalar pixbetuma pessoa acostumada a conviver com pessoas típicas.

Reprodução do perfil feito por Marina no Tinder

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, A estudante diz que sempre deixou claro no aplicativo que é uma pessoa com deficiência

"Muda muita coisa. Antes, eu costumava ficar atéinstalar pixbetmadrugada na rua. Sair para ir a um bar hoje é difícil porque não pode ser muito longe da casa dela, pois a rua não é acessível e mudou a minha perspectiva do que é um relacionamento. Eu entendiinstalar pixbetverdade o que é gostarinstalar pixbetalguém", diz.

Victor diz que,instalar pixbetseus relacionamentos anteriores, ele tinha uma relação menos profunda.

Isso ocorre porque, nos momentosinstalar pixbetque está com Marina, Victor a ajudainstalar pixbettodas as tarefas básicas do dia a dia, como tomar banho, trocarinstalar pixbetroupa e beber água. Ele conta que usa o humor para tornar essas atividades divertidas.

"Enquanto eu lavo o rosto dela, fico fazendo palhaçada para ela rir. Então, essas coisas naturais do dia a dia se tornam divertidas", conta.

Beijos contra o preconceito

Victor e Marina sorrindoinstalar pixbetfotoinstalar pixbetrestaurante

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Casal conta que é constantemente observado e até mesmo abordado por pessoas na rua por conta da deficiênciainstalar pixbetMarina

Marina e Victor dizem que são constantemente observados com olharesinstalar pixbetjulgamento quando saem às ruas. São pessoas que não chegam a falar, mas demonstram incômodo pelo fatoinstalar pixbetuma pessoa típica namorar uma mulher cadeirante.

Após conviver com a situação, o casal desenvolveu uma técnica para deixar fazer com que essas pessoas fiquem constrangidas: dar um beijo.

"Todo mundo olha uma pessoa com deficiência. Quando isso acontece, o Victor encara muito feio essas pessoas e fica irritado. Ele pede para me dar um beijão para deixar a pessoa bem desconfortável e a gente se diverte", conta.

Ela disse que as reações quando isso acontece vão desde achar a cena “bonitinha” a fazer uma nova expressãoinstalar pixbetsurpresa e desconforto.

Masinstalar pixbetalgumas ocasiões as reações preconceituosas ultrapassam a barreira dos olhares e se tornam verbais. Victor conta que, certa vez, um homem parou para perguntar se ela era irmã dele. Outro perguntou a Marina se poderia rezar por ela.

"Eu fico possessoinstalar pixbetraiva. Olhei para a cara dessas pessoas e peço para se tocarem. A Marina sempre pede para eu me acalmar e não fazer nada. Algumas vezes eu ainda xingo, mas vou embora", diz Victor.

Marina, eminstalar pixbetcadeira motorizada, ao ladoinstalar pixbetLucasinstalar pixbetpé

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Em suas redes sociais, Marina incentiva pessoas com deficiência a se aceitarem

Ao ser questionada o quanto esse comportamento preconceituoso a incomoda, Marina responde que não o suficiente para que eles deixeminstalar pixbetfazer demonstrações públicasinstalar pixbetafeto.

Victor conta que já ouviu até mesmoinstalar pixbetpessoas próximas que "é um guerreiro" por namorar uma cadeirante. Ele relata que responde que não é guerreiro e está com ela porque a ama sem se importar cominstalar pixbetcondição.

Victor ao ladoinstalar pixbetMarina na cadeira motorizada dela

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Marina sonhainstalar pixbetmorarinstalar pixbetSão Paulo

Quase um ano depoisinstalar pixbetse conhecer, o casal diz que se encontra com frequência, faz passeios juntos e inclusive faz muitas viagens e planeja o futuro.

Marina sonhainstalar pixbetmorarinstalar pixbetSão Paulo. "Eu tenho um amorzinho interno pela Vila Olímpia (bairro da Zona Sul da capital paulista)", conta ela à reportagem.

Victor ainda não se acostumou muito com a ideia e diz que vai sugerir um meio termo que ainda não pensou.

Ele sonhainstalar pixbetser pai. Marina pode ser mãe e poderia engravidar, mas neste ponto é ela quem oferece mais resistência.

"Não acho que é para mim. Ou talvez eu ainda tenha uma cabeçainstalar pixbetmenina jovem. Eu já tenho muita restrição, mas ao mesmo tempo eu gostariainstalar pixbetter o processoinstalar pixbetcriar alguém para o mundo", diz ela que reconhece estarinstalar pixbetdúvida sobre maternidade.

Mas, para ambas as questões, os dois dizem que não sentem pressainstalar pixbetrespondê-las.

Marina hoje diz que vai focar na criaçãoinstalar pixbetconteúdo nas redes para dar voz a minorias e que vai se preocupar com mudançainstalar pixbetcidade e filhos daqui alguns anos.

"Nada disso é para agora. Quem sabeinstalar pixbet2030."