Por que o álcool é tão perigoso para o cérebro dos jovens:casino que paga na hora

Uma mãocasino que paga na horaadulto oferecendo uma taçacasino que paga na horavinho a uma mão jovem, posicionadascasino que paga na horamaneira a fazer referência ao quadro 'A Criaçãocasino que paga na horaAdão'casino que paga na horaMichelangelo

Crédito, Javier Hirschfeld/BBC/Getty Images

Legenda da foto, Pesquisas científicas vêm desmentindo antigas crenças sobre o consumocasino que paga na horaálcool pelos jovens

"Cercacasino que paga na horasete", respondi, calculando rapidamente algumas discretas dosescasino que paga na horavodca com sucocasino que paga na horalaranja que eu tomava quando saía à noite com os amigos do tempocasino que paga na horaescola. Achei que fosse pouco e nunca fui muitocasino que paga na horadesrespeitar as regras.

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"Isso vai aumentar, agora que você está aqui", respondeu a médica, com um sorriso seco.

Ela não estava errada. Em algumas semanas, eu estava alegremente esvaziando uma garrafacasino que paga na horavinho antescasino que paga na horaalinhar shots no bar dos estudantes.

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Eu sabia que beber demais poderia causar prejuízos para o resto da vida, mas não imaginava que minha juventude aumentasse esse perigo,casino que paga na horacomparação com pessoas com 30, 40 ou 50 anos. Eu pensava que os riscos seriam certamente os mesmos para todos os adultos.

Se eu soubesse o que sei agora sobre como o álcool pode afetar o cérebro dos jovens adultos, eu teria sido um pouco mais cauteloso.

Aos 18 anos, meu cérebro ainda estava se transformando e só atingiria a maturidade pelo menos sete anos depois. Este processo altera a forma como reagimos ao álcool – e beber nesse período crítico pode ter consequênciascasino que paga na horalongo prazo para o nosso desenvolvimento cognitivo.

Conversando com pesquisadores sobre os impactos do álcool sobre os jovens, fui também surpreendido por muitas outras descobertas.

Pesquisascasino que paga na horatodo o mundo começam a desmentir uma sériecasino que paga na horaconceitos comuns sobre a idade e o álcool, como a ideiacasino que paga na horaque a cultura da bebida na Europa continental é mais saudável do que no Reino Unido ou nos EUA. Ou que permitir que os jovens bebamcasino que paga na horacasa com as refeições ensina a eles o consumo responsável do álcool.

Decidir se as novas descobertas científicas devem ou não alterar nossas leis atuais sobre a bebida é uma questão política complexa. Mas o maior conhecimento dos fatos pode, pelo menos, permitir que as gerações futuras tomem decisões mais informadas sobre suas formascasino que paga na horaconfraternização – e podem ajudar os pais a decidir como lidar com o álcool dentrocasino que paga na horacasa.

Corpos pequenos, cérebros grandes

Antescasino que paga na horatudo, vamos deixar um ponto muito claro: o álcool é uma toxina. Seus riscos incluem acidentes fatais, doenças do fígado e muitos tiposcasino que paga na horacâncer.

Até pequenas quantidades podem ser carcinogênicas, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar que "quando o assunto é o consumocasino que paga na horaálcool, não existe quantidade segura que não afete a saúde".

Mas poucas atividades são totalmente livrescasino que paga na horariscos e os perigos costumam ser ponderadoscasino que paga na horacomparação com os prazeres que o álcool pode gerar. Por isso, nossas políticascasino que paga na horasaúde são orientadas pelo princípiocasino que paga na horalimitação dos danos, bebendo moderadamente.

Nos Estados Unidos, este nível é definido como não maiscasino que paga na horaduas doses por dia para os homens e não maiscasino que paga na horauma dose por dia para as mulheres. E muitos outros países estabelecem orientações similares.

A cerveja e o vinho costumam ser considerados bebidas mais seguras, como indicam as orientações americanas, mas o fator importante não é o tipocasino que paga na horabebida e sim a quantidadecasino que paga na horaálcool consumida.

"Uma cervejacasino que paga na hora350 ml tem aproximadamente a mesma quantidadecasino que paga na horaálcoolcasino que paga na horauma taçacasino que paga na hora150 mlcasino que paga na horavinho ou uma dosecasino que paga na hora45 mlcasino que paga na horalicor", dizem as orientações vigentes nos Estados Unidos.

A legislação sobre a idadecasino que paga na horaque é permitido comprar bebidas alcoólicas segue lógica similar à limitação dos danos. A lei protege as crianças e permite aos jovens adultos fazer suas próprias escolhas.

Na maioria dos países europeus e no Brasil, a idade mínima écasino que paga na hora18 anos, enquanto, nos Estados Unidos, écasino que paga na hora21 anoscasino que paga na horaidade.

Mas o álcool pode ser mais perigoso para os mais jovens por diversos motivos, mesmo após a idade mínima estabelecida por lei. Um deles é o tamanho e o formato do corpo.

Os adolescentes não atingem a altura que terão na vida adulta antes dos 21 anos. E, mesmo depois que pararemcasino que paga na horacrescer, eles podem não ter o volume corporalcasino que paga na horauma pessoa na casa dos 30 ou 40 anoscasino que paga na horaidade.

"Beber um copocasino que paga na horaálcool, portanto, resultacasino que paga na horateorcasino que paga na horaálcool no sangue mais alto nos jovens do que nos adultos", afirma Ruud Roodbeen, pesquisadorcasino que paga na horapós-doutorado da Universidadecasino que paga na horaMaastricht, na Holanda. Ele é o autor do livro Beyond Legislation ("Além da legislação",casino que paga na horatradução livre), que examina o impacto do aumento da idade mínima para beber.

A estrutura reduzida do corpo dos adolescentes também é caracterizada por maior relação entre a cabeça e o corpo.

Eu certamente tenho consciênciacasino que paga na horaque me parecia um pouco com um daqueles bonecos "cabeçudos"casino que paga na horabrinquedo. E essas proporções relativas também podem influenciar os efeitos do álcool nas pessoas.

Quando você bebe álcool, ele entra no seu fluxo sanguíneo e se espalha pelo corpo. Em cinco minutos, o álcool atinge o seu cérebro, cruzando facilmente a barreira hematoencefálica que costuma proteger o cérebro contra substâncias prejudiciais.

"Uma parte relativamente grande do álcool acaba no cérebro dos jovens e esta é mais uma razão que os leva a terem maior propensão a ficar intoxicados pelo álcool", explica Roodbeen.

Colagem mostra três mulheres jovens sem rosto bebendo

Crédito, Javier Hirschfeld/BBC/Getty Images

Legenda da foto, As restrições ao álcool baseadas na idade foram criadas para proteger as crianças, deixando os jovens adultos livres para fazerem suas próprias escolhas

Modelando o cérebro

As mudanças que ocorrem dentro do crânio são igualmente importantes.

No passado, imaginava-se que o desenvolvimento neural humano terminasse no início da adolescência. Mas um grande númerocasino que paga na horapesquisas demonstrou recentemente que o cérebro dos adolescentes sofre um recabeamento complexo que só termina, pelo menos, aos 25 anoscasino que paga na horaidade.

As mudanças mais importantes incluem a redução da "massa cinzenta" à medida que o cérebro elimina as sinapses que permitem a comunicação entre as células.

Paralelamente, a massa branca (conexõescasino que paga na horalonga distância conhecidas como axônios, cobertas com uma camadacasino que paga na horagordura isolante) tende a se proliferar.

"Elas são como as super-rodovias do cérebro", explica a neuropsicóloga Lindsay Squeglia, da Universidade Médica da Carolina do Sul, nos Estados Unidos. E o resultado é uma rede neural mais eficiente, que pode processar informações com maior rapidez.

O primeiro a amadurecer é o sistema límbico, relacionado ao prazer e à recompensa. "Estas áreas estão totalmente adultas durante a adolescência", explica Squeglia.

Já o córtex pré-frontal, localizado atrás da testa, amadurece mais lentamente. Esta região é responsável pelo pensamentocasino que paga na horaordem superior, incluindo a regulagem emocional, tomadacasino que paga na horadecisões e autocontrole.

O relativo desequilíbrio entre o desenvolvimento dessas duas regiões pode explicar por que os jovens e adolescentes tendem a assumir mais riscos do que os adultos. "Muitas pessoas descrevem o cérebro dos adolescentes como tendo um acelerador totalmente desenvolvido sem freios", compara Squeglia.

Mergulhar nossos neurônioscasino que paga na horaálcool – que sabemos que libera a inibição – só pode amplificar essa buscacasino que paga na horaadrenalina. E, para os adolescentes particularmente impetuosos, o álcool pode criar um círculo viciosocasino que paga na horamau comportamento e delinquência.

"Os adolescentes mais impulsivos tendem a beber mais e beber aumenta a impulsividade", explica Squeglia.

Em volumes e frequências suficientemente altos, a bebida pode prejudicar o desenvolvimentocasino que paga na horalongo prazo do cérebro dos adolescentes.

Estudos longitudinais associam beber cedo ao declínio mais rápido da massa cinzenta e à redução do crescimento da massa branca. "Essas super-rodovias não recebem a mesma pavimentaçãocasino que paga na horaadolescentes que começam a beber", segundo Squeglia.

As consequências podem não ser imediatamente evidentescasino que paga na horateste cognitivos. Nos cérebros jovens, as regiões responsáveis pela soluçãocasino que paga na horaproblemas podem trabalhar um pouco mais para compensar o déficit. Mas elas não conseguem manter esse acompanhamento para sempre.

"Depoiscasino que paga na horavários anos bebendo, observamos menos ativação do cérebro e desempenho inferior nesses testes", afirma Squeglia.

Beber cedo também pode prejudicar a saúde mental e aumenta o riscocasino que paga na horaabusocasino que paga na horaálcoolcasino que paga na horafases posteriores da vida. Isso é particularmente válido para pessoas com histórico familiarcasino que paga na horaalcoolismo – quanto mais cedo elas começam, maiores são as chancescasino que paga na horadesenvolver problemas com a bebida.

Os genes associados ao maior riscocasino que paga na horaabusocasino que paga na horaálcool parecem ser mais influentes durante esse período crítico do desenvolvimento cerebral. "E, quanto mais tempo alguém puder esperar, menor a probabilidadecasino que paga na horaque esses genes entremcasino que paga na horaação", segundo Squeglia.

Colagemcasino que paga na horafotos mostra um casal sem rosto sendo servidocasino que paga na horabebidas alcoólicas

Crédito, Javier Hirschfeld/BBC/Getty Images

Legenda da foto, A cultura da bebida no país onde você crescer pode influenciarcasino que paga na horarelação com o álcool na idade adulta

E o modelo europeu?

Como essas descobertas podem influenciar as escolhas dos adolescentes e as decisões dos pais sobre como e quando devem permitir que eles bebamcasino que paga na horacasa?

"Nossa mensagem é 'atrase o máximo que puder'", orienta Lindsay Squeglia, "pois o seu cérebro ainda estácasino que paga na horadesenvolvimento, e deixe seu cérebro se desenvolver e ser o mais saudável possível antescasino que paga na horacomeçar a se aventurarcasino que paga na horacoisas como o usocasino que paga na horaálcool e outras substâncias."

Mas, se este conselho deve ser estabelecidocasino que paga na horalei, já é outra questão.

Squeglia afirma que, nas suas palestras públicas sobre o consumocasino que paga na horaálcool, membros do público costumam levantar a questão do "modelo europeucasino que paga na horabeber". Em países como a França, menorescasino que paga na horaidade são autorizados a beber uma taçacasino que paga na horavinho ou cerveja para acompanhar a refeição da família.

Mesmo fora da Europa, muitos pais acreditam que a introdução lenta do álcoolcasino que paga na horacontextos controlados ensina os jovens a beber com segurança e reduz o consumocasino que paga na horaálcoolcasino que paga na horaexcesso com mais idade, enquanto a restrição leva a bebida a ser um tentador "fruto proibido".

Mas este é um mito.

"As pesquisas demonstraram que, quanto mais permissivo for o pai com o consumo, maior a probabilidadecasino que paga na horaque o filho tenha problemas com álcoolcasino que paga na horafases posteriores da vida", afirma Squeglia.

Uma análise abrangente indica que, contrariando a crença do fruto proibido, "os pais que impõem regras rigorosas relativas ao consumocasino que paga na horaálcool por adolescentes são esmagadoramente relacionados ao menor consumocasino que paga na horabebidas e à redução dos comportamentoscasino que paga na horarisco atribuídos ao álcool".

E a maior parte das evidências indica que leis mais rigorosascasino que paga na horaproibição do consumocasino que paga na horaálcool, com maior idade mínima para compra, também incentivam o consumo responsável.

Um exemplo é um estudocasino que paga na horaAlexander Ahammer, da Universidade Johannes Keplercasino que paga na horaLinz, na Áustria. Lá, qualquer pessoa com maiscasino que paga na hora16 anos pode legalmente comprar vinho ou cerveja.

Se as leis mais rigorosas apenas aumentassem o desejo pelo álcool, seriacasino que paga na horase esperar que a Áustria tivesse uma culturacasino que paga na horabebida mais saudável que os Estados Unidos, onde a idade mínima para beber écasino que paga na hora21 anos. Mas não é o caso.

Os dois países observam aumento do consumo excessivocasino que paga na horaálcool depois que as pessoas atingem a idade mínima. "Mas este salto é 25% mais alto na Áustria aos 16 [anos] do que nos Estados Unidos, aos 21", afirma Ahammer.

Em outras palavras, esperar parece incentivar o comportamento mais responsável quando os americanos são autorizados a comprar bebidas legalmente.

Colagem mostra mulher sem rosto cercadacasino que paga na horamãos masculinas segurando taçascasino que paga na horabebida alcoólica

Crédito, Javier Hirschfeld/BBC/Getty Images

Legenda da foto, Definir uma idade mínima para beber que seja alta demais pode ser considerado uma medida paternalista

Ao questionar os participantes sobre seu comportamento, Ahammer concluiu que as percepções dos austríacos sobre os riscos associados à bebida são radicalmente diferentes entre os maiorescasino que paga na hora16 anos.

"Quando o álcool passa a ser legal, os adolescentes percebem que ele representa muito menos riscos do que antes", afirma Ahammer.

Aos 16 anos, essa falsa sensaçãocasino que paga na horasegurança pode ser perigosa, enquanto, aos 21, o cérebro mais maduro está um pouco mais preparado para lidar com a bebida.

A própria ideiacasino que paga na horaque a cultura europeia da bebida seria mais saudável também não se justifica. Segundo a Organização Mundial da Saúde, dados indicam que a metadecasino que paga na horatodos os casoscasino que paga na horacâncer que podem ser atribuídos ao álcool na região da Europa são causados pelo consumocasino que paga na horaálcool leve a moderado.

Considerando as evidências científicas, deveriam os governos definir a idade legal mínimacasino que paga na hora25 anos ou mais, depois que o cérebro terminou seu desenvolvimento?

Especialistas indicam que esta decisão não é tão simples, já que os benefícios à saúde pública precisam ser avaliados tendocasino que paga na horavista a percepção das pessoas sobre a liberdade pessoal.

"Acho que existe muito pouca disposição entre o público para adotar a idadecasino que paga na hora25 anos para beber", afirma James MacKillop, estudioso da dependência da Universidade McMastercasino que paga na horaHamilton, Ontário (Canadá).

Para ele, "altas idades legais mínimas são consideradas paternalistas e podem ser vistas como hipocrisia se a idade legal da maioridade para votar ou servir o exército forcasino que paga na hora18 ou 19 anos".

Ahammer concorda. "Em algum momento, precisamos simplesmente permitir que as pessoas tomem suas próprias decisões."

MacKillop sugere que os adolescentes recebam melhor educação sobre os riscos do álcool e as formascasino que paga na horaque a substância pode prejudicar o cérebrocasino que paga na horaamadurecimento.

"Considerar simplesmente que as pessoas irão desenvolver naturalmente hábitos responsáveiscasino que paga na horarelação a essas drogas é uma premissa bastante otimista", segundo ele.

Analisando minha adolescência, eu teria ficado curioso para conhecer a contínua transformação do meu cérebro e os efeitos que o consumocasino que paga na horaálcool poderia ter sobre as suas conexões.

Não acredito que eu teria sido abstêmio – afinal, ainda bebo até hoje, mesmo conhecendo os riscoscasino que paga na horalongo prazo à saúde. Mas talvez eu tivesse pensado duas vezes antescasino que paga na horapedir uma nova rodada.

* David Robson é um escritorcasino que paga na horaciências premiado. Seu próximo livro (em inglês) chama-se As Leis da Conexão: A Ciência Transformadoracasino que paga na horaSer Social, a ser publicadocasino que paga na horajunhocasino que paga na hora2024 pela editora Canongate (no Reino Unido) e pela Pegasus Books (nos Estados Unidos e no Canadá). Sua conta no X (antigo Twitter) é @d_a_robson. Ele também pode ser encontrado com o nome @davidarobson no Instagram e no Threads.