O casal que foi viajar com R$ 67 e percorreu 11 mil kmbwin facebookbicicletabwin facebook6 anos:bwin facebook

Djoe Rosa e Iris Magalhães com suas bicicletas na Praia do Carro Quebrado - AL,bwin facebook2022

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Os brasileiros Djoe Rosa e Iris Magalhães percorreram 11 mil kmbwin facebookbicicletabwin facebook6 anos

"Parecia que a sala tinha ficado pequena, e percebi quão jovem eu era. Falei para o Djoe para irmos ao Méxicobwin facebookbicicleta. A gente começou a se organizar e amadureceu a ideia", diz ela à BBC News Brasil.

Pule Matérias recomendadas e continue lendo
Matérias recomendadas
bwin facebook de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar

O chaveamento da Libertadores 2023 levou 8 grandes times às quartas bwin facebook final: Bolívar, Internacional, Deportivo Pereira, Palmeiras, Boca Juniors, 🍇 Racing, Fluminense e Olimpia!

Quer saber onde assistir Libertadores? Então cola no UOL Play que aqui, você não perde nada!

a livre Argentina : wiki. wiki: Argentina Resposta e explicação: Em {k0} inglês, o

demonym formal (nome para um grupo oobresilhados 🫰 escortsinião remanescente compacto

roleta grande

It is one of eight nations to have won two of the three most important football tournaments (the World Cup, Confederations Cup, and Summer Olympics), having won the 1999 FIFA Confederations Cup and the 2012 Summer Olympics.

Fim do Matérias recomendadas

Mas como viajar para outro país sem antes explorar o Brasil? Eles decidiram então começar a jornadabwin facebookterritório nacional.

O plano era sair do Sul, onde moravam, e explorar os seis biomas brasileiros.

"A gente, como brasileiro, tinha a mesma visão estereotipada do Brasil e com preconceitos. Não contávamos que seria tão grande. É um país extremamente diverso."

Casal com arco-íris ao fundo na estrada no inverno cearense - CE,bwin facebook2023

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, O casal começou a se preparar financeiramente para a viagem vendendo brigadeiros na faculdade

Para se preparar financeiramente para a empreitada, os dois começaram a vender brigadeiro na faculdade.

Antesbwin facebookqualquer coisa, eles precisaram adquirir bicicletas novas, uma vez que as que eles usavam para se locomover haviam sido roubadas no meio do processo.

"(Na) minha bicicleta, paguei R$ 50. É um modelobwin facebook98, e é daquelasbwin facebookcomprar pão na esquina. Compreibwin facebookum amigo e fui montando com outras peças. No fim das contas, deve ter custado tudo uns R$ 700", relembra Djoe.

Já Iris conseguiu uma bicicleta nova por meiobwin facebookdoação. "Fiz um post no Facebook falando do roubo, e um colega me ofereceu. Fui ver a bicicleta e saí pedalando."

Com as bicicletas novasbwin facebookmãos, eles colocaram na balança o que seria mais importante para uma viagem longa ebwin facebookbaixo custo. Decidiram investir entãobwin facebookuma boa barraca ebwin facebookuma câmerabwin facebookaventura barata para documentar a jornada.

O casalbwin facebookfrente a uma casa com suas bicicletasbwin facebookGuaporé, no Rio Grande do Sul,bwin facebook2017

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Primeiros dias da viagembwin facebookGuaporé, no Rio Grande do Sul,bwin facebook2017

Partida com R$ 67 no bolso

Em fevereirobwin facebook2017, os dois deixaram a universidade para trás para embarcar na aventura.

Saírambwin facebookbicicletabwin facebookPelotas, no Rio Grande do Sul, e foram subindobwin facebookdireção à Serra Gaúcha, passando pelas regiões dos cânions, pelo litoralbwin facebookSanta Catarina, até chegar a cidades do Sudeste.

Como grande parte do dinheiro que eles juntaram havia sido usado na compra dos equipamentos e acessórios para a viagem, o casal iniciou a jornada com pouco maisbwin facebookR$ 50.

"Saí com R$ 17 no bolso, e a Iris, com R$ 50", relembra Djoe.

Eles dizem que a quantia foi suficiente no início. Isso porque, para se capitalizar, os dois faziam apresentaçõesbwin facebookmúsica nas cidades que paravam — Djoe no violão, e Iris no pandeiro.

Barraca montadabwin facebookacampamentobwin facebookárea verdebwin facebookTrancoso - BA

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, O casal investiubwin facebookuma boa barraca, fotografada aqui enquanto acampavambwin facebookTrancoso, na Bahia,bwin facebook2022

Naquela época, seis anos atrás, eles contam que gastavam apenas R$ 300 por mês — a despesa maior, segundo eles, era com alimentação.

Isso só foi possível pelo modobwin facebookvida simples e minimalista que adotaram, dizem.

"A gente cozinha nossa própria comida. Dorme na beirabwin facebookrio,bwin facebookpostosbwin facebookgasolina, faz voluntariado, fica hospedado na casa das pessoas", afirma Iris.

Hoje, o gasto mensal do casal aumentou — mas,bwin facebookacordo com eles, as principais despesas continuam a ser com alimentação e manutenção das bicicletas.

"Atualmente, girabwin facebooktornobwin facebookR$ 1.500 a R$ 2.000 (por mês)", afirmam.

Para se manter, além das apresentações musicais, o casal já fez capinagem, bicobwin facebookgarçom e vendeu brigadeiro.

Iris cozinhando no acampamentobwin facebookMogiquiçaba - BA

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Para economizar, eles costumam prepararbwin facebookprópria comida — fotobwin facebookMogiquiçaba, na Bahia,bwin facebook2022

Com o passar do tempo, eles viram necessidadebwin facebookprofissionalizar a produção audiovisual para as redes sociais. E decidiram investirbwin facebookequipamentos novos.

"No começo da viagem, a gente só tinha um celular velho da Iris e uma 'Go Pobre' (câmerabwin facebookaventura barata)", lembra Djoe.

Para isso, eles contam que trabalharam oito horas por diabwin facebookuma fazendabwin facebookBrasília durante um mês.

Iris trabalhava como camareira no hotel da fazenda, enquanto Djoe fazia serviços gerais na agrofloresta. Nos finaisbwin facebooksemana, Djoe ainda tocava no restaurante da fazenda, e os dois também faziam apresentações musicaisbwin facebookBrasília. Como tinham direito a alimentação e moradia na fazenda, dizem que o gasto deles era praticamente zero.

Irisbwin facebookvoluntariadobwin facebookbioconstruçãobwin facebookAlto Paraísobwin facebookGoiás - GO

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, O casal chegou a trabahar como voluntáriobwin facebookbioconstruçãobwin facebookAlto Paraísobwin facebookGoiásbwin facebook2019

Depoisbwin facebookjuntar dinheiro, foram até o Paraguai comprar câmeras mais modernas.

O investimento deu retorno. Desde 2020, eles ganham dinheiro com o canal do Youtube, que começou a ser monetizado após três anosbwin facebookpostagens.

Também promovem campanhasbwin facebookfinanciamento coletivo e têm uma loja virtual na qual vendem adesivos e camisetas do projeto.

Dia a dia na estrada

Os desafios, no entanto, vão muito além da questão financeira. O casal conta que ao se deslocar pedala,bwin facebookmédia, 60 quilômetros por dia — e é preciso ter muita disposição.

Para facilitar a jornada, eles utilizam equipamentos próprios para ciclismo.

"Usamos alforges, que são bolsas para bagagem. Não vai nada no nosso corpo, e isso facilita a distribuição do peso. É muito menos desgastante", explica Djoe.

A alimentação também é estratégica. Como são vegetarianos, eles investembwin facebookuma dieta ricabwin facebookfrutas e legumes.

E, para não carregar muito peso extra, contam que levam apenas a quantidade necessária — alémbwin facebookadotar técnicas para evitar que a comida estrague.

"A gente carrega a comidabwin facebookpedaçosbwin facebookpanos para não acelerar o processobwin facebookdecomposição. Preparamos sanduíche com tomate, pastabwin facebookamendoim e, no fim do dia, a gente vai ao mercado e compra comida suficiente para viver uns dois dias."

Iris fazendo alongamento no acostamento da BR 242bwin facebookBarreiras - BA

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Alongamento no acostamento da BR 242bwin facebookBarreiras, na Bahia
Pule Novo podcast investigativo: A Raposa e continue lendo
Novo podcast investigativo: A Raposa

Uma toneladabwin facebookcocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês

Episódios

Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa

A segurança também é pensada cuidadosamente. Eles costumam dormirbwin facebookpostosbwin facebookgasolina ou pedem para montar a barraca no quintalbwin facebookmoradores locais. Segundo eles, tem muita gente desconfiada, principalmente nas cidades grandes, mas a maioria estende a mão aos cicloviajantes.

E há gratas surpresas no meio do caminho:

"Uma vez, estávamos pedalando, e uma mulher passou buzinandobwin facebookcarro nos chamando para tomar café na casa dela. Nós a seguimos, fomos até lá, tomamos café, depois fomos embora", relembra Iris.

E como faz para tomar banho? Na maioria das vezes, eles tomam banhobwin facebookpostosbwin facebookgasolina. Mas nem sempre da forma tradicional — eles contam que, às vezes, precisam usar lenço umedecido, e já chegaram a tomar banhobwin facebookcaneca e regador.

Há seis anos na estrada, o casal já pedalou pouco maisbwin facebook11 mil quilômetros, passando por 17 estados brasileiros.

Inicialmente, eles passavam mesesbwin facebookuma determinada cidade, mas essa estratégia estava estendendo demais a viagem.

Agora, o tempobwin facebookpermanência variabwin facebookalguns dias a semanas,bwin facebookacordo com as atrações locais e o interessebwin facebookcada um.

No momento desta reportagem, eles estavambwin facebookPorto Velho, Rondônia, e faltava conhecer apenas um bioma da lista: o Pantanal.

O maior desafio — pedalar no 'deserto'

Ao longo desta jornada, eles já viveram muitas aventuras. E se você perguntar qual foi o trecho mais desafiador do trajeto, eles não vão pensar duas vezes: o Jalapão, no estado do Tocantins.

"Chamam (o Jalapão)bwin facebook‘deserto das águas’, e explorarbwin facebookbicicleta era quase uma loucura. 100% das pessoas diziam que a gente era doido e que íamos morrer", relembra Djoe.

Eles saíram do Distrito Federal com destino ao Jalapãobwin facebook2019. No trajeto entre as cidadesbwin facebookPonte Alta do Tocantins e Mateiros, foram 210 quilômetros sem praticamente nenhuma estrutura para parada. Era possível avistar somente alguns moradores locais no caminho.

Estrada sem fim entre Ponte Alta do Tocantins e Mateiros - Jalapão - TO

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Trecho da estrada 'sem fim' entre Ponte Alta do Tocantins e Mateiros

Como era épocabwin facebookseca, eles enfrentaram temperaturas elevadas — com sensação térmicabwin facebookaté 50 graus pela manhã.

E se hidratar não era nada fácil. Eles contam que muitas vezes tinham que percorrer 50 quilômetros até encontrar uma fontebwin facebookágua. Mas, às vezes, davam sortebwin facebookcontar com a generosidadebwin facebookguiasbwin facebookturismo que passavambwin facebookcarro.

"Foi a galera do turismo que nos deu apoio. E, inclusive, teve um guia que nos deixou comida."

Mas o mais desafiador, segundo o casal, era pedalar naquele terreno. Eles tiveram que descer das bikes.

"A gente empurrava as bicicletas e demorava quatro horas para andar três quilômetros."

Descansando à sombra das bicicletas no Jalapão - TO

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Descanso à sombra das bicicletas no Jalapão

Quando chegavam na casabwin facebookmoradores locais, ouviam até que deviam jogar as bicicletas fora porque iriam atrapalhar a travessia.

Eles lembram, no entanto, que também conseguiram caronas inesperadas ao longo do trajeto.

Foram 40 dias nessa região do país. E, mesmo com a dificuldade para pedalar, o casal diz que se sentiu completo.

"A gente estava tão feliz, as pessoas foram tão incríveis. A paisagem é muito bonita, uma estrada longabwin facebookareia e nada dos dois lados. Várias vezes a gente estava lá, montava a barraca, e à noite não passava ninguém", relembram.

Outros perrengues (e perigos) na estrada

Visitando as formações rochosas no Vale do Catimbau - PE

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Visitando as formações rochosas no Vale do Catimbau,bwin facebookPernambuco,bwin facebook2022

Esse não foi único perrengue que eles passaram. Embora o clima possa ser, na opinião deles, um dos principais contratempos.

Eles lembram que pedalar na chuva também é complicado — e não é considerado tão seguro. E, às vezes, as condições meteorológicas se somam a imprevistos, como um pneu furado.

"No estadobwin facebookSão Paulo, estava chovendo muito uma vez, e o pneu da bicicleta da Iris estourou, e eu tive que ficar literalmente protegendo com o guarda-chuva enquanto ela consertava o pneu. É doideira."

Outra vez, sob um sol forte no sertão do Rio Grande do Norte, o pneu da bicicletabwin facebookIris estourou oito vezes — eles lembram que estavam muito cansados, quase desidratando. Mas não teve outro jeito a não ser consertar.

Diabwin facebookchuvabwin facebookMinas

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Diabwin facebookchuvabwin facebookMinas Geraisbwin facebook2018

Além disso,bwin facebookmuitas rodovias os motoristasbwin facebookcarros e caminhões não respeitam os ciclistas.

Uma vez, logo no começo da viagem, Iris sofreu um acidente. Ela freou bruscamente enquanto pedalava, e a bicicleta escorregou entre as pedras. Ela bateu a cabeça e desmaiou.

Como Djoe já estava um pouco mais à frente, ele não viu o que aconteceu. Quando parou, ele contou até 100, e como ela não apareceu, começou a voltar. Foi quando se deparou com Iris caída na estrada, sendo ajudada por um homem.

"Eu não lembrava das coisas, perguntavam se eu tinha sofrido um acidente, e não lembrava. Minha cabeça estava um pouco machucada, e não sabia direito o que tinha acontecido."

Djoe bateu na portabwin facebookum casalbwin facebookidosos, que inicialmente ficou desconfiado, à procurabwin facebookajuda:

"Eles pediram para eu levar a Iris até lá, e eu levei. Eles viram que ela estava machucada e chamaram o SAMU. Ela foi atendida no hospital e deu tudo certo", relembra Djoe.

Pneu furado pedalando no interior do RJbwin facebook2018

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Pneu furado enquanto pedalavam no interior do Riobwin facebookJaneirobwin facebook2018

No fim das contas, eles acabaram passando quase quatro dias na casa desse casal.

Depois do acidente, no entanto, Iris ficou insegurabwin facebookvoltar para a estrada.

"Nessa época, comecei a questionar se aquilo era para mim, fiquei pensando, pensando. Foi difícil, mentalmente falando. Precisei superar aquilo para conseguir seguir pedalando."

Perrengues e acidentes à parte, eles dizem que as paisagensbwin facebooktirar o fôlego são sem dúvida uma recompensa. Mas afirmam que o que mais os marcou, ao longo desses anos todosbwin facebookestrada, foram as pessoas.

Eles acreditam que conseguiram verbwin facebookperto a pluralidade do Brasil.

"A gente percebeu o quão incrível é o nosso país, e comobwin facebookfato é nossa terra, nosso povo. Uma história sofrida. É quase inacreditável que tenha tudo issobwin facebookuma vez. O bonito no Brasil é a diversidade", resumem.

Subida íngreme no litoral sul da Bahia

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Subida íngreme no litoral sul da Bahiabwin facebook2022

Aventura pela América do Sul

Depoisbwin facebookquase seis anos viajando pelo Brasil, Djoe e Iris pretendem seguir para os Andes — a ideia é explorar os países da América do Sul a partir do segundo semestre.

O casal quer começar a viagem pela Bolívia, atravessar para o Peru e depois avançar para o Equador e a Colômbia.

Eles estão chamando o projetobwin facebook"Coragem nos Andes", uma analogia com o nome do perfil que têm nas redes sociais — "Coragem na Bagagem" (@coragemnabagagem).

E lançaram uma campanhabwin facebookfinanciamento coletivo para ajudar a comprar equipamentos e roupas próprias para baixas temperaturas.

"Essa fase internacional vai demandar equipamentos mais técnicos e roupas apropriadas, que são caras fora do país. Pedalar a 3 mil metrosbwin facebookaltitude é diferente", explicam. "Vamos enfrentar um frio extremo."

O plano deles é completar esse roteirobwin facebookum ano — e eles afirmam que não pensam, por enquanto,bwin facebookvoltar ao modobwin facebookvida tradicional.