A família que viajou pelo mundo durante 22 anosevolvecasinoum carroevolvecasino1928:evolvecasino

Mapa-múndi mostra o percurso da viagem

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Mapa mostra o percurso que a família percorreu

Assim, eles fizeram "a melhor coisa que poderíamos ter feito: fechar uma data para a viagem. 25evolvecasinojaneiroevolvecasino2000".

Inicialmente, era uma viagem até o outro lado do mundo, o que para os argentinos (no sul) significava chegar ao Alasca (no norte).

Embora nada estivesse exatamente planejado, eles calcularam que levariam 6 meses, durante os quais, usando diferentes meiosevolvecasinotransporte, percorreriam o continente americanoevolvecasinoponta a ponta.

'Muito louco'

Herman e Candelaria

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Herman e Candelaria partiram para realizar seu sonhoevolvecasino2000

"Falarevolvecasinorealizar um sonhoevolvecasino2000 não era o mesmo queevolvecasino2020; os sonhos eram algo para sonhar. Não havia redes sociais mostrando outros viajantes ou para se comunicar com pessoasevolvecasinooutros países, então as pessoas sentiam que o que estávamos planejando era muito, muito louco."

Chegou uma hora, diz Herman, que eles pararamevolvecasinocontar os detalhes à família porque, alémevolvecasinoembarcarem nesta aventura sem nenhuma experiência nem dinheiro suficiente, haviam tomado uma decisão aparentemente ridícula.

Esta decisão tem nome, sobrenome e até passaporte: Macondo Cambalache, uma misturaevolvecasinorealismo mágico com tango.

Trata-seevolvecasinoum companheiroevolvecasinoviagem inesperado que se juntou ao casal três meses antesevolvecasinopartirem: um automóvel clássico Graham-Paige, fabricadoevolvecasinoDetroitevolvecasino1928, pelo qual Herman se apaixonou.

Os casal e o carro

Crédito, Arquivo pessoal

Ele levou o carro para casa num guincho, já que nem sequer ligava, e anunciou a Candelaria: "Mudançaevolvecasinoplanos: vamosevolvecasinocarro".

Embora parecesse prometer nada mais do que problemas, percorreu 362 mil quilômetrosevolvecasinoseu ritmo vagaroso "arrancando sorrisosevolvecasinoquem o via passar".

'Momento trágico'

O estiloevolvecasinoviagem do casal sempre foi do tipo "lá a gente vê", o que na maioria das vezes dava excelentes resultados.

Mas quando eles ficaram sem dinheiro pela primeira vez "foi um momento trágico... desesperador", lembra Herman.

"Estávamos no Equador, onde a situação econômica era muito ruim. Eles haviam passado do sucre para o dólar. Um bom salário eraevolvecasinono máximo US$ 60, então nunca conseguiríamos economizar para continuar viajando."

Os seis integrantes da família

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Quando a viagem acabou, a família havia crescido

Candelaria começou a pintar — "uns quadros muito bonitosevolvecasinopássaros... ela realmente tem um dom maravilhoso" — e Herman os emoldurava e vendia.

"Nos saímos muito bem no Equador, o que nos deu força."

"Depois, na Colômbia, um homem que tinha uma gráfica nos fez a pergunta típica de: 'Como vocês se sustentam?' Nós dissemos que com as pinturas, mas que precisávamosevolvecasinoalgo que ocupasse menos espaço."

"Ele pegou algumas fotos da nossa viagem e nos trouxe 500 cartões postais e alguns caderninhos cujas capas eram as fotos."

"A ideia era que as pessoas escrevessem seus sonhos neles, mas nos diziam que queriam ler sobre os nossos, então começamos a escrever."

Logo publicaram o primeiroevolvecasinovários livros que os ajudariam a financiarevolvecasinojornada ao longo dos anos.

Mas também foram aprendendo que havia outra fonte enormeevolvecasinoriqueza: a boa vontade das pessoas.

Atravessando a Amazônia

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Atravessando a Amazônia

Quando precisaramevolvecasinotransporte marítimo para levar Macondo Cambalache da Colômbia ao Panamá, "fomos a Barranquilla e conversamos com o gerente, e ele respondeu: 'Vamos dar um jeito'".

"Ele conseguiu para a gente não uma, mas três companhiasevolvecasinonavegação que queriam levá-loevolvecasinograça. Escolhi uma, e o donoevolvecasinooutra que eu não havia escolhido me disse: 'Pelo menos me deixe pagarevolvecasinoviagemevolvecasinoavião'."

"No começo foi um pouco difícil, mas logo percebemos que o melhor da viagem é o que você faz sem dinheiro."

O primeiro bebê

Após quase dois anos viajando, eles sentiram que "algo estava realmente faltando".

"Além disso, a irmãevolvecasinoCandelaria não tinha conseguido ter filhos e estava fazendo todos os tratamentos possíveis, então pensamos que se tivéssemos o mesmo problema, era melhor começar antes que os anos passassem."

A família Zapp

Crédito, Arquivo pessoal

"E, então, naquele famoso 11evolvecasinosetembro (2001) nós nos abraçamos um pouco mais forte."

Em Belize, confirmaram que Candelaria estava grávida e entraramevolvecasinopânico.

"Sim, pânico, porque uma coisa é ter a ideiaevolvecasinoser pai, e outra é saber que você vai ser. Não tínhamos muitas possibilidadesevolvecasinoganhar dinheiro, ou economizar... não estávamos tão preparados."

Para lidar com a situação, eles estabeleceram datas.

"15 diasevolvecasinoBelize, dois meses no México, três nos EUA, dois no Canadá e assim chegaríamos no Alasca a tempo do bebê nascer lá."

Mas uma comunidade menonita amish os convidou para passar duas semanas com eles — "e eu disse a ela: 'Candi, quando vamos ter a oportunidadeevolvecasinoestar com os menonitas'" —, e quando estavamevolvecasinoCancún, foram convidados a visitar Cuba — "e eu digo: 'Candi, quando vamos ter a oportunidadeevolvecasinoficar 15 diasevolvecasinoCuba?'"...

Lavando roupa

Crédito, Arquivo pessoal

No fim das contas, Pampa nasceuevolvecasino2002evolvecasinoGreensboro, no Estado americano da Carolina do Norte, para onde haviam sido convidados para um encontroevolvecasinocarros antigos Graham-Paige.

"Foi mágico."

"Pedimos ajuda ao governo, porque nasci nos EUA, mas eles negaram porque eu não era residente; fomos ao hospital e nos disseram que era uma empresa privada, então cobraram (maisevolvecasinoUS$ 12 mil), e fomos ao jornal pedir ajuda às pessoas", lembra Herman.

"Fizeram uma nota muito bonita sobre nossa viagem, nosso sonho, nosso destino, mas também nossa situação, e diziam que se quisessem nos ajudar, poderiam ligar para o númeroevolvecasinotelefone da família que nos havia acolhido."

"O telefone não parouevolvecasinotocar por 4 dias."

No desertoevolvecasinoWadi Ram, na Jordânia

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, No desertoevolvecasinoWadi Ram, na Jordânia

De uma avó que queria enviar para eles um suéter que estava tricotando para o neto, a médicos e enfermeiras que se ofereceram para não cobrar se estivessemevolvecasinoplantão no momento do parto.

Diferentes igrejas organizaram eventos para arrecadar fundos, enquanto levavam legumes, frutas e verduras para eles — e compravam seus livros e pinturas.

"No final, acabamos pagando nada além da hospedagem do hospital. Foi muito bom não termos dinheiro porque agora temos uma família na Carolina do Norte."

E o Alasca?

"Não chegamos ao Alascaevolvecasinoseis meses... chegamos láevolvecasinotrês anos e nove meses. Houve um pequeno erroevolvecasinocálculo."

Mas prestes a realizar seu sonho, aconteceu algo peculiar.

O carro no pôr do sol

Crédito, Arquivo pessoal

"Quando faltavam 30 km para chegar ao Alasca (e uma placa dizia isso), Cande me diz: 'Não quero chegar'."

"'Como você não quer chegar ao Alasca?'"

"'É que se chegarmos, o sonho acaba, e a belezaevolvecasinoum sonho não é realizá-lo, é vivê-lo, estar nele'."

"Então tivemos que parar para ver o que poderíamos fazer para chegar felizes."

"E descobrimos que o Alasca era o fimevolvecasinoum sonho, mas também o começoevolvecasinooutro."

Chegando ao Alasca

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, A chegada ao Alasca

"Estabelecemos o objetivoevolvecasinocontinuar a viajar."

Mas tiveram que voltar para a Argentina.

Um jardim gigante

A mãeevolvecasinoCandelaria estava doente.

Cinco dias depoisevolvecasinovoltar, o segundo filho do casal, Tahue, nasceuevolvecasinoCapilla del Señor,evolvecasino2005. Quando estava com 13 diasevolvecasinovida, a família partiu novamente.

Com a chegadaevolvecasinoTahue, e a vontadeevolvecasinoter mais filhos, eles se deram contaevolvecasinoque Macondo Cambalache ia ficar pequeno.

Como "a gente não tem que se adaptar às coisas, mas as coisas têm que se adaptar a nós", eles colocaram mais uma fileiraevolvecasinoassentos.

A família Zapp

Crédito, Getty Images

As crianças podiam dormir na barraca que levavam no teto, e os pais nos assentos que se transformavamevolvecasinocamas.

À barraca, se juntaram Paloma, que nasceuevolvecasino2007evolvecasinoVancouver, no Canadá, e Wallaby, nascido na Austráliaevolvecasino2009, além do cachorro Timon e do gato Hakuna.

"A quantidadeevolvecasinocoisas que você precisa tirar para dar lugar a eles! Eles precisamevolvecasinocadeirinhasevolvecasinocarro, berços, fraldas... Quando todos eles nasceram, ficamos sem nada, mas como é bom mudar as coisas pelas crianças!"

A cozinha ficavaevolvecasinoum baúevolvecasinomadeira.

"Uma casinha com um jardim gigante, que ainda não haviam terminadoevolvecasinoconhecer", na qual passaram inúmeras noitesevolvecasinofrente para o mar, lagos, rios, ilhas, montanhas e desertos.

Ao pontoevolvecasinopartida

A família Zapp voltou definitivamente à Argentina (por enquanto)evolvecasinofevereiroevolvecasino2022.

Paloma na África

Crédito, Arquivo pessoal

As crianças já não são tão crianças: Pampa tem 20 anos, Tehue, 17, Paloma, quase 15, e Wallaby, 13.

Voltaram com uma educação invejável.

"Eles aprenderam geografia passando por ela; línguas, brincando com outras crianças; ciências sociais, compartilhando com pessoasevolvecasinotodas as camadas sociais e culturas, e viram que havia milharesevolvecasinomaneirasevolvecasinorezar, viver e comer."

"Viram a cadeia alimentarevolvecasinoação na África, quando um guepardo comia um veado que estava comendo grama, e um leopardo roubava a presa do guepardo, e aprenderam biologia mergulhando no mar..."

"Tiveram a melhor e mais linda salaevolvecasinoaula."

Sentados à mesa com elefantes ao fundo

Crédito, Arquivo pessoal

Agora eles precisam se acostumar ao comum para que sejam capazesevolvecasinoescolher que tipoevolvecasinovida querem ter.

Herman e Candelaria têm consciênciaevolvecasinoque, embora "fôssemos capazesevolvecasinodar a eles o mundo", a viagem privou as criançasevolvecasinopartilhar o dia a dia com avós, tios, primos e amigos sempre presentes.

"Agora eles estão experimentando estarevolvecasinouma única casa, com horários, a esperar as férias... para depois decidirem o que preferem, porque se você nunca provou chocolate, não sabe se é gostoso."

Seus pais, no entanto, continuam com o pé na estrada, embora desbravando lugares mais próximos.

"O que mais queremos fazer agora é ajudar a realizar sonhos, e vamosevolvecasinocidadeevolvecasinocidade levando a notíciaevolvecasinoque, apesar da política, da economia, da situação mundial, da guerra, do vírus, você pode criarevolvecasinoprópria realidade."

De volta à Argentina

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, De volta à Argentina

"Além disso, ninguém está sozinho. Estamos entre 7 bilhõesevolvecasinoamigos!"

"Eu preciseievolvecasinomuitos barcos, e sempre apareceu um homem ou uma empresa que se oferecia, e nãoevolvecasinotrocaevolvecasinopublicidade, masevolvecasinotrocaevolvecasinofazer parte. E foram maisevolvecasino2 mil lares que abriram suas portas para receber uma família que não conheciam."

"E assim mil coisas que demonstram que é um mundo maravilhoso, que gostaevolvecasinofazer parte do sonho, e que tudo o que se tem a fazer é compartilhar. Não viemos para ficar sozinhos. As coisas são mais ricas e saborosas quando as compartilhamos, não?".

Mas isso não significa que eles vão ficar parados: no ano que vem, eles planejam dar a volta ao mundoevolvecasinoum veleiro, como no que cruzaram o Atlântico.

"Era mais velho que Macondo Cambalache,evolvecasino1908... lindo!"

E, com toda a experiência do casal, o que é essencial levar?

"Só duas coisas: lenço umedecido e gana, porque se você tiver gana, quem vai te impedir?"

- Este texto foi publicadoevolvecasinohttp://vesser.net/geral-61954763

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