Qual o papelNapoleão na independência dos países latino-americanos?:
"Coloquei toda minha atençãoNapoleão, e só vi elemeio a toda aquela multidãohomens que estavam ali reunidos", relataria o libertador Simón Bolívar (1783-1830) anos depois ao soldado Luis PeruLacroix, que publicou os testemunhosseu livro DiárioBucaramanga.
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"A minha curiosidade não podia ser satisfeita, e garanto a vocês que, naquela altura, estava muito longeprever que um dia seria também objeto da atenção, ou se quiserem, da curiosidadequase todo um continente e, pode-se dizer, do mundo inteiro."
Apesarnão ter participado diretamente dos esforçosindependência dos territórios que conhecemos como América Latina, Napoleão desempenhou papel fundamental no seu desenrolar, aléminspirar jovens heróis da independência como Bolívar.
Invasão à Espanha
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Em 1807, Napoleão tinha controle quase completo sobre a Europa continental depoisderrotar as tropas do czar Alexandre 1º eFrancisco 1º da Áustria na BatalhaAusterlitz (2dezembro1805), e chegou a um acordo com a Espanha para invadir Portugal.
Portugal era o único país da Europa que ainda mantinha rotas comerciais com o Reino Unido e, ao fechá-las, a França conseguiria deixar a Grã-Bretanha cercada e isolada do continente.
Encorajado por consecutivas vitórias militares, Napoleão decidiu que seria melhor para ele tomar a Espanha do que associar-se a ela, e assim consolidar o controle absoluto sobre a Península Ibérica.
Em maio, Napoleão convidou o rei Fernando 7º efamília para a cidade francesaBaiona: ele forçou o rei a abdicar para instalar seu irmão José Bonaparte no lugar.
Estes acontecimentos desencadeariam a sangrenta GuerraIndependência Espanhola, na qual durante cinco anos as tropas espanholas, britânicas e portuguesas enfrentariam os invasores franceses.
"Isso é muito complicado para nós entendermos, porque nunca vivemos sob um reinado, mas se você pensar como um espanhol da época, para quem os reis eram uma espéciesemideuses, a ausência do rei gera muitas incertezas", diz Rubén Torres, cientista político da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) e especialistahistória latino-americana.
Essas incertezas levaram a um processograndes transformações internas na Espanha que, porvez, teria impacto direto nas colônias americanas.
"E é esta crise política vivida entre 1808 e 1814 que levará à independênciamuitas nações, quase a maioria das nações latino-americanas."
Vaziopoder
Os ideais da Revolução Francesa e da Revolução Americana do final do século 18 poderiam ter sido os precursores do sentimentoindependência latino-americano, mas sem o vácuopoder que ocorreuEspanha com a invasão francesa, os acontecimentos poderiam ter sido muito diferentes.
O historiador Jean Meyer afirma que Napoleão foi uma espécie"acidente histórico" que acabou por precipitar independências "prematuras".
"[Napoleão] é um terremoto. Ele não apenas sequestra a família real [espanhola], criando um vácuo político e deixando a América órfã, mas também conquista a Espanha."
Sob a ocupação francesa, o poder na Espanha foi dividido"juntas", órgãos locais que exerciam o poder legislativo e executivo nos seus territóriosoposição ao regime imposto pela França. Essas juntas não reconheciam a autoridade do rei José Bonaparte.
Em setembro1808, foi formado um Conselho Supremo Central e Governamental do Reino, como repositório do legítimo poder espanhol.
Entre 1808 e 1810, na maioria das colônias da América Latina, os crioulos também promoveram o estabelecimentoconselhosgoverno locais fiéis à pessoaFernando 7º.
Depois da guerra, e apesar do regresso ao tronoFernando 7º, o triunfo dentro desses conselhos das ideias liberais e republicanas levou à adoçãoreformas políticas, econômicas e administrativas que levariam à independência das nações latino-americanas.
Família real portuguesa no Brasil e apoio inglês
Em 1807, com o país invadido pelas tropas francesas, a família realPortugal — os Bragança — tomou uma decisão inédita: protegida por navios britânicos, mudou-se paracolônia no novo mundo e transformou o RioJaneiro no centro do governo.
Isso abriria uma porta inestimável para o Reino Unido negociar com o Brasil, escapando ao bloqueio que Napoleão impôs à Europa.
Ao mesmo tempo, Londres pressionou as autoridades espanholas durante a guerra para permitir às colônias americanas o livre comércio com fornecedores britânicos.
Isso deu à América Latina um novo aliado com quem negociar sem terdepender da Espanha, deixando enormes lucros tanto para os britânicos como para as colônias, que aproveitariam a nova riqueza para promover os esforçosindependência.
No ano da morteNapoleão,1821, o apoio inglês à independência latino-americana era tal que o chanceler britânico da época, George Canning, assegurou: "A América espanhola é livre e, se não estivermos redondamente enganados nos nossos assuntos, é inglesa."
Napoleão e Bolívar
Apesar do imenso impacto que ver Napoleão pessoalmente teve no jovem Simón Bolívar, o professor Torres garante que houve uma grande diferença entre os dois.
"Ambos devem ter sido personagens extremamente carismáticos, extremamente inteligentes (...) mas o que vai caracterizá-lo é que ele [Bolívar] é um libertador com ideias: isso fica muito evidente nos seus textos, na carta da Jamaica, no discursoAngostura, no manifesto do Carupano, ou seja, ele é um cara que tem uma visão."
Torres explica que as ideias e preocupaçõesBolívar o fizeram ir "mais longe" do que o restante dos libertadores que tentavam construir nações "na hora, sem ter clareza sobre para onde estavam indo".
"[Bolívar] tentou ir além do resto dos libertadores na construção das nações modernas, do que chamaríamosEstados-nação modernos. Bolívar considerou a geração das instituições políticas, ou seja, Parlamentos, Assembleias, Congressos. Ele também tinha preocupações como saúde e educação. Ele foi um líder a frenteseu tempo,muitos aspectos."
Apesarter expressadoadmiração por Napoleão, seria o próprio Bolívar quem contaria o que sentiu quanto o francês se auto-coroou imperador, segundo a biógrafa Marie Aranaseu livro Bolívar: Libertador da América.
"Considerei a coroa que Napoleão colocou emprópria cabeça uma relíquia lamentável e obsoleta. Para mim,grandeza estava naaclamação universal, no interesse quepessoa podia inspirar."
"Confesso que tudo isso só serviu para me lembrar da escravidão do meu próprio país, da glória que pertenceria a quem o libertasse. Mas estava longeimaginar que eu seria esse homem."