Qual a melhor idade para se aprender a ler?:bet nacional apk
Não há dúvidabet nacional apkque a linguagembet nacional apktoda abet nacional apkriqueza — escrita, falada, cantada ou lidabet nacional apkvoz alta — desempenha um papel fundamentalbet nacional apknosso desenvolvimento inicial.
Os bebês já respondem melhor à linguagem a que foram expostos no útero. Os pais são incentivados a ler para seus filhos antes mesmobet nacional apknascerem e quando são bebês.
As evidências mostram que o quanto ou quão pouco conversem com a gente na infância pode ter efeitos duradouros no desempenho educacional futuro.
Os livros são um aspecto particularmente importante desta rica exposição linguística, uma vez que a linguagem escrita geralmente inclui um vocabulário mais amplo, matizado e detalhado do que a linguagem falada cotidiana.
Isso pode, porbet nacional apkvez, ajudar as crianças a aumentar seu alcance e profundidadebet nacional apkexpressão.
Uma vez que a experiência precocebet nacional apkuma criança com a linguagem é considerada tão fundamental para seu sucesso posterior, tornou-se cada vez mais comum que as pré-escolas comecem a ensinar às crianças habilidades básicasbet nacional apkalfabetização antes mesmo do início da educação formal.
Quando as crianças entram para a escola, a alfabetização é invariavelmente o foco principal.
Este objetivobet nacional apkgarantir que todas as crianças aprendam a ler e escrever se torna ainda mais premente à medida que os pesquisadores alertam que a pandemia causou uma lacunabet nacional apkdesempenho cada vez maior entre as famílias mais ricas e as mais pobres, aumentando a desigualdade acadêmica.
Em muitos países, a educação formal começa aos quatro anos. Em geral, o pensamento é que começar cedo oferece às crianças mais tempo para aprender e se destacar.
O resultado, no entanto, pode ser uma "corrida armamentista educacional", com os pais tentando oferecer aos filhos vantagens precoces na escola por meiobet nacional apktreinamento e ensino privado — com alguns pais até pagando para que criançasbet nacional apkquatro anos tenham aulas particulares adicionais.
Se você comparar isso com a educação infantil mais voltada para brincadeirasbet nacional apkvárias décadas atrás, verá uma grande mudança na política, baseadabet nacional apkideias muito diferentes do que nossas crianças precisam para sair na frente.
Nos EUA, esta urgência se acelerou com mudanças nas políticas, como a leibet nacional apk2001 conhecida como "nenhuma criança é deixada para trás", que promoveu testes padronizados como formabet nacional apkmedir o rendimento e o progresso educacional.
No Reino Unido, as crianças são avaliadas no segundo anobet nacional apkescola (entre 5 e 6 anos) para verificar se estão alcançando o nívelbet nacional apkleitura esperado.
Os críticos advertem que testes precoces como este podem dissuadir as criançasbet nacional apkler, enquanto os defensores da prática argumentam que ajuda a identificar aquelas que precisambet nacional apkapoio adicional.
No entanto, muitos estudos mostram pouco benefíciobet nacional apkum ambiente excessivamente acadêmico precoce.
Um relatório dos EUAbet nacional apk2015 diz que as expectativas da sociedade sobre o que as crianças devem alcançar no jardimbet nacional apkinfância mudaram, o que está levando a "práticas inadequadasbet nacional apksalabet nacional apkaula", como a redução do aprendizado baseadobet nacional apkbrincadeiras.
O risco da 'escolarização'
A forma como as crianças aprendem e a qualidade do ambiente são extremamente importantes.
"Que as crianças aprendam a ler é uma das coisas mais importantes que a educação primária faz. É fundamental para que as crianças progridam na vida", diz Dominic Wyse, professorbet nacional apkeducação primária da University College London (UCL), no Reino Unido.
Em parceria com a professorabet nacional apksociologia Alice Bradbury, também da UCL, ele publicou uma pesquisa propondo que a maneira como ensinamos a ler e escrever realmente importa.
Em um artigobet nacional apk2022, eles afirmam que o intenso enfoque do sistema escolar inglês na fonética — método que envolve corresponder o sombet nacional apkuma palavra ou letra falada a letras escritas individuais, por meiobet nacional apkum processo chamado "sondagem" — pode estar prejudicando algumas crianças.
Uma razão para isso, diz Bradbury, é que a "escolarização dos primeiros anos" resultoubet nacional apkum aprendizado mais formal mais cedo.
Mas os testes usados para avaliar esta aprendizagem precoce podem ter pouco a ver com as habilidades realmente necessárias para ler e apreciar livros ou outros textos significativos.
Por exemplo, os testes podem pedir aos alunos para soletrar palavras sem sentido, para evitar que simplesmente adivinhem ou reconheçam palavras familiares.
Como as palavras sem sentido não são uma linguagem significativa, as crianças podem achar a tarefa difícil e confusa.
Bradbury descobriu que a pressão para ganhar estas habilidadesbet nacional apkdecodificação — e passar nos testesbet nacional apkleitura — também significa que algumas criançasbet nacional apktrês anos já estão sendo expostas à fonética.
"Acaba não sendo significativo, acaba sendo memorizarbet nacional apkvezbet nacional apkentender o contexto", diz Bradbury.
Ela também receia que os livros usados não sejam particularmente atraentes.
Nem Wyse nem Bradbury defendem a aprendizagem tardia propriamente dita, mas destacam que devemos repensar a maneira como as crianças são ensinadas a ler e escrever.
A prioridade, segundo eles, deve ser estimular o interesse e a familiaridade com as palavras, por meiobet nacional apklivrosbet nacional apkhistória, músicas e poemas — tudo o que ajuda a criança a captar os sons das palavras, alémbet nacional apkampliar seu vocabulário.
Esta ideia é respaldada por estudos que mostram que os benefícios acadêmicos da pré-escola desaparecem mais tarde.
As crianças que frequentam centros pré-escolares intensivos não apresentam habilidades acadêmicas melhores nas séries posteriores do que aquelas que não frequentaram essas pré-escolas, mostram vários estudos agora.
A educação infantil pode, no entanto, ter um impacto positivo no desenvolvimento social — o que, porbet nacional apkvez, contribui para a probabilidadebet nacional apkse formar na escola e na universidade, alémbet nacional apkestar associado a taxas mais baixasbet nacional apkcriminalidade.
Em suma, frequentar a pré-escola pode ter efeitos positivos no desempenho posterior na vida, mas não necessariamente nas habilidades acadêmicas.
Muita pressão acadêmica pode, inclusive, causar problemas a longo prazo.
Um estudo publicadobet nacional apkjaneirobet nacional apk2022 sugeriu que alunos que frequentaram uma pré-escola financiada pelo estado com forte ênfase acadêmica apresentaram resultados acadêmicos mais baixos alguns anos depois,bet nacional apkcomparação com aqueles que não conseguiram uma vaga.
Este resultado coincide com pesquisas sobre a importância da aprendizagem baseadabet nacional apkbrincadeiras nos primeiros anos.
Pré-escolas voltadas para atividades lúdicas apresentam melhores resultados do que pré-escolas com foco acadêmico, por exemplo.
Um estudobet nacional apk2002 mostrou que "o sucesso escolar posterior das crianças parece ter sido aprimorado por experiênciasbet nacional apkaprendizagem precoce mais ativas e iniciadas pela criança", e que a aprendizagem excessivamente formal poderia ter retardado o progresso.
O estudo concluiu que "pressionar as crianças cedo demais pode realmente sair pela culatra quando as crianças passam para o último ano do ensino fundamental".
Da mesma forma, outro estudo pequeno mostrou que crianças desfavorecidas nos EUA que foram aleatoriamente designadas para um ambiente mais lúdico tiveram menos problemas comportamentais e deficiências emocionais aos 23 anos,bet nacional apkcomparação com crianças que foram aleatoriamente designadas para um ambientebet nacional apk"instrução direta" .
Estudos pré-escolares como estes não esclarecem o impacto da alfabetização precoce propriamente dita, e estudos pequenosbet nacional apkum único lugar devem sempre ser tratados com cautela, mas sugerem que a forma como se ensina é importante.
Uma razão pela qual a educação precoce pode gerar resultados sociais positivos mais tarde na vida pode não ter nada a ver com o ensino, mas com o fatobet nacional apkque proporciona cuidados infantis.
Isso significa que os pais podem trabalhar continuamente e proporcionar uma renda familiar mais alta.
Anna Cunningham, professora sêniorbet nacional apkpsicologia da Nottingham Trent University, no Reino Unido, que estuda a alfabetização precoce, argumenta que, se um ambiente for muito focado academicamente no início, isso pode fazer com que os professores fiquem preocupados com testes e resultados, o que pode afetar as crianças.
"É claro que não é bom julgar uma criançabet nacional apkcinco anos por seus resultados", diz ela.
A ansiedade dos paisbet nacional apkrelação ao desempenho do filho na escola também pode contribuir para isso:bet nacional apkacordo com uma pesquisa encomendada por uma instituição beneficente educativa no Reino Unido, o desempenho escolar é uma das principais preocupações dos pais.
Começo tardio leva a melhores resultados?
Nem todo mundo privilegia começar cedo. Em muitos países, incluindo Alemanha, Irã e Japão, a educação formal começa por volta dos seis anos.
Na Finlândia, muitas vezes aclamada como o país com um dos melhores sistemas educacionais do mundo, as crianças entram na escola aos sete anos.
Apesar desta aparente defasagem, os alunos finlandeses obtêm pontuações mais altasbet nacional apkcompreensãobet nacional apkleitura do que os estudantes do Reino Unido e dos EUA aos 15 anos.
De acordo com essa abordagem centrada na criança, os anos do jardimbet nacional apkinfância finlandês são repletosbet nacional apkjogos e nenhuma instrução acadêmica formal.
Seguindo este modelo, uma revisãobet nacional apkestudos da Universidadebet nacional apkCambridge, no Reino Unido,bet nacional apk2009 propôs que a idade escolar formal fosse adiada para seis anos, dando às crianças no Reino Unido mais tempo "para começar a desenvolver as habilidadesbet nacional apklinguagem e estudo essenciais para seu progresso posterior", já que começar cedo demais poderia "ameaçar minar a confiança das criançasbet nacional apkcinco anos e causar danosbet nacional apklongo prazo àbet nacional apkaprendizagem".
As pesquisas respaldam esta ideiabet nacional apkcomeçar mais tarde. Um estudobet nacional apk2006 sobre o jardimbet nacional apkinfância nos EUA mostrou que houve uma melhora na pontuação dos testesbet nacional apkcrianças que atrasaram a entradabet nacional apkum ano.
Outra pesquisa que comparou leitores precoces versus leitores tardios descobriu que leitores tardios alcançam níveis comparáveis mais tarde — até mesmo superando ligeiramente os leitores precocesbet nacional apkhabilidadesbet nacional apkcompreensão.
O estudo mostra que aprender mais tarde permite que as crianças relacionembet nacional apkmaneira mais eficiente seu conhecimentobet nacional apkmundo —bet nacional apkcompreensão — com as palavras que aprendem, explica Sebastian Suggate, principal autor do estudo, da Universidadebet nacional apkRegensburg, na Alemanha.
"Faz sentido", diz ele. "A compreensãobet nacional apkleitura é linguagem, eles precisam desbloquear as ideias por trás disso."
"É claro que se você passar mais tempo focando na linguagem mais cedo, estará construindo uma base sólidabet nacional apkhabilidades que leva anos para se desenvolver."
"A leitura pode ser aprendida rapidamente, mas para a linguagem (vocabulário e compreensão) não há truques fáceis. É um trabalho árduo", diz Suggate.
Antes cedo do que tarde?
Em outro estudo que analisou as diferentes idadesbet nacional apkentrada na escola, ele descobriu que aprender a ler cedo não trazia benefícios discerníveis aos 15 anos.
A questão então permanece: se a capacidadebet nacional apkleitura não melhora com a aprendizagem precoce, por que começar cedo? A variação individual do gosto e capacidadebet nacional apkleitura é um aspecto importante.
"As crianças são extremamente diferentesbet nacional apktermosbet nacional apkhabilidades fundamentais quando entram para a escola ou começam a aprender a ler", explica Cunningham.
Em seu estudo com crianças educadas pelo ensino Steiner, que só começa a educação formal por volta dos sete anos, ela teve que excluir 40% da amostra porque as crianças já sabiam ler.
"Acho que é porque elas estavam prontas para isso", diz ela.
Cunningham também descobriu que as crianças mais velhas estavam mais preparadas "para aprender o processobet nacional apkleiturabet nacional apktermosbet nacional apksuas habilidades linguísticas subjacentes" porque tiveram três anos extrasbet nacional apkexposição à linguagem.
Estudos também mostram que a capacidadebet nacional apkleitura está mais intimamente ligada ao vocabuláriobet nacional apkuma criança do que àbet nacional apkidade, e que as habilidadesbet nacional apklinguagem falada são um alto indicadorbet nacional apkhabilidades literárias posteriores.
No entanto, sabemos que muitas crianças que entram na escola estão atrasadasbet nacional apksuas habilidades linguísticas, especialmente aquelasbet nacional apkorigens desfavorecidas.
Alguns argumentam que o ensino formal permite que essas crianças tenham acesso ao apoio e às habilidades que outras podem adquirir informalmentebet nacional apkcasa.
Esta linhabet nacional apkpensamento é defendida pelas autoridades educacionais do Reino Unido, que dizem que ensinar a ler cedo para aqueles que estão atrasados embet nacional apklinguagem falada é "o único caminho eficaz para fechar essa lacuna [de capacidade linguística]".
Outros preferem a abordagem oposta,bet nacional apkmergulhar as criançasbet nacional apkum ambientebet nacional apkque possam desfrutar e desenvolverbet nacional apkcompreensão da linguagem, que é, no fim das contas, fundamental para o sucesso da leitura.
É exatamente isso que um ambientebet nacional apkaprendizagem lúdico ajuda a incentivar.
"O trabalhobet nacional apkensinar é avaliar onde seus filhos estão e oferecer a eles o ensino mais adequadobet nacional apkrelação ao seu nívelbet nacional apkdesenvolvimento", diz Wyse.
A revisãobet nacional apkCambridgebet nacional apk2009 reiterou isso e afirmou: "Não há evidênciasbet nacional apkque uma criança que passa mais tempo aprendendo por meiobet nacional apkaulas —bet nacional apkvezbet nacional apkaprender por meiobet nacional apkbrincadeiras — 'se sairá melhor' a longo prazo".
Cunningham, cuja filha também começou recentemente a aprender a ler, tem uma visão generosa e tranquilizadora da idade ideal para a leitura:
"Não importa se você começa a ler aos quatro, cinco ou seis, desde que o métodobet nacional apkensino seja um método bom e comprovado. As crianças são tão resilientes que vão encontrar oportunidades para brincarbet nacional apkqualquer contexto."
Nossa obsessão com a alfabetização precoce parece então ser um tanto infundada — não há necessidade, nem benefício clarobet nacional apkapressar as coisas.
Por outro lado, se seu filho está começando a ser alfabetizado cedo, ou mostra interesse pela leitura antesbet nacional apkser ensinado na escola, tudo bem também, desde que haja sempre muitas oportunidades para fazer uma pausa e se divertir ao longo do caminho.
bet nacional apk Leia a íntegra desta reportagem bet nacional apk (em inglês) no site BBC Future bet nacional apk .
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