O que a Ciência já sabe da covid longa, que afeta 1betspeed bonus de boas vindascada 10 pacientes:betspeed bonus de boas vindas

Rua lotada com pessoasbetspeed bonus de boas vindasmáscara

Crédito, Philippe Lopez/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Alguns estudos sugerem que umbetspeed bonus de boas vindascada 10 pacientes apresenta sintomas 12 semanas após a infecção inicial pelo vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19

O que ela não podia imaginar é que, um ano depois, um terço dos pacientes da clínica ainda estaria mal e,betspeed bonus de boas vindasgrande parte, incapazbetspeed bonus de boas vindastrabalhar. Mais da metade nunca deu entradabetspeed bonus de boas vindashospitais por causa da covid-19.

Quase tão logo a clínica foi aberta, Heightman começou a receber ligaçõesbetspeed bonus de boas vindasmédicos locais intrigados, confusos com um fluxo repentinobetspeed bonus de boas vindaspacientes — muitas vezes relativamente jovens e sem problemasbetspeed bonus de boas vindassaúde subjacentes — que apresentavam sintomas crônicos.

Todas as histórias seguiam um padrão recorrente, começando com uma infecção aparentemente branda, até que uma estranha constelaçãobetspeed bonus de boas vindasdoenças começava a aparecer. Em vezbetspeed bonus de boas vindasdiminuir, esses sintomas continuavam a persistir por semanas e até meses depois que o vírus supostamente havia deixado seus corpos.

Era um enigma que a comunidade médica não esperava.

"Estes pacientes foram inicialmente deixados para trás", diz Heightman.

"A maioria dos hospitais não conseguia vê-los facilmente, porque não tinha orçamento para abrir uma clínica pós-covid dedicada a isso. Mas agora eles são nosso foco principal."

O sintoma mais comum, que Heightman diz ter sido observadobetspeed bonus de boas vindasmaisbetspeed bonus de boas vindas80% dos pacientes embetspeed bonus de boas vindasclínica, é uma fadiga sufocante que atrapalha suas vidas, tornando difícil completar as tarefas diárias mais simples.

Pesquisas mostraram que a fadiga persistente está presentebetspeed bonus de boas vindaspelo menos 62% dos pacientes com covid longa.

Estes casos são conhecidos agora como "covid longa", "covid-19 pós-aguda" ou "síndrome pós-covid", uma doença pós-viral que provou ser mais prevalente do que se imaginava inicialmente.

O consenso científico geral é que cercabetspeed bonus de boas vindasumbetspeed bonus de boas vindascada 10 pacientes com covid-19 ainda apresentará sintomas 12 semanas depois.

Mas para compreender totalmente as sutilezas dessa condição complexa, é necessário considerar que a covid longa engloba dois gruposbetspeed bonus de boas vindaspacientes muito díspares — aqueles que foram hospitalizados e aqueles que não foram — cada um com diferentes causas subjacentes.

O primeiro grupo se revelou muito mais simples para os médicos administrarem.

Normalmente, seus pulmões ou coração foram danificados pela infecção viral aguda ou pela tempestadebetspeed bonus de boas vindascitocinas resultante — a resposta inflamatória severa que pode fazer com que o sistema imunológicobetspeed bonus de boas vindasum paciente ataque seus próprios tecidos.

A tomografia computadorizada e a ressonância magnética revelam rapidamente a extensão do dano, enquanto medicamentos como a colchicina podem ser usados ​​para atenuar qualquer inflamação persistente nos órgãos internos.

Heightman diz que dois terços dos pacientes da clínica com covid longa que foram hospitalizados estão se recuperando bem, enquanto o terço restante apresentou melhorabetspeed bonus de boas vindasseus exames após seis meses.

"Esperamos que a grande maioria desses pacientes melhore a pontobetspeed bonus de boas vindasnão ficar com problemas que limitem suas vidas", diz ela.

"Esperamos que menosbetspeed bonus de boas vindas10% dos que ficaram na UTI por muito tempo, fiquem com alguma anormalidade cardíaca ou pulmonar permanente."

Mas os pacientes com sintomasbetspeed bonus de boas vindaslongo prazo que não foram hospitalizados se mostraram muito mais complicados.

De acordo com Heightman, o picobetspeed bonus de boas vindasidade tende a ser entre 35 e 49 anos, e eles relatam uma variedade misteriosabetspeed bonus de boas vindassintomas. Algumas pesquisas com pacientes identificaram até 98 sintomas diferentes.

Os mais comuns incluem fadiga, névoa cerebral, dores musculares e nas articulações, distúrbios do sono, enxaquecas, dor no peito, erupções cutâneas, nova sensibilidade a cheiros e sabores e disautonomia, condição normalmente rara que causa um aumento rápido e desconfortável dos batimentos cardíacos quando a pessoa tenta desempenhar qualquer formabetspeed bonus de boas vindasatividade.

Heightman diz que enquanto 50% dos pacientes da clínica com covid longa que não foram hospitalizados melhoraram ao longobetspeed bonus de boas vindasum ano a pontobetspeed bonus de boas vindasserem capazesbetspeed bonus de boas vindasgerenciar seus sintomas sozinhos, a metade restante ainda não está bem.

Muitas das informações que temos sobre o prognóstico e os sintomasbetspeed bonus de boas vindaslongo prazo apresentados por este grupobetspeed bonus de boas vindaspacientes vierambetspeed bonus de boas vindasum punhadobetspeed bonus de boas vindasclínicas especializadas, como abetspeed bonus de boas vindasHeightman,betspeed bonus de boas vindastodo o mundo, juntamente aos esforçosbetspeed bonus de boas vindascomunidades virtuaisbetspeed bonus de boas vindascovid longa, como a Patient-Led Research Collaborative (PLRC).

Enquanto metade dos pacientesbetspeed bonus de boas vindasHeightman teve uma boa recuperação, outros não tiveram tanta sorte. Uma pesquisa recente da PLRC pintou um quadro mais sombrio.

Mulher fazendo examebetspeed bonus de boas vindascovid

Crédito, Naveen Sharma/Getty Images

Legenda da foto, Embora a covid-19 seja considerada sobretudo uma doença respiratória, o vírus é capazbetspeed bonus de boas vindasinfectar vários tecidos diferentes do corpo

De 3.762 pacientes com covid longa, 77% ainda apresentavam fadiga após seis meses, 72% sentiam mal-estar após esforço, 55% sofriambetspeed bonus de boas vindasdisfunção cognitiva, enquanto 36% das pacientes do sexo feminino tinham problemas com o ciclo menstrual.

"Meu próprio ciclo desapareceu por três meses", diz Hannah Wei, parte da equipebetspeed bonus de boas vindasliderança da PLRC, que também sofreu com a covid longa no ano passado.

A pesquisa identificou que, para muitos pacientes com covid longa que não foram hospitalizados, os sintomas vêm e vãobetspeed bonus de boas vindastrês ondas distintas.

Esse padrão começa com tosse seca e febre, seguidas rapidamente por uma segunda ondabetspeed bonus de boas vindasnovos sintomas, como disautonomia, que atinge o pico após dois meses e,betspeed bonus de boas vindasseguida, diminui gradualmente.

Um mês após a infecção inicial, uma terceira ondabetspeed bonus de boas vindassintomas aparece, incluindo erupções cutâneas, dores musculares, novas alergias e névoa cerebral.

"Isso é o mais preocupante, porque essa ondabetspeed bonus de boas vindassintomas só continua a piorar gradualmente, atingindo o pico por volta dos quatro meses, e depois continua", diz Wei.

Mas por que a covid-19 impacta esses pacientes dessa forma, e como é que algumas pessoas que foram infectadas há um ano ainda não se recuperaram?

Um dos maiores desafios para os médicos que tentam tratar a covid longa é que provavelmente haja uma variedadebetspeed bonus de boas vindasgatilhos ou causas subjacentes, dependendo do paciente.

Epidemias recentes têm servido como uma formabetspeed bonus de boas vindasobter pistas cruciais sobre quais podem ser essas causas subjacentes.

Gráfico

Crédito, Matic Zorman/Getty Images

Legenda da foto, Muitos pacientes com covid longa relatam apresentar sintomasbetspeed bonus de boas vindasondas que vêm e vão

Alguns cientistas acreditam que quase todos os surtos infecciosos deixam para trás uma proporçãobetspeed bonus de boas vindaspacientes que permanecem cronicamente doentes com padrõesbetspeed bonus de boas vindassintomas semelhantes à covid longa.

Isso é conhecido como a "cauda longa" das epidemias. Ao estudar sobreviventes do surtobetspeed bonus de boas vindasSars (síndrome respiratória aguda grave) no início dos anos 2000 e da crisebetspeed bonus de boas vindasebola na África Ocidental na década passada, um grupobetspeed bonus de boas vindascientistas acredita que sabe por que isso acontece.

A cauda longa

Em 2004, Harvey Moldofsky, neurocientista da Universidadebetspeed bonus de boas vindasToronto, no Canadá, recebeu um telefonemabetspeed bonus de boas vindasum velho amigo. Um ano antes, a Sars havia saído da Ásia e se espalhado brevemente pelo Canadá, infectando 251 pessoas, sobretudo profissionaisbetspeed bonus de boas vindassaúde na áreabetspeed bonus de boas vindasToronto.

Porém, maisbetspeed bonus de boas vindas12 meses depois, 50 ainda não estavam bem, e John Patcai, médico do Toronto General Hospital, queria tentar descobrir o motivo.

"Era um mistério porque, embora não parecesse haver nenhuma evidênciabetspeed bonus de boas vindasinflamação pulmonar persistente, ou do vírus da Sars, eles apresentavam todos esses sintomas", diz Moldofsky.

"Eles se sentiam fracos, extremamente fatigados, tinham dores por todo o corpo e eram completamente incapazesbetspeed bonus de boas vindastrabalhar. Chamamos issobetspeed bonus de boas vindassíndrome pós-Sars e, como eu tinha um históricobetspeed bonus de boas vindasestudosbetspeed bonus de boas vindasfadiga, John me pediu para dar uma olhada neles."

Moldofsky logo identificou que os pacientes que sofriam dessa condição dormiam muito mal.

Ele suspeitava que isso, junto a outros sintomas, era um sinalbetspeed bonus de boas vindasinflamação generalizada no cérebro, mas não tinha financiamento para investigar a fundo.

Até que veio uma luz. Cientistas na China relataram a descobertabetspeed bonus de boas vindasfragmentos do material genético do vírusbetspeed bonus de boas vindasvárias células cerebraisbetspeed bonus de boas vindaspacientes com síndrome pós-Sars.

Para Moldofsky, essa descoberta explicava grande parte do mal-estar que sentiam.

"Sabemos que há uma conexão direta do nosso nariz com o cérebro, chamada nervo olfatório, e é provavelmente assim que o vírus entrou diretamente na circulação cerebral", diz ele.

"Acredito que esses fragmentos virais estavam interferindo no funcionamentobetspeed bonus de boas vindasseus cérebros, o que explicaria a má qualidade do sono e outros problemas."

Amy Proal, microbióloga que dirige a PolyBio Research Foundation, que estuda as causas das doenças inflamatórias crônicas, acredita que pequenas quantidadesbetspeed bonus de boas vindaspatógenos que permanecem além do alcance do sistema imunológicobetspeed bonus de boas vindascompartimentos remotos do corpo, conhecidos como reservatórios ou santuários anatômicos, são pelo menos parcialmente responsáveis ​​por uma sériebetspeed bonus de boas vindassíndromes pós-infecciosas.

Isso inclui a covid longa, mas também uma sériebetspeed bonus de boas vindasdoenças misteriosas que intrigam os cientistas há décadas, como a doençabetspeed bonus de boas vindasLyme crônica e a síndrome da fadiga crônica (SFC), condição que há muito tempo se especula ter origens infecciosas, embora alguns cientistas acreditem que pode haver uma variedadebetspeed bonus de boas vindascausas potenciais, e apresenta uma sériebetspeed bonus de boas vindassemelhanças com a covid longa.

"O fenômenobetspeed bonus de boas vindaspessoas que desenvolvem sintomas crônicos após um surto infeccioso não é novo", diz ela.

"Se o vírus Sars-CoV-2 não fizesse isso, seria praticamente a única vez documentadabetspeed bonus de boas vindasque um patógeno importante não resultoubetspeed bonus de boas vindascasos crônicos. Há uma grande quantidadebetspeed bonus de boas vindasestudos, que foram negligenciados pela principal corrente da comunidade médica, mostrando como os organismos infecciosos podem persistir nos tecidos e contribuir para os processosbetspeed bonus de boas vindasdoenças. Alguns vírus são altamente neurotróficos, o que significa que podem penetrar nos nervos e se esconder lá, e há evidênciasbetspeed bonus de boas vindasque o Sars-CoV-2 (causador da covid-19) é capaz disso."

Pessoasbetspeed bonus de boas vindasGuiné

Crédito, Kenzo Tribouillard/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Um surto recentebetspeed bonus de boas vindasebola na Guiné, na África Ocidental, teve origem a partirbetspeed bonus de boas vindasum homem que contraiu o vírus durante um surto cinco anos atrás

Proal diz que, no passado, muitos médicos foram rápidosbetspeed bonus de boas vindasatribuir as síndromes pós-infecciosas a fatores psicológicos,betspeed bonus de boas vindasvezbetspeed bonus de boas vindasa efeitos latentesbetspeed bonus de boas vindasum patógeno que ainda causava danosbetspeed bonus de boas vindasalgum lugar do corpo.

No entanto, na última década, os surtosbetspeed bonus de boas vindasebola, zika e agorabetspeed bonus de boas vindascovid-19 resultarambetspeed bonus de boas vindasdoenças crônicasbetspeed bonus de boas vindaslongo prazobetspeed bonus de boas vindasuma parte dos sobreviventes, gerando uma maior abertura a essa ideia.

Em particular, o ebola já ensinou muito aos cientistas sobre a capacidadebetspeed bonus de boas vindasos vírus permanecerem no corpo por meses e, às vezes, até anos.

Desde 2013, Georgios Pollakis, microbiólogo da Universidadebetspeed bonus de boas vindasLiverpool, no Reino Unido, tem trabalhado com hospitaisbetspeed bonus de boas vindastoda a África Ocidental, monitorando casos registradosbetspeed bonus de boas vindasebola longo,betspeed bonus de boas vindasque os sobreviventes relatam dor, fadiga e uma sériebetspeed bonus de boas vindassintomas neurológicos, incluindo dorbetspeed bonus de boas vindascabeça e tontura.

Intrigados com pesquisas que indicam que uma alta proporçãobetspeed bonus de boas vindassobreviventes do ebola apresentam uma ressurgência dos níveisbetspeed bonus de boas vindasanticorpos do vírus até um ano após a infecção, Pollakis e outros pesquisadores detectaram a presençabetspeed bonus de boas vindasseu material genéticobetspeed bonus de boas vindasreservatórios por todo o corpo, do olho aos linfonodos, e até mesmo nos fluidos corporais, como leite materno e sêmen.

Embora os cientistas pensassem anteriormente que esses traços virais poderiam ser relativamente benignos, o ebola longo mostrou que um vírus pode permanecer ativo nesses reservatórios por meses ou até anos.

No início deste ano, uma nova análise genética, publicada como preprint (sem revisãobetspeed bonus de boas vindaspares), sugeriu que um surto recente na Guiné se originou a partirbetspeed bonus de boas vindasum sobrevivente do ebola que contraiu a infecção inicialmente entre 2014 e 2016.

O homem espalhou o vírus ao infectar uma parceira sexual, depoisbetspeed bonus de boas vindaso mesmo ter ficado dormentebetspeed bonus de boas vindasseus testículos por pelo menos cinco anos.

Pollakis acredita que os sintomas do ebola longo e da covid longa ocorrem porque o corpo não consegue eliminar completamente o vírus.

Em vez disso, os restos do material genético do vírus se escondembetspeed bonus de boas vindasreservatórios onde induzem inflamação local.

Periodicamente, o vírus volta para a corrente sanguínea e desencadeia uma reação imunológica, junto a outros sintomas.

Ele ressalta que o Sars-CoV-2 demonstrou ser capazbetspeed bonus de boas vindasinfectar uma ampla variedadebetspeed bonus de boas vindastecidos do corpo, do cérebro aos testículos.

"Com a covid-19, foi mostrado que o vírus pode ser medido no sêmen por longos períodosbetspeed bonus de boas vindastempo", diz ele.

"Portanto, já temos suspeitasbetspeed bonus de boas vindasque ele pode permanecer nesses locais imunoprivilegiados."

Mas fragmentos intrusos do vírus Sars-CoV-2 provavelmente não são a única causa da covid longa.

O aparecimento súbitobetspeed bonus de boas vindasalergias que antes não existiam, assim como as dores musculares e na articulaçãobetspeed bonus de boas vindasalguns pacientes, sugerem que o vírus pode desencadear uma reação autoimunebetspeed bonus de boas vindasalguns casos.

Pacientes pedalandobetspeed bonus de boas vindasmácarabetspeed bonus de boas vindasbicicletabetspeed bonus de boas vindasclínicabetspeed bonus de boas vindasrebilitação

Crédito, Bartosz Siedlik/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Terapias baseadasbetspeed bonus de boas vindasexercícios, como nesta clínica na Polônia, estão sendo usadas para ajudar a reabilitar pacientes que sofrem com a covid longa

"Achamos que,betspeed bonus de boas vindasalguns pacientes, algo na covid estimula o sistema imunológico a atacar o próprio tecido do corpo,betspeed bonus de boas vindasmaneira semelhante a doenças autoimunes como lúpus, artrite reumatoide e esclerose múltipla", afirma Heightman.

Isso pode ajudar a explicar a proporção relativamente altabetspeed bonus de boas vindasmulheres que sofrembetspeed bonus de boas vindascovid longa.

Heightman diz que 66% dos pacientes da clínica são mulheres, e distorçõesbetspeed bonus de boas vindasgênero semelhantes foram relatadasbetspeed bonus de boas vindasquem sofre SFC.

As mulheres também são mais vulneráveis ​​ao desenvolvimentobetspeed bonus de boas vindasdoenças autoimunes.

A PLRC está trabalhando atualmente com uma sériebetspeed bonus de boas vindasgruposbetspeed bonus de boas vindaspesquisa para identificar pacientes com covid longa com autoanticorpos — anticorpos que atacam suas próprias proteínas — que podem estar causando algunsbetspeed bonus de boas vindasseus sintomas.

Uma resposta autoimune à infecção viral inicial também pode estar ligada a outra teoria dominante, que pode explicar alguns dos sintomas mais estranhos da covid longa, como disautonomia e coágulos sanguíneos.

Alguns cientistas veem a covid-19 como uma doença endotelial,betspeed bonus de boas vindasque a inflamação gerada contra o vírus acaba danificando o endotélio vascular, uma camada frágil que atua como uma interface entre o sangue e os tecidos do corpo.

No início deste ano, cientistas da Universidadebetspeed bonus de boas vindasCopenhagen, na Dinamarca, propuseram que,betspeed bonus de boas vindasalguns pacientes com covid longa, o corpo poderia acabar atacando suas próprias estruturas vasculares.

Masbetspeed bonus de boas vindasoutro subgrupobetspeed bonus de boas vindaspacientes, algo ainda mais estranho pode estar acontecendo.

Vários estudos relataram a reativação do vírus herpes zoster — mais comumente conhecido como causador da catapora —, assim como do vírus Epstein-Barr e do citomegalovírusbetspeed bonus de boas vindaspacientes com covid-19 aguda.

Todos esses são vírus que sabemos que são retidos no corpo por toda a vida, uma vez que podem permanecer inativos dentro das células.

Alguns pesquisadores especularam que a covid-19 poderia estar desencadeando a reativaçãobetspeed bonus de boas vindasvírus que permaneceram latentes no corpo por anos ou até mesmo décadas, levando ao desenvolvimentobetspeed bonus de boas vindassintomas crônicos.

"Uma das coisas que o vírus Sars-CoV-2 faz é neutralizar a sinalização do interferon, e os interferons fazem parte do sistema imunológico que mantém os vírus sob controle", diz Proal.

Pessoa sendo vacinada à sombra

Crédito, Micheal Dantas/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Atualmente, há pouca pesquisa sobre se as vacinas vão ajudar a aliviar o sofrimento causado pela covid longa

"Então, se você já tinha o vírus Epstein-Barr adormecidobetspeed bonus de boas vindasseu corpo, ele poderia ser reativado e infectar um novo nervo ou novo tecido, talvez entrar no sistema nervoso central, e isso poderia resultar nesses sintomas crônicos."

Essa complexidade da covid longa, com seus inúmeros sintomas e múltiplas causas possíveis, gera um grande desafio para os médicos que tentam descobrir como tratar os pacientes.

Embora os governos tenham se esforçado para destinar fundos para aprofundar nossa compreensão da doença —betspeed bonus de boas vindasfevereiro, o Instituto Nacionalbetspeed bonus de boas vindasPesquisabetspeed bonus de boas vindasSaúde e a Agênciabetspeed bonus de boas vindasPesquisa e Inovação do Reino Unido concederam a cientistas da Universidadebetspeed bonus de boas vindasBirmingham £ 2,2 milhões para estudar a covid longa —, ensaios clínicos analisando a possibilidadebetspeed bonus de boas vindasdiferentes tratamentos ainda estão por começar.

Para médicos e pacientes, essa demora está se revelando difícilbetspeed bonus de boas vindasaceitar.

"Você se sente um pouco desamparado porque, tanto para os médicos quanto para os pacientes com covid longa, não há tempo, precisamosbetspeed bonus de boas vindasrespostas agora", diz Heightman.

"Você tem pacientes lá fora que estão tentando todos os tiposbetspeed bonus de boas vindascoisasbetspeed bonus de boas vindasdesespero."

Entre os medicamentos alternativos que estão sendo experimentados, estão a quercetina, um pigmento vegetal encontrado no chá verde, na cebola ebetspeed bonus de boas vindasvárias frutas silvestres, e a niacina, uma formabetspeed bonus de boas vindasvitamina B com propriedades antioxidantes.

A basebetspeed bonus de boas vindasevidências para qualquer uma dessas terapias permanece insignificante, mas, como observa Heightman, os pacientes estão recorrendo a elas porque os médicos podem oferecer poucas opções.

Por causa disso, alguns especialistas acreditam que os pacientes devem ser tratados com base no que sabemos sobre outras doenças semelhantes.

A busca do tratamento

Para a covid longa e outras síndromes pós-infecciosas, a fadiga, a dor e a névoa cerebral são alguns dos sintomas mais persistentes e preocupantes.

"Quando eu estava realmente lutando contra a covid longa no verão passado, havia diasbetspeed bonus de boas vindasque eu simplesmente não sabia o que estava fazendo", lembra Wei.

"Tinha dificuldadebetspeed bonus de boas vindaspensar com clareza, e teve um momentobetspeed bonus de boas vindassetembrobetspeed bonus de boas vindasque percebi que não conseguia me lembrarbetspeed bonus de boas vindasmuita coisa do verão. Para mim, isso foi bastante assustador, porque normalmente tenho memórias muito vivas."

Esse tipobetspeed bonus de boas vindasperdabetspeed bonus de boas vindasmemória e confusão é frequentemente visto na SFC, e nos últimos oito anos os cientistas que pesquisaram a doença chegaram à conclusãobetspeed bonus de boas vindasque uma das principais causas subjacentes é a neuroinflamação, impulsionada por células imunológicas no cérebro chamadas micróglias.

Em indivíduos saudáveis, as micróglias desempenham um papel fundamentalbetspeed bonus de boas vindasmanter os neurônios do cérebro funcionando normalmente, mas elas são vulneráveis ​​a distúrbios.

Picosbetspeed bonus de boas vindasinflamação na corrente sanguínea, seja por uma reação autoimune desencadeada por uma infecção ou pela presença prolongadabetspeed bonus de boas vindasum vírus, podem fazer com que essas células bombeiem para fora suas próprias moléculas inflamatórias, que então se dispersam rapidamente pelo cérebro.

Estudosbetspeed bonus de boas vindasimagem conduzidos por cientistas japoneses revelaram uma neuroinflamação crônicabetspeed bonus de boas vindasvários pacientes com SFC, enquanto um distúrbio microglial semelhante ocorrebetspeed bonus de boas vindasvários transtornos psiquiátricos, como depressão e esquizofrenia.

Como resultado, Valeria Mondelli, imunologista do Kings College London, no Reino Unido, está defendendo a realizaçãobetspeed bonus de boas vindastestesbetspeed bonus de boas vindasmedicamentos anti-inflamatórios para pacientes com covid longa.

"Tanto anti-inflamatórios quanto a minociclina — um antibiótico que parece funcionar para pacientes com níveis mais elevadosbetspeed bonus de boas vindasinflamação no sangue — ou inibidoresbetspeed bonus de boas vindascitocinas, podem ser opçõesbetspeed bonus de boas vindastratamentobetspeed bonus de boas vindaspotencial", diz ela.

David Kaufman, médico especialistabetspeed bonus de boas vindasSFC que tratou cercabetspeed bonus de boas vindas1 mil pacientesbetspeed bonus de boas vindasMountain View, na Califórnia, nos últimos oito anos, acredita que os médicos dedicados à covid longa também deveriam procurar evidênciasbetspeed bonus de boas vindasdisfunção no microbioma, o que poderia estar deixando esses pacientes mais vulneráveis a sofrer problemasbetspeed bonus de boas vindaslongo prazo com o vírus SARS-CoV-2.

Embora a SFC seja frequentemente considerada uma doençabetspeed bonus de boas vindasque os pacientes raramente melhoram, Kaufman tem uma taxabetspeed bonus de boas vindassucesso incomumente alta. Segundo ele,betspeed bonus de boas vindas15% a 20%betspeed bonus de boas vindasseus pacientes tiveram uma recuperação completa, embora esta afirmação seja puramente baseada no relato dele.

Ele diz que isso se devebetspeed bonus de boas vindasparte àbetspeed bonus de boas vindaspersistênciabetspeed bonus de boas vindasprocurar e tratar sinaisbetspeed bonus de boas vindasum intestino gotejante — uma maior permeabilidade do revestimento intestinal, que deixa as pessoas geneticamente suscetíveis mais propensas a desenvolver doenças autoimunesbetspeed bonus de boas vindasresposta a um gatilho externo, como uma infecção viral.

Isso acontece porque o intestino está permitindo que toxinas e bactérias entrem na corrente sanguínea, causando uma sériebetspeed bonus de boas vindasproblemas subjacentes, desde a inflamação crônica até a síndromebetspeed bonus de boas vindasativação dos mastócitos — condição que normalmente ocorre durante uma reação alérgica.

Isso pode ser agravado ainda mais por uma infecção subsequente.

"80% dos pacientes com SFC que testei têm um pequeno supercrescimentobetspeed bonus de boas vindasbactérias intestinais", diz Kaufman.

"Como o intestino é um importante órgão imunológico, isso os leva a um caminho para problemas autoimunes."

Alguns estudos preliminares já sugeriram que desequilíbrios no microbiomabetspeed bonus de boas vindaspacientes com covid longa podem estar contribuindo para seus sintomas inflamatórios persistentes.

Mas embora provavelmente mais pesquisas sejam necessárias para que medicamentos como prebióticos ou anti-inflamatórios sejam recomendados para pacientes com covid longa, alguns sintomas individuais já estão se mostrando mais tratáveis ​​do que outros.

Heightman conta que os pacientes com covid longa que apresentam reações do tipo alérgica tendem a responder bem aos anti-histamínicos.

Amy Kontorovich, cardiologista do Hospital Monte Sinai que se especializou no tratamentobetspeed bonus de boas vindasdisautonomia, desenvolveu um novo programabetspeed bonus de boas vindasfisioterapia conhecido como Terapiabetspeed bonus de boas vindasCondicionamento Autônomo (ACT, na siglabetspeed bonus de boas vindasinglês) que demonstrou ser capazbetspeed bonus de boas vindasreduzir os sintomasbetspeed bonus de boas vindasfadigabetspeed bonus de boas vindasalguns pacientes com covid longa e, desde então, foi adotado por 53 centrosbetspeed bonus de boas vindasfisioterapiabetspeed bonus de boas vindastoda a áreabetspeed bonus de boas vindasNova York.

Kontorovich explica que o ACT começa com exercíciosbetspeed bonus de boas vindasamplitudebetspeed bonus de boas vindasmovimento, antesbetspeed bonus de boas vindasprogredir para diferentes exercícios aeróbicos que aumentam lentamentebetspeed bonus de boas vindasintensidade, mas nunca permitem que o paciente ultrapasse 85%betspeed bonus de boas vindassua frequência cardíaca máxima.

A técnica é inspiradabetspeed bonus de boas vindasum programabetspeed bonus de boas vindasrecondicionamento semelhante, que se mostrou eficaz no tratamentobetspeed bonus de boas vindasuma formabetspeed bonus de boas vindasdisautonomia, conhecida como POTS.

"Parece programar o sistema nervoso autônomo para reconectar as coisas", diz ela.

"Uma das tendências interessantes que vibetspeed bonus de boas vindasmuitos dos pacientes com covid longa que tratei é que eles eram anteriormente muito ativos e, durante o períodobetspeed bonus de boas vindassua doença aguda, ficavam deitados na cama ou principalmente sedentários. Esse períodobetspeed bonus de boas vindasinatividade pode ser um fator que contribui para o padrãobetspeed bonus de boas vindasdisautonomia pós-covid, pois sabemos que isso pode acontecer com o descondicionamento."

Mas a ACT não é uma solução milagrosa — Kontorovich afirma que alguns pacientes com disautonomia particularmente severa muitas vezes não conseguem completar o programa porque se sentem muito mal — mas seus primeiros resultados mostram que pode beneficiar os pacientes que conseguem completá-lo.

Heightman acrescenta que muitos pacientes com covid longa também simplesmente melhoram com o passar do tempo, conforme seus corpos se recuperam e se curam.

Como o vírus SARS-CoV-2 existe há pouco maisbetspeed bonus de boas vindasum ano e meio, ainda é muito cedo para dizer por quanto tempo os sintomas crônicos podem durar.

"Não quero que ninguém com sintomasbetspeed bonus de boas vindascovid longa tenha medobetspeed bonus de boas vindasque nunca vai passar, porque uma proporção muito significativabetspeed bonus de boas vindaspessoas melhora no primeiro ano", diz ela.

Para aqueles que continuam a lutar, no entanto, a esperança é que os milhõesbetspeed bonus de boas vindasdólaresbetspeed bonus de boas vindasbolsasbetspeed bonus de boas vindaspesquisa que estão sendo distribuídos gerem algumas possibilidadesbetspeed bonus de boas vindastratamento viáveis, caso contrário, a covid longa pode deixar consequências sociais e econômicas profundas na sociedade.

"Se não encontrarmos respostas, podemos estar falandobetspeed bonus de boas vindasmilhõesbetspeed bonus de boas vindaspessoas que não conseguirão trabalhar da mesma maneira", diz Kaufman.

"Uma parcela muito significativa dos pacientes com covid longa são profissionais da saúde. São pessoas qualificadas, ativas e altamente produtivas que agora não podem funcionar. O impacto disso será enorme."

betspeed bonus de boas vindas Leia a versão original betspeed bonus de boas vindas desta reportagem (em inglês) no site BBC Future betspeed bonus de boas vindas .

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