Coração, cérebro, pulmão: como a covid-19 afeta nossos órgãos vitais:sa online casino

Ilustração gráfica mostra placa com desenhos do coronavírus, e corposa online casinohomem atrás, com pulmões e costelas aparentes

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Principais alvos da covid-19 são o pulmão e as vias respiratórias, mas vírus tem surpreendido por seu variado ataque, do cérebro aos rins

Em relação aos chamados órgãos vitais, porém, a doença tem gerado incógnitas, pesquisas científicas e,sa online casinoalguns casos, grande preocupação. Por isso, a BBC News Brasil procurou artigos científicos e pesquisadores brasileiros para responder o que se sabe até aqui sobre as consequências da covid-19sa online casinocinco órgãos fundamentais para a nossa sobrevivência: pulmões, coração, rins, fígado e cérebro.

Vale lembrar que a definiçãosa online casinoquais são os órgãos vitais é variada, massa online casinoacordo com os entrevistados, estes cinco estão mais pertosa online casinoum consensosa online casinoserem fundamentais para a continuidade da vida e insubstituíveis, considerando as intervenções médicas existentes.

1. Pulmões

Dois profissionaissa online casinosaúde paramentados e com jaleco olham para tablet, que mostra uma imagemsa online casinoraio x; atrás, uma mulher jovemsa online casinomáscara deitadasa online casinomaca

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Faltasa online casinoar é sinalsa online casinoque pulmão foi afetado, explica pesquisadora

Apesarsa online casinoafetar outras partes do corpo, ainda são "as vias respiratórias e os pulmões" os principais alvos da covid-19, lembra a pesquisadora Marisa Dolhnikoff, professora associada da Faculdadesa online casinoMedicina da Universidadesa online casinoSão Paulo (FMUSP) e coordenadora dos Estudossa online casinoAutópsia da Covid-19 no Hospital das Clínicas da faculdade.

Tudo começa quando uma pessoa sadia entrasa online casinocontato com gotículas do vírus, como através da tosse ou espirrosa online casinoalguém infectado, ou ainda por meio do contato com uma superfície contaminada com essas partículas. A partir daí, o vírus começa a "hackear" as células das vias respiratórias (canais que conduzem o ar aos pulmões, como o nariz e a traqueia) e dos pulmões, transformando-assa online casinofábricassa online casinocoronavírus que se espalham por mais células.

Tosse, coriza e espirros podem surgir por conta do ataque às vias respiratórias. Esses sintomas também podem ser reflexo do acometimento dos pulmões — mas, segundo Dolhnikoff, o sinal mais clarosa online casinoque este órgão vital foi afetado é a faltasa online casinoar.

Um estudo publicadosa online casinojunho na revista científica Lancet, com dadossa online casino257 pacientessa online casinoNova York (EUA), mostrou que a faltasa online casinoar foi o sintoma mais frequente na entrada no hospital, registradosa online casino74% dos infectados, seguido por febre (71%) e tosse (66%).

Ainda segundo a pesquisadora da USP, um outro sinal importante vem das tomografias — quando elas mostram maissa online casino50% da área dos pulmões acometida pelo coronavírus, este é um indicadorsa online casinogravidade esa online casinoinsuficiência respiratória, que demanda suporte como a ventilação mecânica. Ambos pulmões costumam ser afetados juntos.

Raio X mostra pulmões esfumaçadoes

Crédito, Courtesy of Havelhoehe Community Hospital/Handout

Legenda da foto, Raio X mostra pulmõessa online casinoidosasa online casino84 anos, internadasa online casinohospitalsa online casinoBerlim, comprometidos pela covid-19

Tanto nas vias respiratórias quanto nos pulmões, o coronavírus encontra um facilitador — células contendo receptores da proteína ECA-2, uma espéciesa online casinochave que permite o início da infecção.

"Nos casos mais graves, há também infecção dos alvéolos, estruturas responsáveis pela troca gasosa nos pulmões — a captaçãosa online casinoO2 do ar para o sangue, e liberaçãosa online casinoCO2", explicou por e-mail à BBC News Brasil a pesquisadora.

É por isso que os pulmões são vitais — eles nos dão, literalmente, o ar que respiramos. O órgão absorve o oxigênio externo e o distribui para todo o corpo através do sangue e, na via contrária, recolhe o gás carbônico dispensado após vários processos dentro do corpo.

"Quando infectadas, as células dos alvéolos sofrem alterações importantes que levam àsa online casinomorte, desencadeando um processosa online casinoinflamação e edema pulmonar (excessosa online casinolíquido) que impedem as trocas gasosas, culminando com a insuficiência respiratória", completa Dolhnikoff, cuja equipe no Hospital das Clínicas está realizando desde o início da pandemia um método inovadorsa online casinoautópsias minimamente invasivas,sa online casinoforma a evitar o contágio no contato com corpos, para finssa online casinopesquisa.

Ilustração gráficasa online casinoalvéolos, semelhante a um cachosa online casinouvas, massa online casinoformatosa online casinobolinhas

Crédito, Getty Images/Rasi Bhadramani

Legenda da foto, Trocas gasosas acontecem nos alvéolos — que podem ser infetados pelo coronavírus

Além da infecção das células das vias respiratórias e dos alvéolos,sa online casinouma segunda frente, os vasos sanguíneos também são atacados. Isso leva ao aumento da coagulação e à formaçãosa online casinotrombos (conjuntosa online casinosangue coagulado), que dificultam a passagemsa online casinosangue nos alvéolos. Com isso, as trocas gasosas são mais uma vez comprometidas.

Ainda no início da pandemia,sa online casinoabril, a equipe que está trabalhando com autópsias na USP publicou no periódico científico Journal of Thrombosis and Haemostasis os resultados destas análisessa online casinodez pacientes, demonstrando alvéolos amplamente danificados e pequenos trombos no pulmão — cuja formação devido à covid-19 era pouco conhecida naquele momento.

Quando o quadro pulmonar é muito grave, incluindo um conjuntosa online casinoindicadores como a insuficiência respiratória e a inflamação sistêmica, ele pode configurar a síndrome do desconforto respiratório aguda (ARDS, na siglasa online casinoinglês).

2. Coração

Ilustração gráfica do coração

Crédito, Getty Images/OsakaWayne Studios

Legenda da foto, Nos quadros mais graves, é frequente que o coração seja afetado — podendo levar a óbito

Se os pulmões realizam as trocas gasosas, é o coração que bombeia o sangue com oxigênio para o corpo e que volta para os pulmões com sangue repletosa online casinogás carbônico.

E, nos quadros mais graves, este órgão muscular e vital é significativamente afetado — podendo levar a óbito.

Um estudosa online casinoreferência, publicadosa online casinofevereirosa online casino2020 com dadossa online casino138 pacientes hospitalizadossa online casinoWuhan, mostrou que 16,7% deles desenvolveram arritmia e 7,2% lesão cardíaca aguda — ou seja, dois problemassa online casinosaúde atingindo o coração. Aqueles que precisaram ir para uma Unidadesa online casinoTerapia Intensiva (UTI) apresentaram estes quadros com mais frequência.

"Na covid-19, o coração pode ser atingidosa online casinoaté 40% dos casos graves", aponta Marisa Dolhnikoff, acrescentando outras consequências da covid-19 no coração como a miocardite (inflamação no coração), tromboses arteriais e infarto do miocárdio.

"Pessoas com comorbidades — diabetes, hipertensão, obesidade e cardiopatias prévias — têm maior riscosa online casinomanifestação cardíaca na covid-19."

Estudossa online casinovárias partes do mundo mostram problemas no coração como uma das comorbidades mais comuns entre pacientes graves infectados — um boletim do Ministério da Saúdesa online casinodezembro revelou que, no Brasil, as cardiopatias (doenças no coração) foram o fatorsa online casinorisco mais frequente entre pessoas que morreram por covid-19 no país, seguidas por diabetes.

Dolhnikoff explica que as células cardíacas também têm receptores da proteína ECA-2, ativadas no ataque direto do vírus ao órgão.

Mas o órgão pode ser afetado também pela inflamação sistêmica, reação exagerada do corpo que leva a diversas alterações prejudiciais como a baixasa online casinooxigênio e à chamada tempestadesa online casinocitocinas — substâncias agressivas que o sistema imunológico libera para atacar um invasor, mas que,sa online casinoexcesso, podem acabar atacando partes vitais para nossa sobrevivência, como o coração.

A partir da autópsia esa online casinoexames referentes ao casosa online casinouma meninasa online casino11 anos que perdeu a vida para a covid-19, Dolhnikoff esa online casinoequipe conseguiram demonstrar o ataque do vírus a diversas células do coração, nas quais foram encontradas partículas do vírus. A resposta inflamatória agravou o problema, levando à falência cardíaca e morte.

O pulmão da criança também foi afetado, mas os cientistas identificaram o coração como o órgão mais comprometido pelo vírus.

3. Rins

Ilustraçãosa online casinorins entre os ossos

Crédito, Getty Images/SCIEPRO

Legenda da foto, Rins sofrem juntos e 'silenciosamente', explica nefrologista

Assim como acontece com o coração, quando os rins são afetados pela covid-19, o nívelsa online casinoalerta é aumentado.

"A lesão renal é incremental, compõe o quadrosa online casinoum doente mais complexo. São doentes muito graves. Quando a doença é avassaladora, ela é avassaladora", resume o nefrologista José Suassuna, chefe do Setorsa online casinoNefrologia do Hospital Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Riosa online casinoJaneiro (Hupe/Uerj).

Os rins são vitais por regularem a concentraçãosa online casinoágua no sangue e por eliminarem detritos tóxicos do corpo.

No artigo publicado no periódico Lancet envolvendo 257 pacientessa online casinoNova York, 31% desenvolveram lesões agudas neste órgão e precisaram das chamadas terapiassa online casinosubstituição renal, que incluem intervenções como a hemodiálise — este procedimento,sa online casinolinhas gerais, substitui o órgão no trabalhosa online casinofiltrar o sangue.

Neste grupo nos Estados Unidos, 14% já tinham alguma doença crônica afetando os rins antes da covid-19.

"Grupossa online casinorisco como obesos, diabéticos, pessoas com doenças cardiovasculares e idosos muitas vezes já têm algum grausa online casinocomprometimento renal — então, quando infectados pelo coronavírus, não partem do 0. Eles já estão na metade do caminho e caminham mais rapidamente para a insuficiência renal aguda e para a necessidadesa online casinosuporte", explica Suassuna, destacando porém que há casossa online casinoque o paciente não tem fatoressa online casinorisco mas tem os rins comprometidos.

Máquinasa online casinohemodiálise ao ladosa online casinomacasa online casinosalasa online casinohospital

Crédito, Getty Images/Akiromaru

Legenda da foto, Casossa online casinolesão aguda nos rins comumente levam à necesidadesa online casinointervenções como a hemodiálise, que substitui o órgão na filtragem do sangue

De acordo com o nefrologista, os rins também têm receptores ECA-2, mas as evidências até agora indicam que possivelmente não é este ataque direto do vírus ao órgão o principal motivosa online casinoacometimento dos rins.

Mais uma vez, a inflamação exacerbada do corpo ao coronavírus parece ter um papel importante.

Uma evidência disso é a conexão entre os pulmões e o rins, a chamada cross talk entre os órgãos.

"É uma ligação cruzada, a situaçãosa online casinoque o acometimentosa online casinoum órgão determina osa online casinooutro. Na covid-19, isso tem se mostrando entre rins e pulmões, assim como pulmões e coração. O envolvimento pulmonar mais grave se associa a um risco muito maior para os rins. Há uma associação grande entre entubar e a insuficiência renal", aponta Suassuna, explicando que quando há esta insuficiência nos rins, o paciente deixasa online casinourinar, precisandosa online casinosuporte.

Além disso, outra explicação para o acometimento simultâneosa online casinovários órgãos na fase mais avançada da infecção é a baixa oxigenação.

"A covid-19 nos deixa com uma oxigenação como se estivéssemos subindo o Himalaia, mesmo estando a nível do mar. Uma parte funcional do rim, que ajuda a produzir a urina, já vive como se estivesse no Everest — no que a gente chamasa online casinohipoxia, uma oxigenação muito baixa", diz o médico, também professor da UERJ.

"O rim é um órgão muito sensível às quedassa online casinooxigenação prolongadas porque já vive na beira do precipício. E à piora da oxigenação se soma a tempestadesa online casinocitocinas, um mecanismo importante da disseminação do dano da covid do pulmão para o resto do corpo."

Apesarsa online casinoseu adoecimento ser um indicadorsa online casinogravidade, os rins também podem ser afetadossa online casinocasos mais leves, explica Suassuna. Entretanto, talvez isso nunca se manifestesa online casinosintomas, mas apenas exames específicossa online casinourina esa online casinoalteração da função renal.

"Os rins,sa online casinoqualquer doença, sofremsa online casinosilêncio — e covid-19 não é uma exceção", explica Suassuna, acrescentando que esse órgão é afetado bilateralmente, ou seja, adoece tanto do lado esquerdo quando direito.

"Não tem grande manifestaçãosa online casinosintomas, a maior parte dos sinais só aparece no laboratório. Temos pacientes iniciando diálise que não sentem nada, apenas quando já têm menos 10% da função renal. De repente, paramsa online casinourinar."

4. Fígado

Fígado com cor e anatomia reais, envoltosa online casinoágua

Crédito, Getty Images/Jonathan Knowles

Legenda da foto, Fígado 'não é comumente nem intensamente comprometido, como ocorre com outros órgãos, como os pulmões, o coração e os rins', explica o hepatologista Edmundo Lopes

Exames também já detectaram,sa online casinoalguns pacientes, alterações no fígado — que tem entre suas funções eliminar toxinas do corpo, regular o açúcar no sangue e ajudar na digestãosa online casinogorduras.

Entretanto, diferentesa online casinooutros órgãos, tais alterações não necessariamente significam o adoecimento do órgão.

"As enzimas hepáticas (substâncias produzidas pelo órgão) estão elevadassa online casinocercasa online casino15 a 60% dos casossa online casinoCOVID-19, o que sugere acometimento do fígado. Porém, estas alterações das enzimassa online casinogeral não provocam sintomas", explica o hepatologista Edmundo Lopes, médico do Hospital das Clínicas e professor da Universidade Federalsa online casinoPernambuco (UFPE).

"Apesar destes distintos mecanismossa online casinoagressão ao fígado durante a covid-19, ele não é comumente nem intensamente comprometido, como ocorre com outros órgãos, como os pulmões, o coração e os rins", diz. "As explicações para esta 'menor' agressão ao fígado ainda não estão bem elucidadas."

Os distintos mecanismossa online casinoagressão mencionados por Lopes passam, mais uma vez, pelos efeitos da inflamatória sistêmica no corpo e também, no caso desse órgão responsável por lidar com substâncias potencialmente tóxicas, por eventuais danos provocados pelos medicamentos usados contra a covid-19.

A ação direta do vírus sobre o órgão também é uma possibilidade, até porque as células hepáticas chamadassa online casinocolangiócitos têm receptores ECA-2. Entretanto, segundo o professor da UFPE, essa via direta "nunca foi muito bem demonstrada" na ciência.

"As evidências sugerem que o processo inflamatório (tempestadesa online casinocitocinas) parece ter um papel relevante na agressão ao fígado, já que os pacientes mais graves e que apresentam maiores indíciossa online casinoatividade inflamatória nos exames laboratoriais são os que apresentam mais frequentemente e mais intensamente alterações das enzimas hepática", escreveu o hepatologista por e-mail à BBC News Brasil.

5. Cérebro

Ilustração mostra cérebro destacado com várias redes e linhas iluminadas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Covid-19 leve tem deixado efeitos neurológicos como maior ansiedade e cansaço e, nos casos graves, derrame e convulsões

Se tem um órgão que os entrevistados dizem estar rodeadosa online casinoincógnitas sobre seu acometimento pela covid-19, é o cérebro.

Fato é que diversos estudos e relatossa online casinocasos já mostraram que ele pode ser afetado, dos quadros leves aos graves.

A pesquisadora Clarissa Yasuda, médica e professora do departamentosa online casinoneurologia da Universidade Estadualsa online casinoCampinas (Unicamp), que o diga: ela mesma teve covid-19sa online casinoagosto e conta ainda sentir consequências relacionadas ao cérebro, como sono, fadiga e alterações na memória.

Ela e colegas publicaramsa online casinooutubro um estudosa online casinoestágio pré-print (sem a chamada revisão dos pares, etapa padrãosa online casinoque outros especialistas analisam um estudo e decidem se ele será publicado ou nãosa online casinouma revista científica) com dados sobre 81 pessoas que tiveram covid-19 leve e se recuperaram.

Esses voluntários foram submetidos a examessa online casinoressonância magnética, que detectaram alterações no córtex, a parte mais externa do cérebro e fundamental para processos envolvendo a memória, linguagem, entre outros.

Questionários e testes cognitivos também mostraram que,sa online casinomédia 60 dias após o diagnóstico da covid-19, os pacientes ainda apresentavam dorsa online casinocabeça (40%), fadiga (40%), alteraçãosa online casinomemória (30%), ansiedade (28%), depressão (20%), perdasa online casinoolfato (28%) e paladar (16%), entre outros.

Aliás, Yasuda lembra que a perda destes sentidos é considerada pelos especialistas um sintoma neurológico — precisamos do cérebro para sentir gostos e cheiros.

"Acho que não estava na contasa online casinoninguém imaginar que pessoas que não foram internadas, que seriam quadros 'leves', pudessem ficar com uma gamasa online casinoalterações neurológicas incapacitantes, como observamos não só aqui mas no mundo inteiro", diz a neurologista, fazendo a ressalvasa online casinoque o gruposa online casinovoluntários estudados foi formado por pessoas que já estavam relatando sintomas neurológicos, então há uma inclinaçãosa online casinoque estes sejam mais frequentemente registrados do que se o estudo envolvesse uma população mais ampla.

"Além desses casos leves (que estão mostrando consequências prolongadas), há o gruposa online casinoalterações neurológicas por covid-19 que surgem na fase aguda e que podem ser bem graves — como derrame, encefalite, convulsão e redução do nívelsa online casinoconsciência. Em alguns casos, os derrames aumentam a chancesa online casinoAVC (acidente vascular cerebral). Nâo sabemos se estes efeitos serão transitórios ou se deixarão sequelas."

Parte da equipe que está trabalhando com autópsias no Hospital das Clínicas da FMUSP, o médico Amaro Nunes Duarte Neto relata que uma alteração muito comum observada nos cérebrossa online casinopessoas que morreram após a infecção pelo coronavírus é a lesão dos neurônios.

"São lesões cerebrais decorrentes da hipóxia (oxigenação diminuída) pelo acometimento pulmonar grave na covid-19, não atribuídas diretamente ao vírus", explicou por e-mail o pesquisador.

Ilustração mostra elementos do sangue e representação do coronavírussa online casinotubo, como uma veia

Crédito, Getty Images/michal-rojek

Legenda da foto, Distúrbios na circulação do sangue pelo corpo explicamsa online casinoparte adoecimento por covid-19

Isto porque, comosa online casinooutros órgãos, os efeitos da covid-19 não necessariamente ocorrem devido ao ataque direto do coronavírus, mas sim pelas consequências da resposta inflamatória do corpo esa online casinoalterações na circulação do sangue, entre outros.

Por exemplo, Duarte Neto relata também a observação, nas autópsias,sa online casinomicrosangramentos nos vasos que irrigam o órgão, além da hipertrofia dos astrócitos — célulassa online casinotorno dos vasos cerebrais e que dão suporte fundamental para os neurônios.

Na publicaçãosa online casinopré-print da qual Yasuda foi uma das autoras, a equipe demonstrou que os astrócitos foram o principal alvo do coronavírus no cérebro. Isto também a partirsa online casino26 autópsias minimamente invasivas, realizadas por pesquisadores da Faculdadesa online casinoMedicinasa online casinoRibeirão Preto da USP.

Mesmo que nem todo efeito neurológico do coronavírus seja atribuído ao seu ataque direto, os pesquisadores entrevistados dizem que há sinaissa online casinoque o patógeno chega até o cérebro através do nariz, pelo mesmo caminho que um aroma "faz" para chegar até lá.

Ainda assim, "o conhecimento sobre o mecanismosa online casinolesão do vírus Sars-CoV-2 no sistema nervoso central ainda é pouco esclarecido", diz o pesquisador da USP.

A professora Clarissa Yasuda concorda.

"É muita coisa que a gente não sabe, muita coisa para ser estudada: o quanto desses quadros neurológicos tem um componente inflamatório, o quanto é autoimune, o quanto é um ataque direto do vírus. Ninguém tem uma resposta, mas acho que é uma combinação disso tudo."

Línea

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