O mundo está vivendo uma invasãoáguas-vivas?:

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Legenda da foto, Muitos cientistas argumentam que as populaçõeságuas-vivas estão aumentando

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Legenda da foto, Estudos mostram que populações oscilam ao longo dos anos e dependendo da região

Quando examinou mais profundamente as fontes usadas pelos pesquisadores para fundamentar seus argumentos, Sanz-Martín descobriu que muitos não estavam bem embasados.

"Há uma tendênciaum artigo acabar validando e dando solidez a outro anterior apenas por citá-lo. Isso significa que algumas descobertas são exageradas ou até distorcidasuma pesquisa para a outra", afirma a cientista.

Segundo ela, praticamente metade dos estudos analisados citavam outros artigosmaneira incorreta, mas um deles se mostrou particularmente sujeito a falhasinterpretação.

Excessoestudos?

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Legenda da foto, 'Surtos' chegam a reunir milhareságuas-vivasum certo local

Esse estudo foi publicado2011 pela cientista Claudia Mills, ligada à UniversidadeWashington, e teve um enorme impacto na área da biologia das águas-vivas.

No artigo, Mills questionava se o mundo estaria às vésperasum surto global desses animais. Sem uma resposta definitiva, ela deu ao texto o título: "As populaçõeságuas-vivas estão aumentando globalmenteresposta às mudanças nas condições dos oceanos?".

Sem se aprofundarem, muitos cientistas que acabaram citando Mills posteriormente assumiram que seu artigo defendia que "sim". Anos depois,um congresso sobre surtoságuas-vivas na Califórnia, a cientista pode testemunhar o impactoseu trabalho.

"A maioria dos presentes acreditava que as populações estavam aumentando. Foi um choque perceber que nenhum deles se dignou a ler meu artigo, que na realidade era bem equilibrado", disse.

Para Sanz-Martín, a própria quantidadeestudos disponíveis pode ser uma das causas do problema. "É muito difícil lidar com tanta informação e conseguir um equilíbrioargumentos", explica.

Além disso, cientistas precisam competir por financiamentos para pesquisas e isso acaba criando uma pressão para que eles sejam mais determinados na defesasuas teses.

A bióloga acredita que sem estudos subsequentes é impossível assegurar quais os fatores que acabam induzindo ao erro.

O problema não está restrito à biologia das águas-vivas. Um estudo2010 descobriu que 25% das citações que aparecemartigosbiologia marinha são distorcidos ou mal interpretados. Até outras áreas, como a administração, parecem afetadas pela prática.

Mas o que tudo isso significatermos da "invasão"águas-vivas nos oceanos? As descobertasSanz-Martín não significam necessariamente que as populações não estejam aumentando. O que elas dizem é que a maior parte das evidências que existem hoje não é confiável.

Em outras palavras, estamos praticamente voltando à estaca zero.