Provocar 'briga entre células' e outros truques da evolução humana que podem ajudar na luta contra o câncer:em quem apostar hoje no sportingbet

Célula

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Legenda da foto, O melhor que uma célula se divide, mais bem sucedida ela será

Animais grandes e complexos são vulneráveis ao câncer justamente porque são grandes e complexos. Mas embora a evolução tenha ajudado a criar o problema, é com a ajuda dela que estamos vendo o surgimentoem quem apostar hoje no sportingbettratamentos que podem colocar os prognósticos a nosso favor.

Células cancerosas

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Legenda da foto, Células cancerosas fogem ao padrãoem quem apostar hoje no sportingbetcontrole da multiplicação

Para entender o câncer, precisamos analisar um processo fundamental que ocorreem quem apostar hoje no sportingbetnosso organismo: a divisão celular. Nossas vidas começam quando um espermatozoide e um óvulo se encontram e se transformamem quem apostar hoje no sportingbetuma bola contendo algumas centenasem quem apostar hoje no sportingbetcélulas. Quando atingimos a vida adulta, 18 anos mais tarde, essas células se multiplicaram tantas vezes que os cientistas não conseguem calcular precisamente quantas temos no corpo - o número estimado éem quem apostar hoje no sportingbet37,2 trilhões.

A divisão celularem quem apostar hoje no sportingbetnossos corpos é altamente controlada. Por exemplo: quando suas mãos estavam crescendo, algumas células "cometeram suicídio" -em quem apostar hoje no sportingbetum processo conhecido como apoptose - para formar o espaço entre os seus dedos.

O câncer também envolve divisões celulares, mas com uma diferença fundamental: uma célula cancerosa quebra todas as regrasem quem apostar hoje no sportingbetdivisão controlada.

"É como se fossem um organismo diferente. Quanto melhor e mais rápido essa célula conseguir se dividir e ganhar nutrientes que suas vizinhas, o mais bem-sucedida será como um câncer", explica o biólogo Timothy Weil, da Universidadeem quem apostar hoje no sportingbetCambridge.

A divisão celular é marcada por controle e comedimento, mas a divisãoem quem apostar hoje no sportingbetcélulas cancerosas é uma proliferação selvagem e descontrolada.

Células adultas estão constantemente sob rígido controle", diz Weil. "Basicamente, câncer é a perdaem quem apostar hoje no sportingbetcontrole dessas células."

Essa divisão descontrolada só pode ocorrer se alguns genes que impedem o crescimento celular acidental, como o p53, sofrem mutações. Nossos organismos são muito bons para detectar as mutações. Temos sistemas biológicos que são ativados para destruir a maioria das células mutantes antes que elas nos causem danos.

Célulaem quem apostar hoje no sportingbetmutação

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Legenda da foto, Mutações podem resultarem quem apostar hoje no sportingbetbilhõesem quem apostar hoje no sportingbetcélulasem quem apostar hoje no sportingbetum tumor

Temos diversos genes corretivos que enviam instruções para matar células comprometidas. "Milhõesem quem apostar hoje no sportingbetanosem quem apostar hoje no sportingbetevolução resultaram nisso. É um conceito ótimo, mas não é perfeito", afirma Charles Swanton, do Instituto Francis Crick, no Reino Unido.

A ameaça vem do pequeno númeroem quem apostar hoje no sportingbetcélulas corruptas que não são detidas. Ao longo do tempo, uma delas pode crescer e se dividirem quem apostar hoje no sportingbetmilhares, depois,em quem apostar hoje no sportingbetdezenasem quem apostar hoje no sportingbetmilhares. Eventualmente, pode haver bilhõesem quem apostar hoje no sportingbetcélulasem quem apostar hoje no sportingbetum tumor.

Isso leva a um desafio: quando a célula mutante se multiplica e se transformaem quem apostar hoje no sportingbetum tumor, uma pessoa terá câncer até que todas as células cancerosas sejam destruídas. Se algumas sobrevivem, elas podem rapidamente se multiplicar e resultarem quem apostar hoje no sportingbetoutro tumor.

Células cancerosas não são todas iguais. Cada vez que uma delas se divide, ela tem o potencialem quem apostar hoje no sportingbetdesenvolver novas mutações que afetam seu comportamento. Em outras palavras: elas evoluem.

À medida que célulasem quem apostar hoje no sportingbetum tumor passam por mutações, elas ficam mais diversas geneticamente. É aqui que a evolução chega às células mais cancerígenas.

A diversidade genética é "o tempero da vida, o susbtrato sobre o qual age a seleção natural", diz Swanton, se referindo à teoriaem quem apostar hoje no sportingbetevolução por seleção natural, proposta por Charles Darwinem quem apostar hoje no sportingbet1859.

Assim como espécies individuais - humanos, leões, sapos e mesmo bactérias - ganham variação genética ao longo do tempo, o mesmo se passa com as células cancerosas.

"Tumores não evoluemem quem apostar hoje no sportingbetmaneira linear. Não há duas células iguaisem quem apostar hoje no sportingbetum deles", diz Swanton.

Pessoa fumando

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Legenda da foto, O fumo é um fatorem quem apostar hoje no sportingbetrisco conhecido para o câncer

Na verdade, as célulasem quem apostar hoje no sportingbetum tumor estão evoluindo para ficarem mais cancerosas. "Estamos, essencialmente, lidando com ramos evolucionários que criam diversidade e condições para que as células resistam a tratamentos", completa o especialista.

O fatoem quem apostar hoje no sportingbetque tumores estão constantemente mudandoem quem apostar hoje no sportingbetconfiguração genética é uma das razões pelas quais cânceres são tão difíceisem quem apostar hoje no sportingbet"matar". Por isso, Swanton e colegas adotam uma abordagem evolucionária no combate à doença.

Swanton, especializadoem quem apostar hoje no sportingbetcâncerem quem apostar hoje no sportingbetpulmão, descobriuem quem apostar hoje no sportingbetsuas pesquisas algo que espera ver resultarem quem apostar hoje no sportingbettratamento eficaz e localizado.

Pense na evoluçãoem quem apostar hoje no sportingbetum câncer como se fosse uma árvore com muitos galhos. Na base dessa árvore estão as mutações originais que formaram o tumorem quem apostar hoje no sportingbetprimeiro lugar - mutações comuns às outras células do tumor.

Na teoria, uma terapia que atacasse alguma dessas mutações básicas deveria destruir todas as células comprometidas. Já é uma abordagem comum a alguns tratamentos. Um exemplo é a droga EGFR, usada no tratamentoem quem apostar hoje no sportingbetcânceresem quem apostar hoje no sportingbetpulmão.

O problema é que esses tratamentos não funcionam tão bem como esperamos. As células comprometidas resistem porque algumas desenvolvem uma mutaçãoem quem apostar hoje no sportingbetresistência ao tratamento. Em outras palavras, alguns dos galhos da árvore evoluíramem quem apostar hoje no sportingbetforma a ficar menos vulneráveis a ataques ao "tronco".

Um tumor,em quem apostar hoje no sportingbetmédia, pode conter um trilhãoem quem apostar hoje no sportingbetcélulas cancerosas, e algumas podem ter evoluídoem quem apostar hoje no sportingbetforma a ficarem imunes a ataques contra mutações básicas.

Mas e se um tratamento tivesse como alvo duas mutações basais ao mesmo tempo? Menos células são capazesem quem apostar hoje no sportingbetevoluirem quem apostar hoje no sportingbetforma a ficar imunes a ambas as formasem quem apostar hoje no sportingbetataque.

Exposição ao sol também traz riscos

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Legenda da foto, Exposição ao sol também traz riscos

Swanton e seus colegas analisaram os números para ver quantas mutações no "tronco" teriam que atacar simultaneamente para se assegurarem quem apostar hoje no sportingbetque poderiam destruir todas as células cancerosas. Três foi o número mágico encontrado. Os cálculos sugerem que o ataque concentrado neste trio "cortaria o tronco" e "derrubaria" a árvore.

Mas não é uma abordagem barata. Para que ela funcione, os pesquisadores precisam estudar o câncer específicoem quem apostar hoje no sportingbetuma pessoa para estabelecer qual é a baseem quem apostar hoje no sportingbetseu tumor, para que o coquetel apropriadoem quem apostar hoje no sportingbetdrogas seja aplicado.

Alberto Bardelli, especialistaem quem apostar hoje no sportingbetcâncer colorretal da Universidadeem quem apostar hoje no sportingbetTurim, na Itália, também tem usado teoria evolucionária como inspiração para uma solução com o objetivoem quem apostar hoje no sportingbetsuperar a resistência das células cancerosas a drogas.

Seu trabalho consisteem quem apostar hoje no sportingbet"provocar" as células cancerosas resistentes: pacientes recebem determinadas terapias e depois são monitorados para ver quando uma determinada célula cancerosa se destaca no tumor porque desenvolveu resistência.

O tratamento remove a pressão evolucionária que antes permitia à célula ser bem-sucedida. Sem essa pressão, outros tiposem quem apostar hoje no sportingbetcélulas cancerosas têm chanceem quem apostar hoje no sportingbetaparecer e "lutam" contra a dominante. O câncer declara guerra a si mesmo.

Quando as células insurgentes ganham espaço, é horaem quem apostar hoje no sportingbetministrar as drogas mais uma vez, já que essas células não devem ainda ter desenvolvido resistência.

Célula cancerosa

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Legenda da foto, Células cancerosas desenvolvem resistência a terapias

"Jogamos célula contra célula e esperamos as vencedoras para depois interromper o tratamento. As vencedoras começam a desaparecer e outras a substituem. (...) Quero usar essas células que não são afetadas pela terapia para lutar com as outras".

A equipeem quem apostar hoje no sportingbetBardelli começará os testesem quem apostar hoje no sportingbetpacientes nos próximos meses.

Ao mesmo tempo, é importante entender melhor o que causa cânceres. Em 2013, um dos mais complexos estudos genéticos deu um passo importante nessa direção. Pesquisadores vasculharam o genomaem quem apostar hoje no sportingbetpacientes para encontrar vestígios das 30 mutações mais comuns associadas ao câncer. Elas são pequenas mudanças químicas no DNAem quem apostar hoje no sportingbetcânceres que incluem osem quem apostar hoje no sportingbetpulmão, pele e ovário.

Andrew Biankin, cirurgião da Universidadeem quem apostar hoje no sportingbetGlasgow, foi um dos pesquisadores envolvidos. Ele diz que era possível encontrar marcas dos danos provocados ao código genético. "Em um câncerem quem apostar hoje no sportingbetpele como o melanoma, podemos ver evidênciaem quem apostar hoje no sportingbetexposição à radiação ultravioleta. No câncerem quem apostar hoje no sportingbetpulmão, podemos ver a 'assinatura' do atoem quem apostar hoje no sportingbetfumar", explica Biankin.

Terapias mais modernas podem "dissolver" as células

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Legenda da foto, Terapias mais modernas podem "dissolver" as células

Como são vestígios conhecidos, o time pôde ver padrõesem quem apostar hoje no sportingbetformaçãoem quem apostar hoje no sportingbetcânceres incomuns,em quem apostar hoje no sportingbetque a causa não estava muito clara. "Os esforços estão agoraem quem apostar hoje no sportingbetdescobrir quais são essas causas".

Outros especialistas afirmam que é importante priorizar a prevenção. Isso porque há fatoresem quem apostar hoje no sportingbetrisco conhecidos, como queimadurasem quem apostar hoje no sportingbetsol e o fumo. Otis Brawley, médico-chefe da American Cancer Society, diz que prestar atenção aos riscos pode prevenir a formaçãoem quem apostar hoje no sportingbetmuitos cânceres.

Ele cita duas estatísticas impressionantes:em quem apostar hoje no sportingbet1900, a taxaem quem apostar hoje no sportingbetmortalidade para o câncer nos EUA eraem quem apostar hoje no sportingbet65em quem apostar hoje no sportingbetcada 100 mil pessoas, proporção que,em quem apostar hoje no sportingbet1990, já tinha chegado a 210em quem apostar hoje no sportingbetcada 100 mil.

"Algo tem que estar causando esse aumento. Se você remover a causa, você pode diminuir os casosem quem apostar hoje no sportingbetcâncer", diz Brawley.

Os EUA viram um declínioem quem apostar hoje no sportingbet25% na mortalidade por câncer nas últimas duas décadas. Segundo Brawley, mais da metade da diminuição foi influenciada por atividadesem quem apostar hoje no sportingbetprevenção. Mas ao mesmo tempoem quem apostar hoje no sportingbetque se comemora a queda da mortalidade, o númeroem quem apostar hoje no sportingbetdiagnósticos aumentou. Por um lado, isso pode ser méritoem quem apostar hoje no sportingbetmelhores técnicasem quem apostar hoje no sportingbetdetecção, como no caso do câncerem quem apostar hoje no sportingbetpróstata, mas também pode ser algo relacionado, ironicamente, ao aumento na expectativaem quem apostar hoje no sportingbetvida humana.

Árvore

Crédito, Alamy

Legenda da foto, Pesquisadores comparam evoluçãoem quem apostar hoje no sportingbetcânceres ao crescimentoem quem apostar hoje no sportingbetuma árvore

Se você viver muito, você vai ter câncer", diz Biankin.

Para Bardelli, quem quiser viver maisem quem apostar hoje no sportingbet70 anos terá que aceitar desenvolver câncer um dia. Ele argumenta que nossas células não evoluíram para manter a integridadeem quem apostar hoje no sportingbetnosso DNA por um tempo compatível como nossa longevidade.

Brawley é ainda mais incisivo e diz que todo mundo com maisem quem apostar hoje no sportingbet40 anosem quem apostar hoje no sportingbetalgum ponto terá uma mutação que poderá resultarem quem apostar hoje no sportingbetum câncer. Isso parece alarmante, mas nosso mecanismoem quem apostar hoje no sportingbetdefesa natural normalmente será capazem quem apostar hoje no sportingbetdestruir as células cancerosas.

Enquanto isso, a ciência também evolui.

"Não tenho a menor dúvidaem quem apostar hoje no sportingbetque vamos vencer o câncer", diz Bardelli.

em quem apostar hoje no sportingbet Leia a versão original em quem apostar hoje no sportingbet desta reportagem (em inglês) no site BBC Earth