Os animais com venenos incrivelmente poderosos:betboo bonus
Essas e outras espéciesbetboo bonuscobra são incrivelmente venenosas. Uma simples picada da taipan, por exemplo, tem veneno suficiente para matar 250 mil ratos. E não são apenas cobras que detêm tamanha letalidade. O caramujo Conus geographus tem um veneno tão forte que uma gota poderia matar 20 humanos. Alguns tiposbetboo bonuságuas-vivas podem causar ataques cardíacos e mortebetboo bonusuma questãobetboo bonusminutos.
Ataque ou defesa
Mas isso leva à pergunta: por que possuir uma arma tão poderosa se você vai usá-la apenasbetboo bonussituações extremas e sem a menor intençãobetboo bonuscaçar algo do tamanhobetboo bonusum humano? Os mais poderosos venenos não parecem fazer sentido quando se considera a lógica da evolução das espécies.
A razão pela qual animais têm veneno é simples: primariamente, é uma arma para subjugar presas sem arriscar-se demais. Ou um mecanismobetboo bonusdefesa para os diasbetboo bonusque caçador vira caça. O que parece estranho é o excessobetboo bonusveneno encontradobetboo bonusalguns animais. Por que uma cobra, por exemplo, precisaria ter o poderbetboo bonusmatar milharesbetboo bonusratos a cada picada?
Venenos tendem a conter combinaçõesbetboo bonustoxinas baseadasbetboo bonusproteínas, que agembetboo bonusforma conjunta para atacar os órgãos internos da vítima. Uma cobra, por exemplo, pode terbetboo bonusseu veneno um componente que impede a coagulação do sangue e outra, que rompe vasos sanguíneos.
O problema,betboo bonustermosbetboo bonusevolução, é que a síntese proteica requer um gastobetboo bonusenergia substancial, mas isso não impediu a evoluçãobetboo bonusvenenos contendo milharesbetboo bonuspeptídeos e proteínas, algo bastante custoso para os animaisbetboo bonusquestão. Estudos com víboras mostraram aumentobetboo bonusatividade metabólica da ordembetboo bonus11% após a extraçãobetboo bonusveneno, o que indica uma ligação entre exaustão física e a produçãobetboo bonusveneno.
De acordo com a visão mais clássica da seleção natural, esse alto custo só ocorreria se estritamente necessário. Algumas espéciesbetboo bonusserpentes do mar, por exemplo, perderam a habilidadebetboo bonusproduzir veneno depoisbetboo bonussimplificarem seus hábitos alimentares.
Há uma correntebetboo bonusbiólogos que credita essa toxicidade ampliada a uma compensação da evolução por contabetboo bonusproblemasbetboo bonusoutras áreas. Qualquer pessoa que frequentar desertos vai explicar que,betboo bonusse tratandobetboo bonusescorpiões, os pequenos são que os mais preocupam. É o caso do Leiurus quinquestriatus, conhecido como "perseguidor da morte" e volta e meia "eleito" o mais perigoso escorpião do mundo.
Águas-vivas são outro exemplo: são frágeis e vulneráveis. O movimentobetboo bonusum peixe pode causar lesões sériasbetboo bonusseu organismos. "Por isso, precisambetboo bonusum veneno 100% eficiente para matar a presa bem rápido" diz Yehu Moran, pesquisador da Universidade Hebraicabetboo bonusJerusalém e coautorbetboo bonusum estudo sobre seleção natural e venenos.
Se um predador é pequeno ou fraco, é fundamental que seu veneno seja capazbetboo bonusincapacitar quase instantaneamente para evitar a fuga ou a luta da presa. Nesses casos, é simples ver por que a alta toxicidade aconteceu.
Veneno relativo
Trata-se tambémbetboo bonuseconomia, porém. A cobra taipan vivebetboo bonusregiões áridas da Austrália, onde cada refeição pode ser a última durante muito tempo. Sendo assim, um ataque rápido é crucial. Mesmo assim, por que seu veneno precisa ser tão potente? Mas cientistas avisam que o tal poderbetboo bonusmatar 250 mil ratos é relativo. "Taipans não comem ratosbetboo bonuslaboratório", explica Wolfgang Wuster, especialistabetboo bonuscobras da Universidadebetboo bonusBangor, no Reino Unido.
"Analisar a letalidadebetboo bonusvenenosbetboo bonustermosbetboo bonusefeitosbetboo bonusratos é irrelevante para o que a cobra fazebetboo bonusseu habitat".
A medida do poder dos venenos é apenas uma formabetboo bonusmedir a toxicidade, especialmente para descobrir como contrabalancear os efeitosbetboo bonushumanos. A chave aqui é entender que, na vida selvagem, predadores e presas vivem uma corrida armamentista evolucionária. As presas evoluem para ficar mais resistentes ao veneno, mas predadores ficam mais tóxicos. Na verdade, ficar impressionado com quantos ratos uma cobra pode matar com seu veneno é o mesmo que se espantar com o fatobetboo bonusum leopardo correr mais que uma tartaruga.
O leopardo não evoluiu para caçar tartarugas e nem a tartaruga para fugirbetboo bonusleopardos.
"Se você quer saber o quão tóxico um animal é, a primeira coisa a perguntar é o que ele quer matar", completa Wuster.
Nem todos os mamíferos são vulneráveis a venenos. Mangustos e porcos-espinhos, por exemplo, são capazesbetboo bonussobreviver a picadasbetboo bonuscobras que matariam humanos.
"Há uma espécie israelensebetboo bonusrato que pesa apenas 20g, mas que seria capazbetboo bonusresistir uma picadabetboo bonuscobra que deixaria humanosbetboo bonusuma UTI".
Paradoxo
O paradoxo aqui é que, enquanto animais parecem evoluir para ficar mais resistentes ao veneno do predador, é justamente por isso que acabam sendo mais suscetíveis a eles. Há um tipobetboo bonusvíbora cujo veneno tem efeito especial no escorpião que é o item primáriobetboo bonussua dieta. A cobra-coral também tem o mesmo tipobetboo bonussintonia. Nesses casos, a cobra não é o único inimigo comum e há menos pressão para desenvolver defesas.
Felizmente, nenhuma espécie venenosa até agora parece evoluído especificamente para machucar humanos, apesar dos muitos casosbetboo bonusmortes humanas por envenenamento por outros animais. "Primatas não parecem ter a habilidadebetboo bonusdesenvolver imunidade contra venenos. Então, a possibilidade é grandebetboo bonusque algo que desenvolveu veneno potente tenha poder suficiente para matar um humano.
Por isso, é importante estudar como venenos afetam a fisiologia humana. Estudos desenvolveram antídotos e outras drogas importantes para outros tratamentos - captopril, um remédio para a pressão sanguínea, é baseadobetboo bonustoxinas produzidas por víboras.
Mas não se pode descartar a má sorte. A aranha-funil da Austrália, por exemplo, não causa efeito algumbetboo bonusroedores, mas é extremamente perigosa para humanos. Nenhum dos dois animais faz partebetboo bonussua dieta. Um azar químico?