As pessoas punidas por manifestar seus sentimentos no trabalho:onabet xl cream

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Legenda da foto, Nem todas as demonstraçõesonabet xl creamemoção são tratadas igualmente. Segundo especialistas, o que é ou não é considerado 'apropriado' pode depender do funcionário envolvido

Mas nem todas as demonstraçõesonabet xl creamemoção são tratadas igualmente. Segundo especialistas, o que é ou não é considerado "apropriado" pode depender do funcionário envolvido.

Já sabemos, por exemplo, que as mulheres que levantam a vozonabet xl creamum ambiente profissional podem ser consideradas beligerantes, enquanto um homem que se comporta da mesma forma seria visto como assertivo ou até como um líder.

Mas pesquisas sugerem que não só a questãoonabet xl creamgênero influencia as regrasonabet xl creamsentimentos — existe também uma distinção racial.

Dados indicam que, quando trabalhadores não brancos demonstram suas emoções, seus sentimentos podem despertar reações diferentesonabet xl creamcomparação com trabalhadores brancos demonstrando as mesmas emoções.

Isso força os funcionários não brancos a se auto-observar no localonabet xl creamtrabalho, para evitar que os colegas interpretem incorretamente suas emoções com prejuízo para suas carreiras — o que aumenta significativamenteonabet xl creamcarga emocional.

'Você vê os olhares'

Ao longo dos anos, diversos estudos demonstraram como as regrasonabet xl creamsentimentos são aplicadasonabet xl creamforma diferente a homens e mulheres. A conclusão recorrente é que as pessoas julgam emoções como raiva, tristeza e frustração com muito mais rigor quando demonstradas por uma mulher do que por um homem.

Pesquisadores concluíram que mulheres que choram no trabalho podem ser consideradas fracas ou não profissionais, enquanto se acredita que há fatores externos por trás das lágrimas dos homens.

Da mesma forma, homens que demonstram raiva muitas vezes podem usá-la como ferramentaonabet xl creamgestão eficaz para mostrar competência, enquanto as mulheres são consideradas ineptas ou até antagônicas.

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Legenda da foto, Funcionários não brancos podem ser especificamente prejudicados pelos diferentes padrõesonabet xl creamexpressão das emoções no localonabet xl creamtrabalho

Em um projetoonabet xl cream2014, 170 estudantesonabet xl creamgraduação assistiram a um vídeoonabet xl creamdeclarações finaisonabet xl creamadvogadosonabet xl creamum julgamento. Solicitou-se aos participantes que fornecessem um veredicto e avaliassem a competência dos advogados.

Litigantes homens com raiva receberam as avaliações mais altas no estudo, enquanto litigantes mulheres com raiva receberam as notas mais baixas. Como se não bastasse, os estudantes atribuíram a raiva das mulheres ao seu estado emocional, mas atribuíram a raiva dos homens à situaçãoonabet xl creamsi.

É difícil analisar a razão exata da disparidadeonabet xl creamgênero, mas ela muitas vezes é causada por estereótipos enraizados, além da faltaonabet xl creamvisibilidade das mulheresonabet xl creamposiçõesonabet xl creamliderança, ao contrário dos cargosonabet xl creamapoio.

Mais recentemente, pesquisas demonstraram um fenômeno similaronabet xl creamtermosonabet xl creamcomo as pessoas observam as emoçõesonabet xl creamfuncionários não brancos no localonabet xl creamtrabalho,onabet xl creamcomparação com seus colegas brancos.

Mesmo se os profissionais adotarem as regrasonabet xl creamsentimentos "padrão", evidências indicam que funcionários não brancos — particularmente, funcionários negros — também precisam controlar as emoções que eles produzem nos outros, para não se arriscarem a sofrer consequências negativas.

Robert, executivoonabet xl creammídia negro do Reino Unido, afirma que, se ele ficar muito entusiasmado ao falar sobre um projetoonabet xl creamum ambiente profissional, as pessoas àonabet xl creamvolta muitas vezes observam essa emoçãoonabet xl creamforma diferente daonabet xl creamintenção.

"Posso ver naonabet xl creamlinguagem corporal e nos seus olhos que eles ficam um pouco assustados comigo quando entroonabet xl creammodo totalmente passional", afirma Robert, cujo sobrenome é omitido para protegeronabet xl creamsegurança no trabalho.

"Especialmente como homem negro, acho que muitas pessoas simplesmente têm medoonabet xl creamvocê. Você levanta levemente a voz e observa o olhar. As pessoas não dizem nada, mas você observa um olharonabet xl creammedo."

'Apaixonados' x 'radicais'

Os pesquisadores afirmam que experiências como aonabet xl creamRobert acontecem com frequência nos locaisonabet xl creamtrabalho e nas interações diárias.

Um estudo publicadoonabet xl creamabril por Stephanie Ortiz, professoraonabet xl creamsociologia da Universidadeonabet xl creamMassachusettsonabet xl creamLowell, pertoonabet xl creamBoston, nos Estados Unidos, demonstra como as regrasonabet xl creamsentimentos são interpretadasonabet xl creamforma substancialmente diferente, dependendo da etnia do funcionário.

Ortiz realizou entrevistas com funcionáriosonabet xl creamcentros LGBTQ+onabet xl creamfaculdadesonabet xl creamvárias partes dos Estados Unidos.

As perguntas se concentraramonabet xl creamcomo os administradores percebiam suas emoções quando os funcionários tentavam discutir problemasonabet xl creamracismo e discriminação sofridos pelos estudantes.

As análises revelaram que os funcionários brancos que demonstravam raivaonabet xl creamnome dos estudantes para os administradores eram considerados "apaixonados pelo seu trabalho". Mas funcionários não brancos eram considerados "radicais" e "não eram encarados como sendo da equipe quando expressavam raiva"onabet xl creamrelação a microagressões ou preconceitos sofridos pelos estudantes.

Uma entrevistada mexicana relatou que os surtos do seu supervisor branco eram considerados apaixonados, enquanto ela era aconselhada a ser menos emotiva para não "assustar os vizinhos".

Os pesquisadores concluíram que o racismo internalizado e o viés inconsciente muitas vezes fazem com que a raiva e outras emoções dos profissionais não brancos sejam percebidas, nos espaços majoritariamente brancos, como mais "ameaçadoras" que emoções similaresonabet xl creamtrabalhadores brancos.

Por isso, os funcionários não brancos muitas vezes precisam controlar significativamente suas emoções nas discussões sobre raça e desigualdade, para evitar o riscoonabet xl creamserem considerados antagônicos.

"Do contrário, o seu próprio trauma seria considerado algo não profissional, e parte da promoçãoonabet xl creamuma agenda", afirma Chad Mandala, estudanteonabet xl creamdoutoradoonabet xl creameducação superior da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, que trabalhou ao ladoonabet xl creamOrtiz no estudo.

Já a socióloga Adia Wingfield, emonabet xl creampesquisa sobre regrasonabet xl creamsentimentos, mostrou que os profissionais negros controlam regularmente suas demonstraçõesonabet xl creamemoção, não porque sejam inadequadas, mas porque essas emoções podem ser mal interpretadas pelos demais.

Ela argumenta que as regrasonabet xl creamsentimentos nos locaisonabet xl creamtrabalho não foram necessariamente estabelecidas com os trabalhadores não brancosonabet xl creammente, o que oferece mais espaço para que os colegas as decodifiquemonabet xl creammaneira incorreta — especialmente quando os estereótipos orientam essas interpretações. E isso pode trazer impactos negativos consideráveis.

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Legenda da foto, As 'regrasonabet xl creamsentimentos' são interpretadasonabet xl creamforma diferente, dependendo da etnia da pessoa, segundo conclusãoonabet xl creamum estudo acadêmico

"Se [os trabalhadores não brancos] forem interpretados como estando com raiva, irritados, aborrecidos e frustrados, normalmente isso representará um problema importante, mesmo se eles não estiverem necessariamente se sentindo com raiva, irritados, aborrecidos e frustrados", afirma Wingfield, que é professora da Universidade Washingtononabet xl creamSt. Louis, no Missouri, nos Estados Unidos.

"Mas essa percepção, particularmente pelos colegas brancos, muitas vezes poderá saironabet xl creamcontrole e criar mais dificuldades e desafios para eles no trabalho."

Interpretação injusta?

Uma entrevista com o ator Denzel Washington na televisão americana, conduzida pela âncora Katie Couric, ilustra esse problema.

Na entrevista, Couric perguntou a Washington sobre política e se "o pessoalonabet xl creamHollywood deveria se ater a representar". Ele respondeu dizendo: "Não sei quem é o pessoalonabet xl creamHollywood. Hollywood é uma cidade que tem estrelasonabet xl creamuma calçada."

Em um podcast recente, Couric afirmou que a entrevista a deixou "desconfortável" e "abalada". Ela disse que Washington "meio que pulouonabet xl creamcimaonabet xl creammim".

A reação das redes sociais foi imediata, com muitas pessoas argumentando que a interpretaçãoonabet xl creamCouric era injusta, e a respostaonabet xl creamWashington não havia sido nadaonabet xl creammais. Alguns imaginaram que, se um ator branco respondesse da mesma forma, ele não teria sido considerado uma ameaça.

"Sabemos que os homens negros muitas vezes são estigmatizados como perigosos e furiosos", comenta Stephanie Ortiz.

"A concepção [de Couric] sobre a respostaonabet xl creamWashington... parece muito severa."

'Tarefa assustadora'

O vasto efeito das diversas formasonabet xl creamaplicação das regrasonabet xl creamsentimentos aos trabalhadores não brancos aumenta a pressão emocional sobre eles.

Adia Wingfield afirma que os trabalhadores precisam conciliar muitas coisas, como "fazer o seu trabalho, adequar-se às regrasonabet xl creamsentimentos e manter-se concentrados nesse autocontrole para antecipar o conhecimentoonabet xl creamcomo as pessoas poderão observar você, para ter certezaonabet xl creamnão dar motivos para esse tipoonabet xl creampercepção — o que, como você pode imaginar, é uma tarefa assustadora".

Mas deixaronabet xl creamfazer tudo isso pode trazer consequências importantes, segundo Ortiz e Mandala.

"Todos os participantes [dos nossos estudos] falaram sobre como tiveram que aprender as regras observando outras pessoas sofrerem suas consequências, ou quando eles próprios as sentiram", conta Chad Mandala.

"Ou seja, eles aprenderam o que não fazer porque outras pessoas foram despedidas."

Já Stephanie Ortiz sugere que,onabet xl creamvez dos profissionais não brancos arcarem com o ônus da autocensura, os locaisonabet xl creamtrabalho deveriam tentar se tornar mais inclusivos.

A solidariedade e a consciência dos colegasonabet xl creamgruposonabet xl creamtrabalho que podem ter apenas um ou dois funcionários não brancos são fundamentais.

"Se você estiveronabet xl creamum grupo e observar uma pessoa sozinha ser atacada durante uma reunião ou se as emoções dessa pessoa não forem consideradas legítimas, você não deve aguardar uma ocasião privadaonabet xl creamum email ou no corredor para dizer a eles mais tarde 'olhe, a propósito, eu concordo com você'", diz ela. "Você precisa realmente se posicionar."

Para Robert, reprimir suas emoções segue sendo uma experiência comum e inevitável.

Mesmo depoisonabet xl creamganhar prêmiosonabet xl creamprestígio, ele sabe que precisa pisaronabet xl creamovos — "conter-se", nas suas palavras — para falar com outros executivos, potenciais doadores ou diretoresonabet xl creamcompanhias, evitando que suas emoções sejam mal interpretadas.

Mas ele também está se posicionando sobre este assunto.

Este tipoonabet xl creamincidente no localonabet xl creamtrabalho inspirou Robert a ajudar jovens sub-representados a encontrar um caminho para entrar na indústriaonabet xl creamcomunicação.

Ele espera contribuir para uma forçaonabet xl creamtrabalho diversificada que vai gerar mudanças duradouras,onabet xl creamforma que os trabalhadores das comunidades marginalizadas sejam totalmente abraçados com suas diferenças — e não apenas "tolerados", segundo ele.

"Trabalho com pessoas que não tiveram experiências com outras culturas", afirma Robert.

"Pode ser um pouco assustador para eles compreenderem quem você realmente é."

onabet xl cream Leia a íntegra desta reportagem (em inglês) onabet xl cream no site BBC Worklife onabet xl cream .

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