Por que enaltecemos os workaholics?:fulpot poker

Elon Musk

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Legenda da foto, 'Há lugares muito mais fáceisfulpot pokertrabalhar, mas ninguém nunca mudou o mundo com 40 horas por semana', tuitou Elon Muskfulpot poker2018

Na verdade, está se expandindo para mais setores e profissões,fulpot pokerformatos ligeiramente diferentes.

Novos estudos mostram que trabalhadoresfulpot pokertodo o mundo estão fazendo uma médiafulpot poker9,2 horas extras não remuneradas por semana —fulpot pokercomparação com 7,3 horas um ano atrás.

Os espaçosfulpot pokercoworking estão cheiosfulpot pokercartazes nos encorajando a trabalhar mais. Empreendedoresfulpot pokertecnologia bilionários defendem sacrificar o sono para que as pessoas possam "mudar o mundo".

E desde a chegada da pandemiafulpot pokercovid-19, nossas semanasfulpot pokertrabalho ficaram mais longas; enviamos e-mails e mensagens pelo Slack (plataforma online para comunicação corporativa) à meia-noite, enquanto as fronteiras entre nossa vida pessoal e profissional se dissolvem.

Na verdade, não estamos tão longe dos anos Gekko quanto pensávamos. Mas uma coisa mudou: sabemos muito mais sobre as consequências do excessofulpot pokertrabalho, e como o burnout pode afetar nossa saúde física e mental.

Porém, dada o quão arraigada é nossa admiração pela cultura do trabalho estressante, acabar com nossa obsessão pelo excessofulpot pokertrabalho exigirá uma mudança cultural.

Será que o mundo pós-pandemia pode ser a oportunidadefulpot pokertentar botar issofulpot pokerprática?

Onde e por que isso acontece

O excessofulpot pokertrabalho não é um fenômeno exclusivo do Vale do Silício oufulpot pokerWall Street. As pessoas trabalham longas horasfulpot pokertodo o mundo, por vários motivos diferentes.

No Japão, a cultura da sobrecargafulpot pokertrabalho remonta à décadafulpot poker1950, quando o governo fez muita pressão para que o país fosse reconstruído rapidamente após a Segunda Guerra Mundial.

Na Liga Árabe, há um alto nívelfulpot pokerburnout entre os profissionais da área médica, possivelmente porque seus 22 membros são paísesfulpot pokerdesenvolvimento com sistemasfulpot pokersaúde sobrecarregados, sugerem estudos.

Os motivos para o excessofulpot pokertrabalho também dependem do setor.

Algumas das primeiras pesquisas sobre burnout na décadafulpot poker1970 afirmavam que muitas pessoasfulpot pokerempregos voltados para ajudar os outros, como funcionáriosfulpot pokerclínicas ou centrosfulpot pokerreabilitação, tendiam a trabalhar horas extras, o que levava à exaustão física e emocional — uma tendência também revelada durante a pandemia.

Mas milhõesfulpot pokerprofissionais trabalham demais porque,fulpot pokeralguma forma, acham que é instigante — um símbolofulpot pokerstatus que nos coloca no caminho do sucesso, que pode ser definido pela riqueza ou por uma postagem no Instagram que faz parecer que estamos vivendo uma vidafulpot pokersonho com o emprego dos sonhos .

Cena do filme 'Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme', com Michael Douglas

Crédito, Alamy

Legenda da foto, 'Wall Street - Poder e Cobiça' mostra os bastidoresfulpot pokerWall Streetfulpot poker1987 — mas a onda workaholic que marcou os anos 1980 ainda é comum hoje

A romantização do trabalho parece ser uma prática especialmente comum entre os "profissionais do conhecimento" nas classes média e alta. Em 2014, a revista americana New Yorker chamou essa devoção ao excessofulpot pokertrabalhofulpot poker"culto".

"Nós glorificamos o estilofulpot pokervida, e o estilofulpot pokervida é: você respira algo, dorme com algo, acorda e trabalha nisso o dia todo e depois vai dormir", diz Anat Lechner, professora clínicafulpot pokeradministração na Universidadefulpot pokerNova York, nos EUA.

"E sucessivamente."

As origens

Masfulpot pokeronde vem essa tendênciafulpot pokerglamourizar a sobrecargafulpot pokertrabalho?

Por que,fulpot pokerpaíses ricos e ocidentais, como o Reino Unido e os Estados Unidos, existe a sensaçãofulpot pokerque se matarfulpot pokertrabalhar é algo para se gabar?

As raízes desse fenômeno remontam à 'ética protestante do trabalho' no século 16 — uma visãofulpot pokermundo sustentada por protestantes brancos na Europa que fazia o trabalho árduo e a busca pelo lucro parecerem virtuosos.

Sally Maitlis, professorafulpot pokercomportamento organizacional e liderança na Universidadefulpot pokerOxford, no Reino Unido, explica que "mais tarde, o estímulo à eficiência que surgiu a partir da Revolução Industrial", assim como a forma como valorizamos a produtividade, "incorporaram ainda mais o valor do trabalho árduo e consistente, muitas vezes às custas do bem-estar pessoal".

Avance para a era yuppiefulpot pokerMargaret Thatcher (ex-primeira-ministra do Reino Unido) e Ronald Reagan (ex-presidente dos EUA), quando passar longas horas no escritório para sustentar o estilofulpot pokervida baseado na ascensão social e no consumismo desenfreado da década se tornou mais comum.

Posteriormente, no final dos anos 1990 e no início dos anos 2000, os workaholics começaram a ser identificados não por blazers, mas sim por moletons, à medida que as startupsfulpot pokertecnologia se transformavamfulpot pokergigantes como Google e Facebook, e o poder foi transferido para o Vale do Silício.

A sociedade começou a glorificar os empreendedores que diziam querer mudar o mundo e nos contavam como estruturavam seus dias (bem longos) para conseguir isso.

Maitlis destaca uma mudança motivacional entre os Gordon Gekkos e os Mark Zuckerbergs do mundo; os últimos sentiam que eram movidos pela "paixão pelo produto ou serviço, ou por um propósito superior". (E grande parte dessa nova tecnologia acabou permitindo o tipofulpot pokersobrecargafulpot pokertrabalho e burnout que enfrentamos hoje.)

Atualmente, muita gente trabalha mais do que deveria para pagar dívidas, simplesmente manter seus empregos ou subir na carreira (e,fulpot pokermuitos casos, as empresas esperam que os funcionários trabalhem horas extras e estejam constantemente disponíveis).

Mas para aqueles que abraçam a cultura workaholic, também há um elemento performático, que pode ser manifestar sob a formafulpot pokerum carro novo para ostentar,fulpot pokeruma 'carreira dos sonhos' por fazer algo significativo ou até mesmofulpot pokerexaustão, exibida como uma espéciefulpot pokertroféu bizarro.

Séculos atrás, "os caras faziam duelos e ficavam com uma cicatrizfulpot pokercombate, que é quase uma espéciefulpot pokermedalhafulpot pokerhonra. Você lutou e sobreviveu", diz Christina Maslach, professora eméritafulpot pokerpsicologia da Universidade da Califórniafulpot pokerBerkeley, nos EUA.

"É quando você se gaba: 'Sim, eu não durmo'. É esse tipofulpot pokercoisa."

Atalho para o burnout

Em paralelo a esse culto ao trabalho, no entanto, veio uma consequência desagradável — o burnout.

"O burnout tem ciclos — como se fosse redescoberto, depois morre, é redescoberto novamente", diz Maslach, que estuda o burnout desde os anos 1970.

Naquela época, o esgotamento profissional estava sendo estudadofulpot pokervoluntáriosfulpot pokerclínicasfulpot pokerreabilitaçãofulpot pokerdrogas e trabalhadores do setorfulpot pokerserviços humanitários, muitos dos quais ficavamfulpot pokerplantão durante a noite, e relatavam doresfulpot pokercabeça, depressão e irritabilidade no trabalho.

Uma década depois, quando a economia estava indo muito bemfulpot pokerlugares como os Estados Unidos e o Reino Unido, a obsessão capitalista disparou, e as pessoas começaram a trabalhar mais duro e por mais tempo. Mas, embora o excessofulpot pokertrabalho tenha sido reverenciado, o burnout que se seguiu não foi.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o burnout como uma síndrome "resultante do estresse crônico no localfulpot pokertrabalho e não administrado com sucesso", caracterizada por sentimentosfulpot pokerexaustão, sentimentos negativosfulpot pokerrelação ao trabalho e redução da eficácia profissional.

Em outras palavras, deixa você se sentindo desumanizado, fisicamente e emocionalmente exausto e questionando por que aceitou o emprego. A OMS reconheceu formalmente o burnout como um 'fenômeno ocupacional'fulpot poker2019.

"Hoje, a coisa pegou fogo", diz Lechner. Algumas décadas atrás, "a abrangência disso não era nada parecido com o que você vê hoje".

Embora grande parte da "cultura do burnout tenha vindofulpot pokerWall Street", diz ela, é ainda pior agora, porque colocamosfulpot pokerum pedestal empreendedoresfulpot pokertecnologia que mal dormem.

Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, tuitoufulpot poker2018 que, quando se tratavafulpot pokersuas empresas, "há lugares muito mais fáceisfulpot pokertrabalhar, mas ninguém nunca mudou o mundo com 40 horas por semana".

"A velha distinção entre dia e noite ou: 'Vamos trabalhar até as 17h, depois vamos beber e dormir às 22h' é para o século 20. O século 21 é muito diferente", avalia Lechner.

"Vivemosfulpot pokeruma cultura que funciona 24/7. As redes sociais funcionam 24/7, o Amazon Prime é 24/7, tudo é 24/7. Não temos esses limites fixos."

O futuro

No entanto, embora estejamos trabalhando mais duro do que nunca e os jovens profissionais enfrentem uma combinação potencialmente tóxicafulpot pokergrandes pressões financeiras (dívida estudantil, combinada com salários mais baixos e preçosfulpot pokermoradia mais altos), pressão para encontrar "sua paixão" e pressão para arrumar um emprego estávelfulpot pokerum mercadofulpot pokertrabalho cada vez mais inseguro, pode haver alguns pequenos sinaisfulpot pokermudança.

Em março, foi divulgado um levantamento feito por 13 analistas iniciantes do bancofulpot pokerinvestimento Goldman Sachs que denunciava as condiçõesfulpot pokertrabalho na empresa. Os entrevistados disseram que trabalhavam uma médiafulpot poker95 horas semanais e dormiam cinco horas por noite.

"Isso está além do nívelfulpot poker'trabalho duro', é desumano/abusivo", disse um entrevistado na pesquisa, à qual a BBC teve acesso.

No TikTok, usuários da Geração Z desabafam sobre conflitosfulpot pokersaúde mental e criam comunidadesfulpot pokerque discutem abertamente sobre depressão, ataquesfulpot pokerpânico e burnout.

Homem trabalhando à noite no computador do escritório

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Legenda da foto, A glamourização do excessofulpot pokertrabalho existe há décadas

E por mais exaustiva que a pandemia seja, ela também nos forçou a ver o equilíbrio entre a vida profissional e pessoalfulpot pokeruma maneira totalmente nova.

Em abril, o LinkedIn conduziu uma pesquisa com maisfulpot poker5 mil usuários durante duas semanas: 50% e 45% dos entrevistados disseram que a flexibilidadefulpot pokerhorário e localização e o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, respectivamente, se tornaram mais importantes para eles desde o início da pandemia.

"A pandemia foi poderosa não apenas para destacar muitas das coisas que mais importam — saúde, família, relacionamentos — e para interromper algumas das rotinas e sistemas que mantinham as pessoas na esteira", analisa Maitlis.

Em resposta, algumas empresas começaram a falar sobre oferecer programasfulpot pokersaúde mental mais robustos para os funcionários, incluindo benefícios como sessõesfulpot pokerterapia ou acesso gratuito a aplicativosfulpot pokerbem-estar.

No entanto, especialistas acreditam que é altamente improvável que estejamos entrandofulpot pokeruma nova era que prioriza o bem-estarfulpot pokervez do excessofulpot pokertrabalho.

Por exemplo, embora a tecnologia tenha possibilitado que trabalhemosfulpot pokercasa indefinidamente, ela também nos vincula a trabalhar o dia todo. Se houver uma conferência com profissionais baseadosfulpot pokerLondres, Tóquio, Nova York e Dubai, algumas pessoas terão que acordar mais cedo para participar.

Se não acordarem, a empresa encontrará alguém que o faça — porque, enquanto glamourizarmos dinheiro, status e realizações, sempre haverá pessoas que trabalharão duro para conseguir isso.

E no fim das contas, as empresas querem ganhar dinheiro.

"Nós desumanizamos o localfulpot pokertrabalho há muito tempo, e não estou dizendo isso com orgulho", afirma Lechner.

Para muitas empresas, permanece a lógica: trabalhe demais ou fique para trás.

É por isso que ela não acredita que o burnout será resolvidofulpot pokerum futuro próximo.

"Não é necessariamente uma mensagem que as pessoas gostamfulpot pokerouvir."

"Elas acham que estabelecem uma relação com o empregadorfulpot pokerque: 'Eu trabalho muito, você cuidafulpot pokermim'. Novamente, esta é uma mentalidade do século 20."

Estamos numa encruzilhada: podemos priorizar o nosso bem-estar, ou priorizar o enviofulpot pokerum e-mail às 3h da manhã porque vai impressionar o chefe.

Deixar as pessoas trabalharemfulpot pokercasa só pode ajudar até certo ponto no sentidofulpot pokeraliviar o fardo — depende dos trabalhadores pararfulpot pokertornar o burnoutfulpot pokeralguma forma desejável, e cabe às empresas pararfulpot pokerfazer os trabalhadores sentirem que deveriam torná-lo desejável.

"Os locaisfulpot pokertrabalho podem ser ambientes muito prejudiciais à saúde — se temos alguma chancefulpot pokermudar a forma como trabalhamos, a horafulpot pokerfazer isso é agora", sugere Maslach.

"Se você pegar uma planta, colocá-lafulpot pokerum vaso, não regar, oferecer uma terrafulpot pokermá qualidade e luz do sol insuficiente, não importa o quão linda a planta era para começar — ela não vai prosperar."

fulpot poker Leia a versão original fulpot poker desta reportagem (em inglês) no site BBC Work Life fulpot poker .

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