Por que usar dinheiro vivo é uma formabonus casino solverdegastar menos:bonus casino solverde
Mas eu era teimoso. Meus amigos, tanto ocidentais quanto chineses, tiravam sarrobonus casino solverdemim por ser tão tradicional — por manusear "notas sujas" — vendo o dinheiro amassado como provabonus casino solverdeminha revolta contra a tecnologia.
Mas havia algumas razões pelas quais eu continuava usando dinheiro físico e evitava transações virtuais. Primeiro, eu me sentia mais seguro. Não entendia bem como o dinheiro eletrônico funcionaria no meu smartphone e temia que ele pudesse ser facilmente desviado.
Em segundo lugar, temia que, ao migrar para pagamentos eletrônicos e perder a inconveniênciabonus casino solverdepagar com dinheiro, eu acabaria gastando mais. Tinha medobonus casino solverdeque ao perder as qualidades tangíveis e visíveis do papel moeda, e a transação física —bonus casino solverdepescar minha carteira, encontrar as notas requeridas, e entregar o dinheiro — eu estaria perdendo o sensobonus casino solverdequanto, a cada dia, eu estaria gastando.
Esses temores eram justificados? Conforme mais e mais pessoas ao redor do mundo evitam dinheirobonus casino solverdepapel, essas são questões essenciais a se considerar.
Antesbonus casino solverdeentrarmos no universo complicado da psicologia do consumidor, e no conflito entre a economia clássica e a psicologia que levou ao nascimento da economia comportamental, vamos primeiro avaliar o que exatamente é o dinheiro.
Dinheiro é um conceito abstrato — e hoje nós o damosbonus casino solverdebarato, sem considerar como um pedaçobonus casino solverdepapel, ou pedaçosbonus casino solverdemetal, têm valor intrínseco. Mas o dinheiro é uma invenção relativamente recente, e representou uma mudança fundamental na sociedade humana, diz Natacha Postel-Vinay, que leciona um curso sobre a história do dinheiro e das finanças na London School of Economics.
"Era algo completamente diferente do escambo", diz ela. "Você não precisabonus casino solverdeuma correspondência exata entre duas pessoas e seus desejos. Se quisesse comprar pão, o vendedor não precisava receber algo específicobonus casino solverdevocê, seu casaco ou o vegetal dabonus casino solverdehorta. Você só precisavabonus casino solverdeum poucobonus casino solverdeprata."
Em termos técnicos, o dinheiro é uma reservabonus casino solverdevalor e deve ser um item contábil, o que significa simplesmente que deve ser um item padronizado (como uma moeda).
O primeiro registro do usobonus casino solverdedinheiro vem dos antigos Iraque e Síria, na civilização babilônica, por voltabonus casino solverde3 mil a.C. Nos tempos babilônicos, as pessoas usavam pedaçosbonus casino solverdeprata que eram medidos conforme uma unidadebonus casino solverdepeso conhecida como shekel. Vêm da Babilônia os registros dos primeiros preços, anotados por sacerdotes do Templobonus casino solverdeMarduk, assim como os primeiros contadores e as primeiras dívidas.
Na Babilônia, tínhamos muitas das coisas essenciais para uma economia monetária. Isso incluía o fatobonus casino solverdeque a prata tinhabonus casino solverdepureza regularmente testada e era uma força estabilizante, como um rei ou um governo,bonus casino solverdeque as pessoas podiam confiar para garantir o valor do dinheiro. "Em todos os tempos, para que o dinheiro tivesse valor, a confiança foi necessária", diz Postel-Vinay.
Mas houve muitas mudanças no dinheiro ao longo do caminho. A Babilônia tinha dinheiro, mas ele ainda era volumoso e precisava ser pesado — não era tão avançado quanto moedas. A partirbonus casino solverdepor volta do ano 1000 a.C., outras civilizações passaram a usar metais preciosos e, na Grécia antiga, no reinobonus casino solverdeLídia, as primeiras moedas foram fabricadas.
As primeiras notasbonus casino solverdedinheiro foram usadas na China Imperial durante a dinastia Tang (618-907 d.C.) e eram notasbonus casino solverdecrédito produzidas privadamente ou notasbonus casino solverdecâmbio, mas a Europa só adotaria a ideia no século 17.
Hoje, o dinheiro não está atrelado a objetos físicos que são eles próprios commodities com valor, como moedasbonus casino solverdeouro ou prata, mas usamos uma forma chamada moeda fiduciária, que é uma moeda que um governo estabeleceu como legal.
O conceitobonus casino solverdecrétido (e débito) existia muito antes da invençãobonus casino solverdecartõesbonus casino solverdecrédito. "Não precisa ser físico para ser dinheiro", explica Postel-Vinay.
O cartãobonus casino solverdecrédito emitido por bancos foi inventado por John Biggins, do Flatbush National Bank, no Brooklyn,bonus casino solverdeNova York,bonus casino solverde1946. Posteriormente, ofereceram-se cartõesbonus casino solverdecrédito a vendedores viajantes, para que os usassem na estrada, nos EUA. No Reino Unido, a Barclays produziu o primeiro cartãobonus casino solverdecrédito britânicobonus casino solverde29bonus casino solverdejunhobonus casino solverde1966.
O primeiro cartãobonus casino solverdedébito surgiu no Reino Unidobonus casino solverde1987. Chips e senhas foram introduzidosbonus casino solverde2003, e cartõesbonus casino solverdecrédito que funcionam por aproximação foram lançados quatro anos depois.
Na China, enquanto isso, escanear QR codes com o celular, ou gerar QR codes no celular para que sejam escaneados por comerciantes, tornou-se um meio comum para fazer pagamentos. A rápida adoçãobonus casino solverdepagamentos eletrônicos na China se explica pelo alcance do aplicativo WeChat no país, que inclui serviçosbonus casino solverdepagamento virtual, mensagens e funçõesbonus casino solverdemídias sociais; pela popularidadebonus casino solverdeplataformasbonus casino solverdecomércio virtual, como a Taobao, da Alibaba; e pelo fatobonus casino solverdeque a China tem baixos índicesbonus casino solverdeusobonus casino solverdecartãobonus casino solverdecrédito.
A partirbonus casino solverde2015, a adoçãobonus casino solverdepagamentos eletrônicosbonus casino solverdetransações do dia a dia se tornou muito mais predominante.
Países que têm os maiores índicesbonus casino solverdecompras sem dinheiro vivo incluem o Canadá, onde é comum que cada pessoa tenha maisbonus casino solverdedois cartõesbonus casino solverdecrédito. Na Europa, a Suécia é a sociedade que menos usa dinheirobonus casino solverdepapel: apenas 13% dos suecos disseram ter usado dinheirobonus casino solverdecompras recentes, segundo uma pesquisa nacional feita no ano passado. Em 2010, o índice erabonus casino solverde40%. Em comparação, cercabonus casino solverde70% dos americanos ainda usam dinheiro semanalmente, segundo um estudo recente do Pew Research Center.
Emelie Svensson, uma sueca que trabalha como jornalistabonus casino solverdeNova York, diz que os dois países são muito diferentes quanto ao usobonus casino solverdedinheiro. "O sistema girabonus casino solverdetornobonus casino solverdegorgetas e muitas lojas nem aceitam cartões, ou a compra deve serbonus casino solverdeno mínimo 10 dólares", ela diz, referindo-se à experiênciabonus casino solverdemorar nos EUA. "Mas está melhorand. Há cinco anos, eu pagava meu aluguel com dinheiro vivo!"
E embora o usobonus casino solverdepagamentos sem dinheiro vivo esteja aumentando no Reino Unido, ele ainda tem um longo caminho a percorrer. Para Moa Carlsson, uma açougueirabonus casino solverde20 anosbonus casino solverdeGotemburgo, o país tem uma postura pálida quando comparado àbonus casino solverdeSuécia nativa.
"Acho que é um pouco divertido ebonus casino solverdecerta forma quase estranho usar dinheiro vivo", ela diz, quando visita o Reino Unido. "A Inglaterra parece mais antiquada. Me sentiria quase estranha ao não usar dinheiro lá. Acho que a libra é uma parte grande da Inglaterra, muito mais do que a coroa para a Suécia."
Para pessoas que vivembonus casino solverdesociedades que usam cada vez menos dinheirobonus casino solverdeespécie, os benefíciosbonus casino solverdepagamentos eletrônicos são óbvios. "É muito conveniente. Você não tem a sensaçãobonus casino solverdeguardar 200 libras no bolso ou (a chateação)bonus casino solverdeterbonus casino solverdesacar dinheiro. 'Onde está o caixa eletrônico?' Está ali no seu bolso", diz William Vanbergen, um empreendedor britânico que chegou à Chinabonus casino solverde2003 e demorou a aderir a pagamentos eletrônicos.
Como Carlsson, ele diz que lidar com dinheiro vivo parece antiquado. Quando Vanbergen viaja a trabalho a Hong Kong, onde o dinheirobonus casino solverdeespécie ainda é o métodobonus casino solverdepagamento mais comum, ou à Inglaterra, ele diz se sentir como se voltasse no tempo.
Mas e as desvantagens? Será que pagar sem usar dinheiro físico faz com que as pessoas gastem mais?
Essa é uma questão complicada e pressupõe que humanos sejam criaturas irracionaisbonus casino solverdevários sentidos. Por exemplo, foi mostrado que as pessoas sentem mais dor quando perdem 100 libras do que sentem alegria ao ganhar a mesma quantia. Em outras palavras, a dor da perda machuca mais, embora as duas quantias sejam idênticas.
Esse tipobonus casino solverdeefeito psicológico alimentou grandes mudanças no campo da economia. No passado, na economia clássica, acadêmicos baseavam suas teorias na suposiçãobonus casino solverdeque as pessoas se comportavam racionalmente (de modo que a perda ou ganhobonus casino solverdeuma quantia igual seriam tratadosbonus casino solverdeforma idêntica por um indivíduo). Mas isso se mostrou falso a partirbonus casino solverdeestudos psicológicos, levando à criação da economia comportamental e sub-ramos como a psicologia do consumidor.
Um dos grandes pesquisadores dessa disciplina relativamente nova é Drazen Prelec. O professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology, nos EUA) fez um estudo sobre um leilão silencioso. O leilão foi feito entre estudantes da prestigiada escolabonus casino solverdenegócios Sloan e envolvia ingressos para jogos esgotados da NBA, a liga americanabonus casino solverdebasquete. Os pesquisadores disseram a metade dos participantes que eles só poderiam pagar com dinheiro vivo, enquanto os outros só poderiam pagar com um cartãobonus casino solverdecrédito.
Os resultados supreeenderam os pesquisadores. Na média, descobriu-se que os que usavam cartãobonus casino solverdecrédito faziam duas vezes mais lances que os usuáriosbonus casino solverdedinheiro vivo. Isso significa, segundo Prelec, que o custo psicológicobonus casino solverdegastar um dólar no cartãobonus casino solverdecrédito ébonus casino solverdeapenas 50 centavos.
Comprar com cartãobonus casino solverdecrédito tem claramente impactos na forma como as pessoas gastam, conforme atestado por muitos estudos. Porém, também revelou-se que as contasbonus casino solverdecartãobonus casino solverdecrédito, quando chegam, causam imensa dor ao receptário. Tanto é assim que economistas comportamentais acreditam que isso explica a manutenção da popularidade dos cartõesbonus casino solverdedébito.
Mas e quanto ao usobonus casino solverdecarteiras eletrônicas (e-wallets)? O que importa aqui é o retorno, diz Emir Efendic, pós-doutorbonus casino solverdePsicologia e Economia Comportamental na Universidadebonus casino solverdeLouvain, na Bélgica. "Com cartõesbonus casino solverdecrédito, você não recebe atualizações instantâneas (sobre as compras). Mas com bancos online, você vê a quantia sendo debitada imediatamente", diz Efendic.
"Se você perde os retornos, então sim, você gastará mais".
Com cartõesbonus casino solverdecrédito, a dor do gasto é atrasada (até que chegue a conta mensal). A grande habilidade dos cartõesbonus casino solverdecrédito,bonus casino solverdeoutras palavras, é que eles têm o poder psicológicobonus casino solverdeseparar o prazer da compra da dor do pagamento.
Mas, com carteiras eletrônicas, usuários veem o dinheiro debitado imediatamente. Emily Belton, trabalhadora expatriada britânica que usa o WeChatbonus casino solverdePequim, diz que gostabonus casino solverdereceber uma notificação a cada vez que faz um pagamento pelo app, e que seu saldo é atualizadobonus casino solverdetempo real. Isso é uma comunicação instantânea e não implica o mesmo efeito que um cartãobonus casino solverdecrédito.
Prelec, porém, descobriu que caminhos neurais são acionados pelo que ele chamabonus casino solverde"momento vacilante", quase como uma breve dor física, quando nos separamosbonus casino solverdenosso dinheiro. Embora não haja pesquisa semelhante sobre o usobonus casino solverdee-wallets, pode-se presumir que o momento vacilante não ocorra quando pagamos com um smartphone. Mas isso precisa ser mais pesquisado.
A dorbonus casino solverdese separar do nosso dinheiro impede que gastemos além da conta, mas o aspecto negativo é que ela também rouba parte da alegriabonus casino solverdeconsumir. O custo psicológico, que Prelec chamabonus casino solverde"imposto moral", pode ser reduzidobonus casino solverdevárias formas. Instrumentos como o empacotamento (a inclusãobonus casino solverdeitens gratuitos na comprabonus casino solverdeum produto) pode reduzir parte do "imposto moral". O pagamento antecipado é outro método, mesmo quando não há vantagem financeira — por exemplo, as pessoas têm mostrado preferir pagar as fériasbonus casino solverdeparcelas (ainda que estejam perdendo parte da liquidezbonus casino solverdedinheiro vivo).
E, quando estão no exterior, as pessoas também acham mais fácil gastar com moeda estrangeira, tratando-a com muito menos seriedade do que o "dinheiro real"bonus casino solverdeseu país natal. Empresas como o Club Med se valem dessa psicologia ao definir que seus hóspedes comprem fichasbonus casino solverdeplásticobonus casino solverdevezbonus casino solverdeusar dinheiro.
No meu caso, acabei adotando o usobonus casino solverdepagamentos virtuaisbonus casino solverdePequim. Achei o sistema impressionante porbonus casino solverdequalidade e conveniência. É como viver num mundo onde você tem todos os benefíciosbonus casino solverdegastar sem a dorbonus casino solverdepagar.
Talvez isso seja melhor para as economias, que podem se beneficiar se as pessoas gastarem seu dinheiro mais livremente, e muitos governos no mundo estão tentando estimular isso. Há um velho ditado inglês que diz: "O dinheiro, como o estrume, não faz nenhum bem até que seja espalhado". Mas, às vezes, esse tipobonus casino solverdegasto livre, sem qualquer fricção, leva a um tipobonus casino solverdedesconforto.
Talvez esse seja o "imposto moral" a que Drazen Prelec se refere, o que é uma tendência psicológicabonus casino solverdesentir o custobonus casino solverdeoportunidade como dor real. Em outras palavras, posso estar sentindo esse desconforto por imaginar que poderia gastar aquele dinheiro com outras coisas.
Conforme mais sociedades migram do dinheirobonus casino solverdeespécie para as transações virtuais, a forma como gastamos pode mudar. Mas o dinheiro continuará sendo uma força governante nas vidas humanas.
Weird West
Este artigo é parte da nossa série Weird West. Em 2010, uma equipe na Universidadebonus casino solverdeBritish Columbia (Canadá) indicou que a pesquisa psicológica contém uma grande falha: boa parte dela se baseiabonus casino solverdeexemplosbonus casino solverdesociedades ocidentais, escolarizadas, industrializadas, ricas e democráticas (as iniciais das palavrasbonus casino solverdeinglês formam o acrônimo "Weird", que batiza a série e significa "estranho"bonus casino solverdeinglês). Os pesquisadores costumavam supor que seus achados se aplicariam a pessoasbonus casino solverdequalquer lugar. Mas, quando analisou o tema, a equipe descobriu que membros das sociedades "Weird" eram, na verdade, as populações menos representativas que alguém poderia usar para fazer generalizações sobre humanos.
Da grande imprensa à academia, porém, continua normal ver as sociedades "Weird" como normais, ou ao menos como o padrão pelo qual outras culturas e povos são julgados. Nesta série, mergulhamos nos efeitos disso na vida cotidiana. Que hábitos e formasbonus casino solverdepensar são comunsbonus casino solverdesociedades Weird que as pessoasbonus casino solverdeoutras partes do mundo podem achar estranhas?
E o que isso nos diz não só sobre diferenças culturais, mas sobre nós mesmos? Da horabonus casino solverdeque tomamos banho à forma como compramos, esta série reexamina os comportamentos que muitas vezes damosbonus casino solverdebarato — e explora como o "padrão" é raramente o melhor ou único caminho.
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