Como jornadasfun mania slottrabalho menores podem salvar o mundo:fun mania slot
Mas será que isso é viável – e realmente salvaria o mundo?
fun mania slot Nada pode crescer indefinidamente
Mudar nossos hábitosfun mania slottrabalhofun mania slotescala global é uma tarefa monumental. O americano médio trabalha 44 horas por semana e tem apenas 10 diasfun mania slotférias. Na China, uma jornadafun mania slot72 horas, 6 dias por semana é comum. E, no Japão, se trabalham tantas horas por dia que existe até uma palavra para "morte por excessofun mania slottrabalho": karōshi.
No entanto, uma análise da Universidade Amherstfun mania slotMassachusetts, nos EUA, argumenta que “trabalhar menos é bom para o meio ambiente”. O estudo afirma que se passássemos 10% menos tempo trabalhando, nossa pegadafun mania slotcarbono seria reduzidafun mania slot14,6% –fun mania slotgrande parte devido à diminuição dos deslocamentos diários e do consumofun mania slotalimentos processados nos intervalos.
Um dia inteirofun mania slotfolga por semana reduziria, portanto, nossa pegadafun mania slotcarbonofun mania slotquase 30%.
Costumamos culpar a indústria e grandes empresas pelas mudanças climáticas. Mas a maneira como vivemos, trabalhamos e consumimos é, na verdade, a principal fontefun mania slotemissões.
Um estudo multinacional conduzido pela Universidade Norueguesafun mania slotCiência e Tecnologia mostrou que os produtos que compramos são responsáveis por maisfun mania slot60% das emissõesfun mania slotgasesfun mania slotefeito estufa – e até 80% do uso da água no mundo.
Mas o aumento do consumo é a base da economia. Segundo o livro Prosperidade sem Crescimento, de autoriafun mania slotTim Jackson, professor da Universidadefun mania slotSurrey, no Reino Unido, a economia global cresceufun mania slotmédia 3,65% por ano desde 1950.
Em outras palavras, se nada mudar, a economia global será 200 vezes maiorfun mania slot2100 do quefun mania slot1950. E esse crescimento pode ser 326 vezes maior se os paísesfun mania slotdesenvolvimento continuarem a se desenvolver.
“A ideiafun mania slotuma economiafun mania slotnão crescimento pode ser um anátema para um economista”, escreve Jackson.
“Mas a ideiafun mania slotuma economia continuamente crescente o é para um ecologista. Nenhum subsistema pode crescer indefinidamente,fun mania slottermos físicos.”
No entanto, há duas correntesfun mania slotpensamento divergentes sobre como salvar o mundo trabalhando menos.
Há os defensores do “crescimento sustentável”, que acreditam que nossos salários podem permanecer os mesmos, e as economias podem continuar a crescer a partirfun mania slotreduções modestas nas horasfun mania slottrabalho, avanços tecnológicos e eficiência energética.
E há o movimentofun mania slot"decrescimento" (degrowth), que defende que só cortando salários e dias úteis que as economias serão capazesfun mania slotalcançar emissões zerofun mania slotcarbono até 2050.
fun mania slot O crescimento sustentável
A ideiafun mania slotsemanasfun mania slottrabalho mais curtas aliadas ao crescimento sustentável está começando a ganhar força. No ano passado, quase 1 milhãofun mania slotmetalúrgicos na Alemanha ganharam o direito a trabalhar 28 horas por semana (a jornada deles antes erafun mania slot35 horas semanais), enquanto o Partido Trabalhista do Reino Unido (o segundo maior partido no Parlamento) flerta com a ideiafun mania slotuma jornadafun mania slottrabalhofun mania slotquatro dias por semana.
Will Stronge, cofundador e diretor da Autonomy, centrofun mania slotestudos voltado para o futuro do trabalho, defende o crescimento sustentável. Ele cita o exemplo recentefun mania slotfuncionários dos correios do Reino Unido que pleitearam com sucesso por uma redução na jornadafun mania slottrabalhofun mania slot39 horas para 35 horas semanais, mantendo o mesmo salário.
"Em muitas empresas, se você disser que vai reduzir o salário (...) mas compensar com um dia extrafun mania slotfolga, a maioria dos funcionários não terá condiçõesfun mania slotaceitar."
Do pontofun mania slotvista ambiental, ele diz que "o consumofun mania sloteletricidade [nacionalmente] diminui bastante nos finsfun mania slotsemana e feriados", sugerindo que há ganhosfun mania sloteficiência energética ao se trabalhar menos.
Outra defensora do crescimento sustentável, Alice Martin, chefefun mania slottrabalho e remuneração da New Economics Foundation, acredita que "se você diminuir a carga horáriafun mania slottrabalho mantendo o salário, as evidências sugerem que isso tem efeitos positivos na redução das emissõesfun mania slotcarbono".
Segundo ela, diminuirfun mania slot20% as horas trabalhadas, se traduzfun mania slotuma redução semelhante nas emissõesfun mania slotcarbono – devido a mudançasfun mania slotcomportamento, como menos deslocamentos diários, comer comida caseirafun mania slotvezfun mania slotalimentos processados e passar mais tempo localmente, até se envolvendofun mania slottrabalhos voluntários.
"Ter mais tempo na vida para fazer as coisas que você realmente gosta pode resultarfun mania slotuma mudançafun mania slotestilofun mania slotvida, fazendo com que você, na verdade, parefun mania slotconsumir tantos produtos com alto teorfun mania slotcarbono", diz ela.
No entanto, o inverso também pode ser verdadeiro. Ao trabalhar quatro dias na semana e receber salário integral, será que não existe o riscofun mania slotque,fun mania slotvezfun mania slotficarfun mania slotcasa cozinhando alimentos orgânicos no diafun mania slotfolga, o nosso consumo pode, na verdade, aumentar? Em outras palavras, fazer mais compras, sair para comer fora, aproveitar para fazer viagensfun mania slotbate-volta...
fun mania slot O decrescimento
Os defensores do decrescimento acreditam que sim. Eles argumentam que a única maneirafun mania slotreduzir o consumo é ter menos dinheiro: uma semanafun mania slotquatro dias úteis, mas com remuneração proporcional aos dias trabalhados.
O decrescimento é considerado um conceito econômico radical, até mesmo uma heresia. O Produto Interno Bruto (PIB) impera desde a décadafun mania slot1930 como nosso meiofun mania slotmedir o sucesso econômico. No entanto,fun mania slotum planeta com recursos finitos, o crescimento ilimitado sempre foi uma espéciefun mania sloterro no código.
Em 1972, um relatóriofun mania slotsimulações computacionais do crescimento econômico e populacional exponencial, encomendado pela organização não-governamental Clubefun mania slotRoma, mostrou que os recursos naturais do planeta estariam esgotados até 2072.
O estudo, que virou o best-seller internacional Os Limites do Crescimento, afirmava que isso provocaria o "declínio repentino e incontrolável da população e da capacidade industrial".
No entanto, a política dominante manteve seu curso. O consumo combinado dos países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aumentou quase 50% entre 1990 e 2008 – e, vejam só, cada aumentofun mania slot10% no PIB significou um aumentofun mania slot6% na pegadafun mania slotcarbono.
O movimento modernofun mania slotdecrescimento – que renasceu na Europa, após a primeira Conferência Internacionalfun mania slotDecrescimentofun mania slotParis,fun mania slot2008 – argumenta, portanto, que devemos começar a retrair a economiafun mania slotmaneira controlada, iniciando com uma redução acentuada da carga horáriafun mania slottrabalho.
Não significa, no entanto, sinônimofun mania slot"recessão" e desemprego. O principal economista do decrescimento, Serge Latouche, explica: "O decrescimento não significa decadência ou sofrimento… Em vez disso, o decrescimento pode ser comparado a uma dieta saudável realizada voluntariamente".
Isso resulta, diz ele,fun mania slot"uma sociedade autossuficiente e materialmente responsável". Mas ainda assim é uma dieta. Não podemos comer nosso “bolo”fun mania slotcrescimento sustentável.
Defensora do decrescimento, Milena Buchs, professorafun mania slotsustentabilidade, economia e transição para economiafun mania slotbaixo carbono na Universidadefun mania slotLeeds, no Reino Unido, explica que se o “consumofun mania slotlazer” aumenta devido a uma jornadafun mania slottrabalho mais curta, é exatamente por isso que a redução da carga horáriafun mania slottrabalho também exige uma redução na renda”.
Um artigo da revista científica Global Environmental Change também questiona se um número maiorfun mania slotpessoas trabalhando menos horas poderia resultarfun mania slotum aumento geral no volumefun mania slottráfego:
"Se as jornadas mais curtas aumentarem a produtividade e os salários... o consumo e as emissões poderão aumentar", acrescenta.
fun mania slot Como a renda básica universal poderia ajudar
Os profissionais mais bem remunerados, e não o trabalhador médio, são os que causam a maior parte das emissões. Segundo a Oxfam, os 10% mais ricos do mundo produzem metadefun mania slottodas as emissões globaisfun mania slotcarbono, enquanto a metade mais pobre da população é responsável por apenas 10% das emissões.
Neste contexto, Buchs argumenta que qualquer cenáriofun mania slotdecrescimento exigiria um meiofun mania slotredistribuir a riqueza "dos ricos para os pobres". E a principal proposta para isso éfun mania slotuma renda básica universal.
Em vez criar uma complexa redefun mania slotassistência social, o poder público simplesmente paga a todos os cidadãos uma mesma quantia fixa – que pode chegar a US$ 12 mil por ano.
A renda básica universal é frequentemente associada à ideia do “jobpocalypse” (apocalipse no mercadofun mania slottrabalho): se os robôs assumirem nossos empregos, como vamos conseguir dinheiro para sobreviver? Mas é igualmente fundamental para o decrescimento: se todo mundo trabalhar menos e consumir menos, como vamos proteger aqueles que já recebem salários baixos?
“Assim como a redução da jornadafun mania slottrabalho, a renda básica universal é uma das principais propostas para o decrescimento”, diz Buchs.
"A ideia é dizer que sim, todos devem ter algum tipofun mania slotrenda mínima para que suas necessidades básicas sejam atendidas."
Outra maneira, acrescenta Buchs, pode ser por meio do acesso aos Serviços Básicos Universais: sem pagamentofun mania slotsalário, mas fornecendo serviços públicos gratuitos –fun mania slotassistência médica a educação universitária.
fun mania slot Problema interno bruto
Tanto os defensores do crescimento sustentável quanto do decrescimento concordam que o PIB não é mais uma medida adequada do desempenho econômico, e que tentar aumentá-lo eternamente tem um efeito negativo no planeta.
Como observa a economista Kate Raworth, da Universidadefun mania slotOxford, no Reino Unido, o PIB ignora completamente a "economia dos cuidados não remunerados" e serviços ecológicos, como ar limpo e água potável.
"Qualquer empresa que apresentasse apenas seu relatóriofun mania slotperdas e ganhos seria ridicularizada na bolsafun mania slotvalores".
Nina Treu, líder do movimentofun mania slotdecrescimento na Alemanha ("Postwachstum"), também argumenta que um sistema dependente do PIB "precisa sempre produzir mais para se manter estável”.
“Esses produtos precisam ser consumidos, o que leva ao consumo excessivo. E isso esgota os recursos naturais disponíveis, levando à mudança climática, o que prejudica nossa própria fontefun mania slotvida”, acrescenta.
Até o político americano Robert F. Kennedy declarou uma vez na décadafun mania slot1960: "O PIB mede tudo, exceto o que faz a vida valer a pena.”
Há, no entanto, indicadores alternativos ao PIB, como o Índicefun mania slotDesenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD), que inclui outros indicadores como expectativafun mania slotvida, educação e renda.
Se todos trabalharmos quatro dias por semana, há boas razões para supor que indicadoresfun mania slotexpectativafun mania slotvida, desigualdade e a escolaridade poderiam melhorar.
Uma pesquisa recente da Henley Business School, no Reino Unido, realizada com empresas que adotaram uma jornadafun mania slottrabalhofun mania slotquatro dias por semana mostrou que maisfun mania slottrês quartos dos funcionários estavam mais felizes (78%), menos estressados (70%) e tiravam menos diasfun mania slotfolga (62%).
fun mania slot ‘Parte do futuro da humanidade?’
No entanto, dizem os defensores do decrescimento, para que isso também beneficiefun mania slotfato o meio ambiente, precisamos ganhar menos, consumir menos, levar uma vida mais simples. Pergunto a Buchs se essa poderia ser uma plataformafun mania slotgoverno na qual as pessoas votariam.
"Esse é exatamente o problema", avalia.
"Precisamos do decrescimento, mas não é politicamente viável no momento. Para ser bem sincera, não tenho uma boa resposta [sobre como podemos mudar isso]. "
Talvez não tenhamos escolha.
“No final, independentementefun mania slotse os líderes mundiais vão aceitar ou não, as limitações naturais da Terra – evidenciadas pela crescente população (...) que se esforça para viver como consumista – vão derrubar o mito do crescimento econômico contínuo, provavelmente devido a mudanças drásticas nos sistemas do planeta. Portanto, o decrescimento faz parte do futuro da humanidade”, argumenta Erik Assadourianfun mania slotartigo sobre o caminho do decrescimentofun mania slotpaíses superdesenvolvidos.
O Dia da Sobrecarga da Terra levou menosfun mania slot50 anos para passarfun mania slot29fun mania slotdezembro a 29fun mania slotjulho – uma antecipaçãofun mania slotcinco meses. Imaginar a mesma trajetória para os próximos 50 anos é impensável.
Em 2002, os autores do livro Os Limites do Crescimento se reuniram para atualizar a publicação, 30 anos depois do lançamento.
Com três décadasfun mania slotdados a mais – e uma capacidadefun mania slotprocessamento mais avançada –, as projeções se mostraram muito mais pessimistas do quefun mania slot1972:
"A humanidade desperdiçou a oportunidadefun mania slotcorrigir nosso curso atual nos últimos 30 anos", concluíram os autores.
E o ano previsto para a escassez totalfun mania slotrecursos naturais no planeta foi revisado – não é mais 2072. E, sim, 2030.
- fun mania slot Leia a versão original fun mania slot desta reportagem (em inglês) no site BBC Work Life fun mania slot .
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