A polêmica do enviojoguinho da roletaamostras brasileirasjoguinho da roletazika vírus ao exterior:joguinho da roleta
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Em entrevista à agênciajoguinho da roletanotícias AP, Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz, vinculada ao Ministério da Saúde), disse não poder enviar amostras para o exterior devido à nova lei que protege o patrimônio genético nacional, ainda não regulamentada.
A lei seria importante para evitar situações já ocorridas no passado, como o casojoguinho da roletaque amostrasjoguinho da roletasanguejoguinho da roletaíndios ianomâmis foram parar nos Estados Unidos sem autorização. A mesma norma protege também o patrimônio ambiental, evitando, por exemplo, a retiradajoguinho da roletaplantas nativas do país, o que poderia provocar prejuízo econômico.
Diantejoguinho da roletauma epidemia global – a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou emergência mundial por causa dos casosjoguinho da roletamicrocefalia –, há o entendimentojoguinho da roletaque os procedimentos legais deveriam ser apressados no caso do zika vírus.
Depois da polêmica, o governo federal estuda, segundo relatos da imprensa, uma formajoguinho da roletafacilitar o envio das amostrasjoguinho da roletazika por meiojoguinho da roletaum decreto ou pela regulamentação do Marco Legal da Biodiversidade, que impõe as regras hoje classificadas como "complexas" e burocráticas pelos cientistas.
- <link type="page"><caption> Leia também: As perguntas ainda sem resposta sobre o surtojoguinho da roletazika e microcefalia</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2016/02/160205_zika_perguntas_fn" platform="highweb"/></link>
Projetos conjuntos
Oficialmente, o discurso éjoguinho da roletacolaboração tanto por parte da OMS como do governo federal. Mas a ênfase brasileira é toda na recepçãojoguinho da roletacientistas para projetos conjuntos, e nãojoguinho da roletaapenas enviar amostras ao exterior.
Ao mesmo tempo, cientistas da Universidade do Texas coletaram materiais no país para uma pesquisa que procura desenvolver uma vacina para o zika, partejoguinho da roletauma parceria entre o Brasil e os EUA.
Em nota divulgada na última quinta-feira, o Ministério da Saúde disse que está à disposição dos órgãos internacionais desde o início das investigações sobre a relação entre o zika vírus e o aumento no númerojoguinho da roletacasosjoguinho da roletamicrocefalia.
A pasta enumera diversas iniciativasjoguinho da roletaque os pesquisadores estrangeiros vieram ao Brasil, como no casojoguinho da roletaespecialistas ligados ao Centrojoguinho da roletaControlejoguinho da roletaDoenças dos Estados Unidos (CDC, na siglajoguinho da roletainglês) – que trabalham na parceria entre os dois países e levaram amostras consigo. Afirma ainda que, segundo o ministro Marcelo Castro, as portas estão abertas para receber e treinar especialistas da América Latina.
A BBC Brasil perguntou especificamente sobre as queixas dos cientistas estrangeiros, mas o ministério não respondeu a esse questionamento.
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Trâmites mais rápidos
Amilcar Tanuri, do Laboratóriojoguinho da roletaVirologia Molecular do Institutojoguinho da roletaBiologia da UFRJ (Universidade Federal do Riojoguinho da roletaJaneiro), que está estudando o zika, diz não ser contra o enviojoguinho da roletaamostras. "A ciência é uma só e temos todos que colaborar", afirma, para logojoguinho da roletaseguida ponderar:
"Mas acho também que pelo menos 90% das pesquisas que estão sendo feitas lá poderiam ser feitas aqui. Temos capacidade técnica para isso. Os americanos e europeus poderiam criar um consórcio conosco e vir trabalhar com a gente. Meu laboratório está aberto."
O infectologista Fernando Bozza, do Instituto Nacionaljoguinho da roletaInfectologia Evandro Chagas, que também está trabalhando com o zika, levanta outras questões:
"No casojoguinho da roletauma epidemia, é fundamental e central que toda a comunidade científica possa trabalhar", diz. "Para isso, é importante que os trâmites legais sejam mais rápidos, como está previsto nessas emergências. Mas a pesquisa com seres humanos é regida por várias legislações diferentes, e temos que proteger os indivíduos. Não posso pegar uma placentajoguinho da roletauma mãe ou materialjoguinho da roletaum feto morto e mandar pra fora, por exemplo, sem a autorização dessas pessoas, para começar."
Além disso, segundo Bozza, o zika vírus era muito pouco estudado até agora e, por isso, não existiam muitas ferramentas disponíveis para pesquisa, como amostras clínicas.
Segundo reportagem da AP, autoridades americanas e da ONU afirmam que o Brasil compartilhou menosjoguinho da roleta20 amostras do zika, enquanto cientistas afirmam que centenas e até mesmo milhares seriam necessárias para que se chegue a diagnósticos mais precisos, remédios mais eficientes e vacinas.
"Não é algo que se possa gerar imediatamente, leva um tempo", avalia Bozza. "E a verdade é que falta financiamento também, temos que ter dinheiro para fazer essas coisas."
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Jérson Lima Silva, do Institutojoguinho da roletaBioquímica Médica da UFRJ, concorda.
"Qualquer pesquisa, para ser rápida, precisa ser feita com colaboração internacional. Não há dúvidas, ninguém é capazjoguinho da roletaresolver tudo sozinho", afirma. "Mas as coisas têm que ser feitas dentro da lei, o enviojoguinho da roletaqualquer amostrajoguinho da roletaum país para o outro envolve burocracia, não é só aqui no Brasil."
Como funciona lá fora
Nos Estados Unidos, no caso do enviojoguinho da roletauma amostra clínica (ou seja,joguinho da roletaum ser humano), é preciso a aprovaçãojoguinho da roletaum comitêjoguinho da roletaética. Fora isso, o entendimento é feito entre os cientistas envolvidos, que assinam uma espéciejoguinho da roletatermojoguinho da roletacompromisso, sem maiores burocracias.
O especialistajoguinho da roletabioética Volnei Garrafa, membro do Comitê Internacionaljoguinho da roletaBioética da Unesco, critica a posição atual do governo: "Acho um absurdo o Brasil não compartilhar amostras por conta desse 'medo do imperialismo'".
"É claro que tem que haver cooperação, sobretudo num momentojoguinho da roletaum perigo maior. Existe uma sériejoguinho da roletarazões para a proteção do patrimônio genético, econômicas, éticas ejoguinho da roletabiossegurança. Mas existe também uma declaraçãojoguinho da roletabioética da Unesco que prevê a colaboração e o compartilhamento dos benefícios."