A polêmica do envioapostar no sportingbetamostras brasileirasapostar no sportingbetzika vírus ao exterior:apostar no sportingbet

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Legenda da foto, Cientistas estrangeiros reclamamapostar no sportingbetfaltaapostar no sportingbetacesso a amostras brasileiras do zika vírus
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Em entrevista à agênciaapostar no sportingbetnotícias AP, Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz, vinculada ao Ministério da Saúde), disse não poder enviar amostras para o exterior devido à nova lei que protege o patrimônio genético nacional, ainda não regulamentada.

A lei seria importante para evitar situações já ocorridas no passado, como o casoapostar no sportingbetque amostrasapostar no sportingbetsangueapostar no sportingbetíndios ianomâmis foram parar nos Estados Unidos sem autorização. A mesma norma protege também o patrimônio ambiental, evitando, por exemplo, a retiradaapostar no sportingbetplantas nativas do país, o que poderia provocar prejuízo econômico.

Dianteapostar no sportingbetuma epidemia global – a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou emergência mundial por causa dos casosapostar no sportingbetmicrocefalia –, há o entendimentoapostar no sportingbetque os procedimentos legais deveriam ser apressados no caso do zika vírus.

Depois da polêmica, o governo federal estuda, segundo relatos da imprensa, uma formaapostar no sportingbetfacilitar o envio das amostrasapostar no sportingbetzika por meioapostar no sportingbetum decreto ou pela regulamentação do Marco Legal da Biodiversidade, que impõe as regras hoje classificadas como "complexas" e burocráticas pelos cientistas.

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Legenda da foto, Nova lei estaria dificultando envioapostar no sportingbetamostras ao exterior

Projetos conjuntos

Oficialmente, o discurso éapostar no sportingbetcolaboração tanto por parte da OMS como do governo federal. Mas a ênfase brasileira é toda na recepçãoapostar no sportingbetcientistas para projetos conjuntos, e nãoapostar no sportingbetapenas enviar amostras ao exterior.

Ao mesmo tempo, cientistas da Universidade do Texas coletaram materiais no país para uma pesquisa que procura desenvolver uma vacina para o zika, parteapostar no sportingbetuma parceria entre o Brasil e os EUA.

Em nota divulgada na última quinta-feira, o Ministério da Saúde disse que está à disposição dos órgãos internacionais desde o início das investigações sobre a relação entre o zika vírus e o aumento no númeroapostar no sportingbetcasosapostar no sportingbetmicrocefalia.

A pasta enumera diversas iniciativasapostar no sportingbetque os pesquisadores estrangeiros vieram ao Brasil, como no casoapostar no sportingbetespecialistas ligados ao Centroapostar no sportingbetControleapostar no sportingbetDoenças dos Estados Unidos (CDC, na siglaapostar no sportingbetinglês) – que trabalham na parceria entre os dois países e levaram amostras consigo. Afirma ainda que, segundo o ministro Marcelo Castro, as portas estão abertas para receber e treinar especialistas da América Latina.

A BBC Brasil perguntou especificamente sobre as queixas dos cientistas estrangeiros, mas o ministério não respondeu a esse questionamento.

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Legenda da foto, OMS decretou microcefalia associada ao zika vírus uma emergência global

Trâmites mais rápidos

Amilcar Tanuri, do Laboratórioapostar no sportingbetVirologia Molecular do Institutoapostar no sportingbetBiologia da UFRJ (Universidade Federal do Rioapostar no sportingbetJaneiro), que está estudando o zika, diz não ser contra o envioapostar no sportingbetamostras. "A ciência é uma só e temos todos que colaborar", afirma, para logoapostar no sportingbetseguida ponderar:

"Mas acho também que pelo menos 90% das pesquisas que estão sendo feitas lá poderiam ser feitas aqui. Temos capacidade técnica para isso. Os americanos e europeus poderiam criar um consórcio conosco e vir trabalhar com a gente. Meu laboratório está aberto."

O infectologista Fernando Bozza, do Instituto Nacionalapostar no sportingbetInfectologia Evandro Chagas, que também está trabalhando com o zika, levanta outras questões:

"No casoapostar no sportingbetuma epidemia, é fundamental e central que toda a comunidade científica possa trabalhar", diz. "Para isso, é importante que os trâmites legais sejam mais rápidos, como está previsto nessas emergências. Mas a pesquisa com seres humanos é regida por várias legislações diferentes, e temos que proteger os indivíduos. Não posso pegar uma placentaapostar no sportingbetuma mãe ou materialapostar no sportingbetum feto morto e mandar pra fora, por exemplo, sem a autorização dessas pessoas, para começar."

Além disso, segundo Bozza, o zika vírus era muito pouco estudado até agora e, por isso, não existiam muitas ferramentas disponíveis para pesquisa, como amostras clínicas.

Segundo reportagem da AP, autoridades americanas e da ONU afirmam que o Brasil compartilhou menosapostar no sportingbet20 amostras do zika, enquanto cientistas afirmam que centenas e até mesmo milhares seriam necessárias para que se chegue a diagnósticos mais precisos, remédios mais eficientes e vacinas.

"Não é algo que se possa gerar imediatamente, leva um tempo", avalia Bozza. "E a verdade é que falta financiamento também, temos que ter dinheiro para fazer essas coisas."

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(Foto: AFP)

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Legenda da foto, Doença causada pelo Aedes aegypti tem mobilizado a comunidade científica

Jérson Lima Silva, do Institutoapostar no sportingbetBioquímica Médica da UFRJ, concorda.

"Qualquer pesquisa, para ser rápida, precisa ser feita com colaboração internacional. Não há dúvidas, ninguém é capazapostar no sportingbetresolver tudo sozinho", afirma. "Mas as coisas têm que ser feitas dentro da lei, o envioapostar no sportingbetqualquer amostraapostar no sportingbetum país para o outro envolve burocracia, não é só aqui no Brasil."

Como funciona lá fora

Nos Estados Unidos, no caso do envioapostar no sportingbetuma amostra clínica (ou seja,apostar no sportingbetum ser humano), é preciso a aprovaçãoapostar no sportingbetum comitêapostar no sportingbetética. Fora isso, o entendimento é feito entre os cientistas envolvidos, que assinam uma espécieapostar no sportingbettermoapostar no sportingbetcompromisso, sem maiores burocracias.

O especialistaapostar no sportingbetbioética Volnei Garrafa, membro do Comitê Internacionalapostar no sportingbetBioética da Unesco, critica a posição atual do governo: "Acho um absurdo o Brasil não compartilhar amostras por conta desse 'medo do imperialismo'".

"É claro que tem que haver cooperação, sobretudo num momentoapostar no sportingbetum perigo maior. Existe uma sérieapostar no sportingbetrazões para a proteção do patrimônio genético, econômicas, éticas eapostar no sportingbetbiossegurança. Mas existe também uma declaraçãoapostar no sportingbetbioética da Unesco que prevê a colaboração e o compartilhamento dos benefícios."