'Voz da ONU sobre aborto é mais alta que apasso a passo do jogo blazemilharespasso a passo do jogo blazemulheres', diz socióloga:passo a passo do jogo blaze

"É muito mais fácil para governos e para o Legislativo prestarem atenção na fala da ONU no que na destas mulheres. A voz das Nações Unidas fala mais alto", diz socióloga

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Legenda da foto, "É muito mais fácil para governos e para o Legislativo prestarem atenção na fala da ONU no que na destas mulheres. A voz das Nações Unidas fala mais alto", diz socióloga

Em meio à epidemiapasso a passo do jogo blazezikapasso a passo do jogo blazediversos países, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos defendeu, nesta sexta-feira, que os direitos reprodutivos da mulher sejam garantidos, incluindo a descriminalização do aborto.

Em Genebra, o comissáriopasso a passo do jogo blazeDireitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, disse que "leis e políticas que restringem mulheres a estes serviços devem ser urgentemente revistaspasso a passo do jogo blazelinha com os direitos humanos para garantir o direito à saúde para todos na prática".

O posicionamento da ONU surgepasso a passo do jogo blazeum momentopasso a passo do jogo blazeque a discussão sobre o aborto legal no Brasil ganha fôlego e provoca opiniões distintaspasso a passo do jogo blazediferentes setores da sociedade.

"O tom do comunicado está correto. Vempasso a passo do jogo blazeum órgão internacional que lida com governos e a gente sabe que a linguagem é política", diz Pitanguy.

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Legenda da foto, "O tom do comunicado está correto. Vempasso a passo do jogo blazeum órgão internacional que lida com governos e a gente sabe que a linguagem é política", diz Pitanguy.

Zika e a saúde mental da mãe

Para Jacqueline Pitanguy, um dos principais pontos do comunicado diz respeito à saúde física e mental da mãe.

Cecille Pouilly, porta-voz da ONU, disse à BBC Brasil que a organização recomenda que o aborto seja permitidopasso a passo do jogo blazecinco diferentes situações: "Casospasso a passo do jogo blazeestupro, incesto, risco à saúde física e mental da mãe e tambémpasso a passo do jogo blazecasospasso a passo do jogo blazebebês deficiências consideradas graves", listou.

"O risco à saúde da mulher não é considerado no Brasil. Se tomamos o risco à saúde como a OMS (Organização Mundial da Saúde) define, existem o risco à saúde física e também emocional", afirmou Pouilly.

“O risco à saúde emocional da mãe é enorme nesta epidemiapasso a passo do jogo blazezika no Brasil por conta da tensão e do pânico criadopasso a passo do jogo blazetorno da microcefalia. As mulheres grávidas estão vivendo um enorme risco emocional pelo risco da microcefalia", afirma Pitanguy. "Não se tratapasso a passo do jogo blazeeugenia – é o direito à escolha: se ela quiser levar a gravidez diante, ela levará.”

Comissáriopasso a passo do jogo blazeDireitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, fez comunicado na manhã desta sexta-feira sobre zika e direitos reprodutivos

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Legenda da foto, Comissáriopasso a passo do jogo blazeDireitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, fez comunicado na manhã desta sexta-feira sobre zika e direitos reprodutivos

A especialista também classifica o comunicado como "cuidadoso".

"O tom está correto. Vempasso a passo do jogo blazeum órgão internacional que lida com governos e a gente sabe que a linguagem é política", diz.

Para Pitanguy, o texto das Nações Unidas se dirige claramente a países que ainda não consideram os riscos à saúde física e mental, nem as deficiências fetais consideradas graves.

"O comunicado menciona com muita propriedade a ausênciapasso a passo do jogo blazeacesso a métodos contraceptivos. Dá uma cutucada também nos governos que pediram que se posterguem gestações. A ONU falapasso a passo do jogo blazeampliaçãopasso a passo do jogo blazedireitos, não na redução deles", diz.

O comissário das Nações Unidas,passo a passo do jogo blazeseu pronunciamento, afirmou que "o conselhopasso a passo do jogo blazealguns governos para mulheres atrasarem gestações ignora a realidadepasso a passo do jogo blazeque muitas mulheres e meninas simplesmente não podem exercer controle sobre a maneira, o momento e as circunstânciaspasso a passo do jogo blazeque se tornam grávidas, especialmentepasso a passo do jogo blazelocais onde a violência sexual é tão comum".

  • <link type="page"><caption> Leia mais: 'Aborto já é livre no Brasil. Proibir é punir quem não tem dinheiro', diz Drauzio Varella</caption><url href="2016/02/160201_drauzio_aborto_rs" platform="highweb"/></link>
(Foto: Reuters)

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Legenda da foto, Más-formações ligadas ao zika vírus motivaram discussão sobre o aborto no Brasil

Regulamentação

As Nações Unidas falampasso a passo do jogo blazedescriminalização do abortopasso a passo do jogo blazeseu comunicado.

Segundo Pitanguy, a descriminalização resulta empasso a passo do jogo blazeretirada do Código Penal epasso a passo do jogo blazeuma regulamentação – inclusive registrandopasso a passo do jogo blazequais as situações ele ainda deve ser proibido. Questionada sobre quais situações seriam estas, a socióloga mencionou a obrigação pelo aborto, que até hoje ocorrepasso a passo do jogo blazealgum países.

"Jamais uma mulher pode ser obrigada a fazer o aborto,passo a passo do jogo blazequalquer situação. Outro caso que deve ser criminalizada são os chamados "aborteiros", máfiapasso a passo do jogo blazepessoas que não têm formação adequada e oferecem serviços precários e perigosos."

Hoje, com a criminalização no Brasil, seriam estas pessoas as responsáveis pela maioria dos abortos clandestinos, especialmentepasso a passo do jogo blazeperiferias.

"Qualquer regulamentação do aborto é condicionada,passo a passo do jogo blazetodas partes do mundo, à medida que a gravidez avança. Quanto mais tempo, mais condições. Na maioria dos países, o procedimento é permitido até 12 semanas sem maiores problemas. À medidapasso a passo do jogo blazeque a gravidez avança, surgem outros permissivos, como os determinantes para a saúde da mãe."

Atual coordenadora executiva da Cepia, organização que trabalha pelos direitos humanos e cidadaniapasso a passo do jogo blazegrupos tradicionalmente excluídos, Pitanguy participou ativamente da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), da ONU, epasso a passo do jogo blazeprojetos conduzidos pela ONU Mulheres, como o documento Progresso das Mulheres no Brasil 2003–2010, sobre igualdadepasso a passo do jogo blazegênero no país.