Revistas excluem adolescentes negras: 'Estou no Brasil, mas me sinto na Rússia':free sign up bet no deposit

As redações sabem da composição do público. Quatro das cinco imagens foram enviadas por leitoras negras. Elas compram, leem, se interessam, interagem, participam, colaboram. Elas estão presente e são ignoradas. Não havia um editorialfree sign up bet no depositmoda com modelos negras, uma seçãofree sign up bet no depositpenteados para cabelos cacheados e crespos ou uma dicafree sign up bet no depositmaquiagem para pele negra. As revistas abordam bullying, sexo, masturbação, compulsões, vícios, sempre com personagens brancas, como se as questões não afetassem ou não interessassem as negras.

Foto: Isabela Reis

Crédito, Isabela Reis

Legenda da foto, Isabela analisou as ediçõesfree sign up bet no depositagostofree sign up bet no deposittrês revistas voltadas para adolescentes no Brasil.

O racismo também não foi pauta. Estamosfree sign up bet no deposit2014, as pessoas ainda xingam negrosfree sign up bet no deposit"macaco" e a juventude negra está sendo massacrada. O Mapa da Violência 2014, da Flacso Brasil, denunciou aumentofree sign up bet no deposit32,4% nos homicídiosfree sign up bet no depositnegrosfree sign up bet no deposit15 a 24 anos entre 2002 e 2012. Para cada jovem branco que morre, 2,7 jovens negros perdem a vida. E ninguém toca no assunto.

As revistas não responderam às tentativasfree sign up bet no depositcontato. Se retornassem, conseguiriam justificar? É possível explicar a predominância das brancas nas páginas, quando elas são apenas uma parte das meninasfree sign up bet no deposit10 a 19 anos? Se houvesse lógica nos números, 57,8% das imagens deveriam serfree sign up bet no depositmeninas negras. Não é o que acontece.

Somos aproximadamente 9,7 milhõesfree sign up bet no depositcores,free sign up bet no depositcabelos com personalidade própria,free sign up bet no depositbocas grandes,free sign up bet no depositnarizes largos,free sign up bet no depositsorrisos lindos,free sign up bet no depositleitoras,free sign up bet no depositpúblico que vai pagar pelas revistas,free sign up bet no depositlucro. E ainda assim, não estamos lá. A mídia nos vende uma realidade que não existe. Vivemos no Brasil, o país da miscigenação. Ao abrir uma revista, me sinto na Rússia.

É cruel com as crianças que crescem com o sentimentofree sign up bet no depositnão pertencer ao universo apresentado nas revistas. É cruel com as adolescentes que se convencem que, ao alisar o cabelo e pararfree sign up bet no deposittomar sol, vão se encaixar no padrão irreal. É cruel com as famílias que precisam trabalharfree sign up bet no depositdobro para promover a aceitação. Deviam ter as revistas como aliadas, mas elas são, na verdade, um desserviço.

*Isabela Reis é estudantefree sign up bet no depositComunicação Social da UFRJ e tem 18 anos

<bold>O artigofree sign up bet no depositIsabela Reis rendeu um animado debate nas nossas contasfree sign up bet no deposit<link type="page"><caption> Twitter</caption><url href="https://twitter.com/bbcbrasil/status/510406098646757376" platform="highweb"/></link> e <link type="page"><caption> Facebook</caption><url href="https://www.facebook.com/bbcbrasil/photos/a.305083412815.158425.303522857815/10152332328577816/?type=1" platform="highweb"/></link> e <link type="page"><caption> Google_+</caption><url href="https://plus.google.com/102439754730579948294/posts/EWiEC8y1kkn" platform="highweb"/></link>. Participe você também.</bold>