Ex-entregadorvbet sitefolhetos vê curso técnico como escada para medicina:vbet site
Ficou com uma das últimas vagas na turma da Faculdade Anhanguera,vbet siteCampinas, após uma tentativa frustradavbet siteoutra instituição.
Agora, já pensa nos próximos passos: "Quero primeiro me especializarvbet siteacupuntura e depois, quando tiver alguma renda garantida, me dedicar aos estudos para entrarvbet siteuma faculdadevbet siteMedicina", diz.
Edward é um dos milhõesvbet sitebrasileiros que se inscreveram no Pronatec desdevbet sitecriação,vbet site2011. O programa é visto pelo governo como umavbet sitesuas principais armas para lidar com a escassezvbet sitetécnicos ou trabalhadores com habilidades específicas e enfrentar a baixa produtividade da economia – e é uma das iniciativasvbet siteseu governo que tanto Marina Silva quanto Aécio Neves prometem manter e expandir se vencerem a eleição.
O desafio do ensino técnico no Brasil é o tema da segunda semana da cobertura especialvbet siteeleições da BBC Brasil. A faltavbet sitemãovbet siteobra qualificada foi um assunto destacado por leitores em<link type="page"><caption> uma consulta</caption><url href="https://www.facebook.com/bbcbrasil/photos/pb.303522857815.-2207520000.1409570821./10152253012492816/?type=3&theater" platform="highweb"/></link> promovida pelo#salasocial - o projeto da BBC Brasil que usa as redes sociais como fontevbet sitehistórias originais - e apontado como um dos temas que deveriam receber mais atenção por parte dos candidatos presidenciais.
'Medovbet sitemexer no teclado'
Boa parte das 7,5 milhõesvbet sitematrículas feitas no Pronatec desde 2011 sãovbet sitealunos ou jovens recém-formados no ensino médio, que veem no curso uma possibilidadevbet siteentrar rapidamente no mercadovbet sitepostosvbet sitealguma qualificação.
O governo já investiu R$ 14 bilhões patrocinando cursos técnicos evbet sitequalificaçãovbet siteentidades do chamado sistema S (como Senai, Senac, Senar e Senat), faculdades particulares, escolas técnicas e institutos federais com o duplo objetivovbet siteajudar a impulsionar a produtividade do trabalhador brasileiro e promover a ascensão social e profissional dos estudantes.
Mas nas salasvbet siteaula não é difícil notar que a demanda está longevbet sitese limitar a esse público.
Há desde donasvbet sitecasa que veem no programa uma chancevbet sitevoltar ao mercado até trabalhadores informais que sonham com uma nova vida após décadas ganhando pouco ou mesmo aposentados.
"O perfil é bastante variado e ainda estamos nos preparando para dar apoio para esse público que inclui pessoas que estavam fora da salavbet siteaula há muito tempo", diz Paulovbet siteTarso, Diretorvbet siteNovos Negócios e Pós-graduação da Kroton Educacional, redevbet siteinstituiçõesvbet siteensino superior que já matriculou 58 mil alunos Pronatec.
"Na primeira chamadavbet siteinscrição para os cursos exige-se o Enem, então os alunos tendem a ser mais novos. Eles ocupam 40% das vagas. Mas nas chamadas seguintes não há esse requerimento - daí o grande contingentevbet sitealunos mais velhos e com diferentes perfis", completa Pedro Regazzo, que ajudou a implantar o Pronatec na Anhanguera Educacional.
A maranhense Laurenilcy Ribeiro,vbet site47 anos, quando se inscreveuvbet siteum cursovbet site1.000 horasvbet siteTécnicovbet siteInformática (TI), "mal sabia o que era um mouse" e "tinha medovbet sitemexer no teclado".
Laurenilcy passou maisvbet sitevinte anos como cozinheiravbet siteuma casavbet sitefamíliavbet siteSão Paulo. Nunca teve computador e antes do curso não tinha ideiavbet sitecomo se fazia para acessar a internet.
"No começo foi difícilvbet siteacompanhar o curso. Mas entrei na era da informática e me dei contavbet siteque vivia na caverna", diz a ex-cozinheira, que hoje trabalha numa redevbet sitesupermercados com atendimento ao cliente e também faz faculdadevbet siteMarketing.
Após um ano e meio, Lauernilcy é alguém que se poderia chamar para consertar um computador quebrado ou fazer trabalhos complexosvbet siteprogramação e análisevbet sitesistemas – como promete a descrição do cursovbet siteTI?
Quem sabe. Possivelmente não. Mas o próprio fatovbet siteela não querer atuar na área levanta a questãovbet siteque talvez fosse melhor criar cursos mais ajustados a demandas como a dela, mais da linha da inclusão digital.
"Mas por outro lado, trata-sevbet siteuma brasileira quevbet sitefato tem mais condiçõesvbet siteavançar navbet sitecarreira e na conquistavbet sitesua cidadania – coisa difícilvbet sitese precificar", opina o economista Marcelo Manzano, pesquisador do Centrovbet siteEstudos Sindicais evbet siteEconomia do Trabalho da Unicamp.
'Precisava saber mais'
Rosaura Mondim, das Universidades QI, do Rio Grande do Sul, conta que na entidade há alguns estudantes no Pronatecvbet sitemaisvbet site70 anos, "que às vezes parecem fazer o curso mais para ter uma ocupação e conviver com outras pessoas".
Mas esse não parece ser o caso do aposentado Aguinaldo Geraldovbet siteMello,vbet site76 anos, que frequenta o cursovbet sitetécnicovbet siteeletro-eletrônica na Faculdade Anhanguera.
Apesarvbet siteter se aposentado, Aguinaldo continuou fazendo trabalhos eventuais como rebobinadorvbet sitemotores elétricos para completar a renda.
"Mas há algum tempo havia me dado contavbet siteque as coisas estavam mudando e eu precisava saber mais. Estou consertando uma máquinavbet sitealgodão-doce agora, por exemplo, que tem um circuito eletrônico, e disso eu ainda não sei muito", explica.
"Entrei nesse curso Pronatec para me atualizar e até já fui escolhido por meus colegas mais jovens para ser representante da turma."
Mas se alguns como Edward "seguem um sonho", nas salasvbet siteaula também não é raro encontrar alunos que não tinham muita informação sobre o curso ao se inscrever – o casovbet siteuma das colegasvbet siteLaurenilcey na Faculdade Sumaré, a atendentevbet sitetelemarketing Rosana Maria Brito,vbet site38 anos.
Rosana achou que o cursovbet sitetécnicovbet siteTI lhe serviria para consertar o computadorvbet sitecasa, que estava quebrado.
"Li num jornalzinho que era gratuito e resolvi me matricular", disse ela.
"Quando me dei conta do que o curso era realmente fiqueivbet sitedúvida, mas decidi seguir porque acho que é algo que vai me ajudar a avançar na carreira."
Marieuleni Elvira Barreto,vbet site49 anos, diz que o cursovbet siteTI foi a oportunidade que esperava para voltar a estudar.
"Passei a infância trabalhando na roça no Piauí e sempre tive o sonhovbet siteestudar alguma coisa - direito talvez. Mas na minha época só estudava quem tinha condições."
Ela casou, teve quatro filhos e passou décadas trabalhando como faxineira diarista e cuidadoravbet siteidososvbet siteSão Paulo, até que seus filhos cresceram.
Quando começou a pensarvbet sitevoltar para as salasvbet siteaula, encontrou o cursovbet siteTI. "Ele está me abrindo as portasvbet siteum mundo que não conhecia. É fantástico", diz.
Depois para e pensa um pouco: "Apesarvbet siteque o que eu gostaria mesmo eravbet sitefazer um técnicovbet sitenutrição. Para esse não achei vaga."