Goiás apostaonabet crema para que sirve'militarização'onabet crema para que sirveescolas para vencer violência:onabet crema para que sirve

Crédito: Divulgação CPMG Fernando Pessoa

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Legenda da foto, Para acabar com a violência, o governo estadualonabet crema para que sirveGoiás 'militarizou' as escolas mais problemáticas
  • Author, Renata Mendonça
  • Role, Da BBC Brasilonabet crema para que sirveSão Paulo

onabet crema para que sirve No portãoonabet crema para que sirveentrada, o sequestro relâmpagoonabet crema para que sirveuma professora; na salaonabet crema para que sirveaula, o assassinatoonabet crema para que sirveum ex-aluno; no banheiro, tráficoonabet crema para que sirvedrogas: esse era o retrato da escola Fernando Pessoaonabet crema para que sirveValparaíso (GO), que acendeu o alerta das Secretariasonabet crema para que sirveEducação eonabet crema para que sirveSegurança Públicaonabet crema para que sirveGoiás para os frequentes casosonabet crema para que sirveviolência na redeonabet crema para que sirveensino estadual.

Para combatê-los, o governo goiano, literalmente, chamou a polícia. Numa medida polêmica, a escola Fernando Pessoa, assim como outras 11 da rede estadual no último ano, passou por um processoonabet crema para que sirve"militarização" do ensino, resultadoonabet crema para que sirveuma parceria das duas Secretarias (Educação e Segurança) para acabar com a violência no ambiente escolar.

Na prática, os militares assumem a administração da escola, enquanto a parte pedagógica (professores e métodosonabet crema para que sirveensino) segue sob a alçada da Secretariaonabet crema para que sirveEducação.

Em consultadas realizadas pelo #salasocial, o projeto da BBC Brasil que busca conteúdo original nas redes sociais, leitores disseram que a educação deveria merecer mais atenção por parte dos candidatos a cargos públicos. E professores compartilharam denúnciasonabet crema para que sirveagressões que sofreram tantoonabet crema para que sirvenossas páginasonabet crema para que sirve<link type="page"><caption> Facebook</caption><url href="https://www.facebook.com/bbcbrasil/photos/a.305083412815.158425.303522857815/10152288768662816/?type=1" platform="highweb"/></link>, <link type="page"><caption> Google+</caption><url href="https://plus.google.com/b/102439754730579948294/102439754730579948294/posts/DZzjXHFJvUL" platform="highweb"/></link> e <link type="page"><caption> Twitter</caption><url href="https://twitter.com/bbcbrasil/status/503195029847150592" platform="highweb"/></link>.

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'Hierarquia e disciplina'

Os resultados da mudança implantada no início deste ano, segundo a escola e o governo goiano, foram satisfatórios. O diretor do agora Colégio Militar Fernando Pessoa, capitão Francisco dos Santos Silva, afirma que, implementando os princípios básicos militaresonabet crema para que sirve"hierarquia e disciplina", a escola conseguiu acabar com os casosonabet crema para que sirveviolência e virou um "sonho" para os moradores da cidade.

O tema gerou divisões entre internautas ouvidos pela BBC Brasil

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Legenda da foto, O tema gerou divisões entre internautas ouvidos pela BBC Brasil

"Aqui, aluno fumava droga dentro da escola e batiaonabet crema para que sirveprofessor. Eu cheguei a teronabet crema para que sirvetirar uma professora da aula. Ela estavaonabet crema para que sirveum estado tão grandeonabet crema para que sirvedepressão, que eu tive que tirá-la da sala", conta o capitão à BBC Brasil. "Agora, é outro mundo, os próprios professores perguntam como nós conseguimos. Antes, eram os alunos que mandavam na escola", diz.

Entre os pedagogos e especialistas, porém, o modelo militar é bastante questionado. "Resolve a violência por causa do medo da repressão. Mas não resolve o problema real", defende a doutoraonabet crema para que sirveCiência da Educação e coordenadora do Observatórioonabet crema para que sirveViolência nas Escolas do Brasil, Miriam Abramovay.

A escola se tornou militaronabet crema para que sirvejaneiro deste ano e, segundo o capitão Santos, conseguiu manter 80% dos alunos após as mudanças – eram 680 alunos até então. Agora, o colégio tem quase o dobroonabet crema para que sirveestudantes (1.100) e atuam nele um totalonabet crema para que sirve13 oficiais militares, 38 professores – a maioria mantida do modelo antigo da escola, com apenas algumas trocas daqueles que "não se adaptaram ao novo esquema" -, alémonabet crema para que sirveuma psicóloga, uma psicopedagoga e outros funcionários.

Crédito: Divulgação CPMG Fernando Pessoa

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Legenda da foto, Escola implantou disciplina da cartilha militar e alega ter acabado com os casosonabet crema para que sirveviolência

Entre as funções dos militares, estão asonabet crema para que sirvecunho administrativo – o comandante e o sub-comandante fazem parte do corpo diretivo – e também asonabet crema para que sirve"coordenadoresonabet crema para que sirvedisciplina", que são responsáveis por fazer com que os alunos cumpram as regras da cartilha militar.

"O ser humano se adapta ao meio. Quando você tira o meio violento, as palavras pesadas, eles mudam, o linguajar muda, o falar muda, a gente trabalha a consciência deles", diz o capitão Santos. "Os alunos receberam muito bem, teve três ou quatro pais que não ficaram satisfeitos. Mas para a região aqui é um sonho para esse povo, muita gente queria e não tinha oportunidade."

Mudanças

Colégio Militar Fernando Pessoaonabet crema para que sirveValparaíso - GO / Crédito: Divulgação CPMG Fernando Pessoa

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Legenda da foto, Para acabar com a violência, o governo estadualonabet crema para que sirveGoiás 'militarizou' as escolas mais problemáticas
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Legenda da foto, 'Militarizar a escola é tentar resolver a violência pela repressão', diz consultora da Unesco

O dia a dia do aluno do Fernando Pessoa já começa diferente ao saironabet crema para que sirvecasa para ir à escola. Antes, bastava colocar a camiseta do colégio, agora é preciso vestir o uniforme militar completoonabet crema para que sirveestudante e cuidar para que tudo esteja "nos trinques" – uma camisa para fora da calça já pode gerar uma chamadaonabet crema para que sirveatenção.

O corteonabet crema para que sirvecabelo dos meninos agora é "padrão militar", e as meninas devem manter o seu preso. Esmalte escuro é proibido, assim como acessórios muito chamativos. Mascar chiclete, falar palavrão ou se comunicar com gírias ("velho", "mano", "brother") também são práticas banidas da escola desde que ela se tornou militar.

Para internautas ouvidos pela BBC Brasil, militarização não é unanimidade

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Legenda da foto, Para internautas ouvidos pela BBC Brasil, militarização não é unanimidade

Ao chegarem à escola, o tradicional "bom dia" foi substituído por uma continência. "Ela é a nossa saudação, para o professor ou entre os alunos, é um jeitoonabet crema para que sirvedizer 'bom dia, como vai?'", explica o capitão Santos. Daí vem o perfilamentoonabet crema para que sirveformação militar seguido da revistaonabet crema para que sirveum "coordenadoronabet crema para que sirvedisciplina" para evitar que alguma regra seja desrespeitada. Uma vez por semana, há também a formação geral para cantar o hino nacional e o hino à bandeira, enquanto a mesma é hasteada conforme manda o protocolo militar.

Além dos novos hábitos, os alunos da escola Fernando Pessoa ganharam também novas aulas. O currículo do Ministério da Educação (MEC) é mantido, mas os militares adicionaram à grade aulasonabet crema para que sirvemúsica, cidadania, educação física militar, ordem unida, prevenção às drogas e Constituição Federal.

"Nós trabalhamos o respeito com o próximo, a responsabilidade com horários, a reverência aos mais velhos. E a convivência", conta o diretor, que garante também não aplicar punições severas aos alunos que quebrarem as regras.

'Mensalidade'

Desde que os militares passaram a administrá-la, a escola Fernando Pessoa passou por reformas e teveonabet crema para que sirveaparência transformada. "A escola era toda pichada, toda deteriorada, banheiros quebrados. Tirei oito caminhõesonabet crema para que sirvelixo daqui, era uma coisa muito triste. Agora, reformulamos, pintamos, pusemos climatizador nas salas, sistemaonabet crema para que sirvecâmera, não tem mais nadaonabet crema para que sirveviolência", diz o diretor.

Pelas redes sociais, muitos moradoresonabet crema para que sirveGoiás defenderam a experiência

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Legenda da foto, Pelas redes sociais, muitos moradoresonabet crema para que sirveGoiás defenderam a experiência

O próximo passo, segundo ele, é informatizar todas as salas, ampliar a áreaonabet crema para que sirveesporte, construir uma piscina olímpica para natação e hidroginástica e criar um anexo para receber mais alunos. Mas tudo isso não é pago somente com a verba destinada pelo governo do Estado. Quem estuda no colégio militar Fernando Pessoa agora é convidado a "contribuir voluntariamente" com o pagamentoonabet crema para que sirveuma matrícula (R$ 100) eonabet crema para que sirveuma mensalidade (R$ 50). O "custo" para o aluno inclui também a compra do uniforme militar,onabet crema para que sirveR$ 150.

"É voluntário, acharam que isso era uma obrigação, mas não é. Contribui quem quer. O uniforme faz parte também, quem não teve condiçãoonabet crema para que sirvecomprar a escola doou. Tiramos 10% dos pais que contribuem para ajudar quem não tem condição", esclarece o comandante Santos.

"Nós reunimos os pais e passamos pra eles como funciona nossa escola. Mostramos que esse apoio deles é muito pouco pelo que a gente oferece. E eles acreditam e acabam aderindo. Muitos ajudam até com mais", diz.

Solução questionada

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Legenda da foto, Capitão Santos diz que reformou toda a escola depois que ela passou para o comando militar

A "solução" encontrada pela escola Fernando Pessoa com a "militarização" do ensino é vista por alguns educadores como uma formaonabet crema para que sirvea escola "fugir" do problema. Para Miriam Abramovay, uma das principais especialistasonabet crema para que sirveviolência no ambiente escolar – responsável por coordenar, inclusive, uma pesquisa da Unesco sobre o assunto -, a atitude mostra um certo "desespero" da escola, que "atestaonabet crema para que sirveincapacidade" para resolver a questão.

"Militarizar a escola é algo muito grave, porque a escola atesta que ela não é capazonabet crema para que sirvenada, que para ela funcionar, tem que vir genteonabet crema para que sirvefora, tem que vir a polícia. E aí dizem que isso resolve, mas resolve pela repressão", pondera.

O método da disciplina que proíbe o usoonabet crema para que sirvepalavrões eonabet crema para que sirveum linguajar mais despojado também é questionado por Abramovay. "Falar palavrões, usar gírias é normal entre os jovens, faz parte da linguagem juvenil,onabet crema para que sirvealgum momento sai palavrão. Proibi-los disso é mais uma formaonabet crema para que sirverepressão", diz.

Por último, a pesquisadora pontuou que não há números concretos que comprovem a eficiência dos militares no combate à violência na escola.

"Nos Estados Unidos, quando a polícia entrou nas escolas americanas, a violência só aumentou. Sabemos isso porque lá tem números, aqui não temos números. Os adolescentes e jovens estão sempre tentando burlar as formasonabet crema para que sirverepressão que eles sofrem, então por isso que não resolve a violência desse jeito", observa. "Nós já tivemos uma ditadura militar aqui, não dá para chamar os militares para qualquer coisa."