'Continuei dando aula com olho sangrando', diz professor atingido por azulejo :grupo de dicas de apostas esportivas
Azulejo no olho
grupo de dicas de apostas esportivas Bruno, professorgrupo de dicas de apostas esportivasbiologia da rede particular – Salvador
"Era meu primeiro diagrupo de dicas de apostas esportivasaula numa escola privadagrupo de dicas de apostas esportivasItapuã,grupo de dicas de apostas esportivasSalvador (BA). A escola era privada, bem popular, com preço baixogrupo de dicas de apostas esportivasmensalidade e quase todos os alunos eram moradores do próprio bairro.
A direção parecia tratar o estudo como um negócio local mesmo, sem proposta pedagógica nenhuma. Fui contratado para substituir uma professoragrupo de dicas de apostas esportivasbiologia que não aguentou ficar por lá.
Meu primeiro contato com os estudantes foi por meiogrupo de dicas de apostas esportivasum azulejo azul, arremessado por um aluno do 3º anogrupo de dicas de apostas esportivasmeu primeiro diagrupo de dicas de apostas esportivasaula. Fui atingido acima do olho esquerdo e lembrogrupo de dicas de apostas esportivaster sangrado muito.
Decidi não recorrer à direção e tentar resolver tudo ali na sala mesmo. Seriam duas aulas seguidas, um totalgrupo de dicas de apostas esportivas100 minutos.
Fiquei esse tempo inteiro sangrando e discursando sobre o ocorrido com os alunos. Tentei mostrar o lado do professor, que está ali ralando para ganhar pouco. Falei do contexto socioeconômico do bairro deles, que era muito precário, abandonado pelo Estado, e que eles deveriam aproveitar as oportunidades que tinham para aprender, trocar experiências, tentar promover uma vidagrupo de dicas de apostas esportivasmais qualidade para eles, para a própria família, para o bairro.
Fui dando exemplosgrupo de dicas de apostas esportivascoisas que aconteciam na comunidade. Ao invésgrupo de dicas de apostas esportivasa população se autoorganizar para melhorar a própria vida, eles mesmos se entrematavam, se agrediam, depredavam o próprio bairro... Atitudes como essa não ajudariamgrupo de dicas de apostas esportivasnada.
Mais por compaixão pela minha situação, já que fiquei maisgrupo de dicas de apostas esportivasuma hora falando enquanto sangrava, do que pelo discurso, alguns alunos aos poucos foram trazendo exemplosgrupo de dicas de apostas esportivaspessoas que eram cordiais no bairro, que ajudavam uns aos outros etc.
O rapaz que jogou o azulejo, que eu sabia quem era, mas acabou achando que ficou no anonimato, ficou o tempo todo calado.
Fiquei dando aula nessa escola por apenas oito meses, pois surgiu outra oportunidade melhor para mim, mas depois desse dia senti uma aproximação melhor dos alunos comigo, parece que eles entenderam, acabamos ficando muito amigos... Inclusive esse aluno que jogou o azulejo ele passou a ser bem cuidadoso e respeitoso.
Acredito que tenha sido uma formagrupo de dicas de apostas esportivasse autoafirmar como o 'malandro' da sala, o cara perigoso, para ganhar certa autoridade perante os colegas. Acho que nesses lugares mais sofridos, essa é uma formagrupo de dicas de apostas esportivaselevaçãogrupo de dicas de apostas esportivasautoestima comum entre os jovens.
É se afirmar pela violência."
'O PCC entrou na escola'
grupo de dicas de apostas esportivas Felipe, professorgrupo de dicas de apostas esportivasmatemática da rede pública, São Paulo
"Em minha escola, há toquegrupo de dicas de apostas esportivasrecolher. Os professores descem o morrogrupo de dicas de apostas esportivascomboio. A polícia entra na escola e agride alunos violentos. Ficamos numa região extremamente vulnerávelgrupo de dicas de apostas esportivastermosgrupo de dicas de apostas esportivassegurança. A área é comandada pelo PCC.
Por um tempo, dois alunos estavam colocando bombas no banheiro. Aquela velha história, sabe? Não, você não sabe.
Após algumas bombas e carrosgrupo de dicas de apostas esportivaspolícia aparecendo atrás dos responsáveis, o chefe da facção criminosa entrou no colégio. Ele passougrupo de dicas de apostas esportivassalagrupo de dicas de apostas esportivassala, uma por uma, dizendo que as bombas estavam atrapalhando o negócio dele.
E eu, professor lá, sem poder fazer nada.
O homem dizia que, se os responsáveis continuassem, haveria revide. Ele não queria polícia toda hora na região, isso é ruim para as vendas.
No dia seguinte, já não tinha mais bomba. É assim que se resolvem as coisas?"
'Quebrou um vasogrupo de dicas de apostas esportivasminha cabeça'
grupo de dicas de apostas esportivas Antônio, professorgrupo de dicas de apostas esportivashistória da rede pública, São Paulo
"Minha aula era das últimas da tarde. Quase no fim, dois meninos apareceram querendo entrar. Não deixei e mandei eles conversarem com a coordenadora. Ela pegaria seus dados e entrariagrupo de dicas de apostas esportivascontato com a família para entender o atraso. Essa é a rotina normal.
Mas o menino estava muito alterado e partiu para a grosseria. Eu via que ele estava nervoso. Ele piorou, continuou xingando e ofendeu minha mãe, meu pai, minha família. Sexta série, 12 anos. Veja bem.
Ligamos imediatamente para a mãe dele. Ela chegou por voltagrupo de dicas de apostas esportivas18h10. Na salagrupo de dicas de apostas esportivasespera, ele sentougrupo de dicas de apostas esportivasum lado, a mãe do outro, ambosgrupo de dicas de apostas esportivasfrente a uma mesagrupo de dicas de apostas esportivascentro. Ali, ficava um vasogrupo de dicas de apostas esportivasfloresgrupo de dicas de apostas esportivasargila, trabalho feito por um alunogrupo de dicas de apostas esportivassalagrupo de dicas de apostas esportivasaula.
'O que foi que aconteceu com meu filho?', perguntou a mãe. Antesgrupo de dicas de apostas esportivaseu responder, o vaso quebrou com força na minha cabeça. Era o menino.
Desmaiei na hora e, aos poucos, voltei. O impacto foi muito forte. Aí não teve mais conversa: fui direto para o hospital, fui medicado, e felizmente não houve nada mais grave.
Ele foi transferido para outra escola ali do lado. Continuávamos nos vendo. Aos poucos, voltamos a ter contato. Ele passou na minha casa, pediu desculpas. Desculpei."
'O trauma continua'
grupo de dicas de apostas esportivas Jorge, professorgrupo de dicas de apostas esportivassociologia da rede pública – São Paulo
"Toda vez que eu ia para a lousa, eles começavam a bater as mesas contra o chão. Era um barulho ensurdecedor. Quando eu me virava, todo mundo ficava quieto. Voltava e eles repetiamgrupo de dicas de apostas esportivasnovo. Depois paravam. Sem fim.
Eram dois alunos que comandavam a sala, eu sabia disso. Uma hora, já tremendo, eu não aguentei e dei uma bronca neles. Quando voltei novamente à lousa, um deles falou um palavrão e ameaçou jogar uma cadeira na minha cabeça. Sempre anonimamente. Covardes.
Durante muito tempo, eu entravagrupo de dicas de apostas esportivaspânico antesgrupo de dicas de apostas esportivasentrar na salagrupo de dicas de apostas esportivasaula. Ficou só na ameaça, mas o trauma continua. Você vive com medo.
Foram vários episódios, não só comigo como com colegas. Há muitos alunos que ameaçam, quebram carros, muitos já cometeram transgressões e voltaram para ressocialização.
Seigrupo de dicas de apostas esportivasum casogrupo de dicas de apostas esportivasque jogaram uma toalha no rostogrupo de dicas de apostas esportivasuma professora e a socaram. Casosgrupo de dicas de apostas esportivasprofessoras que foram empurradas nas escadas. Ficou tudo tão banalizado que não sei nem se essa reportagem pode ajudar."