Estudantes nas ruas apoiam a direita na Venezuela:bonus bet365 poker

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Os jovens venezuelanos que estão nas ruas há maisbonus bet365 pokertrês semanas não diferembonus bet365 pokerseus pares latino-americanos somente pelos recursos utilizadosbonus bet365 pokersuas manifestações. A maioria vembonus bet365 pokerfamíliasbonus bet365 pokerclasse média alta e aposentou a camiseta do guerrilheiro Ernesto Che Guevara, "uniforme tradicional"bonus bet365 pokermanifestações.

"Estamos brigando contra o socialismo, certamente", diz à BBC Brasil a estudante universitária Emily Vera, membro do movimento JAVU (Juventude Ativa Venezuela Unida), um grupo estudantil alinhado à direita radical.

Entre as técnicasbonus bet365 pokerprotestos utilizadas pela JAVU está a grevebonus bet365 pokerfome. Emily conta que permaneceu 25 dias sem comer, junto a outros colegas, para exigir a libertaçãobonus bet365 pokersupostos presos políticos, acusados pelo Ministério Públicobonus bet365 pokerassassinatos. A medidabonus bet365 pokerpressão não foi atendida pelo então presidente Hugo Chávez, mortobonus bet365 pokermarçobonus bet365 poker2013.

bonus bet365 poker Polarização

Na Venezuela polarizada que defendebonus bet365 pokerum lado uma "revolução socialista" ebonus bet365 pokeroutro a "erradicação do castro-comunismo", nenhum grupo admite estar à direita do tabuleiro político, ainda que suas ações contrariem essas afirmações.

Emily diz estar nas ruasbonus bet365 pokerbuscabonus bet365 pokerum modelo híbridobonus bet365 pokersociedade, que mantenha a "igualdade" defendida pelos socialistas, respeitando, no entanto, a liberdadebonus bet365 pokermercado e consumo.

"Temos direito a consumir e ter o que queremos sem sermos acusados pelo governobonus bet365 pokerser burgueses", critica a estudante.

De acordo com especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o perfil conservador que caracteriza os jovens que protestam contra o governo reflete um processobonus bet365 poker"direitização" do ensino universitário na Venezuela – que se aprofundou a partir dos anos 90.

Acompanhando a onda neoliberal que predominava na região, as universidades, principalmente as privadas, passaram a privilegiarbonus bet365 pokerseus currículos a preparação para o mercadobonus bet365 pokertrabalho,bonus bet365 pokerdetrimento das ciências humanas.

bonus bet365 poker Mais universitários

De acordo com um estudo da Universidadebonus bet365 pokerLos Andes (ULA), a educação privada cresceu 115% entre 1990 a 1998. A tendência foi acompanhada por uma migraçãobonus bet365 poker28% da população universitária do setor público para o setor privado.

Quando Hugo Chávez chegou ao poder,bonus bet365 poker1998, menosbonus bet365 poker500 mil estudantes tinham acesso à universidade pública. Em 2013, o númerobonus bet365 pokermatrículas chegou a 2,6 milhõesbonus bet365 pokerinscritos.

Assim como ocorre no Brasil, a maioria das vagas nas universidades públicas é ocupada por alunos provenientesbonus bet365 pokerescolas privadas, que chegam melhor preparados para o vestibular que os estudantes da rede pública.

Para reverter a tendência, o governo Chávez criou um sistema educacional paralelo com vistas a incluir – sem exigência do vestibular - jovensbonus bet365 pokerbaixa renda provenientesbonus bet365 pokerescolas públicas.

O sistema universitário Missão Sucre mantém, atualmente, quase 500 mil estudantes – embonus bet365 pokermaioria, provenientes das classes populares.

"Esses estudantes estão vinculados ao governo pela oportunidadebonus bet365 pokerformação que tiveram", afirmou a historiadora Margarita López Maya.

Nas outras universidades públicas tradicionais, no entanto, ainda é necessário prestar exame para competir a uma vaga. A manutenção do vestibular representa uma das derrotas amargadas pelo chavismo no campo da educação.

bonus bet365 poker Não ao comunismo

O veto à controvertida reforma universitáriabonus bet365 poker2010 , que incluia o fim do vestibular e a inclusãobonus bet365 pokerdisciplinas marxistas no currículo- é uma das vitórias que Emily Vera considera ter conquistado contra o governo chavista.

"A reforma implementava que deveríamos também ter matérias sobre comunismo e socialismo, assim como aconteceubonus bet365 pokerCuba e estávamos contra isso", afirmou.

Emily conta que ela e seus colegas, entre eles o fundador do JAVU, Júlio César Rivas, procuraram ajuda e orientações da blogueira cubana anti-castrita Yoani Sánchez.

"Tivemos uma conversa com Yoani Sanchéz e ela nos disse que assim foi como começou o comunismo dentro das universidadesbonus bet365 pokerCuba".

O vínculo entre Rivas e Sanchéz seria referendado mais tarde, quando o partido conservador norueguês decidiu premiar a ambos, o venezuelanobonus bet365 poker2011 e a cubanabonus bet365 poker2013, com o prêmio Lindebraekkebonus bet365 pokerDireitos Humanos e Democracia.

Privilégios

Outro elemento que estimula os jovensbonus bet365 pokerclasse média a protestar contra o projeto bolivariano é a defesabonus bet365 pokerprivilégios, na opinião da socióloga e psicóloga social Carmen Elena Balbás.

"É uma reaçãobonus bet365 pokerdefesa à classe social e a um estilobonus bet365 pokervida", afirmou ela à BBC Brasil.

Dirigente estudantil nos anos 90, Sérgio Sanchéz tem outra explicação para a disputa entre os dois modelosbonus bet365 pokersociedade.

"Desde que entram na universidade, os estudantes ouvem que devem obter o diploma para serem ricos, trabalham numa multinacional e morarbonus bet365 pokerMiami. A revolução bolivariana está brigada com este modelo e seus objetivosbonus bet365 pokervida", sentenciou Sanchéz.

"Por essa razão, muitos deles se veem sem futuro. Essa é a raiz do problema", acrescentou.

As preocupaçõesbonus bet365 pokerEmily Vera caminham nesta mesma direção. A jovem universitária considera que o projetobonus bet365 poker"revolução" proposto pelo chavismo não preenche as necessidades e anseiosbonus bet365 pokerparte da juventude venezuelana.

"Nossos jovens se formam e querem deixar o país porque pensam que terão melhores oportunidades fora daqui", afirmou.

Revolução colorida

Um punho cerrado identifica e inspira os jovens do JAVU. O símbolo é o mesmo do movimiento estudantil Otpor (Resistência) da Sérvia – que ajudou a derrubar o regimebonus bet365 pokerSlobodan Milosevic,bonus bet365 poker2000. O Otpor, que contou com ajuda financeira dos EUA, se transformou numa espéciebonus bet365 pokercentrobonus bet365 pokerformaçãobonus bet365 pokerjovens ebonus bet365 pokeratuação foi decisiva para o êxito das chamadas "revoluções coloridas" que se espalharam por ex-países da União Soviética a partir do ano 2000.

De olho no que aconteceu no velho continente, Emily Vera diz que ela e seus colegas permanecerão nas ruas até cumprirem seu objetivo final: "Queremos uma mudançabonus bet365 pokergoverno".

O enfrentamento no campobonus bet365 pokerbatalha instalado na praça Altamira, centro nervoso dos protestos, permanece vivo. A mesma cena se repete quase todos os dias. Durante horas, os jovens atacam o cordãobonus bet365 pokerisolamento da polícia com seu "arsenal" atípico aliado a coquetéis molotov e uma espéciebonus bet365 pokerescopeta que dispara sinalizadores.

Em seguida, a polícia responde com gás lacrimogêneo e balasbonus bet365 pokerborracha. No último domingo, no entanto, a disputa ideológica esteve marcada com música.

Em meio a escudos e veículos blindados, os policiais instalaram gigantescas caixasbonus bet365 pokersom e fizeram ecoar a todo volume a música do cantor popular venezuelano, Ali Primera – ícone dos bolivarianos.

Enquanto os estudantes se perdiam na fumaça do gás lacrimogêneo, escutavam o refrão: "Não, não basta rezar, faz falta muita coisa para conseguir a paz".