Protestos 'mostram contradições' da esquerda na América Latina:grupo corrida de cavalo bet365

Menifestaçãogrupo corrida de cavalo bet365Caracas (AP)

Crédito, AP

Legenda da foto, Protestos na América Latina mostram faltagrupo corrida de cavalo bet365sintoniagrupo corrida de cavalo bet365governosgrupo corrida de cavalo bet365esquerda com demandas populares

"Eles pensaram que as ruas lhes pertencia, que as demandas das ruas são feitas ao poder e esse poder normalmente é 'reacionário', 'de direita' ou 'fascista'", disse à BBC Mundo Margarita López Maya, historiadora venezuelana especializadagrupo corrida de cavalo bet365protestos populares.

"Agora são um grande desafio porque, estando a esquerda no poder, os protestos continuam ocorrendo."

Encapsulados

Em vários protestos recentes na região, houve atosgrupo corrida de cavalo bet365vandalismo egrupo corrida de cavalo bet365violência por parte dos manifestantes – que foram rapidamente condenados pelo governo. Também houve políticos opositores tentando canalizar esse descontentamento.

Mas os presidentes atuaramgrupo corrida de cavalo bet365forma diferentegrupo corrida de cavalo bet365relação às exigências das ruas.

Protesto na Venezuela | Foto: Juan Daniel Boada

Crédito, Juan Daniel Taboada

Legenda da foto, Esquerda parece ter dificuldadegrupo corrida de cavalo bet365admitir protestos contra ela, dizem analistas

Diantegrupo corrida de cavalo bet365uma grande ondagrupo corrida de cavalo bet365manifestações no ano passado no Brasil, a presidente Dilma Rousseff disse "escutar as ruas" e responder às reclamações.

Porém, naquele momento, houve silêncio nos primeiros dias da revolta contra o aumento das tarifas dos transportes, a qualidade dos serviços públicos e os volumosos gastos públicos com a Copa do Mundo que afundaramgrupo corrida de cavalo bet365popularidade por meses.

Dilma afirmou na semana passada que seu governo prepara um projetogrupo corrida de cavalo bet365lei para "coibir toda a formagrupo corrida de cavalo bet365violênciagrupo corrida de cavalo bet365manifestações" e que, no Mundial deste ano, poderia posicionar as Forças Armadas nas ruasgrupo corrida de cavalo bet365casosgrupo corrida de cavalo bet365atosgrupo corrida de cavalo bet365vandalismo.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que,grupo corrida de cavalo bet365seu país, há um planogrupo corrida de cavalo bet365golpegrupo corrida de cavalo bet365Estado por trás dos protestos – que foram iniciados por estudantes e logo ganharam apoio social e político.

Maduro também defendeu a detenção do líder político opositor Leopoldo López para ser julgado por incitação à secessão – acusação que o opositor nega –e se declarou disposto a enviar "toda a força militar" para o estadogrupo corrida de cavalo bet365Táchira, zona onde começaram os protestos dos últimos dias na Venezuela.

Para Heinz Dieterich, sociólogo alemão autor do conceitogrupo corrida de cavalo bet365"socialismo do século 21", Maduro acerta ao usar a força do Estado contra a violência, mas "equivoca-se totalmentegrupo corrida de cavalo bet365não apresentar um projeto estrutural para solução dos problemas".

Segundo o sociólogo, que foi próximo ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, os sistemas políticos da região têm falhas que também foram vistas no Chile governado por Sebastián Piñera, presidentegrupo corrida de cavalo bet365direita que enfrentou fortes protestos estudantis.

"Os governos estão encapsuladosgrupo corrida de cavalo bet365suas próprias estruturas, e os canaisgrupo corrida de cavalo bet365comunicação com as necessidades populares funcionamgrupo corrida de cavalo bet365uma só direção:grupo corrida de cavalo bet365cima para baixo", disse Dieterich à BBC Mundo.

"Eles não conseguem captar o que querem os movimentos sociais e dos cidadãos", acrescentou. "Isso obriga os cidadãos a levar o protesto para a rua ou a assumir formasgrupo corrida de cavalo bet365dissidência mais fortes."

'Guerras justas'

O descontentamento socialgrupo corrida de cavalo bet365países da região governados pela esquerda são atribuídos ao desejogrupo corrida de cavalo bet365muitosgrupo corrida de cavalo bet365conseguir novas melhorias após anosgrupo corrida de cavalo bet365programas sociais, que, por exemplo no Brasil, tiraram milhões da pobreza.

Mas a situação econômica se complicougrupo corrida de cavalo bet365vários países, com o crescimento menor e a limitação dos recursos.

O cientista político venezuelano Carlos Romero acredita que as manifestações devem ser analisadas a partir das expectativasgrupo corrida de cavalo bet365mudanças que a esquerda gerou durante anos e que nunca foram completamente satisfeitas.

Manifestante nas ruasgrupo corrida de cavalo bet365Caracas | Foto: AFP

Crédito, AFP

Legenda da foto, Economia fraca inflamou as manifestaçõesgrupo corrida de cavalo bet365países latino-americanos

Romero diz que a esquerda acumulou experiência com partidos e sindicatos, mas agora tem um desafio com as demandasgrupo corrida de cavalo bet365movimentos sociais, muitas vezes sem uma estrutura ou ideologia concreta por trás.

Em 2013, na Nicarágua presidida pelo sandinista Daniel Ortega, gerou irritação o despejogrupo corrida de cavalo bet365idosos que reivindicavam pensões. Na Bolíviagrupo corrida de cavalo bet365Evo Morales, primeiro presidente indígena do país, houve no passado confrontos entre a polícia com índios que se opunham à construçãogrupo corrida de cavalo bet365uma estrada.

Na Argentina, houve nos últimos anos protestos convocados por redes sociais contra o governogrupo corrida de cavalo bet365Cristina Kirchner, que é parte do movimento peronista - que soube fazer das ruas seu grande bastião.

Isso não quer dizer que a esquerda tenha abandonado a estratégiagrupo corrida de cavalo bet365mobilização popular.

Nos últimos dias, também ocorreram na Venezuela grandes atos a favorgrupo corrida de cavalo bet365Maduro, e a Colômbia vivenciougrupo corrida de cavalo bet365dezembro e janeiro grandes protestos contra um pedidogrupo corrida de cavalo bet365destituição do prefeitogrupo corrida de cavalo bet365Bogotá, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro.

Mas algumas pessoas enxergam uma contradição entre a pregação clássica da esquerda a favor da mobilizaçãogrupo corrida de cavalo bet365rua e das guerrilhasgrupo corrida de cavalo bet365outrora egrupo corrida de cavalo bet365atitude quando no poder diante dos protestos, com manobras violenta ou para desestabilizá-los.

"Eles reprimem e falam contra os protestos e assumem facilmente um vocabulário que antes era usado pela direita", disse o brasileiro Marcelo Coutinho, professorgrupo corrida de cavalo bet365Relações Internacionais e especialistagrupo corrida de cavalo bet365América Latina.

Por outro lado, alguns acreditam que as circunstâncias mudaram.

O presidente uruguaio, José Mujica, um ex-guerrilheiro que não vem enfrentando grandes protestos durante seu governo, referindo-se à situação da Venezuela, afirmou que "antigamente podia haver o que chamávamosgrupo corrida de cavalo bet365guerras justas, sobretudo aquelasgrupo corrida de cavalo bet365independência".

"Mas, nos últimos 20 ou 30 anos", acrescentou Mujica à emissora venezuelana TeleSur, "todas as guerras e todas as formasgrupo corrida de cavalo bet365violência servem para que se prejudiquem aqueles que já são naturalmente mais fracos".