Pais devem zelar pelo futuro dos filhos na rede, diz irmãZuckerberg:
A irmã do cofundador do Facebook Mark Zuckerberg disseuma entrevista à BBC que os pais têm a responsabilidadezelar pelo futuroseus filhos na internet, mesmo quando eles ainda nem nasceram.
Randi Zuckerberg, que passou seis anos trabalhando para o Facebook, escreveu um livro sobre o impacto das novas tecnologias nafamília e nos seus relacionamentos.
"Temosser conscientes do que compartilhamos sobre os nossos filhos na rede", afirmou Randientrevista ao programa Newsnight, do canalTV BBC 2 na Grã-Bretanha.
"Hoje, a nossa identidade digital é criada antes mesmonascermos. Pode parecer estranho, mas a partir do momento que os pais postam na Internet que estão esperando um bebê, já estão criando uma pegada digital para essa criança. Já conversei com muitos pais sobre a grande responsabilidade que temos".
Segundo ela, essa responsabilidade significa, por exemplo, não colocar na rede qualquer coisa que possa prejudicar a criança no futuro.
Google e email
Randi explicou que pais já têm atuadooutras formas para garantir o bem-estar futuro dos seus filhos na rede, como, por exemplo, reservando para eles um bom endereçoemail e outras “propriedades” online.
"Muitos pais têm recorrido a sistemasbuscas, como o Google, antesescolher o nomeseus filhos. O objetivo é evitar que eles tenham homônimos com histórico negativo na rede", disse Randi.
"Isso porque a primeira coisa que as pessoas vão fazer quando conhecê-la (a criança) é buscá-la no Google", acrescentou.
Em entrevista à BBC, ela afirmou que se tornou "mais consciente" sobre arelação com o mundo digital após ser mãe pela primeira vez.
Público x Privado
Para Randi, os limites entre os espaços público e privado estão cada vez mais "turvos".
"No universo digital, não temos mais o luxodividir o que é público e privado", afirmou ela.
Mesmo assim, Randi acredita que as redes sociais trouxeram benefícios "imensos" à sociedade.
"Sou suspeita para falar. Mas acredito que, quando se observa os acontecimentos políticos ao redor do mundo, as redes sociais deram voz a quem não tinha voz", destacou.
"Além disso, as pessoas podem se comunicar mesmolongas distâncias. Para as crianças, há um sem númeroinstrumentos educacionais disponíveis que estimulam a criatividade", afirmou.
Questionada se tem a "consciência pesada" por ter trabalhado no Facebook, Randi afirmou que começou a ter uma visão menos parcial desse universo quando deixou o Vale do Silício, na Califórnia, que abriga as maiores empresas do setortecnologia e inovação do mundo.
"Quando criamos as redes sociais, criamos também desafios aos quais ainda temosencontrar respostas", concluiu ela.