Negócios criativos buscam espaço1xslotsambiente hostil a riscos no Brasil:1xslots
- Author, Paula Adamo Idoeta
- Role, Da BBC Brasil1xslotsSão Paulo
1xslots Uma nova rede social1xslotscompartilhamento1xslotstempo e habilidades, uma empresa que fornece salas para cochilos e uma galeria1xslotsarte virtual estão entre os dez negócios brasileiros que chegaram à final da etapa brasileira da Creative Cup, uma competição mundial1xslotsnegócios criativos.
As dez empresas foram selecionadas entre as 212 inscritas na competição no Brasil, e agora buscam o autossustento – e a superação dos típicos entraves ao empreendedorismo no país.
A etapa brasileira do concurso foi vencida pela Bliive (bliive.com) – a rede social com a proposta diferente para interação entre os participantes. A partir desta segunda-feira, a rede irá participar da final mundial, na Dinamarca.
Na Bliive, uma pessoa pode, por exemplo, ceder uma hora1xslotssua habilidade – aula1xslotsviolão, disponibilidade para cozinhar ou realizar uma tarefa – e,1xslotstroca, acumula pontos para trocar por algum conhecimento ou habilidade que necessite. Nenhuma das trocas envolve dinheiro, somente tempo e conhecimento.
A rede, idealizada pela paranaense Lorrana Scarpioni,1xslots23 anos, foi aberta há dois meses, já soma 10 mil usuários e teve 500 trocas já realizadas, além1xslots2 mil agendadas.
"A ideia é fazer circular recursos que muitas vezes são desperdiçados – posso não ter dinheiro, mas tenho habilidades (para oferecer)", diz ela à BBC Brasil.
Como ganhar dinheiro?
Formando-se neste mês1xslotsrelações públicas e direito, Lorrana desenvolveu o Bliive usando o salário1xslotsseu estágio e o dinheiro cedido por seus pais para1xslotsformatura. E agora tem o desafio1xslotstornar seu negócio rentável.
Para isso, criará subgrupos para empresas ou instituições que queiram que seus funcionários troquem experiências entre si. Essas empresas terão uma página própria dentro do Bliive e pagarão por isso.
Outra parte da receita seria obtida pelo cadastramento1xslots"pontos1xslotstroca" – restaurantes e outros locais considerados seguros para que os participantes troquem suas experiências pessoalmente. Esses locais também pagariam uma mensalidade ao Bliive.
Para Tennyson Pinheiro, fundador da escola1xslotsempreendedorismo Eise e um dos jurados da Creative Business Cup, tornar o Bliive rentável não será uma tarefa fácil. Mas a rede social cumpriu com três critérios importantes: originalidade, um modelo1xslotsnegócios viável e o potencial1xslotscausar impactos sociais.
Cochilos e quadros
A originalidade também valeu pontos a outro finalista, a empresa paulista Cochilo, que alugará cabines para que usuários tirem sonecas1xslots15 minutos a uma hora (por preços entre R$ 15 e R$ 30).
A ideia do negócio familiar surgiu do pai1xslotsCamila Jankavski: durante um tempo ocioso entre reuniões1xslotstrabalho1xslotsSão Paulo, ele pensou que seria bom se pudesse passar esse tempo tirando uma soneca.
"A proposta é permitir um pequeno descanso dentro da cidade", explica Camila,1xslots25 anos.
A família Jankavski idealizou e fabricou as cabines e prepara-se para abrir as portas1xslotsneste mês no centro1xslotsSão Paulo (a primeira "loja" do Cochilo funcionava nas proximidades da Avenida Paulista, dentro1xslotsum shopping que fechou), após um investimento inicial estimado1xslotsR$ 300 mil.
Camila trabalhava1xslotsuma consultoria, mas agora aposta todas as suas fichas no Cochilo: "Queremos ampliar a empresa com parcerias já no primeiro semestre1xslots2014."
Já o empreendedor Luiz Felipe Grossi, do Rio, ainda não sobrevive apenas1xslotsseu negócio criativo, mas espera que,1xslotsbreve, alguns artistas consigam fazê-lo.
Grossi é o idealizador do site Instaquadros.com.br, que permite que artistas montem galerias online1xslotssuas obras, ou que consumidores usem fotos próprias para criar quadros e capas1xslotscelular.
Em ambos os casos, o Instaquadros recebe os pedidos, imprime e emoldura o quadro no tamanho desejado e envia-o ao comprador.
O interessado compra apenas uma reprodução digital da obra, não a obra original1xslotsformato não-digital – por exemplo, uma pintura com tinta sobre tela –, quando ela existir.
Os artistas recebem 15% do preço a cada obra vendida, diz Grossi. "Minha meta para 2014 é fazer com que ao menos um dos artistas cadastrados fature R$ 10 mil com o Instaquadros", afirma.
Impacto social
No caso1xslotsoutros dois finalistas da Business Cup, o impacto social foi o motor dos empreendedores.
Um delas é o Can Game, jogo desenvolvido pelo professor pernambucano Eraldo Guerra para ajudar no desenvolvimento1xslotscrianças autistas.
O jogo, diz Guerra, usa imagens para desenvolver habilidades cognitivas e organizar a agenda das crianças, ensinando-as a execução1xslotstarefas do dia a dia. Ele agora está adaptando o jogo ao formato 3D, com a ajuda1xslotsseus alunos1xslotsuma escola técnica1xslotsRecife.
A receita, prevê ele, viria1xslotsacordos com clínicas, e o software também poderia ser usado1xslotscomputadores domésticos – os dados do aluno seriam armazenados e enviados aos profissionais que o acompanham.
Já na plataforma We Will Rock, também finalista, a ideia é aliar o trabalho voluntário a festas e shows, e com isso atrair patrocinadores.
A plataforma divulga ações sociais que requerem voluntários – uma campanha por doações, por exemplo – e convoca participantes. Estes, depois, são recompensados com ingresso para um dos shows organizados pela We Will Rock.
Kelvin Araki, criador do projeto, firmou parcerias com dez ONGs e realizou cinco shows1xslots2013, número que quer dobrar no ano que vem.
Obstáculos
Os criadores das dez start-ups finalistas do Creative Business Cup no Brasil receberão bolsa1xslotsestudos1xslotsescolas1xslotsempreendedorismo e poderão se habilitar a financiamentos pelo site Pontapés. Mas, mesmo assim, devem se ver diante dos típicos obstáculos enfrentados pelas pequenas empresas brasileiras.
Além dos já conhecidos entraves tributários, burocráticos e1xslotsinfraestrutura do país, Tennyson Pinheiro diz que ainda não há um ecossistema favorável para fomentar novas empresas e crê que falta integração entre empreendedores, academia e agências1xslotsfomento.
"Aqui os projetos têm1xslotsestar muito bem formatados para conseguirem investimento, porque há uma aversão natural ao risco", opina.
E essa aversão se reflete nos próprios empreendedores, diz. "Há muitos brasileiros com boas ideias, mas falta sair e fazê-las acontecer. Muitos não passam da etapa da ideia."
Para Vitor Lima, professor1xslotsmarketing digital do núcleo1xslotsnegócios criativos da ESPM-RJ, muitas dessas boas ideias estão1xslotscomunidades carentes, onde o acesso à informação – e ao dinheiro1xslotsfinanciamento – é bem mais limitado.
"Temos muitas aceleradoras1xslotsnegócios, mas poucas para desenvolver projetos dentro1xslotsáreas carentes. Quantos projetos não são perdidos por causa disso?"
Dados do Sebrae apontam que a taxa1xslotsmortalidade das empresas brasileiras está caindo, mas uma1xslotscada quatro delas não sobrevive além do segundo ano1xslotsvida.
Ainda assim, Lucas Foster, também jurado da Business Cup, é otimista.
"É muito clara a mudança dos projetos inscritos neste ano1xslotscomparação com o primeiro ano do evento (em 2012) – aumentaram muito a maturidade dos empreendedores, suas propostas1xslotsvalor e seu diferencial competitivo", diz.
"Não sabemos se todas terão potencial1xslotsescalar, mas suas ideias são consistentes."