A difícil tarefaaudit pokerstarsdeixar as contas do governoaudit pokerstarsordem:audit pokerstars

Dilma Rousseff (Reuters)
Legenda da foto, Políticaaudit pokerstarsdesoneração do governo tem pressionado as contas públicas do país

No meio do ano, o Ministério da Fazenda anunciou que deduziria desse valor investimentos e desonerações (uma medida vista por muitos como uma manobra para driblar as contas), anunciando uma nova meta - R$ 73,03 bilhões.

De janeiro a outubro, no entanto, a economia foiaudit pokerstarsapenas R$ 33,43 bilhões. Para especialistas, o governo teráaudit pokerstarsfazer malabarismos para atingir a meta.

Para economistas ouvidos pela BBC Brasil, enquanto o desequilíbrio fiscal representa um risco real à estabilidade da economia, ainda há tempo para as autoridades reverterem o quadro, por meioaudit pokerstarsajustes.

Situação 'manejável'

Para o economista Emerson Marçal, coordenador do Centroaudit pokerstarsMacroeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargasaudit pokerstarsSão Paulo, a situação não é a mais agradável, mas está longeaudit pokerstarsser uma tragédia.

"Houve um movimentoaudit pokerstarsdeterioração que já era esperado, reflexoaudit pokerstarsalgumas medidas tomadas recentemente que devem reduzir bastante o superávit primário. Mas dizer que a dívida pública está numa trajetória insustentável é muito forte. É uma piora manejável", diz.

As medidasaudit pokerstarsquestão são a isenção temporáriaaudit pokerstarsIPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis eaudit pokerstarsprodutos da linha branca, baixada pelo governo nos últimos três anos a fimaudit pokerstarsestimular o consumo e bateraudit pokerstarsfrente com a crise.

"O governo tentou usar a política fiscal para dar um empurrãozinho na economia. Na hora da transição, todo mundo achou que a desaceleração fosse passageira, que o PIB voltaria a crescer na velocidadeaudit pokerstarsantes da crise. Não cresceu", diz Marçal.

Segundo a Receita Federal, entre janeiro e setembro deste ano, o governo deixouaudit pokerstarsarrecadar R$ 64,3 bilhões com as desonerações.

Ao mesmo tempo, as despesas do governo também cresceram, apesar das promessas e do esforço para fechar a torneira. Segundo levantamento feito pela ONG Contas Abertas no Siafi (Sistema Integradoaudit pokerstarsAdministração Financeira), os gastos no primeiro semestre atingiram R$ 1,01 trilhão, aumentoaudit pokerstars6,6%audit pokerstarsrelação ao mesmo período no ano anterior.

"Houve uma deterioração inegável das contas públicas. Nos próximos anos deve haver ajuste. Ou vai se repensar a questãoaudit pokerstarsdesoneração, ou vai teraudit pokerstarsaumentar imposto e cortar despesa. O governo teráaudit pokerstarsusar a tesoura", diz o economista.

"O próximo governo teráaudit pokerstarsfazer uma correçãoaudit pokerstarsrumo", conclui Marçal, independentementeaudit pokerstarsquem esteja no comando do Planalto após as eleições do ano que vem.

Longo prazo

O pesquisador Alvaro Martim Guedes, professoraudit pokerstarsAdministração Pública da Unesp (Universidade Estadual Paulista)audit pokerstarsAraraquara, a grande discussão não é se o país vai ou não atingir a metaaudit pokerstarssuperávit.

"Se não atingirmos a meta do superávit, começa a haver desequilíbrio. Começamos a dar sinais evidentesaudit pokerstarsque, mesmo no curto prazo, não há controle, o que aumenta a incerteza e retrai a confiançaaudit pokerstarsinvestidores externos", diz.

Guedes defende um ajuste rápido nas contas públicas.

"Quanto mais você posterga, maior é a distância entre o enfrentamento e os resultados. Se o indivíduo tem infecção e é tratado logo, não precisaaudit pokerstarsmuito remédio. Se demora, vai precisaraudit pokerstarsmais medicamento", diz.

Guedes diz, no entanto, que ajustar as contas públicas não é suficiente para o país ganhar competitividade, assim como não bastam políticasaudit pokerstarsincentivo ao consumo para estimular a economia.

"É preciso uma ruptura. Já temos uma infraestrutura onerosa, o chamado Custo Brasil. Precisamos fazer reformas mais profundas. Hoje temos uma legislação trabalhista ruim, uma legislação tributária que não atende ao federalismo. A coisa vai além do superávit primário", diz.