Black Blocs cativam e assustam manifestantes mundo afora:futbol bet

Integrantes do Black Blockfutbol betmanifestaçãofutbol betWashington D.C., EUA,futbol bet2009 (crédito: Ben Schumin/Wikimedia Commons)
Legenda da foto, De ideologia anarquista, Black Blocs não têm líderes para tratar com autoridades

De acordo com Dupuis-Déri, que pesquisa os grupos há dez anos, a internet se tornou o seu principal canalfutbol betcomunicação porque permite que os grupos interajam rapidamente e organizem protestos.

"Os Black Blocs não são uma organização permanente. Pelo caráter anarquista desses grupos, eles não têm um líder ou um representante para falar com o governo, por exemplo. Antes e depoisfutbol betuma manifestação, eles não existem", explicou.

No Brasil, comofutbol betoutras partes, os Black Blocs usam o Facebook para postar vídeos, fotos e organizar atos. Foi por meio do perfil Black Bloc Egypt que jovens egípcios convocaram ataques ao palácio presencial e o fechamentofutbol betpontes no Cairo.

Identificando-se apenas como Morro, um dos administradores da página egípcia contou à BBC Brasil que o grupo já se reunia há dois anos para protestar. "Primeiro, pensamosfutbol betformar um movimento hooligan, mas depois vimos vídeos e Black Blocs na Grécia e nos inspiramos", disse.

As táticas violentas dos Black Blocs no Egito foram duramente reprimidas pelas forçasfutbol betsegurança. Ao menos três membros do grupo foram mortos e dezenas estão presos. Atualmente, o grupo tem presença tímida nas manifestações.

Assim como no Brasil, onde Black Blocs têm depredado agências bancárias e concessionáriasfutbol betcarro, no Egito o grupo provocou a desconfiança do público efutbol betoutros manifestantes.

"A maior parte das pessoas no Egito tem medo deles, acha que são vândalos ou bandidos", afirmou a ativista egípcia Nihal Zaghloul.

Tática

Surgida nos anos 1980 na Alemanha no âmbito dos movimentosfutbol betcontra-cultura efutbol betdefesa dos squats, a táticafutbol betprotesto Black Bloc originalmente pode ou não usar a violência e tem alvos específicos, como agências bancárias.

Da décadafutbol bet1990futbol betdiante, a técnica Black Bloc se espalhou pelas cenas anarquistas, punk, anti-facistas e ecológicas. E ganhou forçafutbol betmobilizações contra o neoliberalismo e o capitalismo, como na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC)futbol bet1999,futbol betSeattle,futbol bet2001,futbol betRoma, ou durante a reunião do G20futbol betToronto,futbol bet2010.

Segundo Dupuis-Déri, os Black Blocs sãofutbol betgeral indivíduos com ativa participação política no dia a dia.

Os Black Blocs que participaram dos protestosfutbol bet2012 no Quèbéc, Canadá, se disseram "estudantes, trabalhadores, desempregados e revoltados", no "Manifeste du Carré Noir", que fizeram circular na internet.

Recentemente, grupos Black Blocs atuaramfutbol betdiferentes protestos contra os governos na Grécia, na Turquia, no Chile e no México.

"Os Black Blocs são sintomáticosfutbol betuma crescente insatisfação mundial com os governos e o sistema econômico. A violênciafutbol betum movimento social sempre tende a assustar e afastar as pessoas, isso é senso comum. Mas há casosfutbol betque a violência chamou a atenção da mídia, levantou um debate público, denunciou repressões", explicou o cientista político.

Violência

Movimentos como os protestosfutbol betSeattle fizeram conhecida a face violenta desses grupos, mas a violência "não é necessariamente usada pelos Black Blocs", diz o professorfutbol betciência política canadense.

"Os atos violentos são dirigidos a alvos determinados como as forçasfutbol betsegurança e os bancos. Casosfutbol betfurtos ou roubos não são comuns".

O acadêmico lembra também que a violência é uma constante históricafutbol betlutasfutbol betmovimentos sociais e revoluções.

"Mesmo o movimento feminista pelo direito ao voto no início do século 20 viu momentosfutbol betviolência", diz Dupuis-Déri.

Em 1911, centenasfutbol betmulheres saíram às ruasfutbol betLondresfutbol betprotesto e quebraram janelas e vitrines no centro comercial da cidade. A então líder do movimento feminista Emmeline Pankhurst disse que "o argumento da vidraça quebrada era o argumento mais valorizado na política moderna".

Depois da prisãofutbol betmassa das ativistas ela ainda alegou que "elas tinham tentado tudo – protestos e reuniões — mas nada funcionara".