O mundo emergente está entrandopixbet clássico modernocrise?:pixbet clássico moderno

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Legenda da foto, Países como Índia tentam conter a fugapixbet clássico modernodólares

O "mês do desgosto" fez com que muitos economistas e publicações especializadas passassem a se debruçar sobre uma questão: o mundo emergente está rumando para uma crise? Ou ainda: com que força essa turbulência financeira vai chegar à economia real?

Descolamento 'às avessas'

Em 2008, muitos economistas debatiam a tese do "descolamento" – a ideiapixbet clássico modernoque o mundo emergente estava imune à grave crise que começava a atingir os países desenvolvidos. Com o tempo, economias como China e Brasil também desaceleraram o seu ritmo, e a tese perdeu força.

No entanto, a ideia voltou à discussão no último mês, mas agora com notíciaspixbet clássico modernorecuperação econômica na Europa e nos Estados Unidos, e turbulências nos mercados emergentes.

"Isso [o 'descolamento'] certamente é o que os números mostram. A Europa parece estar se recuperando e os números saindo dos Estados Unidos são surpreendentemente bons", disse Markus Jaeger, analistapixbet clássico modernorisco global do Deutsche Bank Research, à BBC Brasil.

"Você tem dificuldadespixbet clássico modernoachar alguma economia emergente que está com bom desempenho. Todos esses países estão com desempenho abaixo do potencial. Imagino que isso é uma espéciepixbet clássico moderno'descolamento às avessas', mas temos que esperar para ver o quão sustentável essas recuperações serão e o que acontecerá nos mercados emergentes. Mas certamente houve um ajuste nas expectativas."

Tsunami recuando

Ironicamente, é justamente a recuperação nos países desenvolvidos que provoca a instabilidade no mundo emergente neste momento.

No ano passado, o Banco Central americano havia anunciado o maior programapixbet clássico modernoestímulo financeiro dapixbet clássico modernohistória, prometendo mantê-lo até que o índicepixbet clássico modernodesemprego do país caísse. O programapixbet clássico moderno"afrouxamento quantitativo" (QE3), como é conhecido, inundou o mundo emergente com dólares, provocando uma queda na cotação das moedas nacionais.

Na época, houve protestos entre os emergentes contra os efeitos dessa política, que afetou a moeda, os custos e a balança comercialpixbet clássico modernovários países. As autoridades brasileiras chegaram a acusar uma "guerra cambial" e um "tsunami financeiro". Apesar dos protestos, muitas economias conseguiram se ajustar e continuar crescendo.

Agora que a economia americana parece estar se recuperando, o programapixbet clássico modernoestímulo será encerrado. A grande dúvida é sobre quando isso vai acontecer. Especula-se que o QE3 pode terminarpixbet clássico modernosetembro,pixbet clássico modernodezembro ou talvez só no próximo ano.

O mero anúnciopixbet clássico modernoque haverá uma mudança – sem qualquer alteração ainda na política monetária americana – já provocou toda essa turbulência recente nos países emergentes.

Os investidores estão se antecipando ao que esperam que vai acontecer. Com o fim do QE3, haverá menos dólarespixbet clássico modernooferta no mundo. Além disso, a recuperação dos Estados Unidos fará com que muitos investimentos migrempixbet clássico modernovolta para o país, descapitalizando os mercados emergentes.

Com a onda do "tsunami financeiro" recuandopixbet clássico modernovolta para os Estados Unidos, o rastro deixado nos países emergentes épixbet clássico modernomoedas nacionais desvalorizadas, menos investimento externo, menos capital nas bolsaspixbet clássico modernovalores, custospixbet clássico modernoimportação mais altos e possível inflação.

Longo prazo

Mas nem todos veem com pessimismo esse novo momento.

Um editorial do jornal britânico Financial Times afirma que "as transformações econômicas nos países emergentes [nas últimas décadas] são profundas demais para que possam ser desfeitas por uma mera tempestade nos mercados". O jornal destaca que os países aprenderam as liçõespixbet clássico modernocrises passadas, como a asiática dos anos 1990, e acumularam reservas para lidar com momentospixbet clássico modernogrande saídapixbet clássico modernocapitais.

Há quem veja na crise até mesmo uma oportunidade.

Markus Jaeger, do Deutsche Bank, diz que os emergentes podem ter perdas no curto prazo com a atual volatilidade, mas ganhos no longo prazo.

"Existe um perde-e-ganha. Por um lado, as condições financeiras ficarão mais apertadas nos mercados emergentes. Mas por outro lado, isso estará acontecendopixbet clássico modernoum contextopixbet clássico modernocrescimento mais vigoroso e mais sustentável nos Estados Unidos", explica Jaeger.

"No curto prazo, provavelmente é negativo, com toda essa insegurançapixbet clássico modernorelação à moeda do Brasil e da Índia, e com todas as potenciais intervenções e um potencial aumento nas taxaspixbet clássico modernojuros. No longo prazo, o crescimento econômico dos Estados Unidos deve dar uma contribuição mais forte e positiva ao crescimento nesses países."

O analista sênior da Economist Intelligence Unit (EIU) para a América Latina, Robert Wood, concorda.

"Eu acho que o que estamos vendo, essa volatilidade não só da moeda, maspixbet clássico modernoações e preços, nesta fase, é que há algo positivopixbet clássico modernotudo isso", disse Wood à BBC Brasil. "É porque a economia americana está mais forte, com previsãopixbet clássico modernocrescer 1,6% este ano, ganhando momento, e podendo chegar pertopixbet clássico moderno2,5% no ano que vem."

América Latina

Ele acredita que o México é o país que pode mais se beneficiar, no longo prazo, com a recuperação americana, dadas as relações próximas entre as duas economias. Mas o Brasil também pode ter um impulso.

"Muito do que acontece na América Latina dependepixbet clássico modernoMéxico e Brasil, que respondem por 60% da economia da região."

Em tese, a desvalorização do real fortalece os exportadores brasileiros, já beneficiados com a recuperação dos Estados Unidos. Mas há riscos embutidos.

"Uma desvalorização da moeda é bem-vinda até uma certa medida pelos exportadores, mas um aumento muito brusco prejudica a inflação", diz Wood.

"Na visão da EIU, os países emergentes estão passando por um grande teste, mas ainda há muitas oportunidades. As economias da América Latina provavelmente conseguirão superar esses desafios."

O analista do Deutsche Bank ressalta que a instabilidade atual mostrou que o mundopixbet clássico modernohoje é muito diferente dopixbet clássico modernodez anos atrás, e que os emergentes estão mais resistentes aos choques que vêmpixbet clássico modernofora.

"Olhando para os mercados emergentes hoje, é difícil achar uma economia que esteja vulnerável do pontopixbet clássico modernovista sistêmico à saídapixbet clássico modernocapitais. No final dos anos 1990, ou até mesmopixbet clássico moderno2002 no Brasil, estes choques geralmente derrubavam as economias, desencadeando crises financeiras e econômicas", diz Jaeger.

"A crisepixbet clássico moderno2008 mostrou que esses países conseguem resistir até mesmo a choques enormes. Nos últimos cinco anos, isso não mudou. Os países conseguem navegar pelos choques, deixando suas moedas se desvalorizar, e depois disso a vida segue."