Confrontos acirram debate sobre métodos e cultura da polícia do Rio:casinos online legais em portugal
Átila Roque, diretor da Anistia Internacional no Brasil, afirma ter testemunhado o uso "totalmente indiscriminado"casinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalgás lacrimogêneo, spraycasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalpimenta e balascasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalborracha, "orientados não contra as pessoas que estivessem oferecendo alguma ameaça, mas simplesmente para dispersar todo mundo".
"Vimos policiais perseguindo as pessoas, encurralando-ascasinos online legais em portugalruas, bares e atécasinos online legais em portugalum hospital, e atacando-as com gás lacrimogêneo e balascasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalborracha", diz Roque. Ele próprio disse ter sido atingido por borrifadascasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalspraycasinos online legais em portugalconfrontos que chegaram à Praça São Salvador, próximo ao Palácio Guanabara, onde fica a sede da Anistia.
Na semana passada, a cúpulacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalsegurança do Rio convocou uma reunião emergencial após o protesto que acaboucasinos online legais em portugalatoscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalvandalismo no Leblon, próximo à casa do governador Sérgio Cabral. A polícia condenou a "açãocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalvândalos" ─ mas foi criticada pela OAB por cruzar os braços e não preveni-las.
O secretariocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalSegurança Pública José Mariano Beltrame afirma que as manifestações são algo novo, com "requisitos e ingredientes novos", e que a polícia está fazendo ajustes.
"Estamos buscando um caminho intermediário, um caminho entre muitas vezes a prevaricação (crime cometido por um servidor ao não exercercasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalfunção) e o abuso da autoridade", diz.
Para a socióloga Julita Lemgruber, a atuação da polícia nas manifestações evidencia uma culturacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalconfronto que está arraigada na Polícia Militar e que moradores das favelas cariocas conhecemcasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugallonga data.
"Se você faz o policiamento das ruas com uma mentalidadecasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalguerra, vai lidar com as pessoas nas ruas como inimigos", diz Lemgruber, que é diretora do Centrocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalEstudoscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalSegurança ecasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalCidadania da Universidade Cândido Mendes.
Um estouro e um clarão
A publicitária Renata Ataíde,casinos online legaiscasinos online legais em portugalportugal26 anos, afirma ter experimentado essa inversãocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalpapéiscasinos online legais em portugalprimeira mão no dia 20casinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaljunho, quando foi à primeira manifestaçãocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalsua vida ─ e voltou gravemente ferida.
Renata foi uma das 300 mil pessoas que lotaram a avenida Presidente Vargas na caminhadacasinos online legais em portugaldireção à prefeitura. A marcha começou pacífica. "O clima eracasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaltotal euforia, parecia Copa do Mundo", diz. Mas acabou sendo a mais violenta da ondacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalprotestoscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaljunho.
Gruposcasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalvândalos deixaram uma trilhacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaldepredação na avenida Presidente Vargas, quebrando semáforos, pontoscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalônibus, vitrines e ateando fogo a pilhascasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugallixo.
Tropas do Batalhãocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalChoque usaram bombascasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalgás lacrimogêneo e balascasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalborracha para dispersar a multidão, que recuoucasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalvolta para a Igreja da Candelária, onde a manifestação havia começado.
Ali, diz Renata, a polícia não fazia distinção entre os vândalos ─ "aqueles caras escondendo os rostos, jogando pedra, bomba caseira" ─ e a maioria pacífica. Ela e um amigo ficaram sem saber para onde fugir nas ruelas do Centro, apavorados.
"Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. É como se eu estivesse sendo perseguida pela polícia sem entender por quê, sem saber o que fiz para ser perseguida."
Ela diz se lembrarcasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalter visto dois policiais da Tropacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalChoque da Polícia Militarcasinos online legais em portugaluma ruela. Algo foi lançado emcasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaldireção. Ela tentou desviar, mas depoiscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalum estouro e um clarão, seu rosto estava cobertocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalsangue.
Desde então, Renata já foi a diversos médicos mas o diagnóstico é o mesmo: ela perdeu a vista do olho esquerdo. A publicitária está entrando com uma ação indenizatória contra o Estado para tentar recuperar os milharescasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalreais que vai ter que gastar com cirurgias.
"Eu me sinto realmente triste por isso ter acontecido no meu país, por a gente ainda questionar a açãocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalum grupo que é para nos proteger", diz. "É algo que nunca vou poder esquecer. Vou ter que lidar com isso pelo resto da vida."
Herança da ditadura
Cercacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugal50 advogados da OAB/RJ vêm atuando durante os protestos para monitorar violaçõescasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaldireitos humanos e evitar prisões arbitrárias.
O advogado Gustavo Proença, da Comissãocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalDireitos Humanos e Acesso à Justiça da OAB-RJ, diz que os voluntários são enviados para as delegacias ou ficam à margem das manifestações para intervir caso seja necessário.
"Em algumas situações ocorrem prisões arbitrárias, ilegais, às vezes com excessocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalviolência por parte da policia", diz Proença.
"Estão prendendo pessoas indiscriminadamente. Já prenderam dois moradorescasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalrua, um cadeirante e até vendedores ambulantes que estavam seguindo as manifestações para ganhar um dinheiro."
Julita Lemgruber afirma que a polícia brasileira tem uma culturacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalviolência herdada da ditadura militar (1964-1985).
Após o restabelecimento da democracia, a Constituiçãocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugal1988 manteve a estruturacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalsegurança pública do regime militar, com duas forças policias separadas: a Polícia Civil, responsável pelas investigações, e a Polícia Militar, que faz o policiamento das ruas.
Relatoscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaltruculência policial ecasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalpessoas feridascasinos online legais em portugalprotestos reavivaram o debate sobre uma reforma da polícia e sobre acasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaldesmilitarização.
"A questão central é que precisamoscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaluma única força policial, e que não seja militarizada", diz Lemgruber.
"Temos a Polícia Civil fazendo as investigações, a Polícia Militar fazendo o policiamento. Elas não trabalham juntas, elas competem uma com a outra, elas escondem informações uma da outra. Isso nunca vai funcionar."
'Bem treinados'
A polícia afirma estar fazendo o seu melhor para responder a situações difíceis, buscando coibir a açãocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalvândalos que usam as manifestações para promover a desordem.
Juliana Barroso, subsecretáriacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalEducação, Valorização Profissional e Prevenção da Secretariacasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalSegurança Pública, afirma que a polícia está constantemente reexaminandocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalatuação e vem buscando se aperfeiçoar e respeitar a proporcionalidadecasinos online legais em portugalsuas ações.
"O Batalhãocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalChoque é bem treinado, eles estão munidoscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaltécnicas, estão munidoscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalequipamentos. O que está faltando, talvez, é essa reflexão sobre o limite. Estamos trabalhando esse processo decisório. Onde devo parar e onde devo continuar?"
Barroso destaca que a unidade policial tem participadocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalsessõescasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugaltreinamento com forças policiais da Espanha, dos Estados Unidos e da Alemanha ─ com oficinas sobre como lidar com multidões e sobre investigação, por exemplo.
Mas os soldados e cabos com menor especialização também vêm engrossando as linhas policiais nas manifestações sem contar com o mesmo treinamento.
A BBC Brasil conversou com um grupocasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalPMscasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalplantão à margemcasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalum protesto no Centro do Rio. Eles disseram que a rotina desde o início das manifestações tem sido exaustiva e que muitas vezes não são compreendidos pela população.
"As pessoas se revoltam, mas a culpa não é nossa. Elas esquecem que somos pessoas como qualquer outra", disse uma jovem policial.
"Tanto os manifestantes quanto os policiais são seres humanos, então há falhas dos dois lados. Não dá para dizer que a culpa é dos manifestantes que vieram fazer baderna ou dos policiais que fizeram a coisa errada."
Umcasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalseus colegas disse que o Choque é treinado para lidar com multidões ─ mas eles, não.
"Nós da tropa (não especializada) não somos preparados para manifestações. Estamos aqui muitas vezescasinos online legaiscasinos online legais em portugalportugalenfeite, a verdade é essa. Porque se vier uma turba, nós vamos correr. É só para dizer que tem polícia na rua."