Objetivos e abordagem das ONGs seduzem doadores no Brasil:casa de apostas aviator

Claudia Stocco. Crédito: Rafael Gomez/BBC Brasil
Legenda da foto, Claudia diz que decidiu doar devido à causa da ONG e à abordagem na rua
  • Author, Rafael Gomez
  • Role, Da BBC Brasilcasa de apostas aviatorSão Paulo

casa de apostas aviator "Oi, tudo bem? Você quer casar comigo?", ouve uma jovem apressadacasa de apostas aviatorum agente da ONG Fundação Abrinq - Save the Children perto da entrada da estaçãocasa de apostas aviatormetrô Pinheiros, na zona oestecasa de apostas aviatorSão Paulo, numa noite friacasa de apostas aviatorquinta-feira.

Como resposta, ela dá uma risada e segue ainda mais rapidamente para a estação, sem sequer olhar para seu pretendente.

Sem desanimar, o agente mudacasa de apostas aviatorabordagem para seu próximo alvo. "Você tem um minuto para conhecer o nosso trabalho?", pergunta ele a Claudia Stocco, uma jovem analistacasa de apostas aviatorrecursos humanos. Ela decide parar e, dez minutos depois, está preenchendo um formuláriocasa de apostas aviatorque se compromete a fazer uma doação mensal à ONG.

"Decidi ajudar por causa da áreacasa de apostas aviatoratuação deles. Criança mexe muito com a gente, pelo menos comigo, é uma coisa que me toca", explica Claudia. "Na verdade, é uma mistura das duas coisas: a causa e a abordagem dele, que explicou os dados e não foi agressivo."

Um dos três agentes trabalhandocasa de apostas aviatorfrente à estação, Daniel Henrique Coutinho, diz que aborda cercacasa de apostas aviator200 pessoas por dia. "Param para conversar entre 50 e 100 e, dessas, geralmente só umas três topam doar. Muitos são desconfiados", explica.

"Mas hoje, tivemos muita sorte. Já fizemos dez cadastros!", comemora, antescasa de apostas aviatorpartir para mais uma abordagem.

Identificação

O chamado face to face, ou a abordagem direta nas ruas, tem sido uma arma cada vez mais comum das ONGs internacionais que atuam no Brasil na horacasa de apostas aviatorbuscar novos doadores nas grandes cidades brasileiras.

Algumas ONGs, como é o caso da Fundação Abrinq - Save the Children, tem usado com frequência esse tipocasa de apostas aviatorestratégia. Outras, como propagandas na TV, telemarketing e a mensagens pela internet também têm sido empregadas pelas organizações nessa "caça" aos doadores.

Ouvidos pela BBC Brasil, pessoas que doam regularmente para ONGs internacionais são unânimescasa de apostas aviatorafirmar que o que as motiva é acimacasa de apostas aviatortudo uma identificação com o projeto da organização.

Gustavo Thron, que trabalha como coordenadorcasa de apostas aviatorprecificação, destina cercacasa de apostas aviatorR$ 55 por mês à ONG Kiva, que descobriucasa de apostas aviatorum vídeo que assistiu na internet.

A ONG utiliza o dinheiro que capta para realizar empréstimos sem juros a pessoas carentescasa de apostas aviatorvários países. Depoiscasa de apostas aviatoralgum tempo, o credor devolve o dinheiro ao doador, que pode então doá-lo novamente para outra pessoa se quiser.

Gustavo Thron. Crédito: arquivo pessoal
Legenda da foto, Para Thron, a ONG Kiva faz 'segundo passo' com pessoas que recebem o dinheiro

Ele diz que a proposta da Kiva o atraiu porque ela possibilita aos que recebem o dinheiro "ganhar autoconfiança e desenvolvercasa de apostas aviatorautonomia financeira e emocional". "Acredito que existem muitas ONGs fazendo o trabalhocasa de apostas aviatorbase e uma quantidade menor delas ajudando neste 'segundo passo'", explica.

De forma semelhante, Gabriela Bini, uma agentecasa de apostas aviatorviagens que colabora regularmente com o Greenpeace e a ONG Médicos sem Fronteiras, diz que o que a motiva é perceber que as organizações que ajuda têm um impacto positivo.

"Às vezes vejo pessoas do Greenpeace falarem nos jornais sobre problemas ambientais, e comentárioscasa de apostas aviatoralguém da Médicos Sem Fronteiras sobre crises na África ou Haiti e percebo que contribuo para organizações que fazem a diferença," diz.

Abordagem

Um outro fator citado pelos doadores para contribuir é simplesmente o destino.

Gabriela disse que começou a dar dinheiro ao Greenpeace porque conhecia uma pessoa que trabalhava para a organização, e para a Médicos sem Fronteiras porquecasa de apostas aviatorfilha é doadora e a convenceu a fazer o mesmo.

Doadora do WWF desde 2010, a internacionalista Natália Muto lembra que o momentocasa de apostas aviatorque foi abordada por um agente da ONG teve importância crucial nacasa de apostas aviatordecisãocasa de apostas aviatorajudar.

"Na época (em 2010) eu estava com essa vontadecasa de apostas aviatorajudar,casa de apostas aviatorme envolver mais com o meio ambiente. E bem nesse momento, essa pessoa me abordou na rua. Foi a circunstância. Foi uma combinaçãocasa de apostas aviatorduas coisas, a vontadecasa de apostas aviatorajudar e a pessoa me abordar", explica.

Igualmente importante nesse tipocasa de apostas aviatorsituação é a capacidade do representante da ONGcasa de apostas aviator"vender" a organização, como sustenta Claudia Stocco.

"A pessoa que está abordando precisa ser informada e te passar as informações, e você precisa sentir uma segurança, porque você acaba passando seus dados pessoais."

Internacional x brasileira

A segurança é uma preocupação recorrente dos doadores, e muitos confessam enxergar o fatocasa de apostas aviatoras ONG com as quais contribuem serem internacionais como uma garantiacasa de apostas aviatorque seu dinheiro será bem utilizado.

"O fatocasa de apostas aviatorser uma ONG estrangeira me dá a tranquilidadecasa de apostas aviatorque ela vai ser auditada e estará sendo observada por jornalistas do mundo todo", diz Gustavo Thron.

Natália Muto. Crédito: arquivo pessoal
Legenda da foto, Natália acredita que ONGs internacionais são mais organizadas

Porcasa de apostas aviatorvez, Gabriela Bini e Natália Muto acreditam que muitas ONGs sem raízes no exterior ainda não operam com a mesma eficiência das internacionais.

"Creio que falta estrutura às ONGs nacionais para fazer o trabalho que as ONGs internacionais fazem, até mesmocasa de apostas aviatorcaptaçãocasa de apostas aviatordoações. Há exceções", diz Gabriela.

Para Natália, "tem muita ONG que não está fazendo nada, fica se matando para sobreviver e o trabalho não tem impacto". "Eu procurei uma organização que eu sei que é consolidada,casa de apostas aviatorque acredito que meu dinheiro está sendo bem utilizado."

'Cultura acomodada'

Mas nem todos compartilham dessa visão. A arquiteta Claudiacasa de apostas aviatorPaula colabora com ONGs nacionais, mas não internacionais.

Ela diz se incomodar com o fato de, segundo ela, o trabalho dessas organizações não "acontecer bemcasa de apostas aviatorfrente"casa de apostas aviatorseus olhos.

"Prefiro muito mais ajudar a campanhacasa de apostas aviatorarrecadação financeira para compracasa de apostas aviatorbrinquedos do Dia das Crianças da igreja que minha mãe frequenta do que depositar para a WWF, pois eu posso ir até a igreja ver os brinquedos", diz.

Claudia também acredita que as ONGs internacionais podem criar condições para uma "cultura acomodada do 'eu deposito R$ 50 por mês para o Greenpeace e estou ajudando a salvar o planeta'.

"Ajudar estas ONGs é para aqueles que querem 'ajudar o planeta' e não sabem como - por isso essas ONGs são importantes, pois elas são uma 'portacasa de apostas aviatorentrada' para muitas pessoas que, por exemplo, são alienadas do 3° setor. Elas também são importantes para quem quer atuar profissionalmente como ativista e mesmo para quem quer se engajar mais fortemente numa causa", completa Claudia.