ONGs internacionais ampliam arrecadação no Brasil e miram classe C:novibet venezuela
- Author, Rafael Gomez
- Role, Da BBC Brasilnovibet venezuelaSão Paulo
novibet venezuela Impulsionadas pelo aumento da renda média da população brasileira e pela crise econômica nos Estados Unidos e na Europa, algumas das ONGsnovibet venezuelamaior projeção internacional ampliaram significativamente nos últimos cinco anos suas receitas e captaçõesnovibet venezuelarecursos no Brasil.
Segundo um levantamento feito pela BBC Brasil, seis importantes ONGs internacionais instaladas no país – WWF, ActionAid, Fundação Abrinq - Save the Children, Conservação Internacional, Médicos sem Fronteiras e Greenpeace –, além do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), aumentaram a receita total e a captaçãonovibet venezueladoaçõesnovibet venezueladinheironovibet venezuelapessoas físicas desde 2008.
O aumento médio real (descontada a inflação) das receitas das sete organizações ficounovibet venezuela28,8% no período até 2012. Em termosnovibet venezuelacaptaçãonovibet venezueladinheironovibet venezuelapessoas físicas, a médianovibet venezuelaaumento foinovibet venezuela424,64% entre 2008 e 2012, uma cifra influenciada especialmente por grandes aumentos reais da Conservação Internacional (1.223,69% nos últimos cinco anos) e da ActionAid (1.419,16%).
As duas ONGs decidiram começar os esforçosnovibet venezuelacaptaçãonovibet venezuelarecursosnovibet venezuelapessoas físicas no Brasil apenasnovibet venezuela2007. Também procurada pela BBC Brasil, a Anistia Internacional, que há cercanovibet venezueladez anos não possuía um escritório no país, voltou a tê-lo no ano passado.
O aumento da atuação das ONGs no Brasil também fica claro devido às campanhas realizadas por elas para arrecadar doaçõesnovibet venezueladinheiro nas grandes cidades brasileiras.
A diversificação das plataformas usadas nessas campanhas – como o usonovibet venezuelaagentes pedindo doações nas ruas e a veiculaçãonovibet venezuelapropagandas na TV – reflete os esforços cada vez maioresnovibet venezuelaalgumas das ONGsnovibet venezuelabuscar doações das camadas mais pobres da população, como a Classe C,novibet venezuelaolho no aumentonovibet venezuelaseu poder aquisitivo.
Cenário
Uma pesquisa divulgadanovibet venezuela2011 pela consultoria RGarber revelou que, por ano, o brasileiro doa US$ 5,2 bilhões para organizações da Sociedade Civil. Além disso, 17 milhõesnovibet venezuelapessoas, ou aproximadamente 9% da população, colaboram com ONGs.
Patrícia Mendonça, coordenadoranovibet venezuelaum estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre o assunto, explica que o brasileiro sempre teve a tradiçãonovibet venezueladoar, mas geralmentenovibet venezuelaforma informal – ajudando pessoas necessitadas na rua, por exemplo – ou colaborando com a igreja.
"Só recentemente, especialmente com o aumento da renda, e especialmente nas grandes cidades, tem surgido espaço para a canalizaçãonovibet venezueladoações mais institucionais", destaca.
"Neste sentido, grandes ONGs com 'marcas' reconhecidas têm larga vantagem, não só por serem reconhecidas, mas por terem estrutura para fazer investimentos iniciais para a criaçãonovibet venezuelaum portfólionovibet venezuelacaptadores", diz.
Devido a tal mudança no Brasil e também ao panorama no exterior – a crise econômica nos países desenvolvidos e a priorizaçãonovibet venezuelaoutros países para campanhas das ONGs –, essas organizações estão mudando a formanovibet venezuelaatuar no Brasil.
"Historicamente, as ONGs internacionais aplicavam recursosnovibet venezuelaprojetos ounovibet venezuelaapoio a projetos locais no Brasil", continua Patrícia. "Este papel passa a se inverter. Algumas ONGs internacionais deixamnovibet venezuelaatuar no Brasil, outras continuam atuando, mas com parceiros locais, o que reduz o cursonovibet venezuelaoperação e implicanovibet venezuelaalgum tiponovibet venezuelacaptação local."
"Outras ainda priorizam a captação local como formanovibet venezuelasustentação das atividades locais e há ainda casosnovibet venezuelaque a captação local no Brasil é redirecionada para projetos globais."
Autossuficientes
As ONGs procuradas pela reportagem da BBC Brasil reconheceram que há um clima favorável para a atuação e captaçãonovibet venezuelarecursos dessas organizações no Brasil.
"O Brasil está com uma economia muito mais pujante", diz André Guimarães, diretor executivo da Conservação Internacional no Brasil. "Além disso, o país passou a ter muito mais capacidadenovibet venezuelagerir projetos. Então não estamos precisando importarnovibet venezuelaoutros países tecnologia, conhecimento nem pessoas."
Nesse contexto, algumas das ONGs expressam abertamente o anseionovibet venezueladeixarnovibet venezuelareceber por completo apoio financeironovibet venezuelaseus quartéis-generais no exterior, passando a se manter exclusivamente com dinheiro captado no Brasil.
Essa já uma realidade para a Médicos Sem Fronteiras, que desde 2010 não mais recebe aportesnovibet venezuelasua sede na Bélgica, enovibet venezuela2012 teve seu orçamento quase que inteiramente (98%) constituídonovibet venezueladoaçõesnovibet venezuelapessoas físicas.
No momento, a ONG veicula propagandas na TV com atores da Rede Globo que são eles próprios doadores da Médicos Sem Fronteiras e se dispuseram a abrir mão do cachê. A verbanovibet venezuelapublicidadenovibet venezuelamídias tradicionais da ONG foi,novibet venezuela2012,novibet venezuelaR$ 1,5 milhão.
Do Brasil para o mundo
Outra estratégia para buscar doadores, comum na Europa, que tem sido cada vez mais usada pelas ONGs internacionais no Brasil é o chamado face-to-face ("cara a cara",novibet venezuelatradução livre),novibet venezuelaque agentes abordam pessoas nas ruas, muitas vezes na saídanovibet venezuelaestaçõesnovibet venezuelametrô ou trem, para divulgar a ONG e pedir doações.
"No campo da captaçãonovibet venezuelarecursos, mantemos o foconovibet venezuelanossos canais prioritários: face-to-face, telefone e web", explica Samantha Federici, coordenadoranovibet venezuelacaptaçãonovibet venezuelarecursos do Greenpeace.
Recém-instalada com escritório no Brasil (apesarnovibet venezuelaatuar há anos no país), a Anistia Internacional ainda avalia possíveis estratégias, mas também pretende usar o corpo a corpo nas ruas e a internet no seu esforçonovibet venezuelacaptaçãonovibet venezuelarecursos.
"Esperamos que nos próximos anos sejamos capazes não apenasnovibet venezuelasustentar integralmente nosso trabalho no Brasil a partir do apoio obtido no país, mas também contribuir, no futuro, para a sustentação do nosso trabalhonovibet venezuelapaíses menos favorecidos economicamente", diz Átila Roque, diretor da Anistia no Brasil.
ActionAid, Unicef e MSF informaram que já usam o dinheiro doado por brasileirosnovibet venezuelainiciativas exterior. A ActionAid, por exemplo, começounovibet venezuela2011 a direcionar recursos captados no país para projetos no Haiti, na Guatemala e na África.
Classe C na mira
Embora a maior parte das doaçõesnovibet venezueladinheiro a ONGs no Brasil ainda venha das classes A e B, a classe C já é hoje, proporcionalmente à renda, a que mais doa. O estudo da Rgarber revela que, enquanto que a Classe A teve uma variação na doação mensal per capitanovibet venezuela-13,5% no período 2003-2010, a classe C teve um crescimentonovibet venezuela10% no mesmo período.
Parte das ONGs internacionais ouvidas pela BBC reconheceu já estarem tratando essa parcela da população como um alvo importante no Brasil.
"Temos um foco na diversidade, mas acreditamos sim que a classe C pode sim realizar anovibet venezuelacontribuição filantrópica", diz Nadia Lemos Costa, do departamentonovibet venezuelamarketing do WWF.
Bruno Benjamin, gestornovibet venezuelacaptaçãonovibet venezuelarecursos da ActionAid Brasil, explica que desde 2011 a ONG tem a campanha Mulheres do Brasil, "que busca exatamente o público classe C, com um valornovibet venezueladoação mínimonovibet venezuelaR$ 20", quase a metade do valor mínimonovibet venezueladoação para apadrinhar uma criança (R$ 45), um dos destaques da ONG.
"Além disso, focamos esta campanhanovibet venezuelacanaisnovibet venezuelarecrutamento que visam atingir este público-alvo", completa.
Por outro lado, duas das ONGs consultadas – a Fundação Abrinq - Save the Children e a Conservação Internacional – não trabalham no momento com estratégias para a classe C, enquanto que o Greenpeace diz que o desafio, neste momento, é justamente buscar os mais ricos.
"Ao invésnovibet venezuelatodo o mercado, que hoje está tentando atingir as classes C e D, historicamente já trabalhamos com elas. Nosso desafio é chegar às classes A e B e dar continuidade ao trabalho com as classes C e D", afirma Andre Bogsan, diretornovibet venezuelacaptação do Greenpeace.