Brasil ainda doa pouco comparado com outros países:cassino pinup
A má classificação do Brasil, apesar da pequena melhoracassino pinupum ano, reflete a baixa porcentagemcassino pinuppessoas que dizem ter o hábitocassino pinupdoar dinheiro (24%cassino pinup2012). A títulocassino pinupcomparação, no país lídercassino pinupdoaçãocassino pinupdinheiro no ranking da Charities Aid Foundationcassino pinup2012, a Irlanda, 79% da população diz ter esse hábito.
Apenas levandocassino pinupconta o númerocassino pinuppessoas que dizem doar dinheiro, o Brasil aparece melhor, na oitava posição, com 35 milhõescassino pinupdoadores. Trata-secassino pinupalgo previsível, dada a vasta população brasileira, e outros países populosos lideram esse ranking, como a Índia (1º) e a China (4º).
Crédito: Charities Aid Foundation
'Desconfiança'
Questionados sobre o perfil do brasileiro como doador, representantescassino pinupONGs e outros ouvidos pela BBC Brasil apontaram um processocassino pinupmudança do que chamaramcassino pinup"culturacassino pinupdoação".
"O brasileiro é um povo solidário", diz Flávia Tenembaum, diretoracassino pinupcaptaçãocassino pinuprecursos do MSF Brasil. "Porém, a culturacassino pinupdoação no Brasil é muito diferente da Europa e dos EUA. No Brasil, as pessoas preferem doar para pessoas ou instituições próximas. Isso lhes dá a sensaçãocassino pinupque o dinheiro será usado da forma correta."
"Porém, com a melhoria da situação econômica e social do Brasil e da profissionalização da captaçãocassino pinuprecursos das ONGs, o comportamento do brasileiro sobre doação tem mudado bastante (...) e, acredito, tende a se aproximar cada vez mais do que vemos na Europa."
Rodrigo Alvarez, diretor do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), também destaca a necessidadecassino pinupque os brasileiros possam confiar mais nas ONGs ecassino pinupcomo usam o dinheiro doado.
"Há muito o que avançar no rankingcassino pinupsolidariedade, tanto na culturacassino pinupdoar quantocassino pinupgarantir ao doador que os recursos aplicados serão bem utilizados e terão impacto na transformação social", analisa.
Existe uma percepçãocassino pinupque as ONGscassino pinupgeral, não apenas as internacionais, precisam melhorar seus canaiscassino pinupcomunicação com os doadores.
"Sem o hábitocassino pinupse comunicar diretamente com a sociedade brasileira para mostrar os impactos positivoscassino pinupseu trabalho e mobilizar seu apoio, as ONGs brasileiras, com raras exceções, se tornam invisíveis", disse Athayde Motta, diretor executivo do Fundo Baobá para Equidade Racial,cassino pinupdeclaração divulgada pela revista <i>Carta Capital</i>cassino pinupabril.
Um sinalcassino pinupque as ONGs internacionais estão tentando mudar a percepção é o fatocassino pinuppublicarem relatórios anuais, detalhando as atividades que desempenham. A maioria das ONGs pesquisadas pela BBC Brasil não só publicam os relatórios como também incluem neles informações detalhadas sobre suas finanças, incluindo receitas e os projetos nos quais elas são aplicadas.
Marco regulatório
Para Átila Roque, diretor da Anistia Internacional no Brasil, "aos poucos se expande e consolida uma culturacassino pinupdoação no Brasil", mas, para vencer a desconfiançacassino pinuprelação as ONGs internacionais, ainda há outro empecilho.
"A doaçãocassino pinuppessoas físicas para entidadescassino pinupdefesacassino pinupdireitos (...) ainda é prática relativamente recente no Brasil e que não conta com um marco legal que facilite ou estimule esse tipocassino pinupengajamento cidadão."
Estabelecido por leicassino pinup2011, um grupocassino pinuptrabalho coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República analisou nos últimos meses um Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, mas priorizou discutir mais especificamente as relações entre as ONGs e o governo, incluindo o usocassino pinuprecursos públicos pelas organizações.
Um anteprojeto contemplando esse aspecto já foi enviado à presidente Dilma Rousseff para análise. Outras sugestõescassino pinupmudanças relativas ao Marco Regulatório, porém, ainda não foram enviadas à Presidência.
Enquanto isso, outras vozes se unem à do diretor da Anistia Internacional pedindo que as autoridades sigam o exemplo internacional no tocante às ONGs.
"Há paísescassino pinupque, diferentemente do Brasil, a legislação prevê incentivos fiscais para doações a todos os tiposcassino pinupinstituição", exemplifica Maria Estela Caparelli, assessoracassino pinupcomunicação do Unicef.
André Guimarães, diretor executivo da Conservação Internacional, resume assimcassino pinupopinião: "O Brasil tem poucos incentivos para empresas doarem e quase nenhum incentivo para indivíduos doarem."
"A gente faz um esforço, a gente tem pessoas que, individualmente, fazem contribuições que são importantes, mas, no conjunto, essas doações não chegam a 5%cassino pinupnosso orçamento anual", diz.
Procurada pela BBC Brasil, a Secretaria-Geral da Presidência afirmou que há hoje diversos incentivos às doações feitas a ONGs no Brasil. Para pessoas físicas, há, por exemplo, a possibilidadecassino pinupdeduzir do impostocassino pinuprenda doações feitas a ONGs com projetos envolvendo fundoscassino pinupdireitos da criança e do adolescente e do idoso, o Fundo Nacionalcassino pinupCultura (FNC) e o Programa Nacionalcassino pinupApoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência, entre outros.
Mas a própria secretaria admite que a legislação é "restritiva" e que é "proposta da sociedade civil – trazida no âmbito das discussões do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil – a possibilidadecassino pinuprevisão (...) para permitir doações incentivadascassino pinuppessoas físicas diretamente para organizações da sociedade civil".